Estudo liderado pela Procobre
e Excen/Unifei sobre tema pede banco de práticas e sugere piloto na área
industrial
Estudo liderado pelo
Instituto Brasileiro do Cobre e o Centro de Excelência em Eficiência Energética
da Universidade Federal de Itajubá sobre Eficiência Energética mostrou que há a
carência de uma base de dados compartilhada sobre os resultados do que vem
sendo feito sobre o tema pelos vários agentes. A partir dessa base, os
resultados poderiam servir como parâmetros para futuras ações e programas de
eficiência energética. “Essa base de dados consolidada é interessante porque
cada vez mais que começa a confiar que cada real investido em uma ação gerou
economia de energia pode quantificar essa correlação e colocar no planejamento
da expansão”, conta o professor da Unifei Jamil Haddad, coordenador do Excen e que trabalhou no
estudo.
O estudo mostra ainda uma
espécie de desarticulação entre os setores para que a eficiência energética
deslanche no país. Segundo o professor, são vários os atores desenvolvendo
programas e ações de eficiência, como Aneel, Procel, o próprio ministério, além
de associações setoriais, que acabam indiretamente criando esse retrato.
Segundo o professor, não há a cultura da eficiência no Brasil, o que prejudica
as iniciativas.
O estudo propõe uma espécie
de projeto piloto na área industrial que reunisse informações para
compartilhamento. Posteriormente, haveria um sistema de indicadores para o
setor com informações detalhadas fornecidas pelo Balanço Energético Nacional
formando um benchmark. Para Haddad, o governo poderia tomar o protagonismo e
agir de forma aglutinadora. “Se o governo quisesse, poderia fazer uma ação,
como criar um protocolo de adesão energética onde teria esse retorno, ganhando
informação para indicadores do setor”, avisa.
Para Glycon Garcia,
diretor-executivo do Procobre, é necessário que se busque sinergia entre em
iniciativas de EE já feitas que apresentam semelhanças e complementariedades.
Segundo ele, mesmo que essas ações sejam executadas por vários agentes, é
necessária uma avaliação e monitoramento dessas práticas para que a sua adesão
ou não seja embasada e se possa criar um banco de dados.
O professor salienta que a
eficiência energética não é uma prática estabelecida no país pelas empresas
locais. Já as de origem estrangeira vem trabalhando para promover o tema. Ele
também observa associações setoriais atuando. “Algumas já estão desenvolvendo
ações, só que não divulgam muito. Internamente, eles fazem uma boa troca de
informações”, avisa. Haddad reforça a importância do papel do governo no deslanche
das ações de EE. Segundo ele, é necessário que ele atue para criar um ambiente
propício. O professor lembra que o dinheiro investido em conservação é menor do
que o investido na expansão da geração.
O excesso de programas que
tratam de eficiência energética, como Procel, PEE/Aneel e Compet é visto por
muitos agentes como um impeditivo. Alguns agentes pedem a unificação dos
programas ou a criação de um órgão único que ficaria responsável pela gestão
dos programas. Haddad não vê ambiente favorável no momento para a criação desse
órgão, mas propõe a criação de um mecanismo agregador da gestão e dos programas
enquanto esse momento ideal não chega. “A medida que for dando certo pode ver
se deixa tudo em um lugar só ou até criar outra instituição”, conclui.
Desarticulação é principal
entrave para sucesso da eficiência energética no Brasil. (canalenergia)
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