domingo, 30 de agosto de 2020

Brasil assume 16ª posição mundial de energia solar

Brasil assume 16ª posição no ranking mundial de energia solar.

País avançou cinco posições entre 2018 e 2019, destaca Absolar.
O Brasil subiu cinco degraus no ranking mundial da fonte solar fotovoltaica em 2019, assumindo a 16ª posição e entrando na lista dos 20 países com mais capacidade instalada da fonte em operação, somando as grandes usinas centralizadas e os pequenos sistemas distribuídos em residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e no setor público.

Brasil assumiu a 16ª posição no ranking mundial da fonte solar fotovoltaica, segundo dados da Agência Internacional de Energias Renováveis (IRENA). O país avançou cinco posições entre 2018 e 2019, terminando o ano passado com 4,53 GW de capacidade instalada.

O levantamento foi realizado pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) e divulgado em 09/07/20. Apenas em 2019, o Brasil adicionou 2.120 MW, impulsionados pelo avanço da geração distribuída, que instalou 1.470 MW, e seguidos de 650 MW de geração centralizada.

De acordo com a Absolar, o Brasil fechou o ano de 2019 com R$ 24,1 bilhões em investimentos privados acumulados na fonte solar fotovoltaica, tendo gerado mais de 134 mil empregos acumulados desde 2012. Apenas no ano de 2019, o setor trouxe ao Brasil R$ 10,7 bilhões em novos investimentos e mais de 63 mil empregos.

O ranking é liderado pela China, seguida do Japão, Estados Unidos e Alemanha, com destaque para o crescimento significativo da Índia no período. No caso brasileiro, em 2017, o país ocupava a 27° posição. Já em 2018, saltou para 21° e, no último exercício, chegou ao 16° lugar.

Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da Absolar, comemora a subida de cinco posições no ranking, mas lembra que o Brasil já está entre os dez primeiros países nas demais fontes renováveis, incluindo hídrica, eólica e biomassa. “Só para a fonte solar o país ainda não atingiu o top dez no mundo e temos totais condições de chegar lá. Se, por um lado, o Brasil está atrasado na solar, em comparação com outras renováveis, por outro lado, o avanço recente da solar mostra que ainda há um oceano de oportunidades para quem quer trabalhar e empreender neste mercado no nosso país”, destaca.

“A solar fotovoltaica é a fonte renovável mais competitiva do país, sendo uma forte locomotiva para o desenvolvimento sustentável, com geração de emprego e renda, atração de investimentos, diversificação da matriz elétrica e benefícios sistêmicos para todos os consumidores.

“O Brasil tem muito a ganhar com o crescimento desta fonte limpa, renovável e competitiva e precisa avançar mais para se tornar uma liderança mundial no setor, cada vez mais estratégico no século XXI”, destaca o CEO da Absolar, Rodrigo Sauaia. (canalenergia)

Centro de Distribuição da Nike no Brasil terá usina solar

Armazém que já conta com práticas sustentáveis vai gerar energia elétrica para produzir 80% da demanda por meio da parceria entre DHL Supply Chain e a GLP

Uma parceria entre a DHL Supply Chain e a GLP vai transformar o Centro de Distribuição da Nike em uma das instalações de armazenagem mais sustentáveis do Brasil. Localizado em Louveira/SP e com 26.700 m2 de área construída, o complexo vai começar a operar com uma usina de energia solar na cobertura do armazém, para produzir 80% da demanda de energia do local.

A potência da usina é o maior em um empreendimento logístico no Brasil, de 785 kWp, com uma geração média mensal de, aproximadamente, 100 mil kWh. A energia solar produzida evitará a emissão de cerca de 630 toneladas de gases poluentes ao ano na armazenagem e movimentação de produtos.

A proposta foi desenvolvida pela DHL em parceria com a GLP, proprietária do imóvel que fez a implantação e realizou as obras de adaptação necessárias. O CD de Louveira é o hub logístico da Nike no país, tendo mais de 50 mil posições pallets e sendo responsável pelo abastecimento de varejistas e lojas próprias no Brasil. A operação utiliza ainda tecnologias inovadoras como o Ring Scanner, Optislot e Robotic Process Automation.
Instalação com capacidade de 785kWp, vai produzir 80% da demanda do CD, que adotara práticas de sustentabilidade.

O presidente da DHL Supply Chain, Maurício Barros, afirmou que a divisão de riscos, responsabilidades e investimentos foi equilibrada mostrando que um Centro de Distribuição Sustentável é economicamente viável. “A ideia do projeto foi, além da excelência ambiental e logística, atender às metas sustentáveis de redução de emissões da DHL e da Nike”, destacou. As organizações parceiras pretendem zerar suas emissões de carbono nos próximos anos.

Além da energia solar o centro também agrega boas práticas sustentáveis, como coleta seletiva de resíduos, reuso de água e a utilização de carros elétricos para distribuição de produtos na Grande São Paulo. O veículo será recarregado no ponto do próprio centro.

Centro possui certificação LEED Gold E&B, o maior reconhecimento internacional na área de sustentabilidade e avaliam critérios de localização, eficiência de uso de água, ventilação, iluminação, boas práticas de construção e com os colaboradores, inovação, dentre outros.

Usina solar do centro de distribuição da Nike no Brasil gera 80% da própria demanda por energia.

Para o presidente da GLP Brasil, Mauro Dias, outro fator importante para a sustentabilidade nas operações logísticas é a otimização do consumo de energia e recursos naturais. “A iluminação natural nos galpões do condomínio permite uma economia de até 100% no consumo de energia, operando com luzes desligadas e lâmpadas LED, que reduzem em até 70% o consumo de energia, além de dispositivos hidros sanitários que reduzem o consumo de água”, finaliza. (portalsolar)

Alemanha, Espanha e Japão fecharão usinas termelétricas a carvão

Alemanha, Espanha e Japão anunciam fechamento de usinas termelétricas a carvão.
Termelétricas a carvão: Brasil tem dado sinais de que pretende fortalecer setor poluente e dependente de subsídios.

Esta semana, três das maiores economias do mundo anunciaram medidas para a desativação de suas usinas de carvão — Alemanha, Espanha e Japão. Ao mesmo tempo, o ministro de Minas e Energia do Brasil (MME), Almirante Bento Albuquerque, defende uma reativação da indústria carbonífera no país e incluiu a modalidade nos leilões A-4 e A-5 que deveriam ter ocorrido este ano, mas que foram postergados devido à pandemia de COVID-19.

