sexta-feira, 24 de julho de 2015

Eficiência Energética - Conceitos

A energia movimenta o mundo e para que ela e os demais recursos naturais não acabem de vez, a ordem é consumir apenas o necessário, sem desperdícios.
A energia movimenta o mundo. Para que ela e os demais recursos naturais não acabem de vez, a ordem é consumir apenas o necessário, sem desperdícios. Este princípio da economia verde, ou seja, a aplicação da sustentabilidade nos negócios, é uma atitude inteligente e de bom senso de quem pensa no presente e no futuro do planeta. Uma análise profunda e cuidadosa de todo o processo de produção e gestão de uma empresa mostra claramente onde estão os excessos e permite um planejamento para o uso adequado.
Para reduzir a conta de energia elétrica, a mais largamente utilizada no setor industrial, comercial e de serviços, parte dela pode ser substituída por alguma do tipo renovável, como a solar e a eólica, por exemplo, que estão disponíveis o tempo todo e não correm risco de esgotamento. É necessário um investimento inicial para a compra do sistema de placas fotovoltaicas, que captam e armazenam a luz do Sol. A compensação vem com a economia financeira após o pagamento desta despesa e a grande contribuição para a saúde do meio ambiente. Isto chama-se eficiência energética.
Energia: o quê e como é
A energia é um dos insumos básicos para que exista vida na Terra. Precisamos dela para nos movermos (combustível para veículos), nos comunicarmos (eletricidade para ligar a TV, o rádio, o computador) e garantir boa iluminação e temperaturas confortáveis em casas e prédios (luz do Sol), entre tantos outros usos. A energia se divide em dois tipos: renovável e não renovável.
Energia renovável é aquela que existe de forma abundante e sem fim, que tem origem em fontes como o Sol, o vento, a água.
Energia não renovável é a que tem como matéria-prima recursos naturais que acabam, sem renovação do estoque. São os combustíveis fósseis, resultado de milhares e milhares de anos de decomposição de plantas e animais. Estão nesta categoria:
# petróleo, de onde vem a gasolina, o diesel, o óleo combustível e o GLP (gás liquefeito de petróleo, o popular gás de cozinha);
# gás natural, mistura dos gases metano, etano, propano e butano que serve de combustível em residências (aquecimento), indústrias e veículos;
# carvão mineral, empregado em várias atividades, como a alimentação de grandes fornos industriais.
O aquecimento global
O fenômeno do aumento excessivo da temperatura média dos oceanos e do ar perto da superfície da Terra influencia a produção e o consumo de energia, entre outras consequências. Com seus primeiros efeitos detectados ainda no Século 20, e com piora a cada ano no Século 21, o aquecimento global é causado por enormes concentrações dos gases de efeito estufa, resultado de ações humanas como as queimadas e a derrubada de florestas em todo o mundo.
Estudos do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), órgão criado em 1988 pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), estimam que a variação climática pode ficar entre 1,1ºC e 6,4ºC, entre 1990 e 2100. A subida anormal das temperaturas provoca alterações como a elevação do nível do mar e mudanças nos ciclos de chuvas, resultando em mais enchentes e secas. Com mais calor, cresce demais a demanda de energia elétrica para alimentar aparelhos de ar-condicionado e ventiladores, por exemplo.
A história da crise
Surgida no Século 18 na Inglaterra, a Revolução Industrial deflagrou um consumo de energia em escala para movimentação das máquinas que aos poucos foram substituindo os operários. O fenômeno se espalhou pelo mundo no século seguinte e, 200 anos depois, o mundo se deu conta de que dependia demais do petróleo como fonte de energia. Nos anos 1970, uma crise sem precedentes foi deflagrada por Arábia Saudita, Irã, Iraque e Kuwait que, junto com a Venezuela, integravam a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
Com pouca oferta por causa dos vários conflitos no Oriente Médio, os preços do barril de petróleo deram um salto de até 400% em um período de cinco meses entre os anos de 1973 e 1974. A consequência foi uma grande recessão nos Estados Unidos e Europa, que atingiu em cheio a economia mundial. Foi o momento em que os governos de países compradores entenderam que precisavam buscar fontes alternativas de energia. O Brasil não escapou desta situação e, em 1975, criou o Programa Nacional do Álcool (Proálcool), que previa a troca da gasolina por álcool em grande parte da frota nacional. Em 2003, começaram a ser vendidos no país os primeiros veículos com motor flex, que podem ser abastecidos com os dois combustíveis.
Como o Brasil cuida da energia
Nos dias de hoje, o Brasil é o décimo maior consumidor de energia no mundo e o maior da América do Sul. Ao mesmo tempo, é um importante produtor de óleo e gás produzido na região e também o segundo maior produtor de etanol (álcool combustível). O governo federal cuida da política energética brasileira por meio do Ministério de Minas e Energia (MME) e agências reguladoras, como o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis (ANP), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Empresas estatais como Petrobras e Eletrobrás são grandes agentes do setor de energia brasileiro, a primeira com forte influência sobre a América Latina e referência mundial.
