Compromissos de
desinvestimento em combustíveis fósseis passam a marca dos US$ 3,4 trilhões.
Investidores, empresários e
entidades do mundo todo estão bem atentos às pressões sociais e políticas em
torno das mudanças climáticas.
Prova disso é a crescente adesão à campanha global
que visa o abandono dos investimentos em combustíveis fósseis, para reduzir as
emissões dos gases vilões do aquecimento global.
Segundo o 350.org e
a Divest-Invest, duas organizações que coordenam este movimento, mais de 500
instituições que representam cerca de US$ 3,4 trilhões em ativos já se
comprometeram a reduzir os investimentos no setor e transferi-los para a
energia renovável.
O anúncio, feito no 3º dia da COP21, a conferência
das Nações Unidas sobre Clima, que acontece em Paris, representa um sinal
positivo de que é possível mover o mundo em direção a uma economia de baixo
carbono.
Um dos pilares da coalização Global Divest-Invest,
lançada em 2012, é o argumento de que o investimento na indústria de petróleo,
gás e carvão é um perigo tanto para o clima quanto para o capital dos
investidores.
A adesão ao movimento cresce a um ritmo notável. Em
setembro de 2014, 181 instituições, representando US$ 50 bilhões em ativos,
tinham aderido ao compromisso de desinvestimento.
Em 21 de setembro deste ano, durante a Semana do
Clima, em Nova York, este número havia saltado para 400 instituições,
representando U$$ 260 bilhões sob gestão.
E agora, 10 semanas depois de NY, mais 100
instituições aderiram aos compromissos, elevando para mais de 500 o total de
signatários da campanha e somando mais de US$ 3 trilhões em ativos.
Um dos signatários mais notáveis do movimento é o
Rockefeller Brothers Fund, entidade internacional criada pela família que fez
fortunas no setor de petróleo.
As instituições que aderiram à campanha de
desinvestimento esperam que suas ações possam pressionar os governos reunidos na
COP21 a fazerem o mesmo, ou seja, tirar as finanças públicas dos combustíveis
fósseis em prol de soluções climáticas.
Outras vozes, incluindo muitos dos países mais
vulneráveis do mundo, pedem que o acordo de Paris envie um sinal claro de que a
era dos combustíveis fósseis chegou ao fim e o novo tempo das energias
renováveis é irreversível.
É preciso reconhecer que o desafio é ambicioso. Um
estudo divulgado recentemente mostra que os governos dos principais países
industrializados fornecem mais de US$ 450 bilhões por ano para apoiar a
produção de combustíveis fósseis.
Isso é quase quatro vezes o subsídio mundial para a
expansão das energias renováveis, que totalizou US$ 121 bilhões em 2013,
segundo dados da Agência Internacional de Energia (AIE). (biodieselbr)
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