quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Caso da usina nuclear em Pernambuco

Vendedores de ilusão: Caso da usina nuclear em Pernambuco.
Uma forte ofensiva para a construção de novas usinas nucleares do país tomou fôlego no atual governo. Principalmente pelo fato de quem está a frente do Ministério de Minas e Energia é um almirante da marinha brasileira, atuante na área nuclear, tendo sido coordenador do programa Brasil e França para construção de submarinos, inclusive 2 deles movido a energia nuclear.
Além disso, outro fator não declarado abertamente contribuiu para esta ofensiva, o grande interesse de setores militares-civis para que o Brasil tenha sua bomba atômica. Tecnologia não falta ao país para construção deste artefato bélico. A questão atual para ainda não contar com a bomba tupiniquim é de origem econômica, pois seria necessário tornar competitiva a extração do urânio e de toda cadeia produtiva associada. Com as 6 usinas nucleares previstas, aumentaria assim a demanda desde a extração, as diferentes industrias envolvidas no ciclo do combustível nuclear.
Pernambuco é a bola da vez para receber em seu território um complexo nuclear, composto por 6 usinas, com uma potência instalada de 6.600 MW, a um custo total de 30 bilhões de dólares. O município “escolhido” foi o de Itacuruba distante 470 km de Recife, na beira do Rio São Francisco. Conhecido como rio da Integração Nacional, banha 7 estados, beneficiando com suas águas mais de 500 municípios, com 20 milhões de nordestinos dependendo direta ou indiretamente deste grandioso rio e de sua bacia hidrográfica.
Em Pernambuco, assim como em outros estados nordestinos suas respectivas constituições estaduais vedam a instalação de usinas nucleares em seu território. O que seria um impeditivo legal para esta insanidade de nuclearizar o território brasileiro.
Projeção da Eletronuclear, para a usina em Itacuruba, com seis reatores.
Mais isto não parece ser problema para aqueles que se tornaram cristãos novos na defesa deste empreendimento, cujo conteúdo do discurso contém meias verdades, e é capcioso, o que pode levar a população a cometerem erros de avaliação em seu processo de discernimento e de formação de opinião.
Em Pernambuco, o recém convertido deputado estadual Alberto Feitosa tem se destacado na defesa das usinas nucleares, inclusive propondo uma emenda a constituição estadual (Nº 000009/19 de 24/9/2019), para alterar seu artigo 216, que veda usinas nucleares no território pernambucano. A redação proposta já induz a considerar a energia nuclear como uma fonte renovável, com suas vantagens intrínsecas. Má fé ou mesmo ignorância total? A energia nuclear (minérios radioativos) não é uma fonte renovável de energia.
Difícil entender esta posição, pois os argumentos utilizados levam a confundir, e mesmo iludir as pessoas. E que nada esclarecem e nem colaboram para o debate sério sobre o tema. Talvez a origem militar, do nobre deputado, tenha contribuído para este posicionamento, de alinhamento automático aos setores pró-nuclear. Talvez? Porque realmente, do tema conhece muito pouco, apesar de falar com toda retórica de um pseudo especialista, formado a “toque de caixa” para desempenhar a sua função, no intrincado jogo de interesses que envolvem os “negócios da indústria nuclear”.

Na justificativa para sua emenda constitucional, comete maledicências. Afirmando a competitividade da nucleoeletricidade, cujos custos para novos empreendimentos seria hoje de R$ 480,00/MWh (MegaWatt-hora). Valor este já defasado, segundo o mais recente Relatório Anual da Indústria Nuclear Mundial (WNISR) que aponta para os custos da energia nuclear entre US$ 112 e US$ 189 por MWh. Enquanto a energia eólica situa entre US$ 29 e US$ 56 por MWh, e a energia solar fotovoltaica entre US$ 33 a US$ 44 por MWh.
Na questão ambiental é uma verdadeira falácia dizer que a energia elétrica produzida pela usina nuclear não emite gases de efeito estufa (GEE). Não é dito ao cidadão que para fabricar o combustível de uma usina nuclear, uma série de processos, envolvendo várias indústrias: desde a mineração, beneficiamento, conversão, enriquecimento, fabricação das pastilhas de combustível, o descarte dos resíduos (reprocessamento e armazenamento). Além do processo de descomissionamento da usina depois de sua vida média de 50 anos. Todo este conjunto de atividades/processos emitem os chamados GEE, e que devem ser levado em conta neste falso debate que a energia nuclear é limpa.

