quinta-feira, 30 de julho de 2015

Comunidade amazônica usa energia solar para purificar água

Comunidades isoladas da Amazônia usam energia solar para purificar a água
Os aparelhos funcionam com energia solar e fornecem água limpa para pessoas que vivem em locais remotos, sem acesso à energia elétrica. 
Purificadores de água compactos desenvolvidos pelo Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa) estão garantindo água potável para comunidades isoladas da região amazônica. Os aparelhos funcionam com energia solar e fornecem água limpa para pessoas que vivem em locais remotos, sem acesso à energia elétrica. Entre as 13 populações com o purificador já instalado, estão os índios da etnia Deni, que residem a 25 dias de barco de Manaus, no Alto Rio Juruá.
O purificador elimina 99,5% das bactérias, fungos e coliformes da água dos rios por meio de uma lâmpada de luz ultravioleta C, os raios mais perigosos da radiação ultravioleta. A lâmpada é colocada no interior de um tubo metálico. Quando a água passa pelo tubo é bombardeada pela luz e sai desinfetada. Um painel de energia solar carrega a bateria que acende a luz.
Durante a 67ª reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em São Carlos, o pesquisador do Inpa Carlos Bueno, em entrevista à Agência Brasil, disse que o projeto foi desenvolvido para evitar mortes por contaminação e verminoses, principalmente de crianças, devido ao consumo de água não potável. Os testes em aldeias indígenas começaram em 2007. “O purificador é resultado da remodelagem de tecnologias que já existiam”, explicou.
Segundo o pesquisador, apesar da grande quantidade de água doce na região amazônica, há muita água de baixa qualidade. “Nos rios próximos a comunidades, as águas encontram-se poluídas por populações que vivem de costas para o rio”, ressaltou. Bueno atribui o fato a fatores culturais, como a crença de que a sujeira jogada no rio é levada embora.
O Inpa, em parceria com o sistema de saúde, está avaliando os impactos da tecnologia nos números de contaminação e verminoses das populações beneficiadas. “Os resultados são altamente positivos, os indígenas, inclusive, apelidaram o aparelho de ‘benção de Deus’”, disse Bueno.
O Instituto tem 56 aparelhos montados. De acordo com o pesquisador, ainda este ano, serão instalados dois purificadores em cada estado da Região Norte, em comunidades isoladas, unidades de conservação e pelotões de fronteira do Exército.
Acoplado a um painel de energia solar e à caixa de água, o purificador filtra 400 litros por hora. 
O purificador é uma caixa metálica de 13 quilos, e todo o sistema custa R$ 2 mil, incluindo o painel solar e o filtro de entrada. A lâmpada e a bateria duram cerca de 10 mil horas, ou seja, de três a quatro anos. Bueno acrescenta que a manutenção é mínima neste período.
Acoplado a um painel de energia solar e à caixa de água das comunidades, o purificador filtra 400 litros por hora, ou seja, 5 mil litros por dia, o suficiente para fornecer água limpa para beber e cozinhar a 300 pessoas.
Mas, para que o purificador funcione com eficiência, a água que passa pelo aparelho precisa ser límpida, translúcida, permitindo que a luz a atravesse. Bueno conta que as águas dos rios da Amazônia são diversificadas, assim como a fauna e a flora da região. “Temos água branca, preta, como no Rio Negro, e igarapés, vermelha, como em São Gabriel da Cachoeira, barrenta ou branca, como do Rio Amazonas e Solimões, e verde, como a do Rio Tapajós.”
O pesquisador explicou que cada uma dessas águas têm quantidades diferentes de resíduos em suspensão, que precisam passar por um filtro físico antes de entrar no purificador, que é um filtro biológico. “Com água barrenta, por exemplo, a eficiência da radiação não vai ser boa, então o aparelho exige que sejam acoplados filtros para melhorar a qualidade da água antes que seja purificada”, explicou.
Os filtros usados nos purificadores em operação foram comprados prontos no mercado, mas o Inpa está patenteando um projeto de filtro natural feito com sementes de plantas como as palmeiras e tubos de PVC. “Entre as vantagens desse tipo de filtro é que, além de retirar materiais em suspensão, ele tira o cheiro da água. E como as sementes são a parte mais nutritiva das plantas, ricas em minerais, tornam a água mais rica.”
O especialista informou que, para expandir a produção do purificador, o Inpa assinou um contrato de parceria com uma empresa que trabalha com energias alternativas. “Estão trabalhando junto com o Inpa e vão dar escala de produção para o aparelho.”
O instituto também fez parceria com o Exército para desenvolver um projeto chamado Homem Água, que consiste em um modelo mais compacto do aparelho que vai caber em uma mochila. “Quando os soldados estiverem em treinamentos na selva, por exemplo, vão poder instalar o sistema e tratar água para o pelotão inteiro tomar quando pararem”, explicou Bueno. (ecodebate)

terça-feira, 28 de julho de 2015

Aquecimento solar reduz 30% conta de luz do Minha Casa Minha Vida

Com aquecimento solar, unidades do Minha Casa Minha Vida reduzem conta de luz em até 30%.
Sistema de aquecimento solar contribui para sustentabilidade ambiental dos empreendimentos e economia de quase 900 mil pessoas.
Um sistema de aquecimento solar nas unidades do Minha Casa Minha Vida (MCMV) vai beneficiar cerca de 896 mil pessoas em diversas regiões do Brasil. A instalação aumenta a eficiência energética, contribuindo para a sustentabilidade ambiental dos empreendimentos e para a economia das famílias, com reduções na conta de luz de até 30%. Os custos estão incluídos nos valores máximos de aquisição dos imóveis, não acarretando gastos adicionais para as famílias beneficiárias.
Uma pesquisa realizada em 2014 pela Caixa, Eletrobrás e Universidade UNA nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul mostra que 60% dos usuários perceberam economia na conta de energia com a utilização do SAS. A pesquisa foi realizada com apoio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit – GIZ (Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável).
Desde a segunda fase do programa, a instalação do sistema é obrigatória nas unidades unifamiliares contratadas a partir de junho de 2012, nas modalidades Empresas e Entidades, que atendem famílias com renda até R$ 1.600,00.
Os empreendimentos do MCMV possuem infraestrutura com abastecimento de água, esgotamento sanitário, pavimentação, energia elétrica, iluminação pública e coleta de resíduos sólidos.
Desde 2009, o Ministério das Cidades contratou 3,9 milhões unidades habitacionais no Brasil com investimento de R$ 265,2 bilhões. Em breve o governo federal vai anunciar a terceira fase do Programa. A meta é contratar mais 3 milhões de unidades habitacionais em todo o País. (ecodebate)

