O
plano atual da empresa para baterias tem potencial de reduzir emissões em até
170 mil toneladas anuais de carbono na operação
A
Braskem está avançando com seu primeiro projeto para utilizar baterias de
grande porte em suas unidades industriais com o objetivo de substituir parte da
geração térmica própria. Além de reduzir emissões de carbono, a iniciativa que
já foi validada tecnicamente e poderá iniciar operação em 2026, disse um
executivo da empresa à Reuters.
A primeira etapa do plano, que integra uma série de outras iniciativas para descarbonização industrial da petroquímica, prevê a instalação de um sistema de armazenamento de energia em baterias (BESS) de 9,5 megawatts (MW) em uma unidade no Rio Grande do Sul, com potencial de atingir redução de emissões de CO2 de até 65 mil toneladas/ano.
A aplicação já passou por uma validação técnica, para garantir que a bateria responderá às necessidades do sistema da companhia. Agora, o projeto entra em fase de recebimento de propostas comerciais em conjunto com modelos de negócio, explicou Gustavo Checcucci, diretor de energia e descarbonização industrial da Braskem.
“Caso tenhamos sucesso na avaliação de viabilidade, estimamos que a bateria entre em operação em 2026”, disse à Reuters.
Ele destacou que esses sistemas têm potencial de alterar a forma como as petroquímicas operam. Por se tratar de uma indústria eletrointensiva, com um processo produtivo que exige suprimento de energia elétrica ininterrupto, a Braskem tem hoje geração térmica própria em seus “sites”, uma vez que não pode ficar sujeita a eventuais quedas da energia proveniente da rede elétrica nacional.
A
proposta agora é substituir parte dessa geração termelétrica — baseada na
queima de combustíveis fósseis como combustíveis residuais, gás natural e óleo
— pela energia elétrica do “grid” suportada por baterias.
“A
ideia é vir com baterias industriais de grande porte que vão permitir que a
minha geração interna reduza… Porque vou acreditar que, quando tiver algum
evento na rede (elétrica), o que vai acontecer, a bateria vai responder de
maneira instantânea e garantir a confiabilidade”, disse.
O
executivo afirmou ainda que o uso de baterias em sistemas industriais é algo
relativamente novo, embora já se verifique em alguns países da Ásia. “É uma
solução disruptiva”.
A iniciativa da Braskem se soma a de outras grandes indústrias brasileiras que vêm testando a tecnologia, de formas distintas, em seus planos de descarbonização.
A Vale (VALE3), por exemplo, já utiliza baterias para armazenar energia durante o dia e utilizá-la nos horários de pico de demanda, quando a energia é mais cara, uma aplicação chamada de “peak shaving”.
Segundo
Checcucci, o uso da bateria para reduzir geração térmica será a primeira
aplicação de BESS de grande porte na Braskem, mas a empresa já explora outras
possibilidades, como a utilização para correção do fator de potência, resposta
à demanda e também “peak shaving”.
O plano atual da Braskem para baterias tem potencial de reduzir emissões em até 170 mil toneladas anuais de carbono na operação, mas a expectativa é que, com a consolidação dessa solução, esse ganho possa ser maior no futuro.
A Braskem assumiu o compromisso de reduzir as emissões de carbono em 15% até 2030 e alcançar a neutralidade de carbono até 2050. Para isso, a petroquímica avalia uma série de alternativas de descarbonização, como aumento da contratação de energia renovável, eletrificação de seus processos, uso de hidrogênio verde e outros. (forbes)
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