Brasil Bio Fuels viabiliza
empreendimentos que serão movidos a biomassa, óleo vegetal e energia solar.
Eneva viabiliza projeto que vai usar gás do campo de Azulão e vai ter
investimentos de R$ 1,8 bilhão.
O leilão de Roraima,
realizado em 31/05/19, que contratou 293,8 MW e investimentos de R$ 1,62
bilhão, vai trazer para o mercado projetos híbridos como os viabilizados pela
Brasil Bio Fuels. A empresa conseguiu viabilizar dois projetos, um com óleo
vegetal e biomassa da palma em São João da Baliza, no Sul do estado, de 17 MW e
outro em Boa Vista, de óleo vegetal e energia solar, de 56 MW. O total de
investimentos ultrapassa os R$ 600 milhões. De acordo com Milton Steagall, CEO
da BBF, o leilão foi positivo no modelo de contratação, já que estimulou outras
fontes de energia. “A Aneel inovou, deu estímulo as fontes alternativas, para
acabar com o monopólio do diesel, que já está há décadas instalado”, afirma.
Ele conta que a usina de São
João da Baliza era um projeto antigo da BBF, que tentou ser viabilizado em um
leilão de 2010 de sistema isolado, mas que não teve êxito. A empresa tem uma
planta de esmagamento de palma, o que a faz ter um custo baixo de combustível.
Steagall lembra que a indústria da Palma trabalha 12 meses no ano, sem ter uma
entressafra expressiva. Ele pretende já em março de 2020 pedir autorização para
começar a gerar energia, antecipando em um ano o prazo de começo de operação.
Ele já tem os equipamentos comprados e deve gerar de 200 a 250 empregos
diretos. O projeto que envolve energia solar ainda não tem os fornecedores
definidos.
O aparecimento de projetos
híbridos também foi ressaltado positivamente pela diretora da Thymos Energia,
Thais Prandini. Segundo ela, apesar do leilão ter sido exitoso, ele foi muito
específico, o que o deixa à parte dos demais certames. A garantia do
abastecimento para Roraima nos próximos anos assegurada pelo certame mesmo que
o linhão do estado não saia também foi citada por ela como ponto positivo do
leilão. “A gente sabe que vai ter energia para entrar lá”, avisa. A diretora da
Thymos apostava em um preço mais baixo, já que os contratos eram de longo
prazo. Sobre a falta de ofertas para o produto energia, ela acredita que a
eminente interligação do estado pode ter afastado os proponentes.
Quem também viabilizou
projetos no leilão foi a Eneva. Ela vai construir no estado a UTE Jaguatirica
II (132,3 MW) movido a gás natural e abastecido com o gás produzido pela Eneva
no campo de Azulão, no Amazonas. A usina terá disponibilidade de potência de
117 MW, pelo prazo de 15 anos, a partir de 28 de junho de 2021. A usina vai
receber receita fixa anual de R$ 429.300.196,62. A Eneva deverá investir R$ 1,8
bilhão no empreendimento. O início da implantação do projeto está previsto para
o primeiro semestre de 2019.
O
presidente da empresa, Pedro Zinner, classificou o projeto como de alta
complexidade e importante para o país, já que inaugura a produção na bacia do
Amazonas, aumenta a segurança energética em Roraima de forma mais limpa e
amplia a oferta de energia em uma região dependente do diesel e da energia
vinda da Venezuela. Para a construção da UTE Jaguatirica II, a Epecista será a
Techint. Os equipamentos críticos da ilha de potência da UTE serão fornecidos
pela Siemens. A construção da planta de GNL, tancagem e regaseificação será
coordenada pela Eneva, e os equipamentos serão fornecidos pela Galileo
Technologies. Para o desenvolvimento do Campo de Azulão, a companhia utilizará
os fornecedores com as quais já trabalha na Bacia do Parnaíba.
Com o resultado do Leilão, a
Eneva expande o modelo Reservoir-to-Wire para mais uma bacia sedimentar e
atinge capacidade contratada total de 2,7 GW, com garantia de faturamento bruto
anual mínimo de R$2,7 bilhões. (canalenergia)
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