As linhas de ação do governo federal se concentram na melhoria da eficiência energética nos setores residencial e industrial e incremento no uso de energias renováveis. O segmento energético recebe atenção constante para garantir investimentos que ampliem e sustentem a estrutura necessária para atender a demanda que só faz crescer por combustíveis e eletricidade.
As fontes do país
A energia produzida no Brasil tem como principal origem as usinas hidrelétricas devido à imensa quantidade de rios existentes em seu território. Em seguida, aparecem o gás natural, a biomassa (aproveitamento de materiais orgânicos e resíduos) e o petróleo. O cenário está distribuído conforme indicado a seguir.
- Hidrelétrica: 73,63% (838 usinas – 78.793.231 KW)
- Gás: 11,27% (125 usinas – 12.055.295 KW)
- Biomassa: 5,82% (356 usinas – 6.227.660 KW)
- Petróleo: 5,36% (829 usinas – 5.735.637 KW)
- Nuclear: 1,88% (2 usinas – 2.007.000 KW)
- Carvão mineral: 1,43% (9 usinas – 1.530.304 KW)
- Eólica: 0.62% (37 usinas - 659.284 KW)
- Solar: menos de 0,01% (1 usina – 20 KW)
Total: 107 mil MW produzidos em 2.197 usinas
Produção de petróleo e derivados
Fundada em 1953, a Petrobras exerceu sozinha durante 40 anos as operações de exploração, produção, refino e transporte de petróleo, gás natural e derivados, exceto a distribuição atacadista e de revenda no varejo. Em 1987, um decreto permitiu que a União contratasse empresas privadas para competir na extração. Foram criados a Agência Nacional de Petróleo (ANP), responsável pela regulação, fiscalização e contratação de atividades do setor, e o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), órgão que formula a política pública de energia.
Em 2007, o governo anunciou a descoberta de um novo campo de exploração na chamada camada pré-sal. Estas reservas de petróleo são encontradas a sete mil metros de profundidade e apresentam imensos poços de petróleo. Se as estimativas se confirmarem, a nova frente poderá dobrar o volume de produção de óleo e gás no Brasil.
Além dos combustíveis, o petróleo está presente em fertilizantes, plásticos, tintas e borracha, entre outros. No campo dos biocombustíveis, o Brasil implantou mais recentemente a segunda geração do etanol, tirado do bagaço da cana. Desde 2010, todo o diesel vendido traz uma mistura de 5% de biodiesel, produzido a partir de plantas oleaginosas como soja, algodão, palma, mamona, girassol e canola, como também gordura animal e óleos residuais de fritura.
Energia elétrica, de ponta a ponta
O setor elétrico brasileiro passou por duas grandes mudanças desde os anos 1990. A primeira foi em 1996, quando as operadoras foram privatizadas e foi criada a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para fiscalizá-las. Em 2004, o Novo Modelo do Setor Elétrico foi implantado para garantir a segurança no suprimento e a universalização. O Sistema Interligado Nacional (SIN) inclui o conjunto de instalações para geração e toda a infraestrutura de transmissão que abrange as regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e parte da Norte. A maioria dos Sistemas Isolados, conjunto não conectado ao SIN, está na região amazônica.
Todos os sistemas elétricos são compostos pela geração, transmissão e distribuição. Na geração, a energia elétrica é produzida pelo aproveitamento de recursos naturais (água, gás natural, carvão, etc.). No caso da geração hidrelétrica, uma usina faz com que a energia potencial e cinética da água se transforme em eletricidade. A transmissão é realizada por uma rede de cabos de alta voltagem suportados por torres. No fim, a conexão e atendimento ao consumidor, qualquer que seja seu porte, são realizados pelas distribuidoras.
O valor final a ser pago nas contas mensais é a soma da geração, do transporte até as edificações (transmissão + distribuição), e os encargos do setor elétrico somados a tributos determinados por lei.
Horário de verão
A alteração do horário em uma região durante parte do ano, geralmente uma hora a mais, é conhecido como horário de verão. A medida é adotada neste período porque os dias são mais longos por causa da posição da Terra em relação ao Sol. A ideia de adiantar os relógios para aproveitar melhor as horas de Sol foi lançada em 1784 pelo político e inventor norte-americano Benjamin Franklin, época em que ainda não existia luz elétrica. O primeiro país a adotar oficialmente o horário de verão foi a Alemanha, em 1916, durante a Primeira Guerra Mundial, para economizar carvão.
No Brasil, o governo federal o implantou pela primeira vez em 1931, mas foi colocado definitivamente no calendário somente a partir de 1985. Atualmente, seu maior efeito é diluir o “horário de pico” de consumo, evitando uma sobrecarga que poderia levar a um colapso por conta da alta demanda. Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), órgão responsável pela coordenação e controle da geração e transmissão de energia elétrica no Sistema Interligado Nacional (SIN), o horário de verão não deixa coincidir o acionamento do sistema de iluminação pública com o consumo verificado ao longo do dia do comércio e da indústria, que normalmente termina o expediente às 18 horas. (sebrae)

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