O
mercado brasileiro de eficiência energética tem um potencial estimado de
negócios que pode superar R$ 60 bilhões, segundo cálculo da Associação
Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia. Porém, para que
isso se transforme em investimentos concretos, a Abesco tem realizado reuniões
com diversas entidades na busca por fontes de financiamento para o setor.
A
reunião mais recente foi com a Federação Brasileira de Bancos, que contou com a
presença do diretor de Relações Institucionais da Febraban, Mario Sergio
Vasconcelos. Segundo Rodrigo Aguiar, diretor Financeiro da Abesco, existem
muitos paradigmas que precisam ser quebrados dentro do segmento bancário
privado com relação eficiência energética. Aguiar contou que a reunião foi
positiva. Ele acredita que novas linhas de financiamento podem ser apresentadas
ainda neste ano.
Atualmente,
a principal fonte de financiamento para eficiência energética vem do BNDES. O
banco de fomento hoje dispõe de três linhas de empréstimos para o segmento,
sendo que o Proesco é a principal. De acordo com Aguiar, a mudança no Proesco é
fruto de conversas da associação com o banco. "O Proesco era uma linha
muito burocrática e com as mudanças que aconteceram ela ficou mais leve e
esperamos que menos complexa." Além disso, o banco disponibiliza outras
duas linhas: PME e Soluções Tecnológicas, que, segundo Aguiar, também são muito
atrativas.
"Já
existe uma porta entreaberta para se iniciar financiamento de projetos de
eficiência energética, mas o mais importante é que junto com isso os bancos
privados também se engajem", disse.
A
Abesco, cujo principal objetivo é fomentar o mercado de eficiência energética
no país, também está conversando com agências estaduais de fomento e com o
Sebrae. No caso da parceria como Sebrae, a intenção é conscientizar as pequenas
e médias empresas sobre a importância do uso eficiente de energia
elétrica. A Abesco também realizará reuniões como a Fundação Getúlio
Vargas, o Centro de Estudos em Sustentabilidade, o Centro Brasileiro de
Construção Sustentável e o Conselho Empresarial Brasileiro para o
Desenvolvimento Sustentável.
Os
R$ 60 bilhões estimados pela associação são resultados de uma conta que
considera o consumo nacional anual de 2015, um percentual mínimo de economia de
energia por segmento de consumo, multiplicado pela tarifa média do cliente
final. A Abesco estima que o desperdício de energia seja de 50 TWh ano e que só
com ações de eficiência energética esse quadro pode ser revertido.
Ainda
segundo a associação, apenas 20% das ações de eficiência energética são
resultado da mudança de hábitos de consumo. O restante requer investimentos em
novos equipamentos e processos. Além da econômica dos custos com energia,
há também benefícios ambientais e operacionais para o setor elétrico como um
todo. "Sabemos que existe um desperdício muito grande no nosso país e
existe um potencial muito grande para acabar com esse desperdício. Estamos
falando de forma conservadora em um volume de negócios de R$ 60 bilhões",
disse Aguiar. (canalenergia)
Nenhum comentário:
Postar um comentário