Apesar da pandemia, energia solar cresce 70% no Brasil, atraindo grandes empresas.
Energia solar e economia
O cenário de energia solar do
Brasil mudou significativamente na última década mesmo em meio a pandemia e
continua atraindo grandes empresas.
Com um sólido histórico de
desenvolvimento de energias renováveis, o Brasil é atualmente um dos mercados
de energia solar que mais cresce no mundo mesmo em meio a pandemia, atraindo o
interesse de diversos investidores estrangeiros, bancos multilaterais de
desenvolvimento, empresas de energia e fabricantes de equipamentos. Além disso,
o tamanho do mercado brasileiro posiciona o país, não apenas como líder na
região da América Latina, mas também como um potencial polo de abastecimento
para os países vizinhos.
O que levou o Brasil ao
investimento de energia solar em meio a pandemia?
Após uma seca severa em 2001
que reduziu o fluxo de água para as barragens hidrelétricas do país, causou
escassez regular de energia e levou a um racionamento de eletricidade sem
precedentes em todo o país, o governo começou a apoiar agressivamente a biomassa
e o vento como alternativas à forte dependência histórica do país de
hidrelétrica, com a criação de um programa de incentivo federal e um robusto
sistema de licitações para licitações públicas.
Além disso, o crescimento da
energia hidrelétrica está cada vez mais bloqueado por questões ambientais e
sociais não apenas pela pandemia e, nos últimos anos, os desenvolvedores e
investidores estão sendo forçados a superar muitos obstáculos de
desenvolvimento de projetos, bem como desafios públicos e administrativos para
permitir a emissão.
Desde o primeiro leilão somente eólico realizado em dezembro de 2009, o Brasil adicionou aproximadamente 7 GW de capacidade de energia solar e eólica instalada. Por meio de regimes políticos e regulatórios de apoio semelhantes, o governo demonstrou sua intenção de replicar o mesmo crescimento rápido na geração de energia solar, comprometendo-se a contratar de um a dois GW de energia solar em escala de serviço público por ano em leilões administrados pelo governo.
A geração solar deve se firmar como a “rainha da eletricidade” na próxima década, com expansão média global de 12% ao ano.
Promulgação pela Agência
Federal Reguladora de Energia do Brasil (ANEEL)
Igualmente importante para a
estratégia do Brasil foi a recente promulgação pela Agência Federal Reguladora
de Energia do Brasil (ANEEL) de novas regras destinadas a reduzir as barreiras
para a incorporação da geração distribuída de energia solar no sistema de
abastecimento de rede do país, e permitir que sistemas de energia solar de
pequena escala receber créditos pela eletricidade produzida no local e enviada
de volta à rede.
Notavelmente, a instalação de
uma nova capacidade de energia solar e eólica em meio a pandemia é de
importância estratégica para o Brasil, não apenas para se proteger contra
períodos de pouca chuva, mas também para fins econômicos, a fim de se proteger
contra a volatilidade nos preços da eletricidade e os preços flutuantes do gás
natural (ou seja, secas prolongadas como o mais recente, em 2014/2015, forçou o
Brasil a aumentar significativamente a quantidade de gás natural que importa
para trazer termelétricas a fim de suportar o consumo cada vez maior de
eletricidade).
Leilões de energia solar na
pandemia cresceram
No mecanismo de leilão de
energia “reverso” do Brasil, o governo estabelece um preço teto para o
megawatt-hora (MWh) e as empresas baixam o preço pelo qual estão dispostas a
vender energia ao mercado.
Os produtores de energia que
oferecem os preços mais baixos assinam contratos de compra de energia de 20
anos com empresas de distribuição, que são estatutariamente obrigadas a comprar
energia por meio de leilões.
Três leilões de energia solar
foram realizados até o momento, dos quais 2 (em outubro/2014 e agosto/2015)
foram leilões exclusivamente de energia solar e no leilão mais recente (em
novembro/2015) a energia eólica foi incluída na licitação. Os leilões
garantiram cerca de R $ 12 bilhões ($ 3 bilhões) em investimentos para os
próximos 3 anos e atraíram diversos players nacionais e internacionais ao
mercado, com os seguintes resultados:
Leilão de outubro/2014
(apenas solar): adjudicação superior a 1 GW – 31 projetos que iniciarão o
fornecimento de energia em 01/10/2017 – a um preço médio de R $ 220 / MWh ($ 55
/ MWh).
Leilão de agosto/2015
(somente solar): mais de 830 MW adjudicados – 30 projetos que iniciarão o
fornecimento de energia em 01/08/2017 – a um preço médio de R $ 301 / MWh ($ 75
/ MWh).
Leilão de novembro/2015 (solar e eólico): adjudicação de mais 920 GW – 33 projetos de energia solar com início de fornecimento de energia em 01/11/2018 – a um preço médio de R $ 297 / MWh ($ 74 / MWh).
As instalações de geração solar no Brasil tiveram salto de 70% no ano, para 7,5 gigawatts (GW), quase metade da capacidade da hidrelétrica de Itaipu. O desempenho não passou batido entre investidores, e levou grandes elétricas globais e locais a ampliarem apostas na tecnologia no maior país da América Latina. (clickpetroleoegas)
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