Painel solar gerará até 24% mais energia que a média no Paraná

Painel solar pode gerar até 24% mais energia que a média consumida por uma casa no Paraná.
Estudo mostra que Curitiba tem potencial para a geração de energia solar mesmo havendo o mito de que, por ser a capital mais fria do país, a cidade teria poucas condições para esta forma de geração de energia elétrica.
Um estudo realizado com dados da micro usina solar instalada no Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) mostra que um sistema feito com painéis fotovoltaicos de silício policristalino, um dos materiais disponíveis no mercado avaliado pelo Centro de Energias da instituição, tem condições de gerar em Curitiba, por mês, até 24% mais energia que a média consumida por residências paranaenses mensalmente.
A pesquisa mostra que de fevereiro a junho deste ano o sistema gerou um acumulado de 1056 kWh, uma média mensal de 211 kWh, geração superior ao consumo médio por mês de uma casa no Paraná. Em 2013, de acordo com o Anuário Estatístico de Energia Elétrica da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), uma residência paranaense consumia 170 kWh por mês.
O estudo analisou os dados a partir de fevereiro porque foi nesta data que a Companhia Paranaense de Energia (Copel) autorizou o Tecpar a interligar o sistema à rede, possibilitando a operação do sistema e o consumo da energia gerada pelos painéis. A interligação da plataforma geradora à rede do Tecpar atende um dos objetivos contidos no Decreto Estadual 8.842/2013, que cria o Programa Smart Energy Paraná, vinculado ao o Programa Paraná Inovador, da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti).
De acordo com a pesquisadora do Centro de Energias Débora Cristina Colla, que avaliou os dados obtidos dos painéis, essa média de geração mostra que Curitiba tem potencial para a geração de energia solar e que os sistemas geradores podem conseguir bons resultados na cidade, mesmo havendo o mito de que por ser a capital mais fria do país, Curitiba teria poucas condições para esta forma de geração de energia elétrica.
“Esses dados locais dão segurança às pesquisas científicas e ao mercado de que há potencial de geração de energia solar em Curitiba. É importante também para o consumidor avaliar a possibilidade de investir neste sistema. O retorno quanto à eficiência do painel e à performance do conjunto para a região é satisfatório”, pontua.
Débora ressalva, porém, que como os dados foram obtidos em apenas uma parte do ano, sua maioria no outono, é possível que a média de geração seja diferente quando for avaliada a produção de energia solar ao longo de um ano completo. “Enquanto isso, continuamos a pesquisar o custo-benefício dessa geração para a cidade e para o estado”, ressalta a pesquisadora.
Consumidor
O consumidor que tenha interesse em instalar painéis solares já tem amparo legal para consumir a energia gerada. Pela legislação brasileira, caso uma unidade gere mais energia do que consuma, pode devolvê-la à rede, gerando um bônus que pode ser compensado em períodos de maior consumo em um prazo limite de 36 meses.
Usando como exemplo os dados obtidos pelos painéis do Tecpar e a média do consumo no estado, se uma residência consumisse 170 kWh em um mês, tendo produzido 211 kWh, a diferença de 41 kWh poderia ser usada para abater a conta de luz quando o consumo for maior que a produção. (ecodebate)

domingo, 26 de julho de 2015

Consumo e eficiência energética 2015

Consumo e eficiência energética são os desafios da indústria para 2015
Confederação Nacional da Indústria (CNI) produziu, este ano, uma cartilha com várias dicas para ajudar as federações e fábricas brasileiras.
Setor que mais consome eletricidade, a indústria é também o mais preocupado com a redução do custo do insumo, que reflete diretamente no preço das mercadorias produzidas e, portanto, compromete sua competitividade. Por isso, apesar do consumo de mais de 1 milhão de GWh em seis anos, contra 657 mil GWh das residências, conforme o levantamento da Abresco, o desperdício foi de apenas 6,2% em seis anos, ante os mais de 15% da economia potencial dos consumidores residenciais.
Para ajudar as federações e fábricas brasileiras, diante do desarranjo do setor elétrico e das tarifas em elevação, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) produziu, este ano, uma cartilha com várias dicas de como ampliar a eficiência energética dos processos. Entre elas, a economia possível em motores elétricos, sistemas de refrigeração, de ar-comprimido e de iluminação, itens que representam mais de 50% dos custos em energia elétrica na indústria.
Convidado para participar do Conselho de Políticas Industriais da CNI e sugerir alternativas para a redução do consumo de energia, o presidente do Instituto para o Desenvolvimento de Energias Alternativas (Ideal), Mauro Passos, apresentou a possibilidade de mitigar os custos com a implementação de painéis fotovoltaicos e minigeração eólica nos parques fabris. "O Brasil tem um potencial solar e de ventos muito grande. No caso solar a economia não tem limite porque depende do tamanho dos painéis instalados. Há empresas que podem cobrir todo o telhado e áreas de estacionamento e, com isso, ficar autossuficientes. O aquecimento de água com energia solar também é aplicável ao processo industrial para produzir vapor", ressalta.
Os painéis solares são, ainda, uma boa solução para residências e estabelecimentos comerciais, garante Passos. "A taxa de retorno depende do local, para avaliar a relação entre a insolação e o custo da tarifa. No caso de Uberlândia, em Minas Gerais, por exemplo, onde há excelente incidência de sol e as tarifas são caras, o retorno do investimento ocorre em cinco anos. Sendo que os equipamentos têm vida útil de 25 anos, o que assegura duas décadas de lucro", calcula. Passos revela que, para uma casa de classe média, o investimento inicial fica entre R$ 10 mil e R$ 15 mil.
Impacto represado
Se tudo que o que impactou no setor elétrico em 2014 tivesse sido aplicado para os consumidores, a alta das tarifas teria chegado a 43% este ano. O alerta é do presidente do Instituto Acende Brasil, Claudio Sales. Ele revela que os empréstimos de bancos às distribuidoras e os aportes do Tesouro empurraram essa fatura para os próximos anos. Por isso, as perspectivas para 2015 são de aumentos elevados. "O setor continua financeiramente desmantelado", assinala. Um racionamento não está totalmente descartado, mas isso vai depender do regime de chuvas do período úmido, se será capaz de recompor os reservatórios, hoje em níveis críticos. (em)

