domingo, 4 de agosto de 2013

Usinas energéticas e as mudanças climáticas

Relatório do governo dos EUA mostra que usinas sofrem com mudanças climáticas
Matriz de energia em pane – Há quem trate o aquecimento global como uma possibilidade longínqua, mas, nos Estados Unidos, o governo já vê consequências bem práticas do problema. Relatório publicado este mês pelo Departamento de Energia americano mostra que diversas usinas termelétricas, solares, hidrelétricas e nucleares, além de refinarias, linhas de transmissão e gasodutos já sofreram as consequências das mudanças globais. Os motivos são claros: aumento de temperatura, diminuição na disponibilidade de água e condições climáticas extremas, com tempestades, aumento do nível do mar e enchentes.
Chamado “Vulnerabilidades do setor elétrico a mudanças climáticas” [U.S. Energy Sector Vulnerabilities to Climate Change and Extreme Weather, no original], o relatório dá vários exemplos dos desafios a serem enfrentados pelos EUA – e pelo mundo – para encontrar a matriz energética adequada para o futuro. Em 2010, por exemplo, a bacia do Rio Columbia, no estado de Washington, assistiu a uma diminuição significativa de seu nível de água, o que prejudicou a geração da usina hidrelétrica local. O resultado: uma perda de US$ 164 milhões em um ano.
Do outro lado do país, em Connecticut, a usina nuclear Millstone precisou desligar um reator por duas semanas porque a temperatura da água usada para resfriar o reator estava alta demais. A perda foi de 255 megawatts hora, ou milhões de dólares.
Segundo aponta o relatório, durante o século XX, os Estados Unidos viram um aumento de 0,8 C em sua temperatura. Julho de 2012 foi o mês mais quente do país desde o início da série histórica, em 1895.
Uma das maiores preocupações do departamento é a escassez de água, muito usada em diversos tipos de usina. As únicas fontes de energia que praticamente não usam o recurso são as eólicas e as fotovoltaicas modernas. As hidrelétricas são, obviamente, as mais afetadas. Outra preocupação é o grande número de usinas localizadas no litoral, o que as torna vulneráveis ao aumento do nível do mar e grandes tempestades.
Alarmante também é o fato de que, com temperaturas cada vez mais extremas, a demanda por energia crescerá, com o uso intenso de ar condicionado.
Mas há luz no fim do túnel. Um estudo citado pelo relatório americano mostrou que, se os Estados Unidos conseguissem que 80% de sua matriz dependesse de fontes de energia renovável (com cerca de metade vindo de solares e eólicas), o consumo de água no setor energético cairia 50%. (EcoDebate)

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