domingo, 10 de janeiro de 2021

Neoenergia construirá 1º corredor de recarga para veículos elétricos no Nordeste

Neoenergia construirá primeiro corredor de recarga para veículos elétricos no Nordeste.
Vendas de veículos 100% elétricos e híbridos (eletrificados) no Brasil tiveram um aumento de 221% de janeiro a junho/2020.

A Neoenergia, braço brasileiro do megagrupo espanhol Iberdrola, anunciou nesta semana que construíra postos para abastecimento de carros e outros veículos movidos a energia elétrica. Segundo a companhia, será o primeiro corredor de eletropostos para recargas rápidas da região Nordeste do Brasil. Eletrovias semelhantes já existem em estados como São Paulo, Santa Catarina e Paraná.

A eletrovia a ser concluída ainda no primeiro semestre/2021 irá conectar as capitais Salvador/BA e Natal/RN, passando pelas cidades de Aracaju/SE, Maceió/AL, Recife/PE e João Pessoa/PB. O projeto terá mais de 1.100 quilômetros de extensão e uma estrutura que contará com 18 pontos de abastecimento ao longo das vias que ligam os estados e em áreas urbanas.

Batizado de “Corredor Verde”, o projeto será financiado indiretamente com recursos dos consumidores brasileiros de energia elétrica e das elétricas, por meio do programa de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Existe um potencial de investimento de R$ 463,8 milhões no desenvolvimento de soluções para a área de mobilidade elétrica, sendo R$ 391,6 milhões financiados pelo Programa de P&D/Aneel e R$ 72,2 milhões do caixa das empresas envolvidas.

A mobilidade elétrica está conectada com o futuro de um planeta em que a locomoção da sociedade agrida menos o planeta. De acordo com um estudo realizado pelo Programa de Mobilidade Elétrica da Organização das Nações Unidas (ONU), os meios de transporte representam 25% de todas as emissões de CO2 no mundo.

Mercado em crescimento

As vendas de veículos 100% elétricos e híbridos (eletrificados) no Brasil tiveram um aumento de 221% de janeiro a junho/2020, quando comparado com o mesmo período de 2019, totalizando 7.578 unidades vendidas, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA).

A frota de carros elétricos, porém, ainda é tímida no Brasil. Estima-se que ao final deste ano 41,4 mil exemplares estejam rodando no país, segundo informações da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE).

Esse mercado é tão promissor que há quase quatro anos já tem uma associação. Conversei há uns meses atrás com Rogério Markiewicz, presidente da Associação Brasileira dos Proprietários de Veículos Elétricos Inovadores (Abravei).
O executivo disse que o dilema do ovo e da galinha foi superado quando o assunto é mobilidade elétrico. Segundo ele, já está mais que provado que a infraestrutura remove barreiras psicológicas do consumidor, no entanto, a oferta de carros elétricos não dependerá da infraestrutura, mas sim da vontade das fabricantes de veículos de escalar esse mercado.

As principais concessionárias do mundo já têm o seu modelo de carro elétrico, porém são produzidos em baixa quantidade e os valores de venda são para poucos bolsos. Um dos modelos mais competitivos custa entorno de R$ 200 mil. Markiewicz garante que para uso profissional do veículo, o investimento é recuperado em dois anos com a redução do custo de combustível e gastos em manutenção.

Markiewicz garante que não é preciso ter eletroposto no meio urbano para existir o carro elétrico. Há pontos de abastecimento em hipermercados, shoppings, edifícios residenciais e corporativos que podem ser vistos a olho nu por um espectador mais atento. Em Brasília foram instalados mais de 30 postos públicos com capacidade de carregar dois carros por vez.

Segundo o presidente da Abravei, assim como temos que nos planejar para realizar viagens longas com um carro a gasolina/álcool, com o carro elétrico não é diferente. Os eletropostos seriam importante, portanto, em rodovias, de tal forma a assegurar aos proprietários de veículos elétricos a realização de trajetos distantes sem o risco de enfrentar uma “pane seca” na estrada.

Tem uma vantagem: a energia elétrica é de graça, até que empresas tenham desenvolvido um modelo de negócio capaz de extrair valor sem cruzar a fronteira do monopólio natural do fornecimento de energia elétrica das distribuidoras. Uma solução seria um modelo igual ao de estacionamento, em que o dono do veículo paga pela hora estacionada e não pela energia elétrica consumida pelo seu carro.

Isenção de imposto de importação

Em 08/12/2020 o deputado Luiz Nishimori (PL-PR) apresentou o Projeto de Lei 5308/20 isenta do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) as importações e as saídas de veículos elétricos ou híbridos. O texto também reduz a zero as alíquotas do PIS/PASEP e da COFINS incidentes na importação e sobre a receita bruta de venda no mercado interno desses veículos.

Com a medida, ele pretende incentivar a procura por carros elétricos no Brasil com preços mais acessíveis, abrindo espaço para investimentos no setor e gerando empregos e renda.

“Na comparação com os carros movidos unicamente por motores à combustão, os automóveis elétricos e híbridos são mais eficientes, mais silenciosos e menos poluentes”, diz Nishimor. “Apesar desses benefícios, o mercado ainda é restrito no país. O incremento na oferta ocorre principalmente entre as marcas de luxo, inacessíveis à maioria dos brasileiros”,  informou a Agência Câmara de Notícias.

Crescimento do mercado de carros elétricos surpreende no Brasil.

Especialista diz que a tendência é desse mercado dobrar de tamanho a cada dois anos.

2019 surgiu projeto da Eletrovia MERCOSUL, que integra o Brasil com Uruguai, Paraguai, Argentina, por meio da instalação de eletropostos, de tal forma que um viajante possa sair do Brasil e viajar pelo MERCOSUL com um veículo elétrico. (canalenergia)

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