Outro aspecto da soberba no discurso infundado dos prós é a tentativa de minimizar o máximo possível os riscos de acidentes em uma usina nuclear. Alguns mais fanáticos, mais irresponsáveis, chegam a afirmar a inexistência de risco de ocorrer um acidente, traduzido como vazamento de material radioativo para o ar, terra e água. Como verdadeiros “deuses” que tudo podem, e tudo sabem, na ânsia de defenderem o indefensável; subliminarmente passam a ideia que podem controlar a natureza.
Um exemplo que serviu de alerta foi em Fukushima. Lá natureza disse a que veio. Um terremoto em alto mar, provocando ondas gigantescas (tsunamis), inundou e destruiu a casa de força do complexo nuclear, cortando a energia elétrica que moviam as motobombas para circulação da água do oceano, e assim deixando de refrigerar os reatores. Resultado provocado foi o derretimento de 3 reatores dos 6 existentes, seguido do vazamento de uma extraordinária quantidade de material radioativo para a natureza, e como consequência as mazelas que este tipo de acidente provoca.
As perguntas que não querem calar são:
“Por que então vamos correr este risco de um acidente nuclear com vazamento de radiação no rio São Francisco, se não precisamos para atender nossa demanda por energia elétrica, e que hoje o nuclear somente contribui com 1,1% de toda potencia elétrica instalada no país?”.
“Por que recorrer a uma fonte de energia no mínimo polêmica, com alto grau de periculosidade, se dispomos em abundância de outras fontes fornecidas pela natureza como Sol, vento, água e matéria orgânica (biomassa)?”
“Por que recorrer a uma fonte que produz energia cara, e que vai provocar mais ainda o aumento da fatura para o consumidor final?”
“Por que deixar para as gerações futuras o problema que ainda hoje é insolúvel, o que fazer com os resíduos, criados nas usinas nucleares, com elementos químicos que podem continuar emitindo altas doses de radiação por milhares de anos. Além das usinas gerarem artificialmente um isótopo do elemento químico plutônio, considerado o mais nocivo, o mais venenoso de tudo que existe no mundo?”
Se a energia nuclear é cara, perigosa e poluente qual o motivo para instalar estas usinas em nosso país, no Nordeste brasileiro, ao lado do rio São Francisco?
A não ser que acreditemos ainda num discurso vazio, já “cansado”, que é o do desenvolvimento para a região, a geração de empregos, de renda, blá, blá, blá. Esta ladainha já não convence mais os homens e mulheres de bom senso, de boa vontade, que escutam essa mesma ladainha, para justificar empreendimentos que só beneficiam alguns (os de sempre), e trazem sérios prejuízos a maioria.
Veja Pernambuco terá uma usina nuclear?: https://slideplayer.com.br/slide/3132453/.
Precisamos impedir mais está insanidade. Dai a única força que impedirá mais este atentado a vida, é a força do povo. O que significa a manifestação da maioria em dizer claramente: NÃO queremos, NÃO precisamos, e NÃO vamos aceitar a instalação de usinas nucleares no Brasil, no Nordeste, em Itacuruba. (ecodebate)

Complexo de Chernobyl: a USP e o preço da mentira

Há 33 anos, parte da Europa ficou ameaçada de se tornar inabitável após o acidente nuclear na Usina de Chernobyl. O episódio de 25 de abril de 1986, na região onde hoje fica a Ucrânia, foi retratado recentemente na série “Chernobyl e o preço da mentira.”.
A série mostra o que acontece em um sistema hierarquizado quando opiniões técnicas contrariam interesses políticos.
De um lado, os membros do Partido Comunista, representados por Boris Scherbina, então Vice-Primeiro Ministro da União Soviética. Do outro lado, os técnicos liderados por Valery Legasov, o físico nuclear responsável por avaliar os danos do acidente.
Segundo Scherbina, o acidente havia provocado apenas uma radiação de 3,6 Roentgen (o equivalente a um raio-X). Não havia, portanto, motivos para se preocupar: a situação era estável e estava sob controle. Ouvindo a narrativa política, Legasov não se conteve:
“Não! Isso não é verdade. A verdade é que a leitura máxima do dosador é de 3,6 Roentge. Pelo que vi, este número deve ser muito maior...”.
Diante do impasse, o que fizeram os membros do Partido Comunista – aqueles responsáveis por tomar as decisões? Confiaram nos especialistas da reunião? Buscaram mais informações? Tentaram compreender mais o ocorrido? Não! Pelo contrário, acreditaram na versão que era conveniente ao Partido.
O tempo mostrou a verdade. A radioatividade não era 3,6, mas 15.000 Roentgen, o equivalente a 400 bombas de Hiroshima e Nagasaki juntas. Uma fumaça de Iodo-131 e Césio-137 se espalhou pelo vento. Menos de dois dias depois do acidente, a fumaça radioativa havia chegado à Suécia, a 1.100 quilômetros do local da explosão, na cidade em Pripyat.
Chernobyl foi o maior acidente nuclear da história, classificado como um evento de grau 7 (a classificação máxima). Segundo as estatísticas da velha URSS, apenas 31 pessoas morreram no acidente, mas a ONU estimou em 2005 que mais de 4 mil pessoas morreram pela exposição à radiação. A decisão das autoridades de minimizar o acontecido e não avisar a população para se auto proteger maximizou a contaminação.
Apesar de Chernobyl ter se passado em 1986, a mentalidade está presente até hoje. Inclusive na USP, a principal universidade do país.
A Universidade de Leiden, na Holanda, produz anualmente um ranking com as instituições que mais produzem pesquisa acadêmica. Segundo esse ranking, de 973 universidades analisadas, a USP foi a 8ª que mais produziu artigos. Foram 16.846 artigos entre 2014 e 2017.
Em meio a críticas recentes, a notícia era boa o suficiente para o alto escalão da USP comemorar. O próprio Jornal da USP fez uma matéria com o título: “Ranking que avalia produção científica classifica a USP como a 8ª melhor do mundo.”.
Como recentemente passei a compor o conselho consultivo da USP – como representante do Poder Legislativo Paulista – senti-me como Legasov e os técnicos vendo os camaradas soviéticos comemorando o fato de a radiação ser supostamente 3,6 Roentgen. Trata-se de um autoengano.
Assim como ele, infelizmente tenho que dizer que não há praticamente motivo algum para se comemorar.
O Ranking Leiden classifica as universidades em todo mundo pelo volume de publicações acadêmicas. Como a USP está entre as maiores universidades do mundo em número de professores e alunos, é natural que tenha mais quantidade de pesquisas do que as outras.
Seria a mesma coisa que dizer que somos quatro vezes mais prósperos que a Suécia, já que temos um PIB de 2 trilhões de dólares, enquanto eles possuem um PIB de US$ 500 bilhões. Quem utiliza essa lógica ignora que o fato de que temos 210 milhões de pessoas e eles, apenas 10 milhões.
Não podemos comparar a USP, que tem 98 mil alunos, com Stanford, que possui 16 mil.
Temos que avaliar a qualidade da pesquisa, e não apenas a quantidade.
Vendo o ranking Leiden, me perguntei: qual a porcentagem das pesquisas está entre as mais relevantes? E quando se faz análise essa análise, dos mais de 16 mil artigos, apenas 6,2% está entre os 10% melhores em suas áreas. Utilizando esse critério, a USP cai para 775ª colocada. Conclusão: a USP produz muitos artigos, mas com pouco impacto no cenário internacional.
Claro que – assim como Legasov – tentei contra argumentar com aqueles que me repassaram a notícia de que a USP era a 8ª melhor do mundo em pesquisa. Mas o que membros do alto escalão fizeram quando viram o Ranking Leiden? Questionaram? Não. Fizeram críticas à metodologia? Não! Pelo contrário, fizeram como os soviéticos em Chernobyl: aplaudiram a verdade que lhes convinha e fizeram questão de divulgar a informação que lhes favorecia.
Não me entendam mal. Não quero diminuir a USP, que é uma universidade respeitada, faz parte da história do país e já fez muitas contribuições relevantes. Pelo contrário, o objetivo é fazê-la melhorar cada vez mais.
Como deputado cuja principal bandeira é a educação, trabalho diariamente para melhorá-la em todo o país, sobretudo no ensino superior. Mais que isso, como membro do conselho consultivo da universidade, quero ver a USP lado a lado com as melhores do mundo.
Porém, como vamos melhorar se aqueles que deveriam reavaliar constantemente os rumos da universidade simplesmente distorcem a realidade?
Como vamos melhorar se buscamos apenas mentiras confortantes e escondemos as verdades inconvenientes? Com certeza não é isso que se faz em Harvard, Oxford, Yale e tantas outras instituições de excelência.
No auge de Guerra Fria, os soviéticos negavam qualquer narrativa que fosse enfraquecê-los para não revelar fraqueza ao Ocidente. Mas em Chernobyl e na vida real, a mentira tem seu preço, e as coisas só pioram quando escondemos os fatos.
No último episódio da série, Legasov pergunta aos presentes no julgamento final: “Qual o preço da mentira”? Cada mentira que contamos gera uma dívida com a verdade. Um dia, esta conta deverá ser paga.
A verdade não pode ser apenas um mero detalhe. Uma cultura de mentiras deixa um rastro de destruição. A USP precisa se livrar do seu complexo de Chernobyl.
Localização das cidades e do complexo nuclear. (blogdopolibiobraga)

