Relatório do governo dos EUA mostra que usinas sofrem com
mudanças climáticas
Matriz de energia em
pane – Há quem trate o aquecimento global como uma possibilidade longínqua,
mas, nos Estados Unidos, o governo já vê consequências bem práticas do
problema. Relatório publicado este mês pelo Departamento de Energia americano
mostra que diversas usinas termelétricas, solares, hidrelétricas e nucleares,
além de refinarias, linhas de transmissão e gasodutos já sofreram as
consequências das mudanças globais. Os motivos são claros: aumento de
temperatura, diminuição na disponibilidade de água e condições climáticas
extremas, com tempestades, aumento do nível do mar e enchentes.
Chamado
“Vulnerabilidades do setor elétrico a mudanças climáticas” [U.S. Energy
Sector Vulnerabilities to Climate Change and Extreme Weather, no
original], o relatório dá vários exemplos dos desafios a serem enfrentados
pelos EUA – e pelo mundo – para encontrar a matriz energética adequada para o
futuro. Em 2010, por exemplo, a bacia do Rio Columbia, no estado de Washington,
assistiu a uma diminuição significativa de seu nível de água, o que prejudicou
a geração da usina hidrelétrica local. O resultado: uma perda de US$ 164
milhões em um ano.
Do outro lado do
país, em Connecticut, a usina nuclear Millstone precisou desligar um reator por
duas semanas porque a temperatura da água usada para resfriar o reator estava
alta demais. A perda foi de 255 megawatts hora, ou milhões de dólares.
Segundo aponta o
relatório, durante o século XX, os Estados Unidos viram um aumento de 0,8 C em
sua temperatura. Julho de 2012 foi o mês mais quente do país desde o início da
série histórica, em 1895.
Uma das maiores
preocupações do departamento é a escassez de água, muito usada em diversos
tipos de usina. As únicas fontes de energia que praticamente não usam o recurso
são as eólicas e as fotovoltaicas modernas. As hidrelétricas são, obviamente,
as mais afetadas. Outra preocupação é o grande número de usinas localizadas no
litoral, o que as torna vulneráveis ao aumento do nível do mar e grandes
tempestades.
Alarmante também é o
fato de que, com temperaturas cada vez mais extremas, a demanda por energia
crescerá, com o uso intenso de ar condicionado.
Mas há luz no fim do
túnel. Um estudo citado pelo relatório americano mostrou que, se os Estados
Unidos conseguissem que 80% de sua matriz dependesse de fontes de energia
renovável (com cerca de metade vindo de solares e eólicas), o consumo de água
no setor energético cairia 50%. (EcoDebate)
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