Solar deve ser a renovável
com mais retorno, aponta Bank Of America.
“Em nossas estimativas, a
Solar poderia oferecer mais de 110 base points (bp) de TIR ante a eólica nos
próximos 10 anos, enquanto as tendências de longo prazo podem ampliar ainda
mais a lacuna, impulsionada principalmente pela tecnologia associada à redução
de capex e O&M da cadeia de suprimentos”, afirma o Bofa.
Além do investimento a
questão da operação e manutenção tem como ponto de destaque a expansão
considerada robusta na cadeia de suprimentos que, provavelmente, deve ser
traduzida em manutenção mais rápida e barata. É estimada uma redução de 26% até
2030 para a solar na comparação com a eólica, segundo cálculos do banco.
E ainda, entre os pontos que
o Bofa toma como base cita a produção de energia. Apesar de reconhecer que os
dados históricos são relativamente limitados, afirma que a produção solar tem
sido mais consistente para níveis certificados (P90/P50) na comparação com
eólica. A quinta razão pela qual destaca a solar é o custo de capital,
argumenta que pode oferecer maior potencial de VPL devido ao spread IRR/WACC.
Contudo, destaca ainda que é necessário saber as principais tendências do setor. Nesse sentido, indica que o LCOE, o custo nivelado de energia, para energia solar e eólica, incluindo análises de sensibilidade está em R$ 194/MWh para energia solar, mas com expectativa de redução de 21% em 10 anos.
Em geral, o banco relata que os investimentos potenciais em renováveis no país são de R$ 190 bilhões nos próximos 10 anos, Contudo, acredita que dificilmente todos sairão do papel. Isso porque é o equivalente à um novo Brasil com 70 GW médios. E ainda, porque com mais concorrência os retornos são reduzidos.
“Embora não esperemos mais
retornos estelares em energias renováveis, ainda vemos espaço para TIRs
atraentes (spread de ~320bp vs rendimentos de títulos). Em nossa opinião, 2
combinações podem oferecer retornos acima da média. O primeiro é a capacidade
solar vendida para clientes de médio porte e o segundo a geração distribuída,
embora incorporando riscos maiores”, apontou o relatório.
O Bofa indica ainda que um
prêmio de energia renovável de longo prazo justo é da ordem de R$ 50/MWh.
Atualmente calcula que os PPAs de fontes renováveis estão com um valor na ordem
de R$ 42/MWh em relação às fontes hídricas desde 2018, com desconto na
transmissão e ingresso no mercado livre.
Nos riscos para os
investidores está o excesso de oferta. A instituição avalia que, “normalmente,
retornos pouco atraentes tendem a desacelerar os investimentos. No entanto,
esperamos que as energias renováveis greenfield mantenham um ritmo acelerado,
intensificando o excesso de oferta atual e pressionando os preços da energia.
Por quê? Novas renováveis têm prazo difícil para entrar em operação para se
beneficiarem do desconto de transmissão de 30 anos”.
E destaca que a geração de energias renováveis é um dos temas mais em evidência no mundo. Isso por conta dos compromissos cada vez maiores com a descarbonização. A atratividade do segmento tem sido apoiada pela melhoria tecnológica reduzindo custos e incentivos governamentais.
Em geral, afirma que ainda há potencial de VPL em renováveis. “Estimamos que projetos de energias renováveis poderiam render cerca de 10% de TIR real ao vender sua capacidade a R$ 177/MWh, o que poderia pressionar os preços de energia convencional, por exemplo, hidrelétrica”, afirma. E acrescenta que vê dois fatores principais apoiando os retornos em energias renováveis. O primeiro é a regulação sobre como os compradores de energia podem ter incentivos para pagar o prêmio indicado acima e o segundo trata de como se espera que os custos de construção e manutenção manter as tendências de queda. (canalenergia)
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