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Retomada obras de Angra 3 antes da entrada do parceiro privado

Eletronuclear quer retomar obras de Angra 3 antes da entrada do parceiro privado.
Obras da Usina Nuclear Angra 3.
Uma das alternativas é um aporte de R$ 2,8 bilhões pela Eletrobras. PL de privatização da holding será apresentado ao Congresso no início de outubro.
A Eletronuclear pretende retomar as obras da usina nuclear de Angra 3 (RJ – 1.405 MW) antes mesmo da definição da modelagem de negócio que será adotada para a incorporação do parceiro privado da estatal na conclusão do projeto. A ideia, segundo o presidente da subsidiária da Eletrobras, Leonam Guimarães, é que as atividades no canteiro reiniciem já no primeiro semestre ano que vem, quando estará em curso o processo de chamamento público para a escolha das empresas estrangeiras interessadas em se associar ao empreendimento – entre as gigantes do setor de energia que já confirmaram interesse na concorrência estão a francesa EDF, a chinesa CNNC e a russa Rosatom.
Reconstrução de Angra 3 servirá de modelo para novas usinas.
Presente ao seminário “Transição e Integração Energética nos Países Ibero-Americanos”, promovido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e pela Associação Iberoamericana de Entidades Reguladoras de Energia (Ariae) no Rio de Janeiro, Guimarães explicou que uma das formas de viabilizar o início dessa nova fase dos trabalhos no sítio – interrompidos desde 2015 – passa pelo aporte de aproximadamente R$ 2,8 bilhões em recursos próprios por parte da Eletrobras, conforme já estava desenhado na alternativa baseada na criação de uma Sociedade de Propósito Específico da qual fariam parte a Eletronuclear e a empresa privada. O modelo de SPE é considerado o mais viável para viabilizar a usina.
Guimarães informou que a perspectiva atual é a de que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social defina o modelo final de negócio até o final de 2019. A partir daí, e ao longo do primeiro semestre de 2020, o governo vai trabalhar em torno da escolha da melhor proposta apresentada pelos agentes privados interessados. “Além do modelo, a prioridade maior nesse momento é retomar o quanto antes a obra, já que a contenção está aberta e exposta. Estamos vendo atualmente o quanto de fato será preciso para que os trabalhos sejam reiniciados”, explicou ele. Os gastos da Eletronuclear para preservação do canteiro de obras é de aproximadamente R$ 2,5 milhões por mês.
Privatização da Eletrobras
Presente ao evento, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse que o projeto de lei que o governo está finalizando para a privatização da Eletrobras será apresentado ao Congresso Nacional no início de outubro. A expectativa, segundo ele, é que a tramitação na Câmara e no Senado transcorra até o segundo semestre do ano que vem. Ele ressaltou que o trabalho de prestação de esclarecimentos sobre o tema aos deputados e senadores já vem ocorrendo há mais de um mês, e que as discussões no âmbito do Legislativo, uma vez encaminhado o projeto de lei, terão dinâmica própria, com a incorporação natural de contribuições e aperfeiçoamentos por parte dos parlamentares ao texto original. (canalenergia)

