Carros ecológicos danificam menos o meio ambiente e
apontam para um futuro bem diferente.
Sustentáveis, eles não poluem
nem danificam o meio ambiente – se o fazem, é o mínimo possível. Econômicos,
demandam menos consumo de combustível do que os automóveis tradicionais. No
caso dos veículos elétricos, estes demandam menos manutenção e possuem menos
peças – vantagens para o consumidor final. No entanto, há conflitos e polêmicas
envolvendo estes automóveis ecológicos e especiais. Em 2013, o Portal IG
informou que não existia uma legislação específica para estes, tanto que carros
elétricos pagam o mesmo imposto que os esportivos, apesar de os primeiros
poluírem menos o meio ambiente. “As entidades do setor apresentaram uma
proposta ao governo federal, porém, até o momento, não há definição com relação
aos benefícios para consumidores ou às cargas tributárias que serão aplicadas
ao mercado brasileiro na importação de tais produtos”, informa o BMW. Apesar
das muitas vantagens proporcionadas pelos carros elétricos, Silvia Barcik,
coordenadora do projeto de veículos elétricos da Renault do Brasil, identifica
uma desvantagem no país. “Há poucos incentivos para a aquisição destes
modelos”, diz. A Revista Food Service News investigou quais são os carros
ecológicos comercializados atualmente e as medidas adotadas pelas empresas
automobilísticas em prol da sustentabilidade.
FIAT
Instalada
em Betim, Minas Gerais, no ano de 1976, a FIAT Automóveis apresenta, desde o
lançamento do primeiro carro, soluções pioneiras para o mercado ao desenvolver
carros econômicos, inteligentes no aproveitamento de espaço, com motores
pequenos e potentes. Naquele ano, a marca lançou o Fiat 147, primeiro carro com
motor transversal do país. Três anos depois, foi a vez do primeiro veículo
movido a etanol produzido em série. Na sequência, a empresa apresentou o
primeiro carro popular com motor 1.0; a família de motores Fire, mais leves e
econômicos e o Siena Tetrafuel, primeiro e único modelo alimentado por quatro
combustíveis, além de outras inovações. Em 2008, a Fiat liderou o movimento
para introduzir no Brasil o conceito de downsizing com o lançamento do
propulsor Fire 1.4l T-Jet, presente nos modelos Bravo e Punto. “O volume
interno (cilindrado) do motor foi reduzido, passando a contar com um turbo
compressor. Motor compacto consome menos combustível e, consequentemente, emite
menos gás carbônico em comparação a um motor da mesma potência numa cilindrada
maior”, afirma a empresa. No mercado desde 2011, a versão Economy do Novo Uno
inovou com o motor 1.4l Fire Evo. “Um importante conceito que guiou as
pesquisas para o desenvolvimento da versão Economy foi a melhoria do coast
down, ou seja, melhoria da resistência total ao deslocamento. Foram criadas
soluções para diminuir o atrito do pneu com o solo, o atrito da carroçaria com
o ar e até diminuir as rotações do motor, através de relações de marchas mais
longas. Menor atrito demanda menos potência do motor para deslocar o veículo e,
consequentemente, há a diminuição do consumo de combustível e ganhos para o
meio ambiente”, diz a empresa. Outro importante investimento para a melhoria da
eficiência energética é o uso de materiais verdes, ou seja, materiais
reciclados e de matérias-primas renováveis, a exemplo dos óleos vegetais,
polímeros verdes, biopolímeros e fibras vegetais. De acordo com a empresa, “as
novas tendências do setor automotivo estão sendo desenhadas hoje. O veículo dos
anos futuros será mais avançado em termos de performance, design,
dirigibilidade, conectividade, funcionalidade, eficiência energética, emissões
baixas, segurança e acessibilidade. São características e tecnologias em
evolução”. A Fiat também aponta outra tendência, no caso “um processo de
produção mais limpo e eficiente. Estamos investindo muito nisto. Nos últimos
cinco anos, os investimentos diretos em gestão ambiental ultrapassaram R$ 40
milhões – recursos que sinalizam a aposta da Fiat em tecnologias mais
eficientes e eficazes para prevenir e reduzir os impactos ambientais”.
