quarta-feira, 10 de junho de 2015

Dirigindo um negócio promissor

Carros ecológicos danificam menos o meio ambiente e apontam para um futuro bem diferente.
Sustentáveis, eles não poluem nem danificam o meio ambiente – se o fazem, é o mínimo possível. Econômicos, demandam menos consumo de combustível do que os automóveis tradicionais. No caso dos veículos elétricos, estes demandam menos manutenção e possuem menos peças – vantagens para o consumidor final. No entanto, há conflitos e polêmicas envolvendo estes automóveis ecológicos e especiais. Em 2013, o Portal IG informou que não existia uma legislação específica para estes, tanto que carros elétricos pagam o mesmo imposto que os esportivos, apesar de os primeiros poluírem menos o meio ambiente. “As entidades do setor apresentaram uma proposta ao governo federal, porém, até o momento, não há definição com relação aos benefícios para consumidores ou às cargas tributárias que serão aplicadas ao mercado brasileiro na importação de tais produtos”, informa o BMW. Apesar das muitas vantagens proporcionadas pelos carros elétricos, Silvia Barcik, coordenadora do projeto de veículos elétricos da Renault do Brasil, identifica uma desvantagem no país. “Há poucos incentivos para a aquisição destes modelos”, diz. A Revista Food Service News investigou quais são os carros ecológicos comercializados atualmente e as medidas adotadas pelas empresas automobilísticas em prol da sustentabilidade.
FIAT
Instalada em Betim, Minas Gerais, no ano de 1976, a FIAT Automóveis apresenta, desde o lançamento do primeiro carro, soluções pioneiras para o mercado ao desenvolver carros econômicos, inteligentes no aproveitamento de espaço, com motores pequenos e potentes. Naquele ano, a marca lançou o Fiat 147, primeiro carro com motor transversal do país. Três anos depois, foi a vez do primeiro veículo movido a etanol produzido em série. Na sequência, a empresa apresentou o primeiro carro popular com motor 1.0; a família de motores Fire, mais leves e econômicos e o Siena Tetrafuel, primeiro e único modelo alimentado por quatro combustíveis, além de outras inovações. Em 2008, a Fiat liderou o movimento para introduzir no Brasil o conceito de downsizing com o lançamento do propulsor Fire 1.4l T-Jet, presente nos modelos Bravo e Punto. “O volume interno (cilindrado) do motor foi reduzido, passando a contar com um turbo compressor. Motor compacto consome menos combustível e, consequentemente, emite menos gás carbônico em comparação a um motor da mesma potência numa cilindrada maior”, afirma a empresa. No mercado desde 2011, a versão Economy do Novo Uno inovou com o motor 1.4l Fire Evo. “Um importante conceito que guiou as pesquisas para o desenvolvimento da versão Economy foi a melhoria do coast down, ou seja, melhoria da resistência total ao deslocamento. Foram criadas soluções para diminuir o atrito do pneu com o solo, o atrito da carroçaria com o ar e até diminuir as rotações do motor, através de relações de marchas mais longas. Menor atrito demanda menos potência do motor para deslocar o veículo e, consequentemente, há a diminuição do consumo de combustível e ganhos para o meio ambiente”, diz a empresa. Outro importante investimento para a melhoria da eficiência energética é o uso de materiais verdes, ou seja, materiais reciclados e de matérias-primas renováveis, a exemplo dos óleos vegetais, polímeros verdes, biopolímeros e fibras vegetais. De acordo com a empresa, “as novas tendências do setor automotivo estão sendo desenhadas hoje. O veículo dos anos futuros será mais avançado em termos de performance, design, dirigibilidade, conectividade, funcionalidade, eficiência energética, emissões baixas, segurança e acessibilidade. São características e tecnologias em evolução”. A Fiat também aponta outra tendência, no caso “um processo de produção mais limpo e eficiente. Estamos investindo muito nisto. Nos últimos cinco anos, os investimentos diretos em gestão ambiental ultrapassaram R$ 40 milhões – recursos que sinalizam a aposta da Fiat em tecnologias mais eficientes e eficazes para prevenir e reduzir os impactos ambientais”.
BMW
De olho em tecnologias mais sustentáveis que primam pela redução da emissão de gás carbônico, o BMW Group esteve na vanguarda destas inovações nos últimos anos. A marca criou tecnologias como o EfficientDynamic e a submarca BMW i, responsável pelo desenvolvimento de veículos elétricos. Os modelos BMW i3 e i8, disponíveis na Europa e nos Estados Unidos, são referências em alta tecnologia, proporcionando mobilidade, conforto, desempenho e sustentabilidade. De acordo com a empresa, o BMW i3 busca “atender um perfil diferenciado de consumidor, o qual utiliza o automóvel diariamente em centros urbanos e se preocupa com sustentabilidade. Com a chegada de modelos elétricos, os motores e a combustão não desaparecerão, mas se tornarão cada vez mais eficientes, econômicos e emitirão cada vez menos