Honda anuncia o fim do motor a diesel

Marca deixará de produzir esse tipo de propulsor na Europa até 2021. Objetivo é focar os investimentos nos elétricos para atingir os novos níveis de emissões da EU.
Níveis de emissão de CO2 irá de 120,5 G/Km para 95 G/Km em 2021 na EU.
A Honda anunciou que vai encerrar a comercialização de veículos com motores a diesel na Europa até 2021. A ação faz parte do projeto de eletrificação dos veículos no continente até 2025.
Outro motivo é que até o ano que vem, de acordo com metas da União Europeia, o nível de emissão de gás carbônico deve ser reduzido para 95 gramas de CO por quilômetro (95g/km); atualmente o limite máximo é de 120,5g/km.
Todos os carros novos vendidos na UE precisam estar dentro desta meta até 2021.
Civic, Hatch e Sadã, são vendidos com motor diesel na Europa.
Atualmente na Europa apenas o HR-V e o Civic, tanto o hatch quanto o sedã, são equipados com motor diesel. O CR-V aposentou o diesel e deu lugar à versão híbrida na linha 2020.
No Salão de Frankfurt, o grande destaque foi a apresentação da versão final de seu primeiro elétrico, o Honda E.
O conceito, que apareceu pela primeira vez no Salão de Frankfurt de 2017, fez tanto sucesso que a montadora decidiu não mudar praticamente nada do protótipo para a versão final.
Apresentado no Salão de São Paulo, o design ficou levemente mais arredondado, mas o estilo retrô, baseado no conceito Urban EV, permanece. Os faróis e as lanternas são arredondados, de iluminação 100% LED e ligados por uma faixa preto brilhante.
Tecnologia inédita em um compacto, os retrovisores foram trocados por câmeras de alta resolução, que transmitem a imagem em telas laterais de 6 polegadas fixadas no painel.
Embora modelos elétricos, como o Audi e-tron, já tenham adotado o recurso, a tecnologia é inédita nos compactos.
Versão final do Honda e foi apresentado no salão de Frankfurt.
O estilo retrô foi inspirado na primeira geração do Civic, lançada como hatch em 1972. Dê uma olhada na foto do modelo antigo logo abaixo.
Serão duas motorizações do elétrico, com 136 cv e 154 cv, ambas com torque instantâneo de 32,1 kgfm — força de motor 2.0 turbo. A compacta bateria será a mesma nas duas configurações, de 35,5 kWh.
Na versão mais potente, a montadora promete a aceleração de 0 a 100 km/h em 8 segundos, tempo inferior ao de um Renault Sandero RS, por exemplo.
Bateria é de 35,5 KWH
A autonomia máxima será de 220 km e a bateria poderá ser recarregada até 80% em 30 minutos em um sistema de recarga rápida. (revistaautoesporte)

Honda colocará fim aos motores diesel em 2021

A Honda é mais um fabricante de automóveis que está colocando um fim aos motores de ciclo Diesel. A marca japonesa vai cortar esse combustível do portfólio de produtos a partir de 2021 em favor da eletrificação da gama, de acordo com a Reuters. A montadora nipônica espera energizar todos os modelos até 2025.
A empresa nunca foi exatamente fã de carros diesel, mas os vende na Europa por conta da demanda, assim como na Índia. Porém, com a queda nas vendas de automóveis com esse combustível, principalmente em decorrência do Dieselgate, mantê-los ficou mais difícil.
Além disso, a Honda ainda teria de arcar com mais custos de desenvolvimento para manter seus propulsores limpos no âmbito da União Europa, especialmente após 2021. Mas, as coisas para o diesel ainda não estão boas para a marca, que encerrará a produção de veículos em Swindon, Inglaterra, na mesma época, demitindo 3.500 empregados.
O motivo, nesse caso, é o Brexit, que acarretará ainda mais custos às operações da Honda na Europa. O corte nos motores diesel representará uma economia de 10% em custos no nível global, sendo este percentual revertido para investimentos em carros elétricos e híbridos.
Atualmente, o limite de emissão de CO2 na Europa é de 120,5 g/km em média, mas isso cairá para 95 g/km em 2021. Então, a Honda vai eliminar o diesel no momento certo para evitar mais custos. A Honda tem atualmente uma gama reduzida de motores diesel, destacando-se o 1.6 i-DTEC de 160 cavalos e 35,7 kgfm, que equipa o CR-V na Europa, sempre com câmbio automático de nove marchas.
No restante do mundo, o impacto da saída do diesel será igualmente grande para a Honda, especialmente no Sudeste Asiático e Índia, regiões onde esse combustível ainda tem grande demanda em automóveis. Na eletrificação, a marca ainda precisa ampliar muito sua atuação, especialmente em carros puramente elétricos. (biodieselbr)