Termelétricas a carvão são a fonte de energia mais poluente e ineficiente do mundo, e boa parte das nações desenvolvidas abandonou ou tem planos de encerrar essa modalidade. Esse movimento é impulsionado tanto pelo Acordo de Paris, que determina que cada país reduza suas emissões nacionais de gases causadores do efeito estufa, como para preservar a saúde das comunidades onde essas plantas estão instaladas.

Caso raro entre as maiores economias do mundo, a matriz elétrica do Brasil é predominantemente renovável — 63,2% hidrelétrica, 9,1% eólica e 1,7% solar. Completam a geração de energia as usinas nucleares (1,2%) e as termelétricas (24,9%), sendo que destas, 12% são movidas a carvão. Todas as plantas a carvão estão nos estado do sul do país, e desde 1973 dependem de subsídios federais — que em valores atualizados chegam a R$ 1 bilhão por ano. O Plano Decenal de Expansão da Energia brasileiro, o PDE 2029, prevê a desativação de térmicas a carvão por razões técnicas, econômicas e contratuais.

Apesar da baixa eficiência e dos problemas ambientais, sua eliminação vem sendo adiada por lobbies políticos. Com o incentivo do governo de Jair Bolsonaro, a bancada do carvão foi ressuscitada, com a criação em 2019 da Frente Parlamentar Mista em Apoio do Carvão Mineral, que reivindica, entre outras coisas, a remoção do veto do BNDES para financiamentos de usinas a carvão. O discurso das autoridades brasileiras sobre o assunto contrasta com o cenário global para o setor.

Exploração carvão gera poluição, doenças e mortes.

Transição justa na Espanha

Em 30/06/2020, 7 das 15 centrais elétricas a carvão da Espanha, representando 5 GW de capacidade de geração, pararam de funcionar. Ao longo de 2020-2021, mais 4 usinas de carvão representando outros 3,7 GW se juntarão a elas. Em apenas alguns anos, a frota de carvão da Espanha passará de 15 usinas para apenas 3 – uma transformação rápida e sem precedentes que já reduziu pela metade a intensidade de carbono da eletricidade espanhola.

Entre as soluções adotadas está um acordo entre governo, empresas de eletricidade e sindicatos para proteger os funcionários afetados pelos desligamentos. O país criou o Instituto Just Transition, dedicado a apoiar a reconversão de regiões de carvão e a catalisar mudanças sociais e econômicas. Acordos de transição justa também foram conduzidos com ampla participação popular, reunindo propostas de atividades econômicas sustentáveis alternativas nas comunidades afetadas. Desde 2018, cerca de 600 milhões de euros foram destinados a apoiar esses projetos.

Outra inovação foi a criação de um tipo de licitação que faz as concessionárias competirem para acessar a conexão de eletricidade usada pela usina de carvão desativada. Ganha quem apresentar a maior quantidade de energia renovável nova. As decisões de acesso também levam em conta impactos sociais, ambientais e de emprego.

Os novos projetos de energia renovável estão impulsionando o crescimento econômico, algo bem vindo para o país que foi uma das economias mais afetadas pela crise de COVID-19. A transição justa do carvão levou ao rápido desenvolvimento de energia renovável no país, tornando a Espanha o maior mercado de energia solar fotovoltaica da Europa. A meta de atingir uma participação renovável de 74% no sistema elétrico até 2030 — acima dos atuais 46% — tem potencial para gerar 300.000 empregos.

“A energia renovável multiplicará por várias vezes o número de empregos perdidos em usinas de carvão”, afirma Laura Martin Murillo, diretora do Instituto Just Transition da Espanha. “O Ministério da Transição Ecológica está fazendo esforços sem precedentes para garantir que ninguém seja deixado para trás quando o carvão for finalmente parado na Espanha.”

“Queremos novos projetos renováveis construídos nessas regiões para que as comunidades que ajudaram a criar a prosperidade de hoje por meio de sua contribuição ao sistema de energia também possam fazer parte do futuro da eletricidade”, afirma Teresa Ribera, Vice-Presidente da Espanha e Ministra da Transição Ecológica.

Na contramão, Brasil tem dado sinais de que pretende fortalecer setor poluente e dependente de subsídios.

Saída cara e tardia na Alemanha

O Parlamento alemão aprovou no dia 3/7 uma lei que rege a eliminação progressiva do carvão no país. A legislação determina que todas as usinas desse tipo devem ser encerradas até 2038, mas analistas avaliam que o rápido declínio da lucratividade do carvão obrigará uma eliminação muito mais cedo. A lei prevê um pacote de 40 bilhões de euros para a transição econômica das regiões carvoeiras.

Embora a decisão do maior consumidor de carvão da Europa seja significativa, ambientalistas alemães ficaram insatisfeitos porque a data para eliminação total não atende aos compromissos assumidos no Acordo de Paris. Outra polêmica está nos contratos entre o governo e as empresas de carvão, que acarretam pagamentos elevados de compensação e que não seriam justificáveis dada a má situação econômica das usinas.

Por isso, ambientalistas têm questionado se a transição cara e tardia do setor elétrico da Alemanha está alinhada com os requisitos da Aliança pela Energia do Carvão no Passado (Powering Past Coal Alliance, PPCA), da qual o país é membro. A Aliança é considerada como um “tratado de não proliferação” de combustíveis fósseis, com 104 países signatários, boa parte deles da União Europeia.

Usinas de carvão serão desativadas no Japão, Espanha e Alemanha.

Meio passo à frente no Japão

O Japão fechará usinas de carvão ineficientes no país até 2030. É a primeira vez que o Ministério da Economia, Comércio e Indústria (METI) japonês apresenta um cronograma com metas claras para direcionar a eliminação gradual dessas unidades. Serão encerradas 100 das 140 usinas a carvão do país — todas pouco eficientes e financeiramente deficitárias. Restarão outras 10 usinas de baixo rendimento, que passarão por um processo de otimização.

O anúncio foi considerado por especialistas como um “meio passo à frente”, já que não se trata de um plano de zerar esse tipo de geração elétrica no país. Com isso, mais de 30 GW de energia de carvão permanecerão em operação mesmo depois de 2030, o que não está alinhado com as metas do Acordo de Paris.

