Eletronuclear quer retomar
obras de Angra 3 antes da entrada do parceiro privado.
Obras da Usina Nuclear Angra
3.
Uma das alternativas é um
aporte de R$ 2,8 bilhões pela Eletrobras. PL de privatização da holding será
apresentado ao Congresso no início de outubro.
A Eletronuclear pretende
retomar as obras da usina nuclear de Angra 3 (RJ – 1.405 MW) antes mesmo da
definição da modelagem de negócio que será adotada para a incorporação do
parceiro privado da estatal na conclusão do projeto. A ideia, segundo o presidente
da subsidiária da Eletrobras, Leonam Guimarães, é que as atividades no canteiro
reiniciem já no primeiro semestre ano que vem, quando estará em curso o
processo de chamamento público para a escolha das empresas estrangeiras
interessadas em se associar ao empreendimento – entre as gigantes do setor de
energia que já confirmaram interesse na concorrência estão a francesa EDF, a
chinesa CNNC e a russa Rosatom.
Reconstrução de Angra 3
servirá de modelo para novas usinas.
Presente ao seminário
“Transição e Integração Energética nos Países Ibero-Americanos”, promovido pela
Fundação Getúlio Vargas (FGV) e pela Associação Iberoamericana de Entidades
Reguladoras de Energia (Ariae) no Rio de Janeiro, Guimarães explicou que uma
das formas de viabilizar o início dessa nova fase dos trabalhos no sítio –
interrompidos desde 2015 – passa pelo aporte de aproximadamente R$ 2,8 bilhões
em recursos próprios por parte da Eletrobras, conforme já estava desenhado na
alternativa baseada na criação de uma Sociedade de Propósito Específico da qual
fariam parte a Eletronuclear e a empresa privada. O modelo de SPE é considerado
o mais viável para viabilizar a usina.
Guimarães informou que a
perspectiva atual é a de que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social defina o modelo final de negócio até o final de 2019. A partir daí, e ao
longo do primeiro semestre de 2020, o governo vai trabalhar em torno da escolha
da melhor proposta apresentada pelos agentes privados interessados. “Além do
modelo, a prioridade maior nesse momento é retomar o quanto antes a obra, já
que a contenção está aberta e exposta. Estamos vendo atualmente o quanto de
fato será preciso para que os trabalhos sejam reiniciados”, explicou ele. Os
gastos da Eletronuclear para preservação do canteiro de obras é de
aproximadamente R$ 2,5 milhões por mês.
Privatização da Eletrobras
Presente ao evento, o
ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse que o projeto de lei que
o governo está finalizando para a privatização da Eletrobras será apresentado
ao Congresso Nacional no início de outubro. A expectativa, segundo ele, é que a
tramitação na Câmara e no Senado transcorra até o segundo semestre do ano que
vem. Ele ressaltou que o trabalho de prestação de esclarecimentos sobre o tema
aos deputados e senadores já vem ocorrendo há mais de um mês, e que as
discussões no âmbito do Legislativo, uma vez encaminhado o projeto de lei,
terão dinâmica própria, com a incorporação natural de contribuições e
aperfeiçoamentos por parte dos parlamentares ao texto original. (canalenergia)
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