Painel solar pode gerar até
24% mais energia que a média consumida por uma casa no Paraná.
Estudo mostra que Curitiba tem potencial para a geração de energia
solar mesmo havendo o mito de que, por ser a capital mais fria do país, a
cidade teria poucas condições para esta forma de geração de energia elétrica.
Um
estudo realizado com dados da micro usina solar instalada no Instituto de
Tecnologia do Paraná (Tecpar) mostra que um sistema feito com painéis
fotovoltaicos de silício policristalino, um dos materiais disponíveis no
mercado avaliado pelo Centro de Energias da instituição, tem condições de gerar
em Curitiba, por mês, até 24% mais energia que a média consumida por residências
paranaenses mensalmente.
A
pesquisa mostra que de fevereiro a junho deste ano o sistema gerou um acumulado
de 1056 kWh, uma média mensal de 211 kWh, geração superior ao consumo médio por
mês de uma casa no Paraná. Em 2013, de acordo com o Anuário Estatístico de
Energia Elétrica da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), uma residência
paranaense consumia 170 kWh por mês.
O
estudo analisou os dados a partir de fevereiro porque foi nesta data que a
Companhia Paranaense de Energia (Copel) autorizou o Tecpar a interligar o
sistema à rede, possibilitando a operação do sistema e o consumo da energia
gerada pelos painéis. A interligação da plataforma geradora à rede do Tecpar
atende um dos objetivos contidos no Decreto Estadual 8.842/2013, que cria o
Programa Smart Energy Paraná, vinculado ao o Programa Paraná Inovador, da
Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti).
De
acordo com a pesquisadora do Centro de Energias Débora Cristina Colla, que
avaliou os dados obtidos dos painéis, essa média de geração mostra que Curitiba
tem potencial para a geração de energia solar e que os sistemas geradores podem
conseguir bons resultados na cidade, mesmo havendo o mito de que por ser a
capital mais fria do país, Curitiba teria poucas condições para esta forma de
geração de energia elétrica.
“Esses
dados locais dão segurança às pesquisas científicas e ao mercado de que há
potencial de geração de energia solar em Curitiba. É importante também para o
consumidor avaliar a possibilidade de investir neste sistema. O retorno quanto
à eficiência do painel e à performance do conjunto para a região é
satisfatório”, pontua.
Débora
ressalva, porém, que como os dados foram obtidos em apenas uma parte do ano,
sua maioria no outono, é possível que a média de geração seja diferente quando
for avaliada a produção de energia solar ao longo de um ano completo. “Enquanto
isso, continuamos a pesquisar o custo-benefício dessa geração para a cidade e
para o estado”, ressalta a pesquisadora.
Consumidor
O
consumidor que tenha interesse em instalar painéis solares já tem amparo legal
para consumir a energia gerada. Pela legislação brasileira, caso uma unidade
gere mais energia do que consuma, pode devolvê-la à rede, gerando um bônus que
pode ser compensado em períodos de maior consumo em um prazo limite de 36
meses.
Usando
como exemplo os dados obtidos pelos painéis do Tecpar e a média do consumo no
estado, se uma residência consumisse 170 kWh em um mês, tendo produzido 211
kWh, a diferença de 41 kWh poderia ser usada para abater a conta de luz quando
o consumo for maior que a produção. (ecodebate)
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