sábado, 26 de outubro de 2019

Governo estuda construção de 6 usinas nucleares até 2050

Governo estuda construção de seis usinas nucleares até 2050, ao custo de US$ 30 bilhões.
O governo federal informou em 26/09/2019 que estuda construir seis usinas nucleares até 2050. A informação foi dada pelo secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Reive Barros.
A construção das usinas deve ser incluída no Plano Nacional de Energia (PNE), que está em fase final de elaboração.
Em nota, o ministério destaca que o PNE está em fase final de elaboração e informa que o governo estima investir US$ 30 bilhões na construção das seis usinas.
Os novos reatores deverão produzir 6 gigawatts (GW) de energia – 1 GW em cada. Somados com a produção das usinas de Andrade 1 e 2 e também de Angra 3, prevista para ser concluída em 2026, a potência instalada na matriz nuclear poderá chegar a 9,3 GW.
“O PNE subsidia o governo federal na formulação de sua estratégia para expansão da oferta de energia no longo prazo”. Já o Plano Decenal de Energia, que tem horizonte de 10 anos, é um instrumento de planejamento de curto prazo e está sendo produzido para cobrir o período 2019-2029.
Neste último, vislumbra-se apenas a entrada em operação de Angra 3”, acrescenta o Ministério de Minas e Energia. (ecodebate)

Governo planeja construir seis usinas nucleares até 2050

Iniciativa que prevê 6 GW para implementação nas regiões Nordeste e Sudeste do país está avaliada em US$ 30 bilhões.
O Programa Nuclear Brasileiro, que desde a posse do governo Bolsonaro tem sido retomado e incentivado, prevê a construção de seis novas centrais nucleares para o país até 2050, informou o Secretário de Planejamento de Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Reive Barros, presente em 26/09/2019 no 2º Seminário sobre o Futuro do Setor Elétrico Brasileiro, promovido pela Fundação Coge, no Rio de Janeiro.
A iniciativa prevê a implementação de seis reatores de 1 GW, o que, juntamente com a conclusão de Angra 3, ainda prevista para 2026, poderá elevar a potência instalada da fonte no país em 7,3 GW, chegando a 9,3 GW no total, contando com Angra 1 e 2.
“Estamos aguardando o PNE 2050. A ideia é terminar Angra 3 e dar intervalo de pelo menos quatro anos para entrar essas outras usinas, que poderiam iniciar a construção em 2030, com participação de recursos do setor privado”, explicou o Secretário do MME, revelando que o projeto deverá angariar US$ 30 bilhões em investimentos.
Reive afirmou também que o modelo a ser adotado para financiamento das centrais deverá seguir a referência que será definida junto ao Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico (BNDES) para conclusão de Angra 3, onde diversas alternativas já foram estudadas, todas apresentando vantagens e desvantagens. “A própria Eletrobras fez consulta ao mercado para potenciais investidores e cada um disse como seria melhor para construir a usina, o que tem que acontecer ainda neste ano. Primeiro definimos o preço, o modelo e agora a competição”, pontua.
Sobre a localização e disposição dos novos empreendimentos, ele afirmou que a questão ainda não está definida, apenas que será entre as regiões Nordeste e Sudeste, podendo ou não serem concentradas na mesma localidade.
“O ideal é que sejam pelo menos dois reatores no mesmo local, por questão de rentabilidade”, comentou. Ainda sobre Angra 3, o Secretário salientou que o processo de licitação para começar a obra acontecerá em meados do ano que vem, com boas perspectivas de competitividade no mercado internacional. (canalenergia)

Grandes e pequenas usinas solares no Brasil geram mais de 3,4 Gigawatts

Mapa mostra a produção de energia elétrica por meio de tecnologia solar fotovoltaica.
A capacidade instalada da energia solar no Brasil já ultrapassou 3,4 Gigawatts (GW), somando os projetos de grandes usinas e os micro/minigeradores distribuídos em todo o país.
Segundo os dados da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), são 2,26GW em geração centralizada e 1,19 GW no segmento distribuído, totalizando cerca de 3,45 GW de energia gerados pelo sol brasileiro.
O total é superior ao projetado em janeiro pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), quando estimou 3,3 GW para o Brasil em 2019.
Na época, o país registrava uma capacidade instalada total de 2,29 GW de placas solares, sendo 1,79 nas usinas e 501,9 Megawatts (MW) em telhados.
Entre os segmentos, a geração distribuída foi o de maior crescimento, cerca de 137% a mais, enquanto a centralizada cresceu aproximados 26,2%.
No segmento centralizado, a energia solar ultrapassou as usinas nucleares como a 7ª maior fonte da matriz elétrica brasileira em março deste ano.
Mas, é pelo interesse dos brasileiros em gerar a sua própria energia que a tecnologia mais cresce, sendo a escolha de 99% dos consumidores com GD.
Hoje, das 111.356 conexões registradas no segmento, 111.033 são provenientes da energia solar e dos sistemas fotovoltaicos.
Através de placas solares instaladas nos telhados, milhares de casas, empresas, agronegócios e demais estabelecimentos conseguem uma redução de até 95% na conta de luz.
Com essa popularização, a tecnologia apresenta quedas consecutivas em seus custos, sendo mais de 70% nos últimos 10 anos.
As linhas de financiamento para energia solar, que já são mais de 70 em todo o país, também ajudam quem deseja gerar sua energia, mas não possui capital para o investimento inicial.
E, quanto maior o crescimento, maiores os investimentos, sendo estimados cerca de R$3 bilhões ao país em 2019 somente pela GD, segundo projeções da ABSOLAR.
Somada aos projetos centralizados, a expansão da energia solar no Brasil em 2019 deve trazer aproximadamente R$5,2 bilhões em investimentos ao país. (ecodebate)

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Energia renovável gera mais de 10 milhões de empregos no mundo

