De acordo com a publicação da entidade, as vendas de carros elétricos dobraram em 2021 para um novo recorde de 6,6 milhões. Já para esse ano, são 2 milhões de carros elétricos vendidos em todo o mundo no primeiro trimestre, um aumento de três quartos em relação ao mesmo período do ano anterior. O total comercializado em todo o mundo até o final de 2021 era de cerca de 16,5 milhões, o triplo do valor de 2018.
Havia cinco vezes mais modelos de carros elétricos estavam disponíveis globalmente em 2021 do que em 2015, e o número de modelos disponíveis chegou a 450 até o final de 2021.
O destaque continua com a China onde as vendas quase triplicaram em 2021 para 3,3 milhões de unidades, representando cerca de 50% do total global. Na Europa houve aumento de 65% para 2,3 milhões e nos Estados Unidos mais que dobrou, para 630 mil unidades. O preço médio de um carro elétrico na China era apenas 10% superior ao de convencionais. Em comparação com a média de 45% a 50% em outros grandes mercados. Por outro lado, as vendas de carros elétricos estão atrasadas na maioria das economias emergentes e em desenvolvimento, onde apenas alguns modelos estão disponíveis e a preços inacessíveis para os consumidores do mercado de massa.
Na avaliação da agência, o apoio político sustentado tem sido uma das principais razões para as fortes vendas em muitos mercados. Na lista desses apoios estão gastos públicos gerais em subsídios e incentivos dobrando em 2021 para quase US$ 30 bilhões.
A AIE aponta que no curto prazo, os maiores obstáculos para a continuidade das fortes vendas de veículos elétricos são os preços crescentes de alguns minerais essenciais para a fabricação de baterias, bem como as interrupções na cadeia de suprimentos causadas pelo ataque da Rússia à Ucrânia e pelos contínuos bloqueios do Covid-19 em algumas partes da China. Em longo prazo, são necessários maiores esforços para implantar infraestrutura de carregamento suficiente para atender ao crescimento esperado.
A agência cita em seu relatório que os preços do lítio eram sete vezes mais altos em maio de 2022 do que no início de 2021, e os valores do cobalto e do níquel também seguiram essa tendência. Com isso, o custo das baterias pode aumentar em 15% se esses preços permanecerem nos níveis atuais, o que reverteria vários anos de declínio. A invasão da Ucrânia pela Rússia criou mais pressões, já que a Rússia fornece 20% do níquel global para os dispositivos.
Outra constatação verificada é que os governos da Europa e dos Estados Unidos promoveram políticas industriais voltadas para o desenvolvimento doméstico das cadeias de suprimentos para esses tipos de veículos, já que mais da metade de toda a capacidade de processamento e refino de lítio, cobalto e grafite está localizada na China. Além disso, o país oriental é responsável por produzir três quartos de todas as baterias de íons de lítio e tem 70% da capacidade de produção de cátodos e 85% de ânodos, ambos componentes essenciais das baterias. Mais da metade de todos os carros elétricos em 2021 foram montados por lá.
O número de vendas globais de caminhões elétricos foi de apenas 0,3%. Essa participação precisaria aumentar para cerca de 10% até 2030 em um cenário alinhado com as promessas e metas climáticas anunciadas até o momento pelos países em todo o mundo e para 25% até 2030 no Cenário de Emissões Zero Líquidas da IEA até 2050. Até agora, caminhões elétricos foram substancialmente implantados apenas na China, graças ao forte apoio do governo. (canalenergia)
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