Fonte eólica será importante no cumprimento das
metas do setor elétrico
Fontes
teve forte crescimento na África e América Latina. Brasil deve cumprir metas,
mas deve atentar para mudanças climáticas
A
fonte eólica deve auxiliar os países a cumprirem as metas estipuladas na COP
21, em Paris. Debate realizado em 31/08/16, na sétima edição do Brazil
Windpower, que está sendo realizado no Rio de Janeiro, o secretário-geral do
Global Wind Energy Council, Steve Sawyer, mostrou que a fonte teve um
crescimento inesperado de 22% em 2015, principalmente puxado por resultados de
países como China, Estados Unidos e Alemanha. De acordo com ele, houve uma
proliferação de mercados na América Latina, Ásia e África e hoje mais de 26
mercados no mundo já tem mais de 1.000 MW e oito tem mais de 10.000 MW.
A
fonte eólica foi responsável por aproximadamente 4% do suprimento em 2015 e
deve chegar a 8% em 2020, sendo que em 2030 esse percentual deve chegar a até
20%. Em 2050, a fonte deve ser um terço do suprimento, caso os desafios do
clima sejam domados. Segundo Sawyer, o avanço tecnológico registrado no setor
eólico veio por meio das eólicas offshore, que estão com o seu preço em
tendência de queda. Os custos das eólicas vem caindo e ela já é a fonte mais
barata para adicionar capacidade em mercados em crescimento, como os da África
e América Latina, assim como em algumas regiões dos Estados Unidos e Canadá.
No
Brasil, a expectativa é que o cumprimento da meta seja alcançado, embora de
acordo com o diretor da Empresa de Pesquisa Energética, Amílcar Guerreiro, as
mudanças climáticas podem se transformar em um desafio. Nos últimos anos, houve
um grande despacho térmico ocasionado por sucessivas hidrologias ruins. Ainda
segundo Guerreiro, o desafio brasileiro também é diferenciado, uma vez que ele
não vai ter que aumentar de modo expressivo a inserção de fontes renováveis na
nossa matriz energética e sim, mantê-las nas contratações. Ele conta que a
temática preço-acesso à energia ainda está presente. "Energia e
acessibilidade é o dilema. Temos que fazer a energia chegar a todos e a um
custo em que ela possa ser absorvida", explica.
Élbia Gannoum,
presidente-executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica, também
acredita que o país vai cumprir as metas da COP 21. Segundo ela, mesmo que se
cometam erros, a abundância de fontes renováveis faz com que qualquer revés
seja mitigado. Ela conta que muitos países que buscaram o investimento em
renováveis o fizeram por perseguir a independência energética em relação a
fontes fósseis, enquanto no Brasil, as renováveis eram o recurso que havia
naturalmente disponível. A presidente da ABEEólica também relacionou o êxito da
fonte eólica a competência dos seus agentes, que souberam desenvolvê-la de modo
que ela se tornasse uma das mais baratas.
A
relação entre o preço e o tipo de fonte, que expandiu as usinas de carvão
mineral, não é mais um empecilho para a adoção de renováveis como a eólica no
mundo. Segundo Sawyer, do GWEC, em países como o Brasil, a África do Sul, os
Estados Unidos e a China isso já não acontece. Ainda segundo ele, a construção
de uma usina a carvão hoje pode significar que ela seja desativada até 2050,
uma vez que o setor de energia deverá ter emissão zero nesse ano. "O
carvão já não é tão mais barato no mundo", avisa. (canalenergia)
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