“Para cumprir a meta de 1,5 – 2% do Acordo de Paris, países desenvolvidos como o Japão devem eliminar progressivamente todas as usinas a carvão até 2030, incluindo as usinas em construção ou planejadas, independentemente de sua eficiência”, avalia Mie Asaoka, presidente da Kiko Network, uma ONG dedicada à implementação prática do Protocolo de Kyoto no Japão.

“O Japão deve instituir uma política de retirada total da energia a carvão e tornar-se membro da Aliança pela Energia do Carvão no Passado [Powering Past Coal Alliance, PPCA]”, afirma Kimiko Hirata, diretora internacional da Kiko Network. (ecodebate)

sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Pandemia faz geração solar distribuída triplicar no País

Busca por redução de gastos na pandemia faz geração solar distribuída triplicar no País.
De acordo com Bárbara Rubim, CEO da consultoria Bright Strategies, Brasil atingiu em julho a marca histórica de 3 gigawatts fotovoltaicos nos telhados e pequenos terrenos, ante ao 1º gigawatt verificado em agosto do ano anterior.

A busca por redução de gastos e por mais competitividade no setor produtivo tem impulsionado de forma significativa a adesão dos consumidores à energia solar na geração distribuída em telhados e pequenos terrenos. Nos últimos 12 meses, o uso da tecnologia fotovoltaica no modelo de geração própria de eletricidade praticamente triplicou no País, saltando de 1 gigawatt (GW) em agosto de 2019 para 3 gigawatts em julho deste ano, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR).

A avaliação é da especialista Bárbara Rubim, CEO da consultoria Bright Strategies. Segundo ela, o crescimento exponencial da energia solar na geração distribuída ganhou um novo aspecto neste momento de pandemia e queda da atividade econômica, que é o de atuar como redutor de gastos fixos de comércios e outros estabelecimentos. “Outro fator importante para este crescimento é a perspectiva de aumento das tarifas de energia elétrica no Brasil, que pressionam os consumidores, impactando o orçamento das famílias e os custos das empresas em geral”, explica.

O Brasil atingiu em julho a marca histórica de 3 gigawatts fotovoltaicos nos telhados e pequenos terrenos, ante ao 1º gigawatt verificado em agosto do ano anterior.

De acordo com a consultora, produzir a própria energia em casa ou em um estabelecimento empresarial é atualmente mais barato do que comprar da distribuidora local. “Outro ponto de destaque é a maior previsibilidade que o consumidor adquire quando decide migrar para a geração distribuída, pois passa a ficar blindado dos impactos das políticas tarifárias”, acrescenta Bárbara.

A solar está presente em cerca de 255 mil sistemas instalados em residências, comércios, indústrias, produtores rurais e prédios públicos, que representam mais de R$ 15,2 bilhões em investimentos acumulados desde 2012 e cerca de 165 mil empregos gerados.

Da capacidade instalada total, os comércios e serviços representam 40% das instalações no Brasil, seguidos pelos consumidores residenciais (39%), propriedades rurais (11%), indústrias (8%) e poder público em geral (2%). (ecodebate)

Brasil entra no TOP 20 do ranking mundial da fonte solar

Brasil entra no TOP 20 do ranking mundial da fonte solar, informa ABSOLAR.
O Brasil ingressou no TOP 20 do ranking mundial da fonte solar fotovoltaica, aponta apuração da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), com base em dados da Agência Internacional de Energias Renováveis (IRENA). Ao final de 2019, o país assumiu a 16ª posição em termos de capacidade instalada em operação, somando as grandes usinas centralizadas e os pequenos sistemas distribuídos em residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e no setor público.

Em 2017, o Brasil ocupava a 27ª posição, saltando para 21º em 2018 no ranking liderado pela China, seguida por Japão, Estados Unidos e Alemanha. A 5ª colocada é a Índia, que apresentou crescimento significativo no período.

De acordo com a ABSOLAR, o Brasil avançou 5 posições do final de 2018 até o final de 2019, atingindo um total acumulado de 4.533 MW. Apenas em 2019, foram adicionados 2.120 megawatts (MW), impulsionados pelo avanço da geração distribuída, que instalou 1.470 MW, e seguidos de 650 MW de geração centralizada.

País fechou 2019 com R$ 24,1 bilhões em investimentos privados acumulados na fonte, gerando mais de 134 mil empregos acumulados desde 2012. Somente em 2019 o setor trouxe ao Brasil R$ 10,7 bilhões em novos investimentos e mais de 63 mil empregos.

O presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR, Ronaldo Koloszuk, comemorou a subida de cinco posições no ranking, mas lembrou que o Brasil já está entre os dez primeiros países nas demais fontes renováveis, incluindo hídrica, eólica e biomassa. “Só para a fonte solar o País ainda não atingiu o TOP 10 no mundo e temos totais condições de chegar lá.”

“Se, por um lado, o Brasil está atrasado na fonte solar, em comparação com outras renováveis, por outro lado, o avanço recente mostra que ainda há um oceano de oportunidades para quem quer trabalhar e empreender neste mercado no nosso país”, destacou Koloszuk.

O CEO da ABSOLAR, Rodrigo Sauaia, assinalou que a solar fotovoltaica é a fonte renovável mais competitiva do país. “É uma forte locomotiva para o desenvolvimento sustentável, com geração de emprego e renda, atração de investimentos, diversificação da matriz elétrica e benefícios sistêmicos para todos os consumidores”.

 “O Brasil tem muito a ganhar com o crescimento desta fonte limpa, renovável e competitiva e precisa avançar mais para se tornar uma liderança mundial no setor, cada vez mais estratégico no século XXI”, finalizou Sauaia.

Energia Solar Contribui para o crescimento do Brasil.

Segundo estudos já realizados, foi comprovado que a energia solar é a maior fonte de energia renovável no mundo. A energia que é obtida através da conversão da luz do sol, a elétrica fotovoltaica é extremamente importante para o desenvolvimento do país e tem recebido cada vez mais investimentos. (portalsolar)

Indústria verde será protagonista na retomada da economia mundial

Pandemia acelerará as tendências de aumento dos investimentos em fontes renováveis e negócios sustentáveis.
Em um momento em que se discute como será o mundo após a pandemia de coronavírus, algumas tendências que estavam em curso oferecem algumas sinalizações. Os especialistas esperam uma aceleração do esforço global para uma economia de baixo carbono, suportada por avanços tecnológicos. A sociedade será mais intolerante a um modelo econômico que coloque em risco a sobrevivência do planeta. Investidores e consumidores tendem a valorizar cada vez mais corporações que contribuam para a preservação do meio ambiente e para o desenvolvimento social. Ou seja, os fundamentos estão mudando e o aspecto socioambiental ganhará mais relevância.