O setor de energia renovável, produzida a partir de recursos naturais, empregou 10,3 milhões de pessoas no mundo em 2017. Foram criados mais de 500 mil empregos, o que gera um aumento de 5,3% em relação ao ano anterior. Fazem parte da conta fontes como hidroelétrica, energia solar fotovoltaica, energia solar por aquecimento, bioenergia e energia eólica. O relatório foi elaborado pela Agência Internacional de Energia Renovável (Irena, na sigla em inglês), localizada nos Emirados Árabes Unidos.
As vagas de trabalho estão distribuídas nas áreas de planejamento, de produção e de instalação dos equipamentos, e podem ser ocupadas por profissionais formados em gestão ambiental, engenharia elétrica, entre outros cursos. É possível atuar também na parte de controle de eficiência das novas fontes energéticas, como em uma rede hoteleira ou em um condomínio.
Segundo a Irena, organização intergovernamental com mais de 170 membros e que que apoia os países em sua transição para um futuro energético sustentável, o Brasil, os Estados Unidos, a Índia, Alemanha e o Japão continuam a ser os maiores empregadores do segmento de energia renovável no mundo, representando mais de 70% de todas as vagas no mercado global. A China, sozinha, concentra 43% das oportunidades de trabalho.
De acordo com a agência, apesar de que um número crescente de países esteja colhendo os benefícios socioeconômicos das energias renováveis, a maior parte da produção ocorre em poucos países e os mercados domésticos variam significativamente em tamanho.
Analisando as vagas em 2017, a maior parte delas está focada na energia solar fotovoltaica, com 3,37 milhões de oportunidades de emprego no mundo. Ao lado da China, Blangladesh, Indía, Japão e os Estados Unidos são os principais empregadores no mercado mundial de energia solar. Juntos, os cinco países respondem por aproximadamente 90% dos empregos em energia solar fotovoltaica no mundo todo.
O relatório da Irena mostra que a energia renovável tornou-se base do crescimento econômico de baixo carbono para governos em todo parte do mundo, fato refletido pelo crescente número de empregos gerados no setor. Os dados revelam ainda um quadro cada vez mais regionalizado, destacando que os benefícios econômicos, sociais e ambientais das energias renováveis são mais evidentes nos países onde existem políticas de incentivo para o setor.
Por fim, o levantamento da agência afirma que a produção de energia renovável adquiriu mais importância conforme as tecnologias foram sendo desenvolvidas e só tende a crescer nos próximos anos.
No Brasil
Diferentes fatores influenciam o crescimento da geração de energia renovável brasileira. Políticas governamentais, questões geográficas, como a incidência solar, o relevo e a hidrografia, bem como as estratégias de grandes empresas determinam como o país vai lidar com as fontes energéticas alternativas.
No Brasil, em 2017, havia 893 mil vagas para profissionais que atuam com produção, geração e distribuição de energia renovável, com exceção das grandes hidroelétricas. Segundo o relatório da Irena, foram 795 mil oportunidades nos biocombustíveis líquidos, 42 mil em aquecimento solar, 34 mil em energia eólica, 12 mil em pequenas hidroelétricas e 10 mil em energia solar fotovoltaica.
Dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) revelam que a energia solar começou a crescer no Brasil em 2012 e que tem muito ainda para ser explorada, visto que representa apenas 1% da matriz elétrica nacional. (lglsolar)

Energia solar é o mercado de fonte renovável que mais emprega no mundo

Tecnologia fotovoltaica responde por um terço do fluxo de trabalho no setor e empregou 11 milhões de pessoas em todo o mundo em 2018
O mercado de energia renovável empregou 11 milhões de pessoas em todo o mundo em 2018. Os dados são da International Renewable Energy Agency (IRENA). De acordo com a sexta edição do relatório Renewable Energy and Jobs, a energia solar continua como a principal empregadora entre as tecnologias de energia renovável, respondendo por um terço do fluxo de trabalho do setor.
Enquanto os países que concentram a maior parte do mercado de energia fotovoltaica, como China, Estados Unidos, Japão e União Europeia, perderam postos de trabalho em 2018, o emprego cresceu na Índia, sudeste da Ásia e no Brasil.
No geral, segundo o relatório, em 2018 foram criados 700 mil novos postos de trabalho na cadeia de produção global de energia renovável na comparação com o ano anterior. Os países asiáticos compartilham 60% dos postos de trabalho desse segmento. Somente a China é responsável por 39% de todos os postos de trabalho do segmento no mundo.
Os empregos estão concentrados na China, Brasil, Estados Unidos, Índia e a União Europeia. Segundo o relatório, as exportações têm grande importância para a criação de postos de trabalho em países que atuam como centros de produção regionais ou globais.
Porém, os perfis comerciais dos países variam de acordo com a tecnologia de energia renovável. Enquanto a China é o maior exportador no campo da energia solar fotovoltaica, as empresas de energia eólica atendem principalmente o mercado interno. (portalsolar)

