Mas os mais de 120 GW de projetos de geração centralizada vão esbarrar
na capacidade de absorção do sistema de transmissão. Entre os projetos solares
que solicitaram outorga à Aneel, aqueles com contratos de uso do sistema de
transmissão (CUST) e distribuição (CUSD) assinados são considerados mais viáveis. De
acordo com a fiscalização da agência, que acompanha projetos com cronograma de
entrada em operação até 2032, 15,5 GW de projetos da fonte solar contam
atualmente com os contratos de uso da rede.
Os dados foram disponibilizados pelo ONS em um painel dinâmico e
interativo, com os resultados indicativos da capacidade remanescente do Sistema
Interligado Nacional (SIN) para escoamento de novos projetos de geração. O mapa
permite acessar dados específicos como região eletrogeográfica, Unidade
Federativa, nível de tensão da conexão (kV) e evolução da margem de escoamento
remanescente (MW) por barramento.
“O Mapa de Margem 2024 proporciona clareza dos locais onde existe capacidade
de escoamento remanescente do sistema de transmissão. Além disso, traz
informações sobre a capacidade instalada da geração distribuída e da Micro e
Minigeração, ambas instaladas na rede de distribuição”, diz o diretor de
Planejamento do ONS, Alexandre Zucarato.
O último leilão de linhas de transmissão e subestações realizado pelo governo federal em março, contratou 6.464 km em linhas de transmissão e 9.200 MVA em capacidade transformação para subestações, que deverão estar todas concluídas até 2030. Em setembro, o segundo leilão do ano ofertará mais 850 km e 1.600 MVA de novas linhas e subestações. Incluindo as obras licitadas nesses leilões de 2024, a Empresa de Pesquisa Energética apontou a necessidade de contratação de 14.600 km e 75.900 MVA para entrada entre 2027 e 2038.
Governo apresenta plano para garantir oferta de energia elétrica até 2029
Contextualização
Até março de 2024, o processo de acesso à Rede Básica de um agente
gerador até a assinatura do Contrato de Uso do Sistema de Transmissão (CUST)
envolvia duas etapas: a obtenção da Informação de Acesso (IA) e do Parecer de
Acesso (PA). A ascensão da geração proveniente do ambiente de contratação livre
de energia, a partir de 2020 e 2021, e o grande volume de geração por fontes
renováveis variáveis como eólica e fotovoltaica foram fatores que tornaram esse
processo insuficiente para garantir que o sistema de transmissão acomodasse
todas as outorgas a serem emitidas pela Aneel.
Nesse contexto, a agência promoveu consultas públicas com objetivo de propor uma reforma estrutural do acesso. O resultado desse debate foi a publicação da Resolução Normativa (REN) nº 1.069/2023, com aprimoramentos regulatórios relacionados ao acesso de geradores, aprovando a revisão do Módulo 5 das Regras dos Serviços de Transmissão. Dentre os avanços da nova regulamentação, vale destacar a extinção da IA substituindo-a pela disponibilização pelo ONS de Mapas de Margem com atualização quadrimestral. Essa mudança teve o intuito de proporcionar uma visão mais clara e atualizada da capacidade de escoamento remanescente do sistema de transmissão, melhorando a eficiência e a transparência das informações disponibilizadas ao mercado.
O maior desafio é de conectar as zonas remotas do Brasil. (pv-magazine-brasil)
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