Segundo a coordenadora do Programa de Pesquisa “Finanças Sustentáveis” no Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV, Annelise Vendramini, não se trata de uma nova moda criada pelo mundo corporativo. Esse reconhecimento está apoiado na ciência; de que há limites que precisam ser respeitados para garantir a sobrevivência do planeta.

Annelise disse que há uma tendência de aumento dos investimentos em fontes renováveis e negócios sustentáveis, beneficiando tecnologias de produção de energia eólica, fotovoltaica, hídrica, em detrimento de fontes fósseis. Essa transição não será o fim dos combustíveis fósseis, mas indica que essa é uma indústria que está em declínio.

O Poder Público terá o papel de criar um arcabouço regulatório que garanta segurança jurídica e um ambiente propício para atração de investimento privado. O capital privado será responsável por financiar essa transformação econômica. Esse capital virá por três vias: fluxo de caixa das próprias empresas, mercado de capitais e financiamento bancário.

Segundo a professora da FGV, o mercado de capitais passou a considerar cada vez mais em suas análises de investimentos riscos “extra financeiros”, como questões ligadas à governança corporativa e às contribuições ao meio ambiente e ao desenvolvimento social.

Por isso o interesse crescente de investidores por títulos de dívidas e ações de empresas que tenham alguma pegada socioambiental.

É nesse contexto que surgem os chamados Green Bonds ou títulos verdes. Nada mais são que um título de dívida atribuído a uma empresa que tenha um impacto socioambiental positivo, como são os casos das indústrias eólica e solar. O mercado de energia renovável é responsável por 50% das emissões de green bonds no mundo.

Esse mercado vem crescendo desde 2007, embora ainda seja um mercado de nicho se comparado com o mercado de renda fixa global. No entanto, disse Annelise, as emissões de green bonds apresentaram crescimento de 50% em 2019 na comparação com 2018.
No Brasil, além dos green bonds que permitem o acesso ao mercado externo, internamente temos a figura da debênture de infraestrutura. “A gente tem visto um crescimento desse tipo de emissão no mercado brasileiro e não vejo um movimento de volta”, afirmou a coordenadora da FGV, durante seminário virtual promovido pela Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) em 08/07/20. “Vejo que a gente está em um caminho sem volta. É um título cada vez mais atrativo e o mercado está interessado nesse tipo de operação”.

Recentemente, a Faro Energy captou R$ 15 milhões no mercado doméstico combinando benefício ambiental com social. Do total arrecadado, parte foi utilizado para pagar dívidas da empresa contraídas durante o desenvolvimento de projeto de energia solar e R$ 100 mil foi investido em projetos sociais. Outro exemplo foi a captação do Banco Votorantim, que levantou US$ 50 milhões no mercado internacional para financiar energia renovável.

“Quando a gente vai para renda variável se aplica a mesma lógica, com mercado preocupado com ambiental, social e a governança”, disse Annelise Vendramini. Há US$ 32 trilhões de ativos no mercado de renda variável sob o guarda chuva de preocupações socioambientais.

“No Brasil, nas últimas semanas, no meio da pandemia, a gente tem visto anúncio de investidores se comprometendo com esse tema ASG (Ambiental, Social e Governamental). Parece-me que a pandemia está cada vez mais mostrando a importância desses temas para gestão de risco e para geração de valor econômico”, observou a coordenadora da FGV.

Segundo Annelise, a carteira de pessoa jurídica dos bancos soma R$ 1,5 trilhão, sendo que 20% (R$ 314 bilhões) estão alocados na chamada “carteira verde”, onde as energias renováveis correspondem por 40% ou R$ 121,5 bilhões. Outros R$ 111 bilhões estão alocados no setor de transporte. “Os setores de energia renovável e transporte são os setores que mais receberão recursos do mercado financeiro nessa transição energética”, reforçou.

“Observamos uma tendência que veio para ficar, não é modismo, está muito calcado na ciência e no entendimento das pessoas de que o modo de produção e de consumo humano precisa mudar”, finalizou a especialista.

Precificação das externalidades

Precificar essas externalidades e criar métricas de tal forma que essas condições adicionem valor ao negócio será o grande desafio para diversos mercados, inclusive para o setor de energia elétrica.

As externalidades se referem a elementos satélites ao negócio, que podem ser positivos ou negativos, mas para o qual não existe mercado. Se não existe mercado, é preciso criar métricas que permitam de alguma forma tangibilizar essas externalidades.

O Instituto Escolhas, em parceria com a consultoria internacional PSR, promoveu um estudo para qualificar e precificar as externalidades das fontes de geração de energia no Brasil. Porém, até pelo nível de subjetividade, o estudo não foi 100% endossado pelo mercado, levantando alguns questionamentos e discussões.

A presidente executiva da ABEEólica, Elbia Gannoum, lembrou que esse é um tema que estava em discussão no início do processo de modernização do setor elétrico, mas que o assunto foi sendo deixado de lado pela equipe do Ministério de Minas e Energia “justamente pela dificuldade de trazer essa valoração dos atributos”.

Para as duas especialistas, o próprio mercado deverá trazer essa resposta, criando métricas que permitam mensurar e inserir esse valor adicional aos balanços das empresas.

Questionada sobre a capacidade das fontes renováveis sustentar o funcionamento do sistema elétrico, Elbia disse que essa substituição de matriz não será imediata, até para não descomissionar capital investido, e que a tecnologia deverá equacionar o problema da variabilidade de geração.

“Existe uma aposta da humanidade que o progresso tecnológico conseguirá fazer jus a essa transição”, disse a executiva, citando o desenvolvimento de novas tecnologias como os parques híbridos e sistemas de armazenamento de energia.
Elbia disse que em 20 anos de carreira no setor elétrico nunca viu tantos movimentos no sentido de se ter um mercado de energia mais livre e competitivo. (canalenergia)

quarta-feira, 26 de agosto de 2020

Nissan Leaf é a experiência genuína do carro elétrico

Falar que o Brasil não está preparado para os carros elétricos é chover no molhado. Por mais que as empresas que vendem esses produtos até tentem passar a ideia de que dá, sim, para ter um veículo desses, a realidade é bem diferente, ainda mais em lugares mais afastados e fora dos grandes centros urbanos.

