Aparelho gera simultaneamente
eletricidade e água usando apenas energia renovável.
Pesquisadores
da Universidade de Ciência e Tecnologia Rei Abdullah, na Arábia Saudita,
desenvolveram um aparelho multifuncional capaz de capturar o calor presente
nos painéis solares fotovoltaicos,
expostos ao Sol, para dessalinizar a água do mar, gerando água potável. Dessa
maneira, o aparelho gera simultaneamente eletricidade e água usando apenas
energia renovável.
O
responsável pelo estudo, Wenbin Wang, construiu uma série de canais de água e
os empilhou, separando-os por membranas hidrofóbicas porosas e camadas
condutoras de calor. A partir disso, prendeu tudo no lado de baixo de um painel
fotovoltaico comercial. O mecanismo é capaz de gerar mais que o dobro da
produção de água dos dessalinizadores solares convencionais, que usam um
esquema de estágio único, instalados na mesma região desértica.
Tecnicamente,
o calor residual do painel vaporiza a água do mar no canal mais alto, e assim,
o vapor atravessa a membrana porosa e condensa-se como água fresca em um canal
de água limpa logo abaixo.
O
ciclo continua conforme o vapor condensa, passando seu calor através da camada
de condução térmica para o próximo canal de água do mar, reciclando a energia
para purificar mais água.
O
aparelho instalado em uma região costeira da Arábia Saudita produziu até 1,64
litros de água potável por metro quadrado de superfície do painel solar a cada
hora, representando mais que o dobro da produção de água dos dessalinizadores
solares tradicionais. Para isso precisão de três camadas empilhadas de canais
de destilação de água e passando a energia de camada para camada.
Segundo
Wang, a saída de eletricidade do painel fotovoltaico não foi afetada pela
dessalinização de água ocorrendo abaixo dele. “O uso da água e da energia estão
profundamente interligados. Fazendas solares usam água doce para tirar a poeira
que se acumula sobre os painéis solares e reduz sua capacidade de geração de
eletricidade. Enquanto isso, as usinas de dessalinização de água consomem muita
eletricidade para produzir água doce da água do mar”, exemplificou.
O
novo aparelho, explicou Wang, preenche uma lacuna, além de fazer o seu trabalho
aproveitando algo que era desperdiçado.
“Os painéis fotovoltaicos comerciais
transformam a luz solar em eletricidade com
uma eficiência máxima de 20%; os restantes 80% são desperdiçados como calor,
lançado no ambiente”. (portalsolar)
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