Atualmente
o mundo possui cerca de 57 GW de eólica offshore instalados na Alemanha, China,
Reino Unido, entre outros. No Brasil, o potencial para eólicas offshore está em
cerca de 700 GW distribuídos por locais com profundidade de até 50 metros,
segundo dados do Roadmap Eólica Offshore Brasil, publicado pela EPE. Segundo a
presidente da ABEEólica, Elbia Gannoum, trazer a indústria eólica para o Brasil
certamente virá com benefícios. “Iremos aproveitar o capital internacional
ávido para entrar no País e, com isso, o Brasil vai se posicionar num processo
de transição energético e tem capacidade para ser o número um”, disse.
“Hoje
fomos surpreendidos com a publicação das tão sonhadas portarias”, declarou
Elbia sobre as publicações do Ministério de Minas e Energia com a Portaria nº
52/GM/MME e a Portaria Interministerial MME/MMA nº 03/2022, que definem,
respectivamente, os regramentos e diretrizes complementares para cessão de uso
de áreas fora da costa, e as diretrizes para criação de Portal Único de Gestão
do Uso das Áreas Offshore. “Do ano passado para cá estamos vislumbrando uma
regulação para offshore. Estamos construindo essa indústria com base concreta.
O futuro está sendo decidido hoje e é a eólica offshore”, ressaltou.
Para a diretora executiva de renováveis do grupo Neoenergia, Laura Porto, o offshore tem desafios mais complexos. “Temos tudo para dar certo, porém é importante discutir a financiabilidade dos projetos”, declarou.
Já o diretor de eólicas offshore Brasil e América Latina da Equinor, André Leite, cerca de 20% do offshore no mundo estão localizados em água rasa e ainda 80% na geração flutuando. “Temos uma previsão de 2 TW de energia eólica instalada no mundo em 2050”, afirmou.
De
acordo com o executivo, a empresa pretende investir cerca de US$ 23 bilhões de
dólares nos próximos cinco anos em renovável e soluções de baixo carbono e a
eólica offshore vai pegar a maior parte. “O mundo precisa de energia eólica,
mas a onshore não vai dar conta e a offshore é a saída e muito mais rápida”,
declarou.
Contudo,
a senior business development offshore wind Brazil da TotalEnergies, Fernanda
Scoponi, afirmou que a companhia está aumentando o portfólio em renovável e
pretendem crescer ainda mais até 2030. “A eólica offshore tem um papel
fundamental”. É oferecer mais energia limpa, justa e confiável.
Já o especialista em energia renovável da International Finance Corporation (IFC), Sean Whittaker, reconheceu o interesse nesse tipo de energia. “O IFC tem perspectivas para financiar os primeiro GW desse mercado e queremos financiar os projetos e focar em soluções bancarias com quarto pilares: estratégia, política, mercado e entrega”, disse.
Para finalizar, o presidente da EPE, Thiago Barral, declarou que a eólica offshore amplia a fonte de desenvolvimento de energia renovável no Brasil. É uma oportunidade de mercado de terreno sólido, resiliente e com potencial. O próximo passo implantação do que foi construída ao longo dos últimos anos. A eólica offshore exige um nível de complexidade em termos de governança e temos que estar atentos. (canalenergia)
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