Evidente que um produto como o Nissan Leaf beira a perfeição quando pensamos em mobilidade, tecnologia e futuro, mas é impossível ignorar esse fato quando analisamos um produto desses no Brasil. É assim com todo e qualquer segmento, e com o Leaf não será diferente.

Entretanto, passar uns dias com o carro elétrico da Nissan, com tudo muito bem planejado e dentro da estrutura que a cidade de São Paulo oferece, dá a impressão de que, quando tivermos tudo preparado para a popularização dos veículos do tipo, é mais do que certo que eles dominarão as nossas ruas. É um caminho sem volta.
Sai da frente que eu quero passar

A primeira coisa que precisamos dizer sobre os carros elétricos é que o torque é imediato. Ou seja, ao pisar no acelerador, a força do motor é passada para as rodas no mesmo instante e isso torna as coisas muito mais divertidas. Portanto, para aqueles mais puristas que dizem que veículos elétricos não são divertidos, pode ir tirando o cavalinho da chuva – principalmente com o Leaf. O elétrico da Nissan é um carro extremamente ágil e gostoso de guiar. O hatch entrega 149cv e 32,6kgf/m de torque que, na prática, seria como guiar um esportivo de entrada com muito mais potência. Traduzindo em números, o 0 a 100 do Leaf é de 7,9 segundos.

Isso, no trânsito, nos permite ultrapassagens e retomadas muito ágeis e seguras, além de um rodar macio e silencioso, algo que só pode ser visto em carros elétricos. Para ilustrar melhor para o leitor do Canaltech como é guiar um veículo desses, pense naqueles carrinhos de bate-bate; assim que pisamos, ele logo responde aos nossos comandos, só que, claro, com muito mais força.

Outras coisas, porém, ajudam o Nissan Leaf a ter esse desempenho e sensação esportiva de dirigir. Uma delas é a aerodinâmica, já que o carro possui um desenho agressivo e curvado que facilita a passagem de ar e o torna mais “rasgador”, por assim dizer. Além disso, por mais que ele pese 1582 kg, sua bateria é alocada no assoalho, o que faz com que seu centro de gravidade seja baixo e, consequentemente, o torne mais preso ao chão. Isso pode ser sentido nas curvas e em manobras mais audaciosas.

A direção elétrica do Leaf casa bem com o estilo ágil do carro e foi calibrada de modo muito seguro, ficando mais firme sempre que pisamos um pouco mais no acelerador. Já para manobras e estacionamento, sua leveza impressiona e é uma das melhores que pudemos testar aqui no Canaltech.

Ainda com relação ao comportamento do carro, sua suspensão também foi ajustada para que o conforto fosse privilegiado, mesmo com seu comportamento de esportivo não indique sua maciez. Ou seja: nas curvas, o carro não dobra tanto e, nos inúmeros buracos e valetas da cidade, ele não quica de modo violento. Traduzindo: ele é uma delícia.

É necessário se planejar

Vamos ao que interessa quando falamos de um carro elétrico: consumo e autonomia. Segundo a Nissan, o Leaf é capaz de rodar 240 km padrões americanos (mais estrada do que cidade) e 350 km em circuito Europeu (mais cidade do que estrada), que é bem parecido com o que adotamos aqui no Brasil e é o que nos baseamos para calcular o quanto ele aguenta rodar com carga completa.

Fizemos um trajeto de 15 km com dois modos de condução diferentes e ar-condicionado ligado: o primeiro, no tradicional, com o carro solto; o segundo, no modo Eco e com o câmbio no B, que faz com que o Leaf use ainda mais a energia motora das rodas e freios para dar mais carga à bateria.

No primeiro caso, o mostrador de capacidade da bateria indicou que, ao final dos 15 quilômetros, gastamos pouco mais de 12 quilômetros de carga. Já no modo econômico, a surpresa: a economia foi pouca coisa maior, algo em torno de 11,5 km gastos. A explicação para isso se dá no comportamento do Nissan Leaf nesses dois modos, com o câmbio no D e no B.

Quando deixamos o carro no modo tradicional, o carregamento passivo da bateria se dá a partir do momento em que deixamos de pisar no acelerador e, em um nível maior, quando pisamos no freio. Com o carro solto, ele segura menos a rolagem e faz com que não tenhamos que pisar muitas vezes para fazer ele andar, o que economiza bateria.

Agora, quando deixamos o carro rodar com o câmbio no B, aliado ao modo Eco, por mais que o restante do funcionamento do carro seja de fato mais econômico, como a climatização, por exemplo, ele fica muito mais preso no seu comportamento, fazendo com que tenhamos que pisar no acelerador para fazer com que ele continue andando antes de quase parar por completo, seja em via reta, seja em descida. Sim, a bateria regenera com mais vigor, mas, ao termos que pisar para acelerar, a economia acaba não sendo tanta assim.

Com isso em mente, chegamos ao seguinte relatório de economia do Leaf: conseguimos rodar, com segurança, algo em torno dos 330 quilômetros sem a necessidade de bater o desespero para recarregar o carro. Nos planejamos para eventuais necessidades e, claro, não fomos para muito longe no quesito estrada.

A diferença ínfima de consumo, porém, não se justifica não apenas pelos números irrisórios, mas também por um dos pouquíssimos pecados que o Nissan Leaf tem: ao rodar no modo Eco + B, o carro fica muito, mas muito preso, como se estivesse, no jargão popular, correndo de calça jeans. Isso incomoda até mesmo os passageiros.

Ter um Leaf na cidade para pequenos deslocamentos é o ideal. Ao adquirir o veículo, a Nissan fornece uma Wallbox para ser instalada em casa e garante carga máxima em no máximo oito horas e com um acréscimo justo na conta de luz: algo em torno dos 20% em um mês de uso normal. Porém, se você precisar de um carregamento na cidade, é necessário pesquisar estabelecimentos que façam isso, além de algumas concessionárias Nissan, que oferecem o serviço gratuitamente.

Muita tecnologia e conforto

No interior, o Nissan Leaf é digno de um hatch médio das antigas, só que com muita tecnologia embarcada. O cluster principal é digital e fornece todas as informações necessárias, como velocímetro, autonomia e o status das tecnologias de segurança como o sensor de proximidade frontal e o piloto automático adaptativo.