Eficiência Energética – Propostas

A energia movimenta o mundo e para que ela e os demais recursos naturais não acabem de vez, a ordem é consumir apenas.
A energia movimenta o mundo. Para que ela e os demais recursos naturais não acabem de vez, a ordem é consumir apenas o necessário, sem desperdícios. Este princípio da economia verde, ou seja, a aplicação da sustentabilidade nos negócios, é uma atitude inteligente e de bom senso de quem pensa no presente e no futuro do planeta. Uma análise profunda e cuidadosa de todo o processo de produção e gestão de uma empresa mostra claramente onde estão os excessos e permite um planejamento para o uso adequado.
Para reduzir a conta de energia elétrica, a mais largamente utilizada no setor industrial, comercial e de serviços, parte dela pode ser substituída por alguma do tipo renovável, como a solar e a eólica, por exemplo, que está disponível o tempo todo e não correm risco de esgotamento. É necessário um investimento inicial para a compra do sistema de placas fotovoltaicas, que captam e armazenam a luz do Sol. A compensação vem com a economia financeira após o pagamento desta despesa e a grande contribuição para a saúde do meio ambiente. Isto se chama eficiência energética.
Energia: o quê e como é
A energia é um dos insumos básicos para que exista vida na Terra. Precisamos dela para nos mover (combustível para veículos), nos comunicarmos (eletricidade para ligar a TV, o rádio, o computador) e garantir boa iluminação e temperaturas confortáveis em casas e prédios (luz do Sol), entre tantos outros usos. A energia se divide em dois tipos: renovável e não renovável.
Energia renovável é aquela que existe de forma abundante e sem fim, que tem origem em fontes como o Sol, o vento, a água.
Energia não renovável é a que tem como matéria-prima recursos naturais que acabam, sem renovação do estoque. São os combustíveis fósseis, resultado de milhares e milhares de anos de decomposição de plantas e animais. Estão nesta categoria:
petróleo, de onde vem a gasolina, o diesel, o óleo combustível e o GLP (gás liquefeito de petróleo, o popular gás de cozinha);
gás natural, mistura dos gases metano, etano, propano e butano que serve de combustível em residências (aquecimento), indústrias e veículos;
•  carvão mineral, empregado em várias atividades, como a alimentação de grandes fornos industriais.
O aquecimento global
O fenômeno do aumento excessivo da temperatura média dos oceanos e do ar perto da superfície da Terra influencia a produção e o consumo de energia, entre outras consequências. Com seus primeiros efeitos detectados ainda no Século 20, e com piora a cada ano no Século 21, o aquecimento global é causado por enormes concentrações dos gases de efeito estufa, resultado de ações humanas como as queimadas e a derrubada de florestas em todo o mundo.
Estudos do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), órgão criado em 1988 pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), estimam que a variação climática pode ficar entre 1,1ºC e 6,4ºC, entre 1990 e 2100. A subida anormal das temperaturas provoca alterações como a elevação do nível do mar e mudanças nos ciclos de chuvas, resultando em mais enchentes e secas. Com mais calor, cresce demais a demanda de energia elétrica para alimentar aparelhos de ar-condicionado e ventiladores, por exemplo.
A história da crise
Surgida no Século 18 na Inglaterra, a Revolução Industrial deflagrou um consumo de energia em escala para movimentação das máquinas que aos poucos foram substituindo os operários. O fenômeno se espalhou pelo mundo no século seguinte e, 200 anos depois, o mundo se deu conta de que dependia demais do petróleo como fonte de energia. Nos anos 1970, uma crise sem precedentes foi deflagrada por Arábia Saudita, Irã, Iraque e Kuwait que, junto com a Venezuela, integravam a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
Com pouca oferta por causa dos vários conflitos no Oriente Médio, os preços do barril de petróleo deram um salto de até 400% em um período de cinco meses entre os anos de 1973 e 1974. A consequência foi uma grande recessão nos Estados Unidos e Europa, que atingiu em cheio a economia mundial. Foi o momento em que os governos de países compradores entenderam que precisavam buscar fontes alternativas de energia. O Brasil não escapou desta situação e, em 1975, criou o Programa Nacional do Álcool (Proálcool), que previa a troca da gasolina por álcool em grande parte da frota nacional. Em 2003, começaram a ser vendidos no país os primeiros veículos com motor flex, que podem ser abastecidos com os dois combustíveis.
Como o Brasil cuida da energia
Nos dias de hoje, o Brasil é o décimo maior consumidor de energia no mundo e o maior da América do Sul. Ao mesmo tempo, é um importante produtor de óleo e gás produzido na região e também o segundo maior produtor de etanol (álcool combustível). O governo federal cuida da política energética brasileira por meio do Ministério de Minas e Energia (MME) e agências reguladoras, como o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis (ANP), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Empresas estatais como Petrobras e Eletrobrás são grandes agentes do setor de energia brasileiro, a primeira com forte influência sobre a América Latina e referência mundial.
As linhas de ação do governo federal se concentram na melhoria da eficiência energética nos setores residencial e industrial e incremento no uso de energias renováveis. O segmento energético recebe atenção constante para garantir investimentos que ampliem e sustentem a estrutura necessária para atender a demanda que só faz crescer por combustíveis e eletricidade.
As fontes do país
A energia produzida no Brasil tem como principal origem as usinas hidrelétricas devido à imensa quantidade de rios existentes em seu território. Em seguida, aparecem o gás natural, a biomassa (aproveitamento de materiais orgânicos e resíduos) e o petróleo. O cenário está distribuído conforme indicado a seguir.
- Hidrelétrica: 73,63% (838 usinas – 78.793.231 KW)
- Gás: 11,27% (125 usinas – 12.055.295 KW)
- Biomassa: 5,82% (356 usinas – 6.227.660 KW)
- Petróleo: 5,36% (829 usinas – 5.735.637 KW)
- Nuclear: 1,88% (2 usinas – 2.007.000 KW)
- Carvão mineral: 1,43% (9 usinas – 1.530.304 KW)
- Eólica: 0,62% (37 usinas - 659.284 KW)
- Solar: menos de 0,01% (1 usina – 20 KW)
Total: 107 mil MW produzidos em 2.197 usinas
Produção de petróleo e derivados
Fundada em 1953, a Petrobras exerceu sozinha durante 40 anos as operações de exploração, produção, refino e transporte de petróleo, gás natural e derivados, exceto a distribuição atacadista e de revenda no varejo. Em 1987, um decreto permitiu que a União contratasse empresas privadas para competir na extração. Foram criados a Agência Nacional de Petróleo (ANP), responsável pela regulação, fiscalização e contratação de atividades do setor, e o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), órgão que formula a política pública de energia.
Em 2007, o governo anunciou a descoberta de um novo campo de exploração na chamada camada pré-sal. Estas reservas de petróleo são encontradas a sete mil metros de profundidade e apresentam imensos poços de petróleo. Se as estimativas se confirmarem, a nova frente poderá dobrar o volume de produção de óleo e gás no Brasil.
Além dos combustíveis, o petróleo está presente em fertilizantes, plásticos, tintas e borracha, entre outros. No campo dos biocombustíveis, o Brasil implantou mais recentemente a segunda geração do etanol, tirado do bagaço da cana. Desde 2010, todo o diesel vendido traz uma mistura de 5% de biodiesel, produzido a partir de plantas oleaginosas como soja, algodão, palma, mamona, girassol e canola, como também gordura animal e óleos residuais de fritura.
Energia elétrica, de ponta a ponta
O setor elétrico brasileiro passou por duas grandes mudanças desde os anos 1990. A primeira foi em 1996, quando as operadoras foram privatizadas e foi criada a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para fiscalizá-las. Em 2004, o Novo Modelo do Setor Elétrico foi implantado para garantir a segurança no suprimento e a universalização. O Sistema Interligado Nacional (SIN) inclui o conjunto de instalações para geração e toda a infraestrutura de transmissão que abrange as regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e parte da Norte. A maioria dos Sistemas Isolados, conjunto não conectado ao SIN, está na região amazônica.
