Produção
limitada de combustíveis alternativos e marcos regulatórios em constante
evolução devem pesar nos fretes no futuro.
No
pano de fundo, encontram-se as exigências de organismos internacionais de peso,
como a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad),
que clamam urgentemente pela transição para combustíveis mais limpos para
combater as mudanças climáticas.
À medida que a indústria avança na adoção de combustíveis alternativos e tecnologias mais verdes, espera-se um aumento significativo nos custos de frete, como consequência normalmente deixada de lado em muitos debates acerca do tema.
A Organização Marítima Internacional (IMO) estabeleceu metas ambiciosas para reduzir as emissões do setor em pelo menos 20% até 2030 e 70% até 2040, com o objetivo de alcançar emissões líquidas zero até 2050. Tais metas requerem investimentos significativos em novos navios, infraestrutura de combustíveis e avanços tecnológicos.
Por exemplo, a transição para combustíveis neutros em carbono pode dobrar os gastos anuais com combustível para muitas empresas logísticas, afetando desproporcionalmente pequenos estados insulares em desenvolvimento e países pobres, que são particularmente sensíveis às variações nas taxas de frete devido à sua dependência das importações.
Apesar do crescente impulso pelo transporte verde, diversos obstáculos dificultam o progresso. A produção de combustíveis alternativos ainda é limitada, sem contar que os marcos regulatórios estão em constante evolução e existe uma considerável lacuna “legal” entre as diferentes localidades.
Muitos
estudos indicam que os clientes das empresas logísticas estão dispostos a pagar
um prêmio pelo transporte verde, mas essa disposição está atualmente aquém do
necessário para uma descarbonização significativa.
Em última análise, o caminho para a descarbonização da indústria marítima é permeado por desafios econômicos. Os custos substanciais associados à transição para práticas mais sustentáveis podem resultar em taxas de frete mais elevadas no futuro. No entanto, tais esforços são cruciais para garantir um futuro sustentável e resiliente para o comércio global – afinal de contas, desastres ambientais têm se tornado mais constantes.
Ao equilibrar a sustentabilidade ambiental com as demandas econômicas, o transporte marítimo pode e deverá contribuir significativamente para a mitigação das mudanças climáticas, ao mesmo tempo que navega pelas complexidades financeiras impostas pelos requisitos ambientais. (brasilenergia)
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