A central multimídia, na versão que testamos, era de 7 polegadas, mas era bem completa e fazia o espelhamento com Android Auto e Apple Car Play. Além disso, todas as informações referentes ao funcionamento do carro poderiam ser checadas ali. Já há uma versão do Leaf com o interior completamente remodelado e será testada pelo Canaltech futuramente. O acabamento do Leaf, apesar de simples, era bem encaixado e transparecia modernidade, sobretudo no console central, que abriga o câmbio em formato joystick.

O destaque entre os equipamentos do Leaf e que o diferencia de modelos concorrentes é a câmera 360º, que vimos na Nissan Frontier, e no e-Pedal, o acelerador especial do carro. A versão da câmera que foi instalada no Leaf, além de fornecer imagens da parte frontal e traseira, faz a simulação do entorno do veículo e nos dá uma percepção clara da lateral do carro, algo muito útil em balizas.

Já o e-Pedal é uma solução encontrada pela Nissan para tornar a condução mais prática. Ao acionar esse recurso, você não tem mais necessidade de frenar o carro com o pedal de freio tradicional, bastando pisar ou soltar o acionamento do acelerador para fazer com que o carro ande ou pare. Apesar de prático, isso vai demandar uma boa dose de paciência do proprietário, já que os solavancos poderão ser frequentes nesse modo.

Completam os itens de segurança e conforto o Alerta Inteligente de Mudança de Faixa, Sistema Inteligente de Prevenção de Mudança de Faixa, Assistente Inteligente de Frenagem de Emergência, Controle Inteligente de Velocidade, Sistema de Advertência de Ponto Cego, Alerta Inteligente de Atenção do Motorista, Sistema de Monitoramento de Pressão dos Pneus, Alerta de Tráfego Cruzado Traseiro e ar condicionado digital.

Som com assinatura BOSE

Algo que chama muito a atenção nos veículos que testamos para o Canaltech recentemente é o esmero que algumas empresas têm tido com os sistemas de som. Com o Nissan Leaf não foi diferente. O modelo elétrico da montadora japonesa conta com a tecnologia da BOSE: são seis alto-falantes e um subwoofer para deixar os graves ainda mais vibrantes. Tudo isso fica potencializado com o excelente isolamento acústico, digno de carros premium.

Ainda por cima, é lindo

Quando temos que falar pouco sobre o design do veículo é porque ele acertou em cheio. A Nissan caprichou no estilo do Leaf, com requintes que misturam o auge dos hatches médios com a modernidade exigida para um carro elétrico. Como falamos acima, suas linhas lhe proporcionam uma aerodinâmica privilegiada e um visual mais agressivo, o que ajuda no desempenho.

A grade frontal, por sua vez, possui um detalhe em azul e é fechada, afinal, estamos falando de um carro elétrico. O conjunto óptico, por sua vez, é feito inteiramente em LED.

Ainda não estamos preparados.

A experiência com o Nissan Leaf foi a melhor possível, mas dentro de situações controladas e com o propósito de análise para essa matéria. Entretanto, se você quer mesmo comprar um carro elétrico, seja ele qual for, atente-se para a sua estrutura local, principalmente se você mora em cidades interioranas e não quer desprender de muito dinheiro para instalar carregadores na sua casa.

O produto em si dispensa comentários. Bonito, eficiente, divertido, conectado, espaçoso e econômico. Com um Leaf, você nunca mais irá a um posto de gasolina na vida, principalmente se o seu uso for estritamente urbano. Mas, como dissemos, ainda não estamos preparados para que um carro desses se torne popular, principalmente por seu preço e infraestrutura tímida, para dizer o mínimo.

Quando esse dia chegar, preparem-se, pois os elétricos irão dominar as ruas.

O Nissan Leaf pode ser encontrado nas principais cidades brasileiras pelo preço de R$ 195 mil.

Ao comprá-lo, a Nissan disponibilizará uma Wallbox, que será instalada em sua residência mediante análise local de amperagem e espaço físico.

(canaltech)

Portugal é exemplo para deslanchar valorização energética de resíduos

Abren mira em exemplo de Portugal para deslanchar valorização energética de resíduos.
Webinário Internacional da associação apresentou experiência de país europeu na área.

A Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos realizou em 01/07/20 seu 3º Webinário Internacional. O evento trouxe a experiência de Portugal no caminho da valorização energética de resíduos. O presidente da Abren e do WtERT Brasil, Yuri Schmitke, foi o anfitrião e moderador do evento. O webinário detalhou a experiência portuguesa na Recuperação Energética de Resíduos e o cenário atual do Waste to Energy em Portugal, onde a gestão de resíduos sólidos urbanos foi alterada há 25 anos, com a aprovação do Plano Estratégico Setorial dos Resíduos Sólidos Urbanos. O plano teve três prioridades: encerramento e recuperação ambiental dos lixões; a criação e construção de infraestruturas de coleta, transporte, tratamento e destino dos RSU e similares e a criação da base de apoio para o desenvolvimento da coleta seletiva e da reciclagem.

Segundo o administrador do Consórcio de Municípios do Grande Porto, o economista Fernando Leite, o sucesso do caso português veio pela vontade política do governo federal; formação de consórcios municipais e a percepção da sociedade de que o ‘lixo tem valor’. Leite ressaltou ainda que hoje, ao invés de lançar o resíduo nos lixões, se produziu e forneceu energia para uma comunidade de 150 mil habitantes na região que o consórcio do Porto atua.

O engenheiro Feliz Santos, da Associação Entidades de Valorização Energética Resíduos Sólidos Urbano, que também participou do webinário, explicou que a história do lixo em Portugal mudou a partir de 1997, com o estabelecimento de cinco frentes de atuação: Instituições de Regulação e Fiscalização do Meio Ambiente; Novo Quadro Legal; Planos de Ação; Criação de empresas e entidade com capacidade técnica de gestão de RSU; e Meios Financeiros e Humanos para implementação dos Planos.