Todos os sistemas elétricos são compostos pela geração, transmissão e distribuição. Na geração, a energia elétrica é produzida pelo aproveitamento de recursos naturais (água, gás natural, carvão, etc.). No caso da geração hidrelétrica, uma usina faz com que a energia potencial e cinética da água se transforme em eletricidade. A transmissão é realizada por uma rede de cabos de alta voltagem suportados por torres. No fim, a conexão e atendimento ao consumidor, qualquer que seja seu porte, são realizados pelas distribuidoras.
O valor final a ser pago nas contas mensais é a soma da geração, do transporte até as edificações (transmissão + distribuição), e os encargos do setor elétrico somado a tributos determinados por lei.
Horário de verão
A alteração do horário em uma região durante parte do ano, geralmente uma hora a mais, é conhecido como horário de verão. A medida é adotada neste período porque os dias são mais longos por causa da posição da Terra em relação ao Sol. A ideia de adiantar os relógios para aproveitar melhor as horas de Sol foi lançada em 1.784 pelo político e inventor norte-americano Benjamin Franklin, época em que ainda não existia luz elétrica. O primeiro país a adotar oficialmente o horário de verão foi a Alemanha, em 1916, durante a Primeira Guerra Mundial, para economizar carvão.
No Brasil, o governo federal o implantou pela primeira vez em 1931, mas foi colocado definitivamente no calendário somente a partir de 1985. Atualmente, seu maior efeito é diluir o “horário de pico” de consumo, evitando uma sobrecarga que poderia levar a um colapso por conta da alta demanda. Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), órgão responsável pela coordenação e controle da geração e transmissão de energia elétrica no Sistema Interligado Nacional (SIN), o horário de verão não deixa coincidir o acionamento do sistema de iluminação pública com o consumo verificado ao longo do dia do comércio e da indústria, que normalmente termina o expediente às 18 horas.
Melhor proveito da energia
A utilização racional de energia é um conjunto de ações que levam ao melhor uso deste recurso vital. A partir de uma série de medidas, definidas por especialistas após muito estudo e pesquisa, é possível reduzir o consumo sem prejudicar a produtividade. A energia elétrica é a principal fonte na maior parte das empresas, e em algumas a única. Por isto, os trabalhadores de todos os níveis devem ser sensibilizados para saber usar a iluminação artificial que, sozinha, representa de 20% a 25% da conta, e também os equipamentos. Luzes acesas e aparelhos de climatização ligados sem que ninguém esteja no ambiente são os exemplos mais comuns e evitáveis de desperdício.
Outro aliado para que se gaste menos insumo e dinheiro é a compra de máquinas mais modernas, eficientes e que consumam menos energia. Sabendo de suas reais necessidades, a empresa pode adquirir a energia elétrica que necessita no mercado livre, aquele em que os consumidores podem escolher seus fornecedores, negociando diretamente preços, prazo contratual e serviços associados à comercialização. Ao participar deste mercado, o comprador fica sujeito à variação de preços, mas tem um gasto rigorosamente de acordo com suas características de consumo, o que é impossível no tradicional mercado cativo.
Uma série de dicas de economia
As indicações a seguir ajudam a reduzir o valor da conta e a preservar o meio ambiente.
Iluminação
- Usar sensores de presença ou relógios programáveis (timer) para acionar a iluminação artificial. Manter limpos lâmpadas, luminárias, refletores e difusores.
- Potencializar o uso da iluminação natural, preferindo edificações com fachadas e vãos envidraçados e janelas amplas. A limpeza também deve estar em dia, e objetos que impedem a entrada da luz do dia devem ser removidos.
- Usar cores claras na pintura dos espaços para maximizar a iluminação existente.
- Os níveis de iluminação devem estar adequados às atividades desenvolvidas nos locais. Luz mais forte do que o necessário gasta mais energia e incomoda a visão. Luz de menos traz cansaço e maior chance de erros e acidentes.
- Sempre que possível, usar lâmpadas fluorescentes, de maior eficiência e durabilidade. A iluminação do tipo incandescente não é recomendada por ser menos eficiente e ter curto tempo de duração.
- Grandes espaços internos, como pátios e corredores, são melhores iluminados com lâmpadas de vapor de sódio de alta pressão. Do lado de fora podem ser usadas as lâmpadas de sódio de baixa pressão, que funcionam melhor do que as de mercúrio.
Uma série de dicas de economia
Climatização
Uma temperatura agradável é cada vez mais um parâmetro de conforto nos locais de trabalho e pode representar um valor significativo na conta de luz.
- Um edifício mal isolado termicamente vai prejudicar a eficiência de qualquer sistema deste gênero. O primeiro passo é providenciar o uso externo de materiais que dificultam a dissipação do calor.
- Regular os termostatos para uma temperatura que esteja de acordo com a estação do ano e o número de pessoas no ambiente.
- Evitar a instalação de equipamentos em locais não utilizados ou vazios ou seu uso desnecessário.
- Limpar regularmente filtros de ar e providenciar manutenção periódica.
- Com o aparelho ligado, fechar portas e janelas para não consumir mais energia.
- Soluções do tipo multi-splits, centralizadas, mas com mecanismos de regulação local, aumentam a eficiência e contribuem para que a manutenção esteja  sempre em ordem.
Uma série de dicas de economia
Na fábrica
Grande parte dos processos industriais precisa de energia térmica (calor ou frio). As formas de produção variam de caldeiras e geradores de ar quente, a fornos e sistemas de cogeração. A utilização de equipamentos mais eficientes, corretamente dimensionados às necessidades e sua manutenção são fatores importantes na redução do consumo energético.
- Em equipamentos como caldeiras, a maior eficiência de queima de gás acontece quando o excesso de ar fica entre 15% e 30% (teor de oxigênio nos gases de combustão entre 3% e 5%. Uma boa afinação da combustão, medindo de tempos em tempos o teor de oxigênio dos gases de escape, traz melhor rendimento e gasta menos energia.
- O calor em excesso dos gases de escape pode ser recuperado por meio de permutador, que permite o uso desta sobra no mesmo processo (pré-aquecimento da água da caldeira ou ar para combustão), ou outro processo fabril que necessite de água quente.
- Saber qual o índice de consumo específico dos equipamentos e/ou do processo produtivo é um caminho adequado para melhor desempenho energético. É um indicador de quando é preciso trocar a máquina ou reformular a produção.
- Manter os isolamentos térmicos dos equipamentos em bom estado. Problemas neste ponto podem representar até 20% de perdas.
Uma série de dicas de economia 
Veículos
Com uma frota nacional de mais de 70 milhões de carros, ônibus e caminhões, são necessárias algumas medidas úteis para economia de combustível.
- Evitar arranques bruscos e acelerações excessivas, que aumentam o consumo e poluem mais. Nos veículos de câmbio mecânico, devem ser seguidas as orientações do manual para troca de marcha para menor gasto de gasolina, álcool, diesel ou GNV.
- Conferir o alinhamento dos pneus a cada dez mil quilômetros se trafegar em vias com asfalto em dia, ou a cinco mil quilômetros se o caminho diário for feito por vias esburacadas.
- Procurar manter sempre correta a pressão de ar nos pneus, fazendo a calibragem sempre que estiverem frios – parados há menos de uma hora ou rodados no máximo três quilômetros em velocidade reduzida.
- Sempre que for transportar mais carga do que o normal, aumentar a pressão dos pneus em pelo menos quatro libras com o veículo ainda vazio.
- Deve ser evitada carga maior do que a recomendada pelo fabricante.
- Não segurar o veículo em subidas com um pé no acelerador e outro na embreagem. Desengatar a marcha e utilizar o pedal do freio ou o freio de mão.
Direitos dos consumidores de energia
As distribuidoras de todo o país seguem um guia de normas que preveem quais são suas obrigações para com seus clientes e também o que estes devem fazer.
