EPE deve lançar ainda em junho roadmap sobre eólica offshore.
Consolidação
e avanços da eólica onshore ajudam caminho da nova fonte, diz Abeeólica.
A
Empresa de Pesquisa Energética deve lançar ainda este mês um RoadMap para
Energia Eólica Offshore no Brasil. Durante o UK & Brazil: Partners in
Energy, realizado na última semana no Rio de Janeiro (RJ), o presidente da EPE,
Thiago Barral, falou sobre a ferramenta em um painel. De acordo com ele, a
ideia é trazer mais detalhes do que já foi publicado no PNE 2050, além de cobrir
outros aspectos da fonte como tecnologias e custos ambientais, regulatórias e
legais fundamentais para o desenvolvimento dos parques.
Ainda
segundo Barral, a intenção do roadmap é identificar quais são os elementos
necessários para que se viabilizem os projetos, tais como redução de custos,
limitações de logística e infraestrutura, adaptações de engenharia e medições.
“Os investimentos vão ser mais ou menos acelerados quanto maior for a confiança
no arcabouço legal e regulatório”, avisa. O passo seguinte após essa etapa é
inserir a eólica offshore na expansão da oferta nos cenários após 2030. Ele
conta que isso não impede que projetos que já se encontram sob licenciamento
possam ser viáveis.
“Não
queremos ditar o ritmo do desenvolvimento, os empreendedores é que vão ditar.
Queremos é garantir que as barreiras possam ser trabalhadas e reduzidas com a
devida antecipação”, comenta. O presidente da EPE frisa que apesar do
vasto potencial eólico offshore que se
desenha no país, nem tudo será atrativo. As costas de Rio de Janeiro e Espírito
Santo, que quase não tem projetos na terra, possuem um potencial offshore
interessante.
No
Reino Unido, onde essa fonte já está mais avançada, ela surgiu da necessidade
de ter mais fontes renováveis na matriz. Com uma costa grande, os projetos
começaram em águas mais rasas e migram para as mais profundas. Uma das
primeiras coisas que se decidiu foi tornar o licenciamento ambiental simples e
transparente para a viabilização das usinas. Os custos foram caindo, mas por vários
fatores que atuaram em conjunto. Minas no fundo do mar e a pesca são desafios
que a Europa enfrenta.
A
presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica, Élbia Gannoum,
que também participou do evento, lembrou que a fonte offshore vai ter um
caminho mais fácil que a onshore, uma vez que os agentes de governo já viram
que o vento gera energia de qualidade. Ela também salientou que a offshore
chegaria em um momento em que grande parte da expansão eólica de 2018 se deu
via mercado livre. “A offshore deve vir em um ambiente já não tão dependente de
leilões”, observa.
O
coordenador geral de licenciamento ambiental de empreendimentos fluviais e
pontuais terrestres do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais e Renováveis, Régis Pinto, vê a eólica offshore com uma janela de
oportunidade para o órgão. Segundo ele, o IBAMA está montando uma agenda com
quatro eixos: Capacitação, Avaliação e Impacto Ambiental, Zoneamento e Produtos
Finais. (anacebrasil)
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