Segundo ele, em 1999, foram criadas 40 empresas para fazer a gestão dos 308 municípios portugueses da Região Continental e regiões autônomas de Madeira e Açores de Portugal. São empresas ou entidades como o consórcio municipal LIPOR, responsável pelo tratamento e gestão final dos resíduos da região do Grande Porto. O representante da AVALER ressalta que a coleta dos resíduos, no entanto continua sob responsabilidade das prefeituras municipais pelas “especificidades” do cenário político português. Francisco Leme, que trabalhou no mercado de Combustível Derivado de Resíduos em Portugal, ressaltou que apesar do Brasil ter iniciado a produção de CDR no final da década 90 e em Portugal nos meados dos anos 2000, em 20 anos, o Brasil atingiu patamares abaixo de 12% de substituição térmica, enquanto Portugal saltou em 15 anos para 37% à custa do aproveitamento do lixo.

Valorização energética de resíduos no contexto da transição energética e da economia circular.

Ao final do webinário, o presidente da ABREN, Yuri Schmitke, reconheceu a importância do exemplo lusitano para o progresso e desenvolvimento da Recuperação Energética de Resíduos no Brasil. Segundo ele, a revolução portuguesa na gestão e tratamento final de resíduos em tão pouco tempo, deixa lição de que o Brasil pode fazer igual. Ele cita o exemplo português e de outros países desenvolvidos. Para Schmitke, é preciso a união dos interessados e foco na resolução do problema ambiental causado pela atual gestão do lixo no Brasil que naturalmente, as opções oferecidas pelo tratamento térmico de resíduos serão demandadas pela sociedade. (canalenergia)

Geração solar distribuída ultrapassa 3 GW no Brasil

Em número de sistemas instalados, os consumidores residenciais estão no topo da lista, representando 72,4% do total.

A geração distribuída não para de crescer no Brasil. Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), são 255,9 mil usinas em operação espalhadas em comércios, residências e pequenas empresas, somando 3,2 GW de capacidade instalada. Destaque para fonte solar fotovoltaica, concentrando 255,5 mil usinas (99,8%) ou 3 GW de potência, de acordo com dados verificados em 06/07/20.

As Centrais Geradoras Hidrelétricas, representadas por 106 usinas, somam apenas 102,1 MW. Há 64 torres eólicas somando 10 MW e 242 térmicas (72,2 MW). No total, são 332.865 unidades consumidoras beneficiadas pelos créditos originados da geração distribuída, cuja regulamentação ocorreu 2012.

Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da Absolar, disse que a expansão da fonte solar está apenas no início, uma vez que a tecnologia representa apenas 0,4% das unidades consumidores existentes no território nacional, hoje em torno de 84,4 milhões.

“O setor solar fotovoltaico brasileiro já gerou mais de 165 mil empregos desde 2012, espalhados por todas as regiões do país. Apenas nos primeiros cinco meses de 2020, o mercado criou mais de 37 mil postos de trabalho, mesmo em meio à crise econômica e sanitária do Covid-19”, enfatizou Rodrigo Sauaia, CEO da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica.

Em número de sistemas instalados, os consumidores residenciais estão no topo da lista, representando 72,4% do total, segundo levantamento da Absolar. Em seguida, aparecem as empresas dos setores de comércio e serviços (18,0%), consumidores rurais (6,6%), indústrias (2,6%), poder público (0,4%) e outros tipos, como serviços públicos (0,04%) e iluminação pública (0,01%).

Em potência instalada, os consumidores dos setores de comércio e serviços lideram o uso da energia solar fotovoltaica, com 39,5% da potência instalada no país, seguidos de perto por consumidores residenciais (38,5%), consumidores rurais (11,7%), indústrias (8,7%), poder público (1,4%) e outros tipos, como serviços públicos (0,1%) e iluminação pública (0,02%).

De acordo com a entidade, o setor já movimentou mais de R$ 15,2 bilhões em investimentos acumulados desde 2012. (canalenergia)

segunda-feira, 24 de agosto de 2020

Califórnia bane veículos a diesel

O estado da Califórnia baixou regras e a partir de 2045 não poderá mais ser vendido, no estado, caminhões movidos a combustíveis fósseis – sendo mais um passo rumo aos elétricos.

É o primeiro estado americano a baixar regra desse tipo. A Califórnia já havia determinado que a partir de 2029 somente poderão entrar em circulação ônibus elétricos.

A mudança será gradual: em 2035, pelo menos a metade dos veículos vendidos pelos fabricantes de caminhões deverá ser elétrica; a partir do mesmo ano, os veículos que não circulam pelas ruas, como rebocadores e empilhadeiras, também não poderão ter motores a diesel. Veículos comerciais de pequeno porte, como as vans, devem seguir a regra a partir de 2040.

A medida se insere na luta contra a poluição do ar: os veículos movidos a diesel são 7% do total na Califórnia, mas são responsáveis por quase 80% da poluição do ar no estado.

A regra determina que caminhões e vans comerciais abandonem o uso de diesel até 2045.

A medida tende a espalhar-se por todo o país. A Califórnia é pioneira no combate à poluição, e as regras que fixou no início dos anos 1990 são tidas como responsáveis pelo desenvolvimento de veículos híbridos e elétricos. Em 2019, quando o governo Trump revogou medidas do governo Obama que visavam a combater as mudanças climáticas, o estado fixou regras próprias, que foram acatadas por empresas como Ford, Volkswagen, Honda e BMW; esta última acaba de anunciar que pretende abandonar o desenvolvimento de veículos híbridos, concentrando-se nos totalmente elétricos.

Alguns fabricantes tentaram barrar as novas regras, sem maior êxito. Muitos desses já estão produzindo veículos comerciais elétricos; outros estão preparando lançamentos, como Volvo, Daimler e Tesla. Há também startups entrando no mercado, como a Rivian, que está produzindo cem mil vans elétricas para a Amazon, após receber dessa um investimento da ordem de US$ 700 milhões em 2019. Dez mil dessas vans já deverão estar rodando em 2022 e as demais até 2030. A Ford também é acionista da Rivian.

É mais um passo à frente na luta contra a poluição do ar e seu subproduto, as mudanças climáticas.

Califórnia baixa regras e bane veículos diesel no estado. (ecodebate) 

Ásia supera Europa na geração de energia solar flutuante

Ásia supera Europa na geração de energia solar flutuante, diz relatório.
Energia solar flutuante na Hidrelétrica de Sobradinho.

Primeira usina de energia solar flutuante no Brasil foi instalada há um ano na Hidrelétrica de Sobradinho.