Indenização por danos: o consumidor pode pedir ressarcimento pelo conserto ou reposição de equipamentos danificados por algum problema causado pelo fornecimento de energia. Antes do pagamento, há uma checagem para constatação ou não da ocorrência.
Desligamento programado: a informação deve ser feita com uma antecedência mínima de 72 horas por carta ou meios de comunicação de massa.
Prazo de religação: se houve suspensão do fornecimento por falta de pagamento, esta deve ser religada em até 24 horas após a confirmação de que a conta foi quitada.
Débitos pendentes: o cliente deve ser informado, na própria conta de luz, sobre faturas anteriores não pagas.
Interrupção no fornecimento: a notificação deve vir por escrito, com antecedência mínima de 15 dias, sobre possível suspensão do fornecimento caso haja débito em atraso.
Deveres dos consumidores de energia
Instalações seguras: o consumidor deve manter a adequação térmica e a segurança das instalações elétricas do seu imóvel, de acordo com as normas oficiais brasileiras.
Equipamento de medição: conservar em bom estado o equipamento de medição e garantir a entrada de representantes credenciados para inspeção e leitura do medidor.
Pagar a conta: deve quitar a fatura de energia elétrica até a data do vencimento. Em caso de atraso, haverá cobrança de multa e juros. Se isto não for resolvido, a instalação poderá ter o fornecimento interrompido.
Cadastro atualizado: o cliente deve manter seus dados cadastrais em dia. Alterações de atividade (residência, comércio, indústria, serviços) e a existência de pessoa que use equipamentos elétricos indispensáveis à vida, como respiradouros, por exemplo, também devem ser comunicadas.
As energias alternativas
Disponíveis na natureza, são várias as fontes energéticas inesgotáveis que podem garantir o suprimento a longo prazo, além de trazer economia, não poluir e preservar a biodiversidade.
Energia solar: obtida a partir da luz do Sol, pode ser utilizada para produção de eletricidade e aquecimento.
Energia eólica: proveniente do vento, move aerogeradores, grandes turbinas com formato de cata-vento instaladas em locais de grande ocorrência de ventos, que geram energia elétrica.
Energia das ondas: gerada a partir do movimento das ondas do mar, também é a fonte de origem da energia maremotriz, que vem do movimento das marés. É obtida a partir das correntes marítimas ou pela diferença de altura entre as marés alta e baixa.
Energia do lixo: resultante do gás produzido nos depósitos por resíduos animais (dejetos) e orgânicos (restos de alimentos).
Energia geotérmica: produto do calor do centro da Terra. Em várias regiões do planeta, existem fontes de água quente e vapor que, ao serem drenadas para a superfície, passam por geradores de centrais elétricas que transformam o calor em eletricidade.
Hidrogênio combustível: vem da célula do elemento químico que gera eletricidade para mover veículos. No fim do processo, o hidrogênio se junta ao oxigênio para formar as moléculas de água que serão expelidas pelo escapamento.
Projetos para otimizar energia
Uma empresa pode se beneficiar de projetos de eficiência energética, que têm por objetivo reduzir os custos com o consumo de água e energia. Um projeto desta natureza tem início com uma carta de intenções ou autorização de serviços, passando por um pré-diagnóstico energético e hídrico, e checagem da viabilidade técnica e econômica para sua implantação. Na maior parte dos casos, a empresa terá de buscar financiamento. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem uma linha especial de recursos, o Proesco.
Com tudo acertado, entra em cena uma Esco (empresa de serviços de conservação de energia). Com o termo de compromisso assinado, parte-se para a checagem das instalações, a confirmação do suporte financeiro e a negociação do contrato. Finalmente, ocorre a implantação das ações previstas e a medição dos resultados.
Criado para atender às micro e pequenas empresas, o Programa SEBRAE de Eficiência Energética compreende ações com foco específico neste segmento. O primeiro passo é uma auto avaliação do uso de energia. Com o resultado em mãos, um consultor visita a empresa para analisar o que pode ser feito. Em seguida, implementa um modelo de gestão de energia elétrica acompanhado de orientações necessárias. A consultoria em eficiência energética é uma ferramenta do Programa SEBRAE de Consultoria Tecnológica (SebraeTec).
Sustentabilidade em edificações
A adoção de práticas sustentáveis na construção ou reforma tem por princípio buscar soluções que sejam economicamente relevantes e viáveis para o empreendimento. Qualquer projeto neste sentido estabelece condições que envolvem o melhor aproveitamento dos recursos disponíveis, como redução do consumo de água e energia. O fio condutor no aspecto energético é a avaliação e alinhamento das variáveis climáticas, humanas e arquitetônicas.
Um empreendimento deve oferecer conforto térmico e visual para seus usuários. Entre as variáveis humanas determinantes estão a temperatura corporal, vestimentas e atividades a serem executadas. Existem diversas soluções passivas e artificiais para se obter níveis satisfatórios de conforto. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) oferece tabelas para que se possa estimar a sensação de frio e calor. Com relação ao clima, deve-se buscar o aproveitamento da radiação solar, temperatura, ventos e umidade.
Na questão arquitetônica, o desafio dos profissionais envolvidos é selecionar alternativas que, alinhadas às características climáticas, possam oferecer conforto com eficiência energética. As condições principais são forma, função, tipos de acabamento e sistemas de condicionamento. Ao lado da otimização do consumo, deve caminhar a valorização de fontes renováveis.
Programas oficiais de eficiência energética
Preocupado com a forte demanda por energia no país, o governo federal criou programas para racionalizar o uso do insumo. No contrato firmado pelas empresas concessionárias de distribuição, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estabelece obrigações como a de que seja aplicado anualmente o mínimo de 0,5% da receita operacional líquida no Programa de Eficiência Energética das Empresas de Distribuição (PEE).
Criado pelo Ministério das Minas e Energia e gerido pela Eletrobrás, o Programa de Conservação de Energia Elétrica (Procel) é uma iniciativa de governo que interage com todos os segmentos da sociedade ligados à produção e ao uso de eletricidade. O Selo Procel, parceria com o Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial (Inmetro), orienta o consumidor no ato da compra, relacionando produtos como lâmpadas e eletroeletrônicos que apresentam os melhores níveis de gasto adequado de energia. O Procel Edifica e o Procel Indústria estão voltados para edificações e para o setor industrial, respectivamente.
O Programa Nacional de Racionalização do Uso de Derivados de Petróleo e Gás Natural (Conpet) existe desde 1991, com execução da Petrobras. A finalidade é desenvolver  ações que visem à racionalização do uso destes insumos. O Selo Conpet indica quais equipamentos, como fogões, fornos a gás, aquecedores de água e gás, são energeticamente mais eficientes.
Prêmios para projetos inovadores
Em busca de novas ideias para melhorar os processos voltados para a eficiência energética, foram criados prêmios para reconhecer os trabalhos e disseminar seus efeitos para a sociedade. Um deles é o Prêmio Nacional de Conservação e Uso Racional de Energia, concedido pelo Ministério das Minas e Energia como distinção pública do empenho e resultados obtidos pelos diversos agentes que atuam no combate ao desperdício de energia. A premiação tem por meta estimular a implantação de ações que efetivamente reduzam o consumo de eletricidade, derivados de petróleo e gás natural, e sua substituição por fontes renováveis. Entre as categorias do prêmio estão Micro e Pequenas Empresas, Transportes, Edificações e Indústria.
O próprio SEBRAE criou o Prêmio Sebrae de Eficiência Energética, concedido todos os anos, para reconhecer os esforços das micro e pequenas empresas que apresentam maior produtividade com menos gasto de energia. O prêmio valoriza a atuação das empresas que implantaram medidas para reduzir o desperdício e incrementar o processo de produção de bens e serviços com menor consumo de materiais e geração de resíduos, sem comprometimento da produção, da qualidade e do meio ambiente. (sebrae)

