Elon R. Musk (nascido em
Pretória, África do Sul, em 28/06/1971) é um empreendedor que tenta fazer (no
Brasil se diz ganhar) dinheiro revolucionando a indústria automobilística e de
produção de energia solar, como forma de acelerar a descarbonização da
economia, contornar o pico do petróleo e incentivar as energias renováveis.
“Precisamos atingir uma economia de energia sustentável ou ficaremos sem
combustíveis fósseis para queimar e nossa civilização entrará em colapso”,
escreveu Musk.
Depois
de formado em economia e física pela Universidade da Pensilvânia mudou-se para
a Califórnia e fundou a empresa Zip2, uma companhia que desenvolvia conteúdo
para portais de notícias. Em 1999 a empresa foi comprada pela Compaq por US$ 307
milhões. Mais tarde conseguiu a venda do PayPal para o eBay por US$ 1,5 bilhão.
Com cerca de 30 anos se tornou um multimilionário e considerado um empreendedor
de sucesso.
O
desafio atual de Musk é deslanchar a produção de veículos elétricos da fábrica
Tesla (nome adotado em homenagem ao inventor sérvio Nikola Tesla, 1856 – 1943,
que revolucionou a transmissão de energia no início do século XX, em oposição a
Thomas Edison) e as baterias elétricas de energia solar da empresa SolarCity.
Em
julho de 2016, Elon Musk anunciou o ambicioso plano de fundir as duas empresas,
visando fabricar o modelo 3 e a Powerwall (baterias para armazenamento de
energia em casas ou empresas).
Para
tanto, está em construção uma megafábrica da Tesla, localizada no deserto de
Nevada (EUA), com 13 km² de área construída. Trata-se de um investimento de US$
5 bilhões, em parceria com a japonesa Panasonic, que começou a sair do papel em
2014. O plano é ser 100% sustentável, além de contribuir para a fabricação de
500 mil veículos elétricos por ano, como caminhões e ônibus.
A queda do preço das baterias elétricas é chave para o sucesso dos carros elétricos e para as baterias colocadas nas casas. Se estes preços continuarem caindo, pode haver uma nova dinâmica com os consumidores produzindo a energia com as placas solares no teto das casas, a bateria para armazenar a energia que pode ser utilizada nos aparelhos domésticos, mas também como combustível limpo para os veículos automotores. Contudo, qualquer empreendimento desta magnitude não está isento da emissão de gases de efeito estufa.
A queda do preço das baterias elétricas é chave para o sucesso dos carros elétricos e para as baterias colocadas nas casas. Se estes preços continuarem caindo, pode haver uma nova dinâmica com os consumidores produzindo a energia com as placas solares no teto das casas, a bateria para armazenar a energia que pode ser utilizada nos aparelhos domésticos, mas também como combustível limpo para os veículos automotores. Contudo, qualquer empreendimento desta magnitude não está isento da emissão de gases de efeito estufa.
A
pretensão atual de Elon Musk é construir telhados solares que dobrem as funções
das telhas tradicionais com a recolha de energia renovável. Ele diz: “Não é uma
coisa no telhado. É o telhado”. Disse que a energia solar e as baterias ficarão
tão bem juntas como geleia e manteiga de amendoim num sanduíche. Mas, a
despeito de todo espírito inovador de Musk, cabe observar que já existe o
telhado solar antes da SolarCity, como mostra artigo de Lloyd Alter (agosto
2016).
Há
grande expectativa em relação ao futuro de Elon Musk e seus empreendimentos que
visam impulsionar a produção e o consumo de energia solar. O volume dos
investimentos é bem elevado. Mas há muitas dúvidas sobre a viabilidade
financeira destes projetos e até mesmo sobre o uso do lítio usado nas baterias
solares, pois se trata de um mineral raro e não renovável e como mostrou James
Stafford as baterias dependem da oferta deste mineral escasso e cuja demanda
está crescendo mais rápido do que a oferta.
O
acidente fatal que envolveu a função “Piloto Automático” do “Tesla Model S”
lançou dúvidas sobre as metas mais ambiciosas da empresa. Além do mais, o que o
mundo precisa não é necessariamente de mais carros elétricos e mais carros com
pilotos automáticos, mas sim maior e melhor sistema de transporte público. A
Tesla e a SolarCity prometem uma revolução na produção e uso de energias
renováveis e no transporte, mas segundo o “Paradoxo de Jevons”, pode ser apenas
uma forma de aumentar o “carmageddon” e a imobilidade urbana.
Não
está claro se Elon Musk terá sucesso nos seus empreendimentos. Até agora o
“inovador schumpeteriano” não comprovou a viabilidade econômica definitiva de
suas empresas. Alguns analistas, como Robert Rapier, são céticos em relação à
possibilidade dos veículos elétricos (Eletric Vehicles – EV) se tornarem uma
força dominante na indústria automobilística. Há também críticas como as de
Michael Reilly do MIT e de Robert Bradley Jr da Forbes sobre a sustentabilidade
destas tentativas de inovação empresarial.
Os
ganhos do avanço da energia solar poderão ser expressivos se o seu uso vier
para viabilizar o desenvolvimento local e a autonomia dos domicílios para gerar
sua própria força para movimentar os aparelhos da casa e os veículos que
garantam a produção local e a mobilidade espacial.
Os defensores do Ecossocialismo falam em criar um “comunismo solar”. Sem dúvida é preciso democratizar a produção e o consumo das energias renováveis e não está claro se os investimentos de Elon Musk contribuirão simplesmente para a acumulação de capital de uma grande empresa ou para a difusão de uma nova matriz energética, com empoderamento popular.
Os defensores do Ecossocialismo falam em criar um “comunismo solar”. Sem dúvida é preciso democratizar a produção e o consumo das energias renováveis e não está claro se os investimentos de Elon Musk contribuirão simplesmente para a acumulação de capital de uma grande empresa ou para a difusão de uma nova matriz energética, com empoderamento popular.
Mas,
de qualquer forma, nenhuma revolução energética, por si só, será capaz de
sustentar uma sociedade consumista em constante crescimento, que degrada o meio
ambiente e destrói os ecossistemas. O mundo precisa democratizar e socializar a
energia solar e ampliar a democracia em todos os seus aspectos, inclusive
respeitando os direitos intrínsecos da natureza. (ecodebate)
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