Marinha dos EUA lança
1º destroier movido a gordura de carne
A marinha americana lançou nesta semana o primeiro
destroier de mísseis parcialmente movidos por biocombustível feito a partir de
gordura de carne bovina.
O contratorpedeiro "ecológico" – um USS Stockdale
(DDG 106) – é parte de um ambicioso plano chamado de "Grande Frota
Verde", que consiste em ter 50% dos navios de guerra movidos a energias
alternativas, como eólica, solar e biocombustíveis diversos, dentro de quatro
anos.
Por enquanto, o mix de abastecimento dos navios é de apenas 10% de biocombustíveis e 90% de petróleo – um passo pequeno, é verdade, mas muito importante para um país que busca reduzir a importação e dependência do combustível fóssil. Só para esse primeiro ano do projeto, a marinha dos EUA adquiriu 295 milhões de litros da mistura de combustíveis fósseis e biocombustíveis.
Por enquanto, o mix de abastecimento dos navios é de apenas 10% de biocombustíveis e 90% de petróleo – um passo pequeno, é verdade, mas muito importante para um país que busca reduzir a importação e dependência do combustível fóssil. Só para esse primeiro ano do projeto, a marinha dos EUA adquiriu 295 milhões de litros da mistura de combustíveis fósseis e biocombustíveis.
A gordura usada na produção do biocombustível vem
de resíduos de carne fornecidos por agricultores do Centro-Oeste dos EUA.
Segundo a marinha americana, ela foi comprada a um preço competitivo através de
uma parceria com o Departamento de Agricultura do país (USDA).
Inicialmente, a marinha buscava a relação de 50-50,
porém o custo era muito alto, mas isso pode mudar a medida que cresce a
concorrência na indústria de combustíveis alternativos.
"O uso de energia renovável pela marinha representa sua capacidade de diversificar as fontes de energia, e também a capacidade da nossa nação de transformar um resíduo em uma fonte de produção nacional limpa, biocombustíveis avançados que atendem às necessidades de transporte", disse o secretário de agricultura do país, Tom Vilsac.
"O uso de energia renovável pela marinha representa sua capacidade de diversificar as fontes de energia, e também a capacidade da nossa nação de transformar um resíduo em uma fonte de produção nacional limpa, biocombustíveis avançados que atendem às necessidades de transporte", disse o secretário de agricultura do país, Tom Vilsac.
8 fontes inusitadas de biocombustível
Quando pensamos em
biocombustível, logo nos vêm à mente o etanol de cana brasileiro e o de milho
americano. Mas, diante da crescente busca por novas energias, outras fontes vêm
surgindo. Confira as mais curiosas e, quiçá, estranhas descobertas recentes.
Penas de frango – pode completar?
Penas de frango – pode completar?
Em
2009, pesquisadores do Departamento de Engenharia da Universidade de Nevada, em
Reno, nos EUA, mostraram ao mundo que é possível produzir um combustível
biodiesel a partir de penas de galinha. O trabalho científico, publicado no The
Journal of Agricultural and Food Chemistry (JAFC), mostra que é possível obter
entre 7% e 11% de biodiesel da gordura das penas através de fervuras e
processos químicos específicos.
Atualmente,
devido ao seu alto teor proteico, as penas de frango são transformadas em
farinha para ração animal, ou em fertilizante, em função da concentração de
hidrogênio. Segundo o estudo, a quantidade de farinha gerada pela indústria
avícola anualmente seria suficiente para a produção de 580 milhões de litros de
biodiesel nos EUA e 2,2 bilhões litros no mundo. Coisa do futuro? Que nada, o
biocombustível já está sendo usado experimentalmente pela agência espacial
americana, NASA.
Borra de café
Borra de café
Depois
de ler isto aqui, você nunca mais vai olhar para o café que prepara em casa do
mesmo jeito, já que um dia ele poderá servir de combustível para o seu carro.
Pesquisadores da Universidade de Nevada – os mesmos que descobriram o potencial
energético das penas de frango – também estudam a extração de biodiesel a
partir do café. Aproximadamente 15% da borra seca é óleo e, assim como o óleo
de soja, mamona e dendê, pode ser convertido em biocombustível. A prova prática
foi feita com grãos e borra doados pela rede de cafeterias Starbucks.
Aqui
no Brasil, cientistas da USP também estão demonstrando que é possível usar a
borra para gerar combustível. De acordo com a professora de química Denise
Moreira dos Santos, que lidera a pesquisa, o biodiesel de café poderia ser
usado por pequenas comunidades agrícolas em tratores e máquinas.
