Brasil pode ser protagonista em biocombustíveis para
aviação.
Embrapa apresenta pesquisas com matérias-primas para
a produção de bioquerosene no Brasil.
O setor de aviação recentemente tem investido na
produção sustentável de combustíveis renováveis, e o bioquerosene é uma das
apostas para substituir o querosene de origem fóssil. Para defender essa ideia,
o pesquisador da Embrapa Agroenergia Bruno Laviola participa do I Congresso da
Rede Brasileira de Bioquerosene e Hidrocarbonetos Renováveis para Aviação,
ministra palestra com o tema: “Fontes oleaginosas potenciais para a produção de
bioquerosene no Brasil”. O evento é uma realização do Ministério da Ciência,
Tecnologia, Informação e Comunicação (MCTIC), em parceria com a Universidade
Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e a Rede Brasileira de Bioquerosene de
Aviação (RBQAV).
A palestra acontece na parte da tarde do último dia
do Congresso que aconteceu de 05 a 07 de junho em Natal (RN). “Existe no Brasil
um grande número de espécies nativas e exóticas que produzem óleo em frutos e
grãos, com diferentes potencialidades e adaptações naturais a distintas
condições de clima e solo do País”, explica Laviola.
Os desafios quanto ao uso das matérias-primas
oleaginosas e às estratégias de desenvolvimento da cadeia de produção de
bioquerosene de aviação no Brasil passam por gargalos técnico-científicos e
políticos. Esses desafios relacionam-se tanto à produção, ao processamento
industrial como à integração com cadeias produtivas regionalizadas. Para
promover a sustentabilidade do setor, a Embrapa atua no suporte com pesquisa de
matérias-primas e biomassas voltadas para a produção de bioquerosene de
aviação, como explica o chefe-geral, Guy de Capdeville.
“Ainda existem consideráveis desafios a serem
vencidos. Entre eles, poucos processos para a produção. Atuamos na produção de
culturas como a macaúba e a palma de óleo, pois essas culturas apresentam
características altamente promissoras para a produção de energia”, complementa
Bruno Laviola.
A Embrapa também concentra esforços em estudos
relacionados à utilização de resíduos agrícolas para a produção de diferentes
biocombustíveis e também de outros produtos de valor agregado. Entre esses
estudos, destacam-se a produção de biodiesel por meio de óleo de fritura e o
aproveitamento da glicerina de dendê e soja em novos compostos químicos. Diversas
alternativas estão sendo desenvolvidas para promover a utilização de energias
sustentáveis na produção de combustíveis para o setor da aviação. Este é um dos
setores que mais contribuem para a emissão de gases poluentes na atmosfera e é
alvo de um importante programa de metas de redução de 50% das emissões de
carbono até 2050. Atualmente, o setor contribui com cerca de 2% das emissões
provocadas pela atividade humana. Há previsões de que até 2030 as emissões do
setor sejam superiores a 3%.
Programação
O Congresso iniciou em 05/06/19 o Dia
Mundial do Meio Ambiente, com minicurso sobre regulamentação e garantia da
qualidade de combustíveis de aviação sustentável. No período da tarde, outro
minicurso terá como tema as rotas tecnológicas para a produção desse
combustível. Também está na programação do mesmo dia apresentação sobre fontes
de financiamento.
Para o segundo dia, após a abertura solene, estão
programadas as palestras “Mudança climática, emissões, metas e querosene
sustentável” e “Iniciativa da Rede Brasileira de Bioquerosene e Hidrocarbonetos
Renováveis para Aviação”.
Em seguida, começam as mesas-redondas, que irão
tratar dos temas “Perspectivas e desafios do uso do bioquerosene no Brasil”,
“Rotas de produção (cases)”, “Certificação/controle de qualidade”,
“Hidrocarbonetos renováveis para aviação”, “Matéria-prima/biomassa para
produção de bioquerosene (potencialidade, produção e sustentabilidade)” e
“Políticas públicas e validade econômica”. (biodieselbr)
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