Energia solar impulsiona agricultura em Oeiras/PI

Energia solar impulsiona agricultura em Oeiras, no Piauí.
Incentivos da Secretaria Municipal de Agricultura (SEMA) estimulam o uso de sistemas fotovoltaicos pelos produtores rurais
O uso da energia solar tem crescido de forma significativa entre os agricultores na comunidade Morro do Claro, na zona rural de Oeiras, no Piauí. Os sistemas fotovoltaicos são atualmente uma das ferramentas mais importantes no ganho competitividade e no aumento da produção agrícola na região, especialmente pelos incentivos implantados pela Secretaria Municipal de Agricultura (SEMA).
Agricultores de uma unidade produtiva, por exemplo, tiveram sucesso na produção de milho e melancia, após receberem o kit de irrigação por sistema de gotejamento doado pela Prefeitura de Oeiras, por meio da SEMA, e as placas de energia solar que também foram doadas pelo Instituto Federal do Piauí (IFPI).
“Além disso, esta unidade produtiva recebe assessoria do técnico em agropecuária, comprovando que o acompanhamento profissional faz a diferença, gerando produtos de melhor qualidade”, comentou o secretário municipal de Agricultura, Juvenal Souza.
O município conta também com o projeto de incentivo à agricultura familiar, da Secretaria Municipal de Agricultura, com palestras relacionadas ao manejo do solo e da água, entre outros assuntos referentes ao setor. “Visitamos várias propriedades rurais, visando a difusão de tecnologias aos agricultores familiares do nosso município”, conclui Juvenal Souza.
Oeiras é uma das cidades mais religiosas do Estado, onde ocorre uma densa manifestação religiosa. Destacam-se as festas da Padroeira Nossa Senhora da Vitória, em 15/08, de Nossa Senhora da Conceição, em 08/12 e a Semana Santa, talvez a mais movimentada do Piauí, que inclui Procissões como a do Domingo de Ramos, do Fogaréu (quinta-feira) e do Senhor Morto (sexta-feira da Paixão).
A cidade é um ponto de peregrinação de fiéis em diversas datas religiosas. A tradicional Semana Santa, maior festa religiosa da região, atrai pessoas de várias regiões do Piauí, provendo um espetáculo ímpar de fé e religiosidade popular. A Procissão de Bom Jesus do Passos, a Procissão do Fogaréu e a Descida da Cruz, são uns dos mais significativos eventos da Primeira Capital.
A energia solar vem transformando a vida de agricultores, no semiárido piauiense, com alternativas para enfrentar a seca. No Povoado Canto da Vereda, a 50 km do Centro de Oeiras, agricultores não dependem mais do açude quase seco da comunidade para conseguir água. Aliás, um período muito comum por lá, conhecido como a estiagem no semiárido. Um período de secas e baixo nível de água nos rios. (portalsolar)