BMW
De
olho em tecnologias mais sustentáveis que primam pela redução da emissão de gás
carbônico, o BMW Group esteve na vanguarda destas inovações nos últimos anos. A
marca criou tecnologias como o EfficientDynamic e a submarca BMW i, responsável
pelo desenvolvimento de veículos elétricos. Os modelos BMW i3 e i8, disponíveis
na Europa e nos Estados Unidos, são referências em alta tecnologia,
proporcionando mobilidade, conforto, desempenho e sustentabilidade. De acordo
com a empresa, o BMW i3 busca “atender um perfil diferenciado de consumidor, o
qual utiliza o automóvel diariamente em centros urbanos e se preocupa com
sustentabilidade. Com a chegada de modelos elétricos, os motores e a combustão
não desaparecerão, mas se tornarão cada vez mais eficientes, econômicos e
emitirão cada vez menos poluentes”. Com previsão de chegar ao Brasil neste ano,
o BMW i3 é o primeiro modelo elétrico da empresa e desenvolvido para os centros
urbanos. Possui autonomia de 160 km por carga completa, o suficiente para
deslocamentos diários nas grandes cidades. Por sua vez, segundo a empresa, o
BMW i8 “é um veículo híbrido plug-in que promete revolucionar o segmento de
veículos esportivos com a sincronização entre o motor elétrico de 131 hp e a
combustão com 231 hp de potência. O BMW i8 foi projetado para apresentar os
mesmos níveis de consumo de um veículo compacto, próximo aos 40 km/h”. O BMW i8
está confirmado para o mercado brasileiro, mas sem previsão exata de chegada. O
BMW Group construiu seu sucesso baseando-se no pensamento de longo prazo e na
ação responsável. Assim, estabeleceu critérios de sustentabilidade ecológica e
social em toda a sua cadeia de valor, incluindo responsabilidade total pelos
produtos e comprometimento com a conservação dos recursos naturais.
“Atualmente, os carros do BMW Group já são produzidos com uma redução de 30% na
utilização de recursos naturais e a meta é baixar ainda mais esse consumo. As
novas taxas de reciclagem que entram em vigência a partir de 2015 – de 85% de
reutilização e reciclagem de materiais e 95% de recuperação global – já fazem
parte dos processos da companhia”, informa. Além disso, a empresa investe
constantemente em tecnologias que contribuem para o desenvolvimento de produtos
cada vez mais sustentáveis, como motores eficientes, aerodinâmica otimizada,
gestão de energia inteligente, design que contribui para o baixo peso, função
Auto Start Stop, regeneração de energia, pneus de atrito reduzido e o modo Eco
Pro, o qual, dependendo do estilo de condução individual, proporciona uma
economia de combustível de até 20%. Como resultado dos seus esforços, o BMW
Group foi classificado como líder da indústria automotiva pelo Índice de
Sustentabilidade Dow Jones (Dow Jones Sustaintability Indexes) por oito anos
consecutivos. No Brasil, a empresa segue os mesmos conceitos adotados pela
matriz.
Renault
Adepta
ao desenvolvimento sustentável, a Renault oferece uma gama de veículos elétricos:
Zoe, Fluence Z.E., Kangoo Z.E e Twizy. De acordo com Silvia Barcik,
coordenadora do projeto de veículos elétricos da Renault do Brasil, o veículo
100% elétrico é acionado por meio de baterias que impulsionam seu eixo e faz o
automóvel se movimentar. “A principal vantagem dos elétricos é a ausência de
emissão de poluentes. No entanto, no Brasil, a principal desvantagem é a falta
de estrutura para comportar os carregadores”, afirma. A Renault trabalha
intensamente no desenvolvimento de tecnologias para tornar os motores mais
eficientes e mais econômicos, atuando em duas direções: maior eficiência dos
motores a combustão com o menor consumo de combustível e veículos elétricos. A
marca utiliza seus laboratórios de pesquisas espalhados no mundo todo, além de
aproveitar a expertise de 35 anos na Fórmula 1. “No Brasil, a política da
Renault para a produção de motores a combustão interna voltados para o menor
consumo de combustível está sendo evidenciado com o bom desempenho da marca no
Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular elaborado pelo Inmetro”, destaca
Sílvia. No entanto, a coordenadora reconhece que a comercialização de carro
elétrico para o consumidor final ainda não é viável no país, visto que não há
uma política voltada para esta solução, sem falar dos altos preços destes
produtos. “Estamos realizando algumas vendas para empresas, porém, não é apenas
uma venda simples, mas, sim, um desenvolvimento de um projeto de mobilidade”,
diz.
Toyota
O
Prius, da Toyota, foi o primeiro veículo híbrido a ser vendido em escala
comercial. Lançado no mercado em 1997, já vendeu mais de 5 milhões de unidades
desde então. O modelo combina um motor a combustão e um elétrico que trabalham
simultaneamente visando a economia de combustível. De acordo com a Toyota, o Prius
chega a rodar 25 km graças à tecnologia Toyota Hybrid Synergy Drive, capaz de
gerenciar automaticamente o uso dos propulsores de acordo com as necessidades
do condutor. Ainda de acordo com a empresa, o Prius “consome cerca de 50% menos
combustível e emite 50% menos gás carbônico na atmosfera se comparado com um
veículo convencional de mesmas proporções”. No Brasil desde 2013, o modelo
enfrenta obstáculos para alavancar as vendas. O principal é o preço, visto que
um Prius custa cerca de R$ 120 mil. A Toyota é uma empresa atenta ao meio
ambiente, tanto que foi premiada como a Marca Mais Verde pelo Instituto
Internacional Interbrand. Além disso, a fábrica localizada em Sorocaba, no
interior de São Paulo, na qual o Etios é produzido, opera sob o conceito de ecofactory,
ou seja, minimiza ao máximo a emissão de poluentes ao adotar modernas técnicas
de pintura ao seco e reuso de água. (foodservicenews)
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