Gordura de jacaré
Gordura de jacaré
Assim
como as penas de galinha, a gordura de jacaré é um subproduto do processamento
da carne deste animal para a indústria alimentícia e de couro. Mas
diferentemente do primeiro caso, ela comumente vai parar no lixo. No entanto,
pesquisadores da Universidade de Luisiana, nos EUA, querem dar uma nova
destinação para cerca de 15 mil toneladas de gordura jogadas fora todos os anos
pelas fazendas do estado, que criam os animais em cativeiro.
Os
cientistas acreditam que este subproduto pode ser um excelente candidato para
produção de biodiesel. Para testar essa hipótese, eles obtiveram algumas
amostras de gordura de jacaré congelada de produtores locais. Resultado: depois
de aquecer o produto no micro-ondas e usar solventes químicos, eles chegaram a
um óleo de ácido graxo que preenche todos os requisitos de alta qualidade do
biodiesel.
Tequila
Tequila
Algave,
é este o nome da planta, que destilada, produz uma das bebidas mexicanas mais
famosas, a tequila. Agora, esta espécie que cresce em áreas inóspitas e
praticamente desérticas, está ganhando popularidade no meio científico por ser
uma fonte alternativa potencial de biocombustível.
A
descoberta, feita por pesquisadores da Universidade de Oxford, indica que a
algave possui alta concentração de açúcar, além de ser capaz de suportar
condições extremas, como temperaturas elevadas, longos períodos de estiagem. O
biodiesel é obtido através da queima da biomassa coletada das folhas, pelo
processo chamado pirólise rápida. E através da fermentação dos açúcares do
caule, também é possível obter álcool. É energia em dose dupla!
Chocolate
Chocolate
Esta
delícia milenar altamente energética serviu como combustível para uma
empreitada fora do comum realizada pela empresa inglesa Ecote, em 2009. A fim
de promover sua mais nova invenção – o biodiesel de chocolate – a companhia
montou uma equipe para atravessar o deserto do Saara a bordo de um caminhão
movido por uma mistura de óleo de cozinha, soda cáustica e etanol, feito a
partir de restos de chocolate. Para a expedição foram levados ao todo 1,5 mil litros
do combustível feito a partir de três mil quilos de chocolate. Haja energia!
Fraldas descartáveis
Fraldas descartáveis
O
que de um lado é solução para toda mãe, de outro é um verdadeiro problemão
moderno, a ponto de vários países instalarem usinas de reciclagem específicas
para as fraldas descartáveis. Algumas empresas estão indo mais longe na
tentativa de reaproveitar ao máximo esse produto. É o caso do grupo de
engenharia britânico Amec, que estuda a possibilidade usar fraldas descartáveis
e outros plásticos para produzir uma espécie de diesel sintético. A empreitada
pode ajudar a reduzir o lixo gerado nas grandes cidades, além de evitar o uso
de outras fontes fósseis. Cerca de 7 quilos de fraldas podem gerar 1 litro de
biogás.
Melancia
Melancia
Só nos EUA, mais de 300 mil
toneladas de melancia são descartadas anualmente por varejistas e supermercados
por apresentar alguma imperfeição. Mas um estudo do Departamento de Agricultura
dos Estados Unidos mostra que é possível gerar biocombustível a partir do
açúcar dessa fruta. Segundo cálculos, seria possível obter quase nove bilhões
de biocombustível por ano da parcela rejeitada de melancias. A solução
“energética” também seria uma forma de agregar valor à colheita nas fazendas e
evitar desperdícios.
Folha de Cannabis sativa
Folha de Cannabis sativa
Às
várias utilidades da folha da maconha que estão em estudo no mundo, como sua
vocação terapêutica e medicamentosa e até mesmo sua aplicação em carrocerias de
carros, adicione mais uma: a de combustível. Pesquisadores da Universidade de
Connecticut, nos Estados Unidos, descobriram que a fibra da Cannabis sativa,
conhecida como o cânhamo industrial, tem propriedades que a tornam viável e
atraente como matéria-prima para a produção de biodiesel.
Durante
testes de laboratório, 97% do óleo extraído da semente da planta foi convertido
em biodiesel. Outra vantagem da erva, segundo os pesquisadores, reside na
capacidade dela crescer em solo pobre e de baixa qualidade, o que afasta a
necessidade de cultivá-la em lavouras especiais destinadas ao plantio de
alimentos. (abril)
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