Brasil
é o quarto país em que energia eólica mais cresce no mundo
Estimativa
é de que a capacidade instalada eólica chegue a 24 mil megawatts. Desse total,
21 mil deverão ser gerados no Nordeste.
O
Brasil já está na lista de maiores produtores de energia eólica do mundo. O levantamento
“Energia Eólica no Brasil e Mundo”, do Ministério de Minas e Energia, aponta
que o país foi o quarto colocado no ranking mundial de expansão de potência
eólica em 2014.
As
nações que realizaram um avanço superior ao Brasil em 2014 foram a China
(23.149 megawatts), Alemanha (6.184 megawatts) e Estados Unidos (4.854
megawatts). No mesmo período, o Brasil teve uma expansão de potência instalada
de 2.686 megawatts (MW).
O
Brasil já contratou cerca de 16,6 mil MW de energia eólica em leilões, sendo que
aproximadamente 1,4 mil MW foram assegurados por meio do Programa de Incentivo
às Fontes Alternativas (Proinfa). Do total contratado, 7,8 mil MW já estão em
operação. O total contratado equivale à energia gerada pela usina hidrelétrica
de Itaipu.
A
estimativa do governo, presente no Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE
2024), é de que a capacidade instalada eólica do Brasil chegue a algo em torno
de 24 mil MW. Desse total, 21 mil MW deverão ser gerados na região Nordeste, o
que vai representar 45% do total produzido na região.
Vantagens
Uma
das grandes vantagens da matriz energética brasileira é a disponibilidade de
várias fontes limpas e renováveis para geração de energia elétrica. Diversos
outros países não possuem recursos naturais e precisam recorrer a termelétricas
para garantir o suprimento. O avanço do setor eólico, segundo especialistas,
vai representar uma energia complementar interessante para o Brasil, que hoje
tem sua base de geração de energia no sistema hidráulico.
O
presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, afirma
que há um casamento das condições eólicas e hidrelétricas no Brasil. O período
de seca no Nordeste, onde se encontram aproximadamente 80% dos parques eólicos,
coincide com o período chuvoso nas regiões Sul e Sudeste, onde estão os
principais reservatórios de usinas hidrelétricas.
“Quando
tem vento, você pode estocar água no reservatório. Quando tem menos vento, usa
aquela água estocada para gerar energia elétrica. Nos países europeus, por
exemplo, quando não tem vento, tem de ligar uma termelétrica. Aqui nós temos
duas fontes limpas, e uma se complementa a outra. O Brasil realmente é um país
afortunado, por ter fontes renováveis que se complementam entre si”, explica
Tolmasquim.
Avanços
tecnológicos
Segundo
o presidente da EPE, a tecnologia de geração eólica deu um grande salto nos
últimos anos. “Os aerogeradores, que antigamente eram de 50 metros de altura,
hoje têm mais de 120 metros. Você aumentou muito o tamanho da pá, aumentou a
potência de cada um deles”, afirma.
Os
parques geradores maiores permitem acelerar a produção de energia eólica,
devido a uma característica dos ventos brasileiros: eles são mais constantes
que em outros países. “Tudo isso faz com que você tenha hoje, na energia
eólica, uma das fontes mais competitivas do Brasil, depois da hidrelétrica”,
destaca Tolmasquim.
A
presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Elbia
Gannoum, diz que a tecnologia atual de geração de eletricidade a partir dos
ventos é recente e que ainda há uma margem de crescimento. “Houve um grande
salto tecnológico nos últimos cinco ou seis anos e, por isso, o custo de
produção se tornou mais competitivo”, avalia.
O
maior potencial de expansão atualmente se encontra no interior do Nordeste,
especialmente no semiárido brasileiro. Mas o Brasil começa a sinalizar uma
possível oportunidade também para a microgeração.
Depois
de promover ajustes na regulação da chamada geração distribuída (aquela em que
os consumidores podem produzir eletricidade nas próprias residências), o País
abriu as portas para a produção individual eólica e solar.
“Os
microaerogeradores podem ser instalados em grandes centros, nas residências,
desde que tenha ventos superiores a dois metros por segundo. Isso temos
praticamente em todo o País”, destaca Elbia. O maior entrave é o custo para
investimento inicial, que só permite um retorno após alguns anos.
(ecodebate)
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