poluentes”. Com previsão de chegar ao Brasil neste ano, o BMW i3 é o primeiro modelo elétrico da empresa e desenvolvido para os centros urbanos. Possui autonomia de 160 km por carga completa, o suficiente para deslocamentos diários nas grandes cidades. Por sua vez, segundo a empresa, o BMW i8 “é um veículo híbrido plug-in que promete revolucionar o segmento de veículos esportivos com a sincronização entre o motor elétrico de 131 hp e a combustão com 231 hp de potência. O BMW i8 foi projetado para apresentar os mesmos níveis de consumo de um veículo compacto, próximo aos 40 km/h”. O BMW i8 está confirmado para o mercado brasileiro, mas sem previsão exata de chegada. O BMW Group construiu seu sucesso baseando-se no pensamento de longo prazo e na ação responsável. Assim, estabeleceu critérios de sustentabilidade ecológica e social em toda a sua cadeia de valor, incluindo responsabilidade total pelos produtos e comprometimento com a conservação dos recursos naturais. “Atualmente, os carros do BMW Group já são produzidos com uma redução de 30% na utilização de recursos naturais e a meta é baixar ainda mais esse consumo. As novas taxas de reciclagem que entram em vigência a partir de 2015 – de 85% de reutilização e reciclagem de materiais e 95% de recuperação global – já fazem parte dos processos da companhia”, informa. Além disso, a empresa investe constantemente em tecnologias que contribuem para o desenvolvimento de produtos cada vez mais sustentáveis, como motores eficientes, aerodinâmica otimizada, gestão de energia inteligente, design que contribui para o baixo peso, função Auto Start Stop, regeneração de energia, pneus de atrito reduzido e o modo Eco Pro, o qual, dependendo do estilo de condução individual, proporciona uma economia de combustível de até 20%. Como resultado dos seus esforços, o BMW Group foi classificado como líder da indústria automotiva pelo Índice de Sustentabilidade Dow Jones (Dow Jones Sustaintability Indexes) por oito anos consecutivos. No Brasil, a empresa segue os mesmos conceitos adotados pela matriz.
Renault
Adepta ao desenvolvimento sustentável, a Renault oferece uma gama de veículos elétricos: Zoe, Fluence Z.E., Kangoo Z.E e Twizy. De acordo com Silvia Barcik, coordenadora do projeto de veículos elétricos da Renault do Brasil, o veículo 100% elétrico é acionado por meio de baterias que impulsionam seu eixo e faz o automóvel se movimentar. “A principal vantagem dos elétricos é a ausência de emissão de poluentes. No entanto, no Brasil, a principal desvantagem é a falta de estrutura para comportar os carregadores”, afirma. A Renault trabalha intensamente no desenvolvimento de tecnologias para tornar os motores mais eficientes e mais econômicos, atuando em duas direções: maior eficiência dos motores a combustão com o menor consumo de combustível e veículos elétricos. A marca utiliza seus laboratórios de pesquisas espalhados no mundo todo, além de aproveitar a expertise de 35 anos na Fórmula 1. “No Brasil, a política da Renault para a produção de motores a combustão interna voltados para o menor consumo de combustível está sendo evidenciado com o bom desempenho da marca no Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular elaborado pelo Inmetro”, destaca Sílvia. No entanto, a coordenadora reconhece que a comercialização de carro elétrico para o consumidor final ainda não é viável no país, visto que não há uma política voltada para esta solução, sem falar dos altos preços destes produtos. “Estamos realizando algumas vendas para empresas, porém, não é apenas uma venda simples, mas, sim, um desenvolvimento de um projeto de mobilidade”, diz.
Toyota
O Prius, da Toyota, foi o primeiro veículo híbrido a ser vendido em escala comercial. Lançado no mercado em 1997, já vendeu mais de 5 milhões de unidades desde então. O modelo combina um motor a combustão e um elétrico que trabalham simultaneamente visando a economia de combustível. De acordo com a Toyota, o Prius chega a rodar 25 km graças à tecnologia Toyota Hybrid Synergy Drive, capaz de gerenciar automaticamente o uso dos propulsores de acordo com as necessidades do condutor. Ainda de acordo com a empresa, o Prius “consome cerca de 50% menos combustível e emite 50% menos gás carbônico na atmosfera se comparado com um veículo convencional de mesmas proporções”. No Brasil desde 2013, o modelo enfrenta obstáculos para alavancar as vendas. O principal é o preço, visto que um Prius custa cerca de R$ 120 mil. A Toyota é uma empresa atenta ao meio ambiente, tanto que foi premiada como a Marca Mais Verde pelo Instituto Internacional Interbrand. Além disso, a fábrica localizada em Sorocaba, no interior de São Paulo, na qual o Etios é produzido, opera sob o conceito de ecofactory, ou seja, minimiza ao máximo a emissão de poluentes ao adotar modernas técnicas de pintura ao seco e reuso de água. (foodservicenews)

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