terça-feira, 22 de outubro de 2019

A Energia Solar Fotovoltaica no Brasil

No momento em que a economia brasileira ainda ensaia uma expansão, o setor de energia solar fotovoltaica é extremamente importante e estratégico para o desenvolvimento do Brasil. Com alto potencial de complementar a matriz energética nacional, a fonte solar fotovoltaica promete alavancar diversos setores da economia, recebendo cada vez mais investimentos para seu crescimento e sua democratização, além de ser reconhecidamente a maior fonte de energia renovável geradora de emprego no mundo.
Acompanhe a entrevista exclusiva para o Portal Solar com Rodrigo Sauaia, Presidente Executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), com base nos depoimentos colhidos durante a InterSolar, maior feira do setor fotovoltaico no mundo, realizada em São Paulo, no final de agosto deste ano.
Qual o panorama da energia solar fotovoltaica (FT) no Brasil?
A fonte de energia solar é a mais abundante do planeta e a que mais cresce no Brasil e o mundo. O Brasil é um dos países com o maior potencial de geração de energia solar fotovoltaica. Produzida nos telhados das casas, estacionamentos, fachadas de edifícios ou em usinas solares de grande porte, é uma fonte de energia democrática, grande geradora de empregos, que traz tecnologia, conhecimento e inovação para empresas e universidades que ajudam nosso País a crescer e a se desenvolver com sustentabilidade.
Quando olhamos dados de performance do setor nesse ano, percebemos que o Brasil está de fato bem posicionado para ser uma liderança mundial na área. Porém, quando olhamos para o uso da tecnologia, do ponto de vista do atendimento e suprimento da demanda, ainda estamos atrasados.
Enquanto o fator de capacidade média, que representa o índice de produtividade das usinas fotovoltaicas no mundo é de cerca de 11,6%, no Brasil números do Ministério de Minas e Energia (MME) já mostram que chegamos a quase 18%. Ou seja, nossa produtividade e performance é mais de 50% melhor do que a de outros países.
As regiões Sudeste, Centro Oeste, Norte e Nordeste do País têm um enorme potencial, inclusive para grandes usinas de energia solar. Com esse potencial, a fonte, que há poucos anos era 0,1%, já passa de 1% da matriz elétrica nacional, ultrapassando neste ano a fonte nuclear.
É importante ressaltar que não queremos competir com as outras renováveis, mas somar, agregar e complementar a matriz elétrica brasileira. Vamos continuar nessa trajetória, assim como as de outras renováveis, que hoje já são parte da liderança do nosso País.
Quais as estratégias para superar esses desafios e expandir o desenvolvimento da fonte de energia solar fotovoltaica no País?
Uma dificuldade ainda está no financiamento e no acesso ao crédito no Brasil. Outra situação é que começamos tarde. Precisamos acelerar numa velocidade acima da média para recuperar este atraso.
Felizmente, com o avanço da tecnologia e a redução expressiva dos custos da energia solar, que, de 2010 pra cá, se barateou em 85%, ganhamos novos mercados. Na geração distribuída (GD), por exemplo, oportunidades se abrem dia após dia. Se, no passado, falávamos do uso dessa tecnologia somente nos telhados dos consumidores de baixa tensão, essa realidade já mudou. Agora, o sistema já está em habitação de interesse social e em prédios públicos. O próprio MME já está “solarizado”.
O uso no campo também cresce com velocidade, trazendo competitividade e maior previsibilidade para o produtor rural. Além do aumento do uso em comércios e indústrias, existem novos projetos de usinas flutuantes e esperamos que o governo avance no sentido de utilizar a fonte para complementar a capacidade de geração das nossas hidrelétricas.
O mercado está em franca expansão, principalmente nos últimos dois anos, quando o País recebeu um volume de investimentos impressionante. Somente em geração distribuída, este ano praticamente atingimos até agosto tudo o que foi investido no ano passado, chegando a R$ 2 bilhões em 2019. No acumulado, o volume já passa de R$ 5,5 bilhões. Na geração centralizada já temos mais de R$ 10 bilhões de investimento compromissados até 2023.
Lembrando que o setor de energia solar fotovoltaica é uma grande locomotiva para geração de empregos no mundo. Dos 11 milhões de empregos gerados pela cadeia de renováveis no planeta, um terço deles provém da fonte solar. Pouco deles no Brasil, mas estamos trabalhando e temos como meta trazer 1 milhão de empregos até 2030.
Devido ao seu enorme potencial de crescimento, no momento em que nossa economia ainda ensaia uma expansão, ter setores como esse é extremamente importante e estratégico para o desenvolvimento do Brasil.
Qual é o papel da fonte solar na matriz energética brasileira?
Sabemos que a fonte solar representa apenas 1,2% da matriz e esse volume está aquém do papel estratégico que essa tecnologia tem a cumprir na matriz. Precisamos combinar as diferentes fontes renováveis e a solar chega para agregar na eficiência energética.
As fontes renováveis têm sazonalidade ao longo do ano. Os recursos hídricos, por exemplo, passam por período de maior e menor disponibilidade para geração de eletricidade. A eólica e a biomassa, que têm complementaridade com a hídrica, também apresentam um período de baixa de produtividade, de safra e entressafra. Por outro lado, a solar sempre está na safra e, no período seco, tem alta de produtividade.
Essa menor variabilidade é uma excelente qualidade para complementar de forma robusta nossa matriz. A fonte solar ainda tem outros atributos, como por exemplo o de ajudar a reduzir a demanda por água para atividade de geração de energia elétrica, com o uso de tecnologia de flutuadores em cima dos reservatórios hídricos, preservando em até 70% a evaporação dessa água e ajudando a trazer uma matriz energética mais sustentável.
Como está a conscientização do consumidor brasileiro em relação à fonte de energia solar fotovoltaica?
A tecnologia conta com amplo apoio da sociedade. 93% dos brasileiros querem gerar energia renovável para sua casa e 85% da população apoiam mais investimentos públicos em energias renováveis, em especial solar e eólica. Isso vale também para os pequenos negócios, já que 80% instalariam o sistema solar fotovoltaico se tivessem acesso a financiamento competitivo.
O que tem sido feito para democratizar a fonte solar fotovoltaica no País?
A fonte alcança qualquer consumidor. Inclusive aqueles que não têm imóvel próprio e moram de aluguel podem fazer o uso dessa energia remotamente. Mesmo sem telhado, é possível acessar qualquer consumidor.
Também estamos avançando na parte de financiamento para o setor. A ABSOLAR ajudou a mapear as oportunidades de financiamento que eram muito limitadas. Agora já temos mais de 70 linhas de crédito para pequeno, médio e grande portes, mostrando que já avançamos muito. Os tipos de financiamentos estão disponíveis gratuitamente no site da ABSOLAR.
E a expectativa é que o Brasil tenha uma nova visão, do ponto de vista de governo, de planejamento e de operação, com relação ao uso dessa tecnologia, agregando cada vez competitividade, barateando a conta do consumidor, da indústria, do comércio e do poder público.
Nesse sentido, o MME tomou a importante decisão de incluir a fonte solar no leilão A-6, além de anunciar que vai antecipar os futuros leilões A-4 e A-6 e isso ajudará o setor e os investidores a se planejarem.
Quais as expectativas para o leilão A-6 com a entrada da fonte solar fotovoltaica?
A expectativa é a de que o preço médio de venda da energia elétrica no leilão A-6 seja reduzido. Significa dizer que o consumidor pagará menos. Neste leilão, onde os projetos serão entregues a partir de 2025, já foram cadastrados mais de 29 mil MW em projetos somente da fonte solar fotovoltaica. Esse volume representa cerca de um terço, ou 30%, de tudo que foi cadastrado no certame, que chegou na faixa de 10GW.
Se o governo quisesse utilizar todo esse portfólio de projeto, seriam mais de R$ 100 bilhões em investimentos privados no setor, agregando à economia milhares de empregos. São números impressionantes. Evidentemente, quando mais fonte solar o governo contratar, mais o setor vai ajudar a reduzir a conta de luz do consumidor.
Quais os desafios para o empreendedor que quer entrar nesse setor?
Esse mercado é muito acessível e traz bastante oportunidade. Em GD, já existem 10 mil empresas participando do setor ao redor do País. O grande desafio para o empresário é a capacitação, já que não é um mercado fácil e, por ser acessível, é bastante competitivo.
Dessa maneira, não adianta só garantir o menor preço, o principal é oferecer qualidade no atendimento, com equipe capacitada e fornecer ao cliente apoio para financiar o projeto.
Hoje, a maioria dos consumidores autofinancia um projeto. Isso não é sinal de democratização. Uma oportunidade para o setor financeiro é desenvolver produtos para os consumidores que não conseguem, com recursos próprios, o acesso a essa tecnologia.
No âmbito da profissionalização, a ABSOLAR tem trabalhado com SENAI para capacitar profissionais em nível técnico e tem diálogo aberto com universidades para oportunidade de novos cursos, além disso, trabalhamos com o SEBRAE na formação de novos empreendedores. (portalsolar)