quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Trilema energético

 
O relatório “Trilema da Energia Mundial 2015” tem o objetivo de discutir as dificuldades do setor energético e contribuir para o debate dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) – aprovados na Assembleia da ONU de setembro de 2015 – e com as discussões da 21ª Conferência das Partes (COP21) de dezembro de 2015.
Tendo em vista a necessidade de acelerar o processo de transição para uma economia global de energia limpa e de baixo carbono, o Conselho Mundial de Energia propõe medidas e estudos para garantir os três pilares do trilema da energia: segurança energética, equidade energética e sustentabilidade ambiental. Equilibrar estes três pilares é uma tarefa de alta complexidade.
Trilema é um termo utilizado quando se tem uma proposição formada de três lemas contraditórios ou que reúnem uma escolha difícil entre três opções conflitantes. O relatório identifica cinco pontos chave para lidar com o trilema energético:
1. Enfrentar as barreiras à transferência de tecnologia, tais como as tarifas sobre bens e serviços ambientais, ou a falta de proteção dos direitos de propriedade intelectual.
2. A definição de um preço global sobre o carbono, estabelecendo um sinal claro para o mercado e para os investidores no sentido de reorientar os investimentos para projetos de baixo carbono.
3. Enviar sinais corretas para incentivar políticas de financiamento para o setor, apoiando um acordo de transição para energia limpa, atraindo mais capital privado e demais projetos.
4. Melhorar a gestão da demanda de energia, bem como o fornecimento e a eficiência energética.
5. Priorizar investimentos em inovação de energia, especialmente em relação às energias renováveis e tecnologias de eficiência.
O relatório reconhece que conciliar segurança energética, equidade e sustentabilidade ambiental não é uma tarefa simples, especialmente se for para conseguir fazer igual progresso em todas as três áreas ao mesmo tempo.
O interessante é que a indústria energética está buscando formas de enfrentar os três desafios e garantir um diálogo global com os atores que participam dos acordos internacionais sobre o desenvolvimento sustentável (ODS) e as conferências do clima. Porém, é preciso incluir a sociedade civil neste diálogo, pois a democratização e a descentralização da produção de energia é uma tarefa essencial para o processo de transição para uma economia de baixo carbono. (ecodebate)

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