A Neoenergia, braço
brasileiro do megagrupo espanhol Iberdrola, anunciou nesta semana que
construíra postos para abastecimento de carros e outros veículos movidos a
energia elétrica. Segundo a companhia, será o primeiro corredor de eletropostos
para recargas rápidas da região Nordeste do Brasil. Eletrovias semelhantes já
existem em estados como São Paulo, Santa Catarina e Paraná.
A eletrovia a ser concluída
ainda no primeiro semestre/2021 irá conectar as capitais Salvador/BA e Natal/RN,
passando pelas cidades de Aracaju/SE, Maceió/AL, Recife/PE e João Pessoa/PB. O
projeto terá mais de 1.100 quilômetros de extensão e uma estrutura que contará
com 18 pontos de abastecimento ao longo das vias que ligam os estados e em
áreas urbanas.
Batizado de “Corredor Verde”,
o projeto será financiado indiretamente com recursos dos consumidores
brasileiros de energia elétrica e das elétricas, por meio do programa de
Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da Agência Nacional de Energia Elétrica
(Aneel).
Existe um potencial de
investimento de R$ 463,8 milhões no desenvolvimento de soluções para a área de
mobilidade elétrica, sendo R$ 391,6 milhões financiados pelo Programa de
P&D/Aneel e R$ 72,2 milhões do caixa das empresas envolvidas.
A mobilidade elétrica está
conectada com o futuro de um planeta em que a locomoção da sociedade agrida
menos o planeta. De acordo com um estudo realizado pelo Programa de Mobilidade
Elétrica da Organização das Nações Unidas (ONU), os meios de transporte
representam 25% de todas as emissões de CO2 no mundo.
Mercado em crescimento
As vendas de veículos 100%
elétricos e híbridos (eletrificados) no Brasil tiveram um aumento de 221% de
janeiro a junho/2020, quando comparado com o mesmo período de 2019, totalizando
7.578 unidades vendidas, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes
de Veículos Automotores (ANFAVEA).
A frota de carros elétricos,
porém, ainda é tímida no Brasil. Estima-se que ao final deste ano 41,4 mil
exemplares estejam rodando no país, segundo informações da Associação
Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE).
As principais concessionárias
do mundo já têm o seu modelo de carro elétrico, porém são produzidos em baixa
quantidade e os valores de venda são para poucos bolsos. Um dos modelos mais
competitivos custa entorno de R$ 200 mil. Markiewicz garante que para uso
profissional do veículo, o investimento é recuperado em dois anos com a redução
do custo de combustível e gastos em manutenção.
Markiewicz garante que não é
preciso ter eletroposto no meio urbano para existir o carro elétrico. Há pontos
de abastecimento em hipermercados, shoppings, edifícios residenciais e
corporativos que podem ser vistos a olho nu por um espectador mais atento. Em
Brasília foram instalados mais de 30 postos públicos com capacidade de carregar
dois carros por vez.
Segundo o presidente da
Abravei, assim como temos que nos planejar para realizar viagens longas com um
carro a gasolina/álcool, com o carro elétrico não é diferente. Os eletropostos
seriam importante, portanto, em rodovias, de tal forma a assegurar aos
proprietários de veículos elétricos a realização de trajetos distantes sem o
risco de enfrentar uma “pane seca” na estrada.
Tem uma vantagem: a energia
elétrica é de graça, até que empresas tenham desenvolvido um modelo de negócio
capaz de extrair valor sem cruzar a fronteira do monopólio natural do
fornecimento de energia elétrica das distribuidoras. Uma solução seria um
modelo igual ao de estacionamento, em que o dono do veículo paga pela hora
estacionada e não pela energia elétrica consumida pelo seu carro.
Isenção de imposto de
importação
Em 08/12/2020 o deputado Luiz
Nishimori (PL-PR) apresentou o Projeto de Lei 5308/20 isenta do Imposto sobre
Produtos Industrializados (IPI) as importações e as saídas de veículos
elétricos ou híbridos. O texto também reduz a zero as alíquotas do PIS/PASEP e
da COFINS incidentes na importação e sobre a receita bruta de venda no mercado
interno desses veículos.
Com a medida, ele pretende
incentivar a procura por carros elétricos no Brasil com preços mais acessíveis,
abrindo espaço para investimentos no setor e gerando empregos e renda.
“Na comparação com os carros movidos unicamente por motores à combustão, os automóveis elétricos e híbridos são mais eficientes, mais silenciosos e menos poluentes”, diz Nishimor. “Apesar desses benefícios, o mercado ainda é restrito no país. O incremento na oferta ocorre principalmente entre as marcas de luxo, inacessíveis à maioria dos brasileiros”, informou a Agência Câmara de Notícias.
Crescimento do mercado de carros elétricos surpreende no Brasil.
Especialista diz que a
tendência é desse mercado dobrar de tamanho a cada dois anos.
2019 surgiu projeto da Eletrovia
MERCOSUL, que integra o Brasil com Uruguai, Paraguai, Argentina, por meio da
instalação de eletropostos, de tal forma que um viajante possa sair do Brasil e
viajar pelo MERCOSUL com um veículo elétrico. (canalenergia)
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