Biogás poderia suprir 12% da matriz energética do
país, aponta estudo da Abiogás.
Setor preparou uma proposta ao governo que levaria
a uma redução dos preços da fonte que chegaria a até 40% do valor atual.
Um
estudo da Associação Nacional de Biogás e Biometano apontou que o biogás
poderia gerar o equivalente a cerca de um terço de toda a energia produzida na
UHE Itaipu (Brasil/ Paraguai, 14.000 MW) e que no ano passado foi a maior usina
em termos de energia produzida no mundo. De acordo com a entidade, o país
disporia de cerca de 23 bilhões de metros cúbicos ao ano que permitiria a
geração de 37 milhões de MWh e a um custo de 30% a 40% mais baixo do que se tem
atualmente.
O
motivo pela qual não se tem ainda a redução de preços estimada e a expansão
dessa geração é a falta de uma política pública que viabilize a inserção na
matriz energética nacional. Depois de três anos que a fonte voltou a ser
debatida no país, a associação elaborou propostas a serem apresentadas ao
ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga. Essa proposta tem como destaque a
realização de leilões de energia, simplificação tributária e desonerações na
cadeia produtiva de equipamentos para usinas que se utilizarem desse
combustível.
Pela
falta do programa é que o biogás contribui de forma tímida para a matriz
elétrica nacional. Segundo a secretária executiva da Abiogás, Camila Agner, o
país contava, segundo os números mais recentes disponíveis – de 2014 –, com 70
MW em capacidade instalada. E o custo da energia dessa fonte hoje está no mesmo
patamar de outras renováveis em uma faixa de preços entre R$ 180 a R$ 220/MWh.
Já no leilão de A-3 de 2014, quando houve a possibilidade de negociar energia
de resíduos o preço-teto estabelecido foi de R$ 169/MWh.
“Em
termos de energia elétrica, o Brasil só aproveita 0,05% da energia potencial
dessa fonte”, resumiu a executiva. “Hoje a maior parcela da capacidade
existente está no Sul do país em pequenas propriedades e no Sudeste, onde se
localizam as usinas de maior porte”, acrescentou.
O
programa, explicou Camila, mostra que o biogás não é inviável do ponto de vista
econômico e deverá viabilizar projetos de media e grandes escala no país. Esse
primeiro grupo, principalmente, apresenta maiores dificuldades por falta de
incentivos. E, em sua avaliação, o que falta na realidade é o entendimento por parte
do governo de que essa é uma fonte importante para ajudar na disponibilidade de
capacidade de geração de energia no país.
Questões
regulatórias importantes no passado como a resolução 482 da Aneel, que passaram
por aprimoramento em 2015 foram resolvidas. Essa em especial, destacou a
executiva da Abiogás permitirá uma maior expansão do biogás para aqueles
geradores de menor porte. Além desses, os grandes autoprodutores poderão ser
beneficiados, uma vez que o biogás tem como fonte o uso de resíduos orgânicos,
o que abre a perspectiva de sua adoção pela indústria de alimentos e da
agroindústria, que tem nos seus rejeitos uma grande fonte de produção de biogás
por meio de resíduos de animais ou os resíduos da colheita.
“A
autoprodução é muito interessante, pois com o aprimoramento pode-se abater a
energia gerada para o mesmo CNPJ, mas em diferentes locais como para
cooperativas de pequenos produtores. Além disso, tratamento de esgotos pode
levar a economia de energia em unidades de empresas de saneamento em um mesmo
estado. Realmente é um passo interessante”, finalizou ela. (canalenergia)
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