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Eficiência Energética - Práticas

A energia movimenta o mundo e para que ela e os demais recursos naturais não acabem de vez, a ordem é consumir apenas o necessário, sem desperdícios.
A energia movimenta o mundo. Para que ela e os demais recursos naturais não acabem de vez, a ordem é consumir apenas o necessário, sem desperdícios. Este princípio da economia verde, ou seja, a aplicação da sustentabilidade nos negócios, é uma atitude inteligente e de bom senso de quem pensa no presente e no futuro do planeta. Uma análise profunda e cuidadosa de todo o processo de produção e gestão de uma empresa mostra claramente onde estão os excessos e permite um planejamento para o uso adequado.
Para reduzir a conta de energia elétrica, a mais largamente utilizada no setor industrial, comercial e de serviços, parte dela pode ser substituída por alguma do tipo renovável, como a solar e a eólica, por exemplo, que estão disponíveis o tempo todo e não correm risco de esgotamento. É necessário um investimento inicial para a compra do sistema de placas fotovoltaicas, que captam e armazenam a luz do Sol. A compensação vem com a economia financeira após o pagamento desta despesa e a grande contribuição para a saúde do meio ambiente. Isto chama-se eficiência energética.
Energia: o quê e como é
A energia é um dos insumos básicos para que exista vida na Terra. Precisamos dela para nos movermos (combustível para veículos), nos comunicarmos (eletricidade para ligar a TV, o rádio, o computador) e garantir boa iluminação e temperaturas confortáveis em casas e prédios (luz do Sol), entre tantos outros usos. A energia se divide em dois tipos: renovável e não renovável.
Energia renovável é aquela que existe de forma abundante e sem fim, que tem origem em fontes como o Sol, o vento, a água.
Energia não renovável é a que tem como matéria-prima recursos naturais que acabam, sem renovação do estoque. São os combustíveis fósseis, resultado de milhares e milhares de anos de decomposição de plantas e animais. Estão nesta categoria:
# petróleo, de onde vem a gasolina, o diesel, o óleo combustível e o GLP (gás liquefeito de petróleo, o popular gás de cozinha);
# gás natural, mistura dos gases metano, etano, propano e butano que serve de combustível em residências (aquecimento), indústrias e veículos;
# carvão mineral, empregado em várias atividades, como a alimentação de grandes fornos industriais.
O aquecimento global
O fenômeno do aumento excessivo da temperatura média dos oceanos e do ar perto da superfície da Terra influencia a produção e o consumo de energia, entre outras consequências. Com seus primeiros efeitos detectados ainda no Século 20, e com piora a cada ano no Século 21, o aquecimento global é causado por enormes concentrações dos gases de efeito estufa, resultado de ações humanas como as queimadas e a derrubada de florestas em todo o mundo.
Estudos do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), órgão criado em 1988 pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), estimam que a variação climática pode ficar entre 1,1ºC e 6,4ºC, entre 1990 e 2100. A subida anormal das temperaturas provoca alterações como a elevação do nível do mar e mudanças nos ciclos de chuvas, resultando em mais enchentes e secas. Com mais calor, cresce demais a demanda de energia elétrica para alimentar aparelhos de ar-condicionado e ventiladores, por exemplo.
A história da crise
Surgida no Século 18 na Inglaterra, a Revolução Industrial deflagrou um consumo de energia em escala para movimentação das máquinas que aos poucos foram substituindo os operários. O fenômeno se espalhou pelo mundo no século seguinte e, 200 anos depois, o mundo se deu conta de que dependia demais do petróleo como fonte de energia. Nos anos 1970, uma crise sem precedentes foi deflagrada por Arábia Saudita, Irã, Iraque e Kuwait que, junto com a Venezuela, integravam a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
Com pouca oferta por causa dos vários conflitos no Oriente Médio, os preços do barril de petróleo deram um salto de até 400% em um período de cinco meses entre os anos de 1973 e 1974. A consequência foi uma grande recessão nos Estados Unidos e Europa, que atingiu em cheio a economia mundial. Foi o momento em que os governos de países compradores entenderam que precisavam buscar fontes alternativas de energia. O Brasil não escapou desta situação e, em 1975, criou o Programa Nacional do Álcool (Proálcool), que previa a troca da gasolina por álcool em grande parte da frota nacional. Em 2003, começaram a ser vendidos no país os primeiros veículos com motor flex, que podem ser abastecidos com os dois combustíveis.
Como o Brasil cuida da energia
Nos dias de hoje, o Brasil é o décimo maior consumidor de energia no mundo e o maior da América do Sul. Ao mesmo tempo, é um importante produtor de óleo e gás produzido na região e também o segundo maior produtor de etanol (álcool combustível). O governo federal cuida da política energética brasileira por meio do Ministério de Minas e Energia (MME) e agências reguladoras, como o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis (ANP), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Empresas estatais como Petrobras e Eletrobrás são grandes agentes do setor de energia brasileiro, a primeira com forte influência sobre a América Latina e referência mundial.
As linhas de ação do governo federal se concentram na melhoria da eficiência energética nos setores residencial e industrial e incremento no uso de energias renováveis. O segmento energético recebe atenção constante para garantir investimentos que ampliem e sustentem a estrutura necessária para atender a demanda que só faz crescer por combustíveis e eletricidade.
As fontes do país
A energia produzida no Brasil tem como principal origem as usinas hidrelétricas devido à imensa quantidade de rios existentes em seu território. Em seguida, aparecem o gás natural, a biomassa (aproveitamento de materiais orgânicos e resíduos) e o petróleo. O cenário está distribuído conforme indicado a seguir.
- Hidrelétrica: 73,63% (838 usinas – 78.793.231 KW)
- Gás: 11,27% (125 usinas – 12.055.295 KW)
- Biomassa: 5,82% (356 usinas – 6.227.660 KW)
- Petróleo: 5,36% (829 usinas – 5.735.637 KW)
- Nuclear: 1,88% (2 usinas – 2.007.000 KW)
- Carvão mineral: 1,43% (9 usinas – 1.530.304 KW)
- Eólica: 0,62% (37 usinas - 659.284 KW)
- Solar: menos de 0,01% (1 usina – 20 KW)
Total: 107 mil MW produzidos em 2.197 usinas
Produção de petróleo e derivados
Fundada em 1953, a Petrobras exerceu sozinha durante 40 anos as operações de exploração, produção, refino e transporte de petróleo, gás natural e derivados, exceto a distribuição atacadista e de revenda no varejo. Em 1987, um decreto permitiu que a União contratasse empresas privadas para competir na extração. Foram criados a Agência Nacional de Petróleo (ANP), responsável pela regulação, fiscalização e contratação de atividades do setor, e o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), órgão que formula a política pública de energia.
Em 2007, o governo anunciou a descoberta de um novo campo de exploração na chamada camada pré-sal. Estas reservas de petróleo são encontradas a sete mil metros de profundidade e apresentam imensos poços de petróleo. Se as estimativas se confirmarem, a nova frente poderá dobrar o volume de produção de óleo e gás no Brasil.
Além dos combustíveis, o petróleo está presente em fertilizantes, plásticos, tintas e borracha, entre outros. No campo dos biocombustíveis, o Brasil implantou mais recentemente a segunda geração do etanol, tirado do bagaço da cana. Desde 2010, todo o diesel vendido traz uma mistura de 5% de biodiesel, produzido a partir de plantas oleaginosas como soja, algodão, palma, mamona, girassol e canola, como também gordura animal e óleos residuais de fritura.
Energia elétrica, de ponta a ponta
O setor elétrico brasileiro passou por duas grandes mudanças desde os anos 1990. A primeira foi em 1996, quando as operadoras foram privatizadas e foi criada a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para fiscalizá-las. Em 2004, o Novo Modelo do Setor Elétrico foi implantado para garantir a segurança no suprimento e a universalização. O Sistema Interligado Nacional (SIN) inclui o conjunto de instalações para geração e toda a infraestrutura de transmissão que abrange as regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e parte da Norte. A maioria dos Sistemas Isolados, conjunto não conectado ao SIN, está na região amazônica.
Todos os sistemas elétricos são compostos pela geração, transmissão e distribuição. Na geração, a energia elétrica é produzida pelo aproveitamento de recursos naturais (água, gás natural, carvão, etc.). No caso da geração hidrelétrica, uma usina faz com que a energia potencial e cinética da água se transforme em eletricidade. A transmissão é realizada por uma rede de cabos de alta voltagem suportados por torres. No fim, a conexão e atendimento ao consumidor, qualquer que seja seu porte, são realizados pelas distribuidoras.
O valor final a ser pago nas contas mensais é a soma da geração, do transporte até as edificações (transmissão + distribuição), e os encargos do setor elétrico somado a tributos determinados por lei.
Horário de verão
A alteração do horário em uma região durante parte do ano, geralmente uma hora a mais, é conhecido como horário de verão. A medida é adotada neste período porque os dias são mais longos por causa da posição da Terra em relação ao Sol. A ideia de adiantar os relógios para aproveitar melhor as horas de Sol foi lançada em 1784 pelo político e inventor norte-americano Benjamin Franklin, época em que ainda não existia luz elétrica. O primeiro país a adotar oficialmente o horário de verão foi a Alemanha, em 1916, durante a Primeira Guerra Mundial, para economizar carvão.
