São necessários até 15 milhões de módulos solares para implementar o
Programa Luz Para Todos, aponta estudo do IEMA.
O Programa Nacional de Universalização do Acesso e Uso da Energia
Elétrica, conhecido como Luz para Todos, demandará até 15 milhões de módulos
fotovoltaicos, baterias e inversores, a um custo de R$ 38 bilhões (US$ 7,4
bilhões), até 2028, de acordo com um estudo do Instituto de Energia e Meio
Ambiente (IEMA).
As descobertas indicam uma demanda de até 15 milhões de módulos
fotovoltaicos, baterias e inversores com um custo de R$ 38 bilhões (cerca de
USD 7,4 bilhões). Ao longo de 33 anos, seriam geradas entre 58 e 234 mil
toneladas de resíduos eletrônicos. “O trabalho avalia o Programa Luz para Todos
e as tecnologias solares e de baterias para atender às comunidades remotas”,
resume um dos autores do estudo e líder de projetos do IEMA, Vinícius Oliveira.
O Programa Luz para Todos propõe universalizar o acesso ao serviço
público de eletricidade em regiões remotas da Amazônia Legal com fontes de
energia renováveis. Uma diversificação das fontes de energia renováveis poderia
reduzir os resíduos gerados pelos equipamentos fotovoltaicos e estimular o
desenvolvimento de uma cadeia de serviços nas regiões que passarão a ter acesso
aos serviços de eletricidade.
“A consolidação de resultados mostra o tamanho físico e econômico do acesso. Além disso, a pesquisa aponta que ele pode ser menos oneroso para a população, que hoje tem energia por meio de geradores a derivados do petróleo ou estão no escuro, provendo uma energia barata e de qualidade. Se o direcionamento econômico da política pública atuasse no custo de capital dos sistemas, o preço da energia elétrica desses sistemas poderia ser inferior ao preço da energia cobrada pelas distribuidoras locais. Essa ação, somada à já existente tarifa social de energia elétrica, poderia atenuar a pobreza energética”, completa Oliveira.
Entre os pontos do estudo que a revista destacou, estão o Custo Nivelado de Energia (LCOE) varia entre 477 e 1.189 BRL/MWh ou 92 a 230 US$/MWh (custo de instalação, operação e descomissionamento relacionado à energia elétrica gerada ao longo da vida útil dos sistemas).
Além disso, a revisão dos trabalhos internacionais apontou que os
sistemas fotovoltaicos são os mais utilizados para levar acesso à energia
elétrica para regiões remotas e que não há literatura científica que aborde a
gestão e logística reversa dos resíduos de fontes renováveis em regiões
remotas. A Amazônia Legal carece de infraestrutura adequada para gerenciar
esses resíduos eletrônicos.
“Revisão de mais de uma centena de publicações científicas internacionais aponta uma tendência de se utilizar energia solar para a universalização do acesso em regiões remotas. LpT pode se tornar um grande exemplo mundial de política pública ao dar escala para a utilização dessa tecnologia em um grande território que é a Amazônia”, um dos autores do estudo, Fabio Galdino dos Santos.
O sol é para todos – e assim a luz chega a comunidades isoladas.
Com a participação de Vinícius Oliveira da Silva, Fabio Galdino dos
Santos, Isis Nóbile Diniz, Ricardo Lacerda Baitelo e André Luis Ferreira, o
artigo científico “Photovoltaic systems, costs, and electrical and electronic
waste in the Legal Amazon: An evaluation of the Luz para Todos Program” na
revista Renewable and Sustainable Energy Reviews (edição Volume 203), em julho
deste ano. (pv-magazine-brasil)
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