quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Fukushima libera água radioativa no Pacífico

Fukushima libera 300 toneladas de água radioativa no Pacífico por dia
- Governo toma a frente dos esforços para frear a fuga de água contaminada
- Congelamento do solo aparece como solução para impedir vazamento
- Nível de radioatividade subiu 47 vezes em cinco dias
Funcionários do governo e especialistas nucleares inspecionam um canteiro de obras para evitar a infiltração de água contaminada para o mar em Fukushima.
O governo do Japão decidiu tomar frente da gestão da crise da central nuclear de Fukushima, de onde vazam cerca de 300 toneladas de água radioativa por dia rumo ao Oceano Pacífico. O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, afirmou nesta quarta-feira que o governo atuará diretamente na resolução do problema, em vez de contar unicamente com as ações da operadora da usina - a Tokyo Eletric Power Company (Tepco) -, cuja gestão tem sido muito criticada.
De acordo com Abe, o vazamento é pior do que se pensava e se trata de uma questão urgente, obrigando a ação do governo. Mais cedo, um funcionário do Ministério da Interior explicou que o vazamento tem ocorrido nos últimos dois anos - a Tepco admitiu o escape de água radioativa somente no mês passado.
- Não deixaremos nas mãos da Tepco. Prepararemos uma estratégia governamental. Vamos assegurar que haja um plano rápido - disse o primeiro-ministro, sem especificar que medidas serão tomadas.
A declaração de Abe vem depois de a Autoridade Reguladora Nuclear ter assegurado, na segunda-feira, que a água radioativa estava vazando para o mar acima dos níveis legais. Segundo a Tepco, o nível de radioatividade na água subterrânea subiu 47 vezes entre os dias 1º e 5 deste mês.
Barreira de gelo contra a água contaminada
Apesar de o premier não ter explicado como o governo agiria para controlar os danos no complexo nuclear, sabe-se que a Tepco e o poder público trabalham juntos desde maio na ideia de congelar o solo da região, com o objetivo de impedir o vazamento da água subterrânea e contaminada. A tecnologia não é nova, mas nunca foi usada na escala necessária em Fukushima: o plano seria congelar um perímetro de mais de um quilômetro em volta dos quatro reatores danificados, e a pelo menos 30 metros no subsolo, com o bombeamento de líquidos de arrefecimento.
- Não há precedentes na criação de uma barreira de contenção de água com solo congelado em uma escala tão grande - disse o secretário-chefe do Gabinete japonês, Yoshihide Suga. - Para construir isso, acho que o Estado deve participar.
O complexo nuclear de Fukushima foi gravemente danificado por um terremoto seguido de um tsunami em março de 2011. Em janeiro deste ano, a Tepco encontrou peixe contaminado com alto nível de radiação dentro de um porto na usina. Pescadores locais e pesquisadores independentes já suspeitavam do vazamento, mas a empresa sempre negou que isso ocorresse. A limpeza total da área deve levar pelo menos 40 anos, ao custo esperado de US$ 11 bilhões. (globo)


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