No Brasil, o governo federal o implantou pela primeira vez em 1931, mas foi colocado definitivamente no calendário somente a partir de 1985. Atualmente, seu maior efeito é diluir o “horário de pico” de consumo, evitando uma sobrecarga que poderia levar a um colapso por conta da alta demanda. Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), órgão responsável pela coordenação e controle da geração e transmissão de energia elétrica no Sistema Interligado Nacional (SIN), o horário de verão não deixa coincidir o acionamento do sistema de iluminação pública com o consumo verificado ao longo do dia do comércio e da indústria, que normalmente termina o expediente às 18 horas.
Melhor proveito da energia
A utilização racional de energia é um conjunto de ações que levam ao melhor uso deste recurso vital. A partir de uma série de medidas, definidas por especialistas após muito estudo e pesquisa, é possível reduzir o consumo sem prejudicar a produtividade. A energia elétrica é a principal fonte na maior parte das empresas, e em algumas a única. Por isto, os trabalhadores de todos os níveis devem ser sensibilizados para saber usar a iluminação artificial que, sozinha, representa de 20% a 25% da conta, e também os equipamentos. Luzes acesas e aparelhos de climatização ligados sem que ninguém esteja no ambiente são os exemplos mais comuns e evitáveis de desperdício.
Outro aliado para que se gaste menos insumo e dinheiro é a compra de máquinas mais modernas, eficientes e que consumam menos energia. Sabendo de suas reais necessidades, a empresa pode adquirir a energia elétrica que necessita no mercado livre, aquele em que os consumidores podem escolher seus fornecedores, negociando diretamente preços, prazo contratual e serviços associados à comercialização. Ao participar deste mercado, o comprador fica sujeito à variação de preços, mas tem um gasto rigorosamente de acordo com suas características de consumo, o que é impossível no tradicional mercado cativo.
Uma série de dicas de economia
As indicações a seguir ajudam a reduzir o valor da conta e a preservar o meio ambiente.
Iluminação
- Usar sensores de presença ou relógios programáveis (timer) para acionar a iluminação artificial. Manter limpos lâmpadas, luminárias, refletores e difusores.
- Potencializar o uso da iluminação natural, preferindo edificações com fachadas e vãos envidraçados e janelas amplas. A limpeza também deve estar em dia, e objetos que impedem a entrada da luz do dia devem ser removidos.
- Usar cores claras na pintura dos espaços para maximizar a iluminação existente.
- Os níveis de iluminação devem estar adequados às atividades desenvolvidas nos locais. Luz mais forte do que o necessário gasta mais energia e incomoda a visão. Luz de menos traz cansaço e maior chance de erros e acidentes.
- Sempre que possível, usar lâmpadas fluorescentes, de maior eficiência e durabilidade. A iluminação do tipo incandescente não é recomendada por ser menos eficiente e ter curto tempo de duração.
- Grandes espaços internos, como pátios e corredores, são melhores iluminados com lâmpadas de vapor de sódio de alta pressão. Do lado de fora podem ser usadas as lâmpadas de sódio de baixa pressão, que funcionam melhor do que as de mercúrio.
Uma série de dicas de economia
Climatização
Uma temperatura agradável é cada vez mais um parâmetro de conforto nos locais de trabalho e pode representar um valor significativo na conta de luz.
- Um edifício mal isolado termicamente vai prejudicar a eficiência de qualquer sistema deste gênero. O primeiro passo é providenciar o uso externo de materiais que dificultam a dissipação do calor.
- Regular os termostatos para uma temperatura que esteja de acordo com a estação do ano e o número de pessoas no ambiente.
- Evitar a instalação de equipamentos em locais não utilizados ou vazios ou seu uso desnecessário.
- Limpar regularmente filtros de ar e providenciar manutenção periódica.
- Com o aparelho ligado, fechar portas e janelas para não consumir mais energia.
- Soluções do tipo multi-splits, centralizadas, mas com mecanismos de regulação local, aumentam a eficiência e contribuem para que a manutenção esteja  sempre em ordem.
Uma série de dicas de economia
Na fábrica
Grande parte dos processos industriais precisa de energia térmica (calor ou frio). As formas de produção variam de caldeiras e geradores de ar quente, a fornos e sistemas de cogeração. A utilização de equipamentos mais eficientes, corretamente dimensionados às necessidades e sua manutenção são fatores importantes na redução do consumo energético.
- Em equipamentos como caldeiras, a maior eficiência de queima de gás acontece quando o excesso de ar fica entre 15% e 30% (teor de oxigênio nos gases de combustão entre 3% e 5%. Uma boa afinação da combustão, medindo de tempos em tempos o teor de oxigênio dos gases de escape, traz melhor rendimento e gasta menos energia.
- O calor em excesso dos gases de escape pode ser recuperado por meio de permutador, que permite o uso desta sobra no mesmo processo (pré-aquecimento da água da caldeira ou ar para combustão), ou outro processo fabril que necessite de água quente.
- Saber qual o índice de consumo específico dos equipamentos e/ou do processo produtivo é um caminho adequado para melhor desempenho energético. É um indicador de quando é preciso trocar a máquina ou reformular a produção.
- Manter os isolamentos térmicos dos equipamentos em bom estado. Problemas neste ponto podem representar até 20% de perdas.
Uma série de dicas de economia 
Veículos
Com uma frota nacional de mais de 70 milhões de carros, ônibus e caminhões, são necessárias algumas medidas úteis para economia de combustível.
- Evitar arranques bruscos e acelerações excessivas, que aumentam o consumo e poluem mais. Nos veículos de câmbio mecânico, devem ser seguidas as orientações do manual para troca de marcha para menor gasto de gasolina, álcool, diesel ou GNV.
- Conferir o alinhamento dos pneus a cada dez mil quilômetros se trafegar em vias com asfalto em dia, ou a cinco mil quilômetros se o caminho diário for feito por vias esburacadas.
- Procurar manter sempre correta a pressão de ar nos pneus, fazendo a calibragem sempre que estiverem frios – parados há menos de uma hora ou rodados no máximo três quilômetros em velocidade reduzida.
- Sempre que for transportar mais carga do que o normal, aumentar a pressão dos pneus em pelo menos quatro libras com o veículo ainda vazio.
- Deve ser evitada carga maior do que a recomendada pelo fabricante.
- Não segurar o veículo em subidas com um pé no acelerador e outro na embreagem. Desengatar a marcha e utilizar o pedal do freio ou o freio de mão.
Direitos dos consumidores de energia
As distribuidoras de todo o país seguem um guia de normas que preveem quais são suas obrigações para com seus clientes e também o que estes devem fazer
Indenização por danos: o consumidor pode pedir ressarcimento pelo conserto ou reposição de equipamentos danificados por algum problema causado pelo fornecimento de energia. Antes do pagamento, há uma checagem para constatação ou não da ocorrência.
Desligamento programado: a informação deve ser feita com uma antecedência mínima de 72 horas por carta ou meios de comunicação de massa.
Prazo de religação: se houve suspensão do fornecimento por falta de pagamento, esta deve ser religada em até 24 horas após a confirmação de que a conta foi quitada.
Débitos pendentes: o cliente deve ser informado, na própria conta de luz, sobre faturas anteriores não pagas.
Interrupção no fornecimento: a notificação deve vir por escrito, com antecedência mínima de 15 dias, sobre possível suspensão do fornecimento caso haja débito em atraso.
Deveres dos consumidores de energia
Instalações seguras: o consumidor deve manter a adequação térmica e a segurança das instalações elétricas do seu imóvel, de acordo com as normas oficiais brasileiras.
Equipamento de medição: conservar em bom estado o equipamento de medição e garantir a entrada de representantes credenciados para inspeção e leitura do medidor.
Pagar a conta: deve quitar a fatura de energia elétrica até a data do vencimento. Em caso de atraso, haverá cobrança de multa e juros. Se isto não for resolvido, a instalação poderá ter o fornecimento interrompido.
Cadastro atualizado: o cliente deve manter seus dados cadastrais em dia. Alterações de atividade (residência, comércio, indústria, serviços) e a existência de pessoa que use equipamentos elétricos indispensáveis à vida, como respiradouros, por exemplo, também devem ser comunicadas.
As energias alternativas
Disponíveis na natureza, são várias as fontes energéticas inesgotáveis que podem garantir o suprimento em longo prazo, além de trazer economia, não poluir e preservar a biodiversidade.
Energia solar: obtida a partir da luz do Sol, pode ser utilizada para produção de eletricidade e aquecimento.
Energia eólica: proveniente do vento, move aerogeradores, grandes turbinas com formato de cata-vento instaladas em locais de grande ocorrência de ventos, que geram energia elétrica.
Energia das ondas: gerada a partir do movimento das ondas do mar, também é a fonte de origem da energia maremotriz, que vem do movimento das marés. É obtida a partir das correntes marítimas ou pela diferença de altura entre as marés alta e baixa.
Energia do lixo: resultante do gás produzido nos depósitos por resíduos animais (dejetos) e orgânicos (restos de alimentos).
Energia geotérmica: produto do calor do centro da Terra. Em várias regiões do planeta, existem fontes de água quente e vapor que, ao serem drenadas para a superfície, passam por geradores de centrais elétricas que transformam o calor em eletricidade.
Hidrogênio combustível: vem da célula do elemento químico que gera eletricidade para mover veículos. No fim do processo, o hidrogênio se junta ao oxigênio para formar as moléculas de água que serão expelidas pelo escapamento. (sebrae)

