Japão considera grave vazamento de água radioativa de
Fukushima
As autoridades do
Japão qualificaram em 21/08/13 de "nível 3" - correspondente a um
"incidente grave" na escala internacional de eventos nucleares (Ines)
- o vazamento de 300 toneladas de água altamente radioativa da central de
Fukushima nos últimos dias.
A classificação de
nível 3 da escala de 0 a 7 corresponde ao "vazamento de grande volume de
material radioativo no interior da instalação". O acidente de
Fukushima, em 11/03/11, atingiu o nível 7, o mais elevado e que define
"efeitos consideráveis para a saúde e o meio ambiente".
Cerca de 300
toneladas de água radioativa vazaram de um tanque da usina nuclear japonesa, e
segundo a operadora do complexo, a Tokyo Electric Power Company (TEPCO), há
poças com níveis extremamente elevados de radiação, de 100 millisieverts por
hora.
"Isso significa
que, em uma hora, você fica exposto ao nível de radiação permitido para um
trabalhador de uma usina nuclear em cinco anos", informou um porta-voz da
empresa em 20/08/13.
Desde o tsunami que
atingiu Fukushima, afetando os sistemas de refrigeração do reator e provocando
colapsos, já ocorreram quatro vazamentos similares de tanques do mesmo tipo.
Porém, o vazamento mais recente é o pior em termos de volume, disse o porta-voz
da TEPCO.
A companhia admitiu
que a água tóxica pode contaminar as águas subterrâneas e desaguar no Oceano
Pacífico "a longo prazo", mas disse estar trabalhando para evitar que
isso ocorra.
"Estamos
transferindo a água contaminada de um tanque com problema de vazamento para
tanques intactos, recuperando a água que vazou e o solo em torno dela. Também
estamos reforçando as barragens existentes em torno dos tanques", disse o
porta-voz, enquanto a região enfrentava uma chuva pesada em 20/08/13.
A TEPCO, que
enfrenta enormes custos de limpeza, tem lutado para resolver o problema do
grande volume de água radioativa acumulada em função da contínua injeção para
resfriar os reatores. A empresa admitiu em julho, pela primeira vez,
que as águas subterrâneas radioativas haviam deixado o local do vazamento.
Os problemas levaram
o governo japonês e sua instituição reguladora nuclear a afirmar que ficariam
mais diretamente envolvidos na limpeza de Fukushima, ao invés de deixá-la por
conta da operadora.
Enquanto ninguém é
oficialmente registrado como vítima fatal em decorrência direta dos colapsos
dos reatores de Fukushima, as grandes áreas em torno da usina tiveram que ser
abandonadas.
Dezenas de milhares
de pessoas ainda não puderam retornar para as suas casas. (terra)
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