Documento publicado em 07/03/22,
um dia antes de Joe Biden anunciar a proibição da importação de óleo, gás e
carvão da Rússia, como forma de sanção aos ataques na Ucrânia.
A crise de suprimento de
petróleo tem movimentado a política dos EUA, ao mesmo tempo em que a gestão
Biden tenta avançar com sua plataforma de ‘reconstrução verde’ – onde um dos
focos é a eletrificação.
A Lei de Infraestrutura
Bipartidária autorizou mais de US$ 7 bilhões para investimento na cadeia de
suprimentos de baterias nos próximos 5 anos;
Também autorizou US$ 7,5
bilhões para expandir a rede de carregamento de veículos elétricos do país para
até 500 mil estações de carregamento.
O estudo publicado esta semana
conclui que avanços em tecnologias de células a combustível e produção de
hidrogênio limpo vão baratear o custo de caminhões de zero emissão, aumentando
também a oferta no mercado na próxima década.
Jennifer M. Granholm,
secretária de Energia dos EUA, diz que a pesquisa aponta um caminho para as empresas
de transporte rodoviário mudarem do diesel para o elétrico.
“A abordagem abrangente da administração Biden está trabalhando para tornar o transporte limpo uma realidade – reduzindo a exposição aos preços voláteis dos combustíveis, investindo na fabricação americana e criando uma rede nacional de recarga para dar suporte a mais veículos elétricos nas estradas”, comentou.
De acordo com o documento, até 2035 será possível alcançar ampla competitividade de custos de veículos médios e pesados de emissão zero.
Além disso, os custos de
caminhões médios e pesados elétricos de emissão zero serão iguais ou inferiores
aos dos caminhões a diesel.
“Espera-se que os caminhões
elétricos a bateria se tornem competitivos em custo para caminhões menores
antes de 2030, enquanto caminhões pesados com menos de 500 milhas de alcance
devem ser competitivos em custos até 2035”, explica o DOE.
No Brasil, o foco é bio. O discurso mais frequente da gestão Bolsonaro é que o Brasil tem uma série de opções para descarbonizar o transporte e a eletrificação não é a principal delas.
Durante a Conferência do Clima [COP26], um cuidado que nós tivemos é não ir na rota única do elétrico em detrimento a outras muitas rotas como é a do biocombustível”, disse Joaquim Leite, ministro do Meio Ambiente em 09/03/22, durante a Abertura de Safra Cana, Açúcar e Etanol 2022/23 da Datagro.
Para o ministro, o mundo está
apostando em uma rota única e a eletrificação pode até ser uma realidade para alguns
países, mas não é para o Brasil.
“Nós defendemos todas as rotas”, disse, citando também os veículos a biometano, alternativa que vem sendo levantada para ser usada em ônibus e caminhões.
O governo prometeu lançar ainda este mês o Metano Zero, programa para incentivar o uso do gás gerado a partir de resíduos urbanos e agrícolas.
“A solução para mudança do
clima não é proibir, reduzir, multar. É empreender, inovar e acelerar”,
completou. Vale lembrar os resultados dessa política até o momento
Paralelamente, algumas
iniciativas para eletrificação do transporte pesado correm em outras frentes no
Brasil.
No mês passado, Ministério do
Desenvolvimento Regional, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e WRI
Brasil lançaram um guia de eletromobilidade para ajudar as cidades que querem
estruturar projetos para ônibus elétricos.
Em 2021, o Brasil também
recebeu uma proposta para participar do E-Motion: E-Mobility and Low Carbon
Transportation – projeto que pretende mobilizar 914 milhões de euros para
financiar frotas e infraestrutura necessária para carregamento de veículos
elétricos de uso intensivo (ônibus, táxis e veículos comerciais leves) na
América Latina.
Desenhado por agências de desenvolvimento europeias, planeja utilizar aportes do Fundo Clima. Ministério de Minas e Energia se posicionou pela preservação da opção pelos biocombustíveis, frisando que a participação na iniciativa não deve dar “margem ao entendimento de adesão” do governo a um modelo de eletrificação, que não reflete “integralmente o planejamento energético nacional”.
Aviação internacional também está na corrida por alternativas. Em 08/03/22 a fabricante de aviões europeia Airbus e a mineradora australiana Fortescue fecharam um acordo para avaliar a redução de emissões de CO2 da aviação com o uso de hidrogênio verde.
Um dos objetivos da parceria é
colocar uma aeronave à base de hidrogênio em operação até 2035. (biodieselbr)
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