sábado, 10 de agosto de 2013

Fukushima expele água radioativa há 2 anos

Cerca de 300 toneladas de líquido contaminado vazam diariamente da usina danificada por tremor e tsunami em 2011.
Há dois anos e meio, desde que o terremoto seguido de tsunami atingiu o Japão, em 11 de março de 2011, água altamente radioativa - cerca de 300 toneladas do líquido contaminado por dia - tem vazado da usina nuclear de Fukushima para o Oceano Pacífico, informou ontem o governo japonês.
No dia anterior, a Tokyo Eletric Power Co. (Tepco), operadora do setor atômico, afirmou que água radioativa havia sido encontrada em uma barreira química subterrânea.
O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, determinou uma intervenção direta de seu governo para solucionar a questão, no lugar da Tepco, que apenas recentemente reconheceu que houve um vazamento de água radioativa de Fukushima e, em janeiro, disse ter encontrado peixes contaminados por radiação em um porto da usina.
A manobra do premiê equivale a uma insinuação de que a operadora do setor ainda não conseguiu dar conta das dimensões da catástrofe. "Há uma elevada preocupação entre a população, particularmente sobre o problema da água contaminada. Isso é uma questão urgente e é necessário abordá-la. O governo vai intervir para tomar medidas firmes."
Não ficou clara a ameaça que o vazamento de água radioativa - suficiente para encher uma piscina olímpica por semana - representa para saúde ou o meio ambiente. A ONG Greenpeace acusou a Tepco de ter "ocultado ansiosamente os vazamentos" e solicitou ao governo japonês que busque especialistas estrangeiros para tratar da questão.
Em comunicado, a diretora da entidade de defesa do meio ambiente, Rianne Teule, "pede para as autoridades japonesas fazerem de tudo ao seu alcance para resolver a situação, incluindo mais transparência e a obtenção de ajuda de técnicos internacionais".
Em uma medida de emergência aplicada nas semanas seguintes à catástrofe, o governo japonês autorizou a Tepco a despejar milhares de toneladas de água radioativa no Pacífico. Os recentes desdobramentos da tragédia elevam o risco da necessidade de uma descontaminação mais dispendiosa do que a prevista originalmente, que custaria US$11 bilhões e levaria até 40 anos.
Três reatores derreteram
O terremoto seguido de tsunami, ocorrido em 11/03/2011, no Japão, causou o derretimento de três reatores da usina atômica de Fukushima, 220 km a noroeste de Tóquio. As autoridades japonesas determinaram a retirada de 160 mil moradores de um raio de 20 km do local do acidente nuclear, mas especialistas afirmaram que uma área de até 80 km ao redor da usina deveria ter sido esvaziada para evitar sérias contaminações por radioatividade. (socioambiental)

Nenhum comentário: