Cerca de 300 toneladas de líquido contaminado vazam
diariamente da usina danificada por tremor e tsunami em 2011.
Há dois anos e meio, desde que o terremoto seguido de
tsunami atingiu o Japão, em 11 de março de 2011, água altamente radioativa -
cerca de 300 toneladas do líquido contaminado por dia - tem vazado da usina
nuclear de Fukushima para o Oceano Pacífico, informou ontem o governo japonês.
No dia anterior, a Tokyo Eletric Power Co. (Tepco),
operadora do setor atômico, afirmou que água radioativa havia sido encontrada
em uma barreira química subterrânea.
O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, determinou uma
intervenção direta de seu governo para solucionar a questão, no lugar da Tepco,
que apenas recentemente reconheceu que houve um vazamento de água radioativa de
Fukushima e, em janeiro, disse ter encontrado peixes contaminados por radiação
em um porto da usina.
A manobra do premiê equivale a uma insinuação de que a
operadora do setor ainda não conseguiu dar conta das dimensões da catástrofe.
"Há uma elevada preocupação entre a população, particularmente sobre o
problema da água contaminada. Isso é uma questão urgente e é necessário
abordá-la. O governo vai intervir para tomar medidas firmes."
Não ficou clara a ameaça que o vazamento de água radioativa
- suficiente para encher uma piscina olímpica por semana - representa para
saúde ou o meio ambiente. A ONG Greenpeace acusou a Tepco de ter "ocultado
ansiosamente os vazamentos" e solicitou ao governo japonês que busque
especialistas estrangeiros para tratar da questão.
Em comunicado, a diretora da entidade de defesa do meio ambiente,
Rianne Teule, "pede para as autoridades japonesas fazerem de tudo ao seu
alcance para resolver a situação, incluindo mais transparência e a obtenção de
ajuda de técnicos internacionais".
Em uma medida de emergência aplicada nas semanas seguintes à
catástrofe, o governo japonês autorizou a Tepco a despejar milhares de
toneladas de água radioativa no Pacífico. Os recentes desdobramentos da
tragédia elevam o risco da necessidade de uma descontaminação mais dispendiosa
do que a prevista originalmente, que custaria US$11 bilhões e levaria até 40
anos.
Três reatores derreteram
O terremoto seguido de tsunami, ocorrido em 11/03/2011, no
Japão, causou o derretimento de três reatores da usina atômica de Fukushima,
220 km a noroeste de Tóquio. As autoridades japonesas determinaram a retirada
de 160 mil moradores de um raio de 20 km do local do acidente nuclear, mas
especialistas afirmaram que uma área de até 80 km ao redor da usina deveria ter
sido esvaziada para evitar sérias contaminações por radioatividade. (socioambiental)
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