Eficiência Energética - Conceitos

A energia movimenta o mundo e para que ela e os demais recursos naturais não acabem de vez, a ordem é consumir apenas o necessário, sem desperdícios.
A energia movimenta o mundo. Para que ela e os demais recursos naturais não acabem de vez, a ordem é consumir apenas o necessário, sem desperdícios. Este princípio da economia verde, ou seja, a aplicação da sustentabilidade nos negócios, é uma atitude inteligente e de bom senso de quem pensa no presente e no futuro do planeta. Uma análise profunda e cuidadosa de todo o processo de produção e gestão de uma empresa mostra claramente onde estão os excessos e permite um planejamento para o uso adequado.
Para reduzir a conta de energia elétrica, a mais largamente utilizada no setor industrial, comercial e de serviços, parte dela pode ser substituída por alguma do tipo renovável, como a solar e a eólica, por exemplo, que estão disponíveis o tempo todo e não correm risco de esgotamento. É necessário um investimento inicial para a compra do sistema de placas fotovoltaicas, que captam e armazenam a luz do Sol. A compensação vem com a economia financeira após o pagamento desta despesa e a grande contribuição para a saúde do meio ambiente. Isto chama-se eficiência energética.
Energia: o quê e como é
A energia é um dos insumos básicos para que exista vida na Terra. Precisamos dela para nos movermos (combustível para veículos), nos comunicarmos (eletricidade para ligar a TV, o rádio, o computador) e garantir boa iluminação e temperaturas confortáveis em casas e prédios (luz do Sol), entre tantos outros usos. A energia se divide em dois tipos: renovável e não renovável.
Energia renovável é aquela que existe de forma abundante e sem fim, que tem origem em fontes como o Sol, o vento, a água.
Energia não renovável é a que tem como matéria-prima recursos naturais que acabam, sem renovação do estoque. São os combustíveis fósseis, resultado de milhares e milhares de anos de decomposição de plantas e animais. Estão nesta categoria:
# petróleo, de onde vem a gasolina, o diesel, o óleo combustível e o GLP (gás liquefeito de petróleo, o popular gás de cozinha);
# gás natural, mistura dos gases metano, etano, propano e butano que serve de combustível em residências (aquecimento), indústrias e veículos;
# carvão mineral, empregado em várias atividades, como a alimentação de grandes fornos industriais.
O aquecimento global
O fenômeno do aumento excessivo da temperatura média dos oceanos e do ar perto da superfície da Terra influencia a produção e o consumo de energia, entre outras consequências. Com seus primeiros efeitos detectados ainda no Século 20, e com piora a cada ano no Século 21, o aquecimento global é causado por enormes concentrações dos gases de efeito estufa, resultado de ações humanas como as queimadas e a derrubada de florestas em todo o mundo.
Estudos do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), órgão criado em 1988 pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), estimam que a variação climática pode ficar entre 1,1ºC e 6,4ºC, entre 1990 e 2100. A subida anormal das temperaturas provoca alterações como a elevação do nível do mar e mudanças nos ciclos de chuvas, resultando em mais enchentes e secas. Com mais calor, cresce demais a demanda de energia elétrica para alimentar aparelhos de ar-condicionado e ventiladores, por exemplo.
A história da crise
Surgida no Século 18 na Inglaterra, a Revolução Industrial deflagrou um consumo de energia em escala para movimentação das máquinas que aos poucos foram substituindo os operários. O fenômeno se espalhou pelo mundo no século seguinte e, 200 anos depois, o mundo se deu conta de que dependia demais do petróleo como fonte de energia. Nos anos 1970, uma crise sem precedentes foi deflagrada por Arábia Saudita, Irã, Iraque e Kuwait que, junto com a Venezuela, integravam a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
Com pouca oferta por causa dos vários conflitos no Oriente Médio, os preços do barril de petróleo deram um salto de até 400% em um período de cinco meses entre os anos de 1973 e 1974. A consequência foi uma grande recessão nos Estados Unidos e Europa, que atingiu em cheio a economia mundial. Foi o momento em que os governos de países compradores entenderam que precisavam buscar fontes alternativas de energia. O Brasil não escapou desta situação e, em 1975, criou o Programa Nacional do Álcool (Proálcool), que previa a troca da gasolina por álcool em grande parte da frota nacional. Em 2003, começaram a ser vendidos no país os primeiros veículos com motor flex, que podem ser abastecidos com os dois combustíveis.
Como o Brasil cuida da energia
Nos dias de hoje, o Brasil é o décimo maior consumidor de energia no mundo e o maior da América do Sul. Ao mesmo tempo, é um importante produtor de óleo e gás produzido na região e também o segundo maior produtor de etanol (álcool combustível). O governo federal cuida da política energética brasileira por meio do Ministério de Minas e Energia (MME) e agências reguladoras, como o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis (ANP), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Empresas estatais como Petrobras e Eletrobrás são grandes agentes do setor de energia brasileiro, a primeira com forte influência sobre a América Latina e referência mundial.
As linhas de ação do governo federal se concentram na melhoria da eficiência energética nos setores residencial e industrial e incremento no uso de energias renováveis. O segmento energético recebe atenção constante para garantir investimentos que ampliem e sustentem a estrutura necessária para atender a demanda que só faz crescer por combustíveis e eletricidade.
As fontes do país
A energia produzida no Brasil tem como principal origem as usinas hidrelétricas devido à imensa quantidade de rios existentes em seu território. Em seguida, aparecem o gás natural, a biomassa (aproveitamento de materiais orgânicos e resíduos) e o petróleo. O cenário está distribuído conforme indicado a seguir.
- Hidrelétrica: 73,63% (838 usinas – 78.793.231 KW)
- Gás: 11,27% (125 usinas – 12.055.295 KW)
- Biomassa: 5,82% (356 usinas – 6.227.660 KW)
- Petróleo: 5,36% (829 usinas – 5.735.637 KW)
- Nuclear: 1,88% (2 usinas – 2.007.000 KW)
- Carvão mineral: 1,43% (9 usinas – 1.530.304 KW)
- Eólica: 0.62% (37 usinas - 659.284 KW)
- Solar: menos de 0,01% (1 usina – 20 KW)
Total: 107 mil MW produzidos em 2.197 usinas
Produção de petróleo e derivados
Fundada em 1953, a Petrobras exerceu sozinha durante 40 anos as operações de exploração, produção, refino e transporte de petróleo, gás natural e derivados, exceto a distribuição atacadista e de revenda no varejo. Em 1987, um decreto permitiu que a União contratasse empresas privadas para competir na extração. Foram criados a Agência Nacional de Petróleo (ANP), responsável pela regulação, fiscalização e contratação de atividades do setor, e o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), órgão que formula a política pública de energia.
Em 2007, o governo anunciou a descoberta de um novo campo de exploração na chamada camada pré-sal. Estas reservas de petróleo são encontradas a sete mil metros de profundidade e apresentam imensos poços de petróleo. Se as estimativas se confirmarem, a nova frente poderá dobrar o volume de produção de óleo e gás no Brasil.
Além dos combustíveis, o petróleo está presente em fertilizantes, plásticos, tintas e borracha, entre outros. No campo dos biocombustíveis, o Brasil implantou mais recentemente a segunda geração do etanol, tirado do bagaço da cana. Desde 2010, todo o diesel vendido traz uma mistura de 5% de biodiesel, produzido a partir de plantas oleaginosas como soja, algodão, palma, mamona, girassol e canola, como também gordura animal e óleos residuais de fritura.
Energia elétrica, de ponta a ponta
O setor elétrico brasileiro passou por duas grandes mudanças desde os anos 1990. A primeira foi em 1996, quando as operadoras foram privatizadas e foi criada a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para fiscalizá-las. Em 2004, o Novo Modelo do Setor Elétrico foi implantado para garantir a segurança no suprimento e a universalização. O Sistema Interligado Nacional (SIN) inclui o conjunto de instalações para geração e toda a infraestrutura de transmissão que abrange as regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e parte da Norte. A maioria dos Sistemas Isolados, conjunto não conectado ao SIN, está na região amazônica.
Todos os sistemas elétricos são compostos pela geração, transmissão e distribuição. Na geração, a energia elétrica é produzida pelo aproveitamento de recursos naturais (água, gás natural, carvão, etc.). No caso da geração hidrelétrica, uma usina faz com que a energia potencial e cinética da água se transforme em eletricidade. A transmissão é realizada por uma rede de cabos de alta voltagem suportados por torres. No fim, a conexão e atendimento ao consumidor, qualquer que seja seu porte, são realizados pelas distribuidoras.
O valor final a ser pago nas contas mensais é a soma da geração, do transporte até as edificações (transmissão + distribuição), e os encargos do setor elétrico somados a tributos determinados por lei.
Horário de verão
A alteração do horário em uma região durante parte do ano, geralmente uma hora a mais, é conhecido como horário de verão. A medida é adotada neste período porque os dias são mais longos por causa da posição da Terra em relação ao Sol. A ideia de adiantar os relógios para aproveitar melhor as horas de Sol foi lançada em 1784 pelo político e inventor norte-americano Benjamin Franklin, época em que ainda não existia luz elétrica. O primeiro país a adotar oficialmente o horário de verão foi a Alemanha, em 1916, durante a Primeira Guerra Mundial, para economizar carvão.
No Brasil, o governo federal o implantou pela primeira vez em 1931, mas foi colocado definitivamente no calendário somente a partir de 1985. Atualmente, seu maior efeito é diluir o “horário de pico” de consumo, evitando uma sobrecarga que poderia levar a um colapso por conta da alta demanda. Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), órgão responsável pela coordenação e controle da geração e transmissão de energia elétrica no Sistema Interligado Nacional (SIN), o horário de verão não deixa coincidir o acionamento do sistema de iluminação pública com o consumo verificado ao longo do dia do comércio e da indústria, que normalmente termina o expediente às 18 horas. (sebrae)