Período úmido bom reduziria
despachos, o que traria problemas aos contratos de longo prazo de GNL.
Uma
excelente hidrologia, que poderia ser um motivo de alívio, pode se transformar
em um fator complicador no futuro para as térmicas a GNL viabilizadas nos
últimos leilões de energia. A cheia nos reservatórios diminuiria o despacho da
termelétrica e isso acarretaria em penalidades sobre os contratos de longo
prazo firmados para a importação de GNL. Eric Eyberg, consultor sênior da Wood
Mackenzie, apresenta um cálculo do pior cenário, que mostra que o impacto pode
ser de até U$ 200 milhões por ano, o que prejudicaria o fluxo de caixa das
empresas.
"Elas
não vão tomar o GNL no nível de utilização que foi assumido no leilão e aí tem
penalidades", explica o consultor, que participou em 24/06/15 do Seminário
no Instituto Brasileiro do Petróleo, no Rio de Janeiro (RJ). Apesar do alerta,
ele não vê riscos de os projetos comercializados não serem construídos.
O
GNL que vai suprir essas termelétricas será importado via terminais de
regaseificação. No leilão A-5 de 2014, foram comercializadas duas térmicas de
1.200 MW. No A-5 desse ano, saiu uma no Sergipe de 1.300 MW. Ele explica que no
orçamento dispendido para uma térmica dessa modalidade, o combustível é quase
90% do custo total do projeto. "Ele [o GNL] tem um custo de bilhões
de dólares ao longo do tempo. Isso é a incerteza e a preocupação que teríamos
no caso de ter um ano muito úmido", aponta. Segundo Mauricio Tolmasquim,
presidente da Empresa de Pesquisa Energética, esse risco está calculado no
modelo de negócio planejado pelo empreendedor e que ele já paga uma taxa pelo
gás contratado não usado.
Eyberg acredita
que para os próximos leilões de energia alguns aspectos ainda devem ser
melhorados, como as opções de indexação dos contratos de suprimento e a
flexibilizados do prazo dos contratos. Para ele, há uma janela no mercado nos
próximos 12 a 18 meses que poderão possibilitar mais térmicas a GNL. (canalenergia)
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