Países
em desenvolvimento investem mais em energia renovável do que nações ricas
Um
recente estudo da UNEP (Programa das Nações
Unidas para o Meio Ambiente) mostra que países em desenvolvimento estão
investindo mais recursos em energias renováveis do que países desenvolvidos.
Visto como investimento possível apenas para países ricos, o uso de recursos
naturais inesgotáveis – excluindo os de energia hidráulica – recebeu o
investimento de US 285,9 bilhões no ano passado. Desse total, US 155,9 bilhões
vieram de países em desenvolvimento – 55%. Em 2014, esse número era de
49%, com US 131,5 bilhões.
Os três principais países em desenvolvimento
– China, Índia e Brasil – tiveram um aumento de investimentos em
energia renovável de 16%, de US 120,2 bilhões, enquanto as outras economias em
desenvolvimento registraram um salto de 30%, com US 36,1 bilhões.
Segundo o relatório Global Trends in
Renewable Energy Investment 2016,
da UNEP, o que mudou nos últimos dois anos é que o custo reduzido de
tecnologias solar e eólica tem tornado viáveis os projetos em economias
emergentes fartas em recursos naturais, enquanto os países ricos, em muitos
casos, diminuíram subsídios para energias renováveis em vista da preocupação
com custos das contas de energia.
Foto aérea do projeto Droogfontein Solar Power, instalado na África do Sul. São 168,720 painéis solares em 100 hectares.
Foto aérea do projeto Droogfontein Solar Power, instalado na África do Sul. São 168,720 painéis solares em 100 hectares.
A China foi o país que mais investiu em
renováveis. Foram US 102,9 bilhões em 2015, o que representa um terço dos
investimentos do planeta. O Brasil é o sétimo país que mais investe no mundo,
com US 7,1 bilhões. Nações como a África do Sul, México e Chile se encontram,
atualmente, à beira de uma
transformação em energia verde, de acordo com a UNEP.
Em consequência das sérias quedas de luz na
África do Sul, por exemplo, o país se comprometeu, em 2010, a lançar uma série
de projetos em energia renovável. Espera-se que as novas instalações no
país reduzam 500 mil toneladas de emissões de dióxido de carbono anualmente e
criem 2 mil empregos por ano durante as fases de construção. A África do
Sul aparece em oitavo lugar no ranking, com aumento de 309% em investimentos, para
4,5 bilhões de dólares. O México vem logo depois, com US 4 bilhões investidos e
o Chile fecha a lista dos dez países, com aumento de 143%, a US 3,4 bilhões.
Investimentos em energia renovável por país em 2015.
Investimentos em energia renovável por país em 2015.
Sem a energia criada pelos recursos renováveis,
as emissões globais de CO2 teriam sido 1,5 gigatoneladas mais altas
em 2015, estima o estudo. O levantamento da UNEP não leva em conta os
grandes projetos de energia hídrica, de mais de 50 megawatts, já que essa
tecnologia vem sendo desenvolvida há décadas e está em um estágio muito
diferente de implantação do que a eólica ou a solar, por exemplo.
Compromissos globais
Um acordo global assinado durante a COP 21 (Conferência do Clima da ONU), em Paris, em dezembro, estabelece que, a
fim de frear o aquecimento global, é necessário que se passe a investir US 1
trilhão a mais anualmente em energias limpas até 2050. ”Apesar dos sinais
ambiciosos mostrados na COP 21 e a crescente capacidade das novas instalações
de energias renováveis, ainda há um longo caminho a percorrer”, afirmou o
presidente da Frankfurt School of Finance &
Management, Udo Steffens.
Um novo estudo realizado pela Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA) aponta que 4,2 trilhões de dólares podem ser economizados por ano até 2030 se a atual quantidade de energias renováveis utilizadas fosse duplicada. O relatório do IRENA foi montado utilizando dados de 40 países, representando 80% da energia usada globalmente. Atualmente, a porcentagem de energias renováveis utilizadas é de cerca de 18%.
Um novo estudo realizado pela Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA) aponta que 4,2 trilhões de dólares podem ser economizados por ano até 2030 se a atual quantidade de energias renováveis utilizadas fosse duplicada. O relatório do IRENA foi montado utilizando dados de 40 países, representando 80% da energia usada globalmente. Atualmente, a porcentagem de energias renováveis utilizadas é de cerca de 18%.
O uso de uma quantidade dobrada de recursos
naturais inesgotáveis reduziria a poluição do ar suficientemente para salvar
até 4 milhões de vidas por ano em 2030, segundo o IRENA. Mais que isso, iria
limitar o aumento da temperatura global a 2 graus Celsius acima dos níveis
pré-industriais, evitaria a emissão de 12 gigatoneladas de CO2 em
2030 – cinco vezes mais do que o que os países se comprometeram a reduzir
através das Contribuições Nacionalmente
Determinadas Pretendidas (INDCs)
–, resultaria em 24,4 milhões de empregos no setor de energia renovável em
2030, e ainda aumentaria o PIB mundial em 1,3 trilhões de dólares. (thecityfixbrasil)
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