Painéis solares instalados sobre a lâmina d’água de represas de hidrelétricas são a nova aposta da Ásia para expansão de sua oferta energética. A região aumentou em 900% a geração de eletricidade nessa modalidade somente em 2019, passando de 1 megawatt instalado para 51 megawatts e outros 858 megawatts planejados, superando o continente europeu.

É o que informa o relatório da IEEFA (Institute for Energy Economics and Financial Analysis) divulgado em 01/0/20. Sara Jane Ahmed e Elrika Hamdi, autoras do estudo, avaliam que as fazendas solares são melhores quando instaladas perto de hidrelétricas porque podem pegar carona nas conexões existentes com a rede de transmissão.

No Brasil, todos os investimentos nesse setor são recentes. A primeira e maior planta fotovoltaica flutuante em operação foi instalada em agosto de 2019, na Usina de Sobradinho (BA). Na etapa atual, a unidade gera 1 MWp, mas deve ampliar sua capacidade para 2,5 MWp até o final de 2020. Na Hidrelétrica de Balbina (AM), outra planta solar flutuante está em projeto e deverá ter a mesma capacidade.

Há iniciativas também na Hidrelétrica de Porto Primavera, em Rosana (SP), na Hidrelétrica de Itumbiara, a maior das Usinas de Furnas, localizada entre os estados de Goiás e Minas Gerais, além de um projeto de microgeração na Usina de Aimorés (MG). Há quatro meses a cidade de São Paulo também iniciou o teste de uma planta solar de pequeno porte na represa Billings, junto à usina elevatória de Pedreira.
Segundo nota técnica publicada em fevereiro deste ano pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o potencial brasileiro é grande pela quantidade de lagos artificiais de hidrelétricas existentes. A energia solar flutuante ainda é incipiente no Brasil porque as regiões mais promissoras para a instalação de usinas fotovoltaicas estão em áreas pobres do semi-árido, onde a terra é barata e os equipamentos de flutuação ainda são caros. Mas os autores ressaltam que os custos de instalação devem cair porque o setor certamente viverá uma expansão em todo o mundo.

Nos países asiáticos, a situação é oposta: uma das principais razões para a expansão das usinas solares flutuantes é a escassez de terra, aponta o relatório da IEEFA. Ao aproveitar a área sobre a lâmina d’água dos reservatórios, os investidores eliminam o custo de obtenção de grandes terrenos e evitam desapropriações.

Isso ajuda a entender porque o Brasil está há pelo menos uma década atrás dos asiáticos nesse segmento. 1º sistema solar flutuante do mundo foi construído em 2007 em Aichi, no Japão, mas a China é a líder atual — os 2 países tinham juntos uma capacidade instalada combinada de 1,3 GW até o fim de 2018. Em 2019 o Vietnã instalou 47MW de energia fotovoltaica flutuante. Mais recentemente, a maior empresa de geração de energia da Índia, a National Thermal Power Corporation (NTPC), confirmou a implantação de 200MW nessa modalidade em quatro locais, inserindo o país entre os maiores desenvolvedores do mundo no setor.

“Nossa pesquisa mostra que cada vez mais países asiáticos estão construindo fazendas solares que flutuam em rios, represas, lagos e reservatórios – e até no mar – para produzir eletricidade limpa a preços que podem competir com a energia de usinas a carvão poluentes”, afirmam as autoras. Outra vantagem destacada no documento é que as placas diminuem a evaporação, contribuindo para a manutenção do nível dos reservatórios em períodos secos e quentes.

Queda de demanda

Entre as vantagens das plantas fotovoltaicas flutuantes está a flexibilidade e a resiliência dos seus sistemas de geração em momentos de queda abrupta de demanda, como ocorre neste momento em todo o mundo por conta da pandemia de COVID-19. Segundo o documento, o consumo de energia nas Filipinas e na Malásia caiu 16% durante os bloqueios contra o novo coronavírus, causando um estresse extremo nas redes de eletricidade devido ao excesso de energia.

“Se o surto de COVID-19 puder ensinar uma lição, seria a de que as empresas de energia precisam de operações ágeis, e não de usinas desatualizadas que queimam carvão e que não podem responder rapidamente a interrupções repentinas”, diz Ahmed.
Hamdi observa ainda que essas instalações solares são rápidas de construir. “Elas podem ficar prontas em questão de meses, enquanto os geradores de carvão, gás e hidrelétricas levam até três anos para entrar em operação, e as usinas nucleares demoram ainda mais tempo”. (ecodebate)

Posicionamento da ABIOVE sobre desabastecimento e preço

Biodiesel: Posicionamento da ABIOVE sobre desabastecimento e preço.
A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE) lamenta a forma como o setor de distribuição de combustíveis está lidando com o cenário atual relacionado ao fornecimento de biodiesel. São infundadas as alegações de que o biodiesel está elevando os preços do diesel ao consumidor, ou causando qualquer tipo de desabastecimento.

Todas as questões envolvendo a redução na disponibilidade de biodiesel ao longo de junho e o aumento no preço no Leilões 73 e 74, com entregas em julho e agosto, e 22 a 30 de junho, respectivamente, são resultado de mudanças nas regras do Leilão 72, realizadas por pressão do setor de distribuição, que agora trabalha para atribuir a responsabilidade pelos problemas ao setor de biodiesel.

Devido à baixa procura por parte das distribuidoras, os preços médios ponderados de venda do biodiesel no L72/L74 tiveram baixas de 5,1% em relação ao leilão anterior, obrigando os produtores de óleo vegetal a buscarem outros mercados para o produto. As subestimações da demanda por diesel estimada pelas distribuidoras nos meses de maio e junho resultaram em compras insuficientes no certame, obrigando a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biodiesel (ANP) a realizar um leilão complementar (L74).

Nesse leilão, houve uma substancial recuperação de preços de biodiesel. No entanto, esse leilão alcançou apenas 9 dias de comercialização (22 a 30/06/20), não produzindo efeitos nos preços do diesel ao consumidor. Se está havendo aumento de preços de diesel ao consumidor, isso se deve às elevações praticadas pela Petrobrás, bem como por uma expectativa das distribuidoras de normalização dos preços do biodiesel a partir de julho.

Vale observar também que o preço do biodiesel é estável por dois meses, à medida que sua comercialização acontece por meio de leilões públicos, garantindo previsibilidade para o mercado consumidor, enquanto o preço do diesel flutua de acordo com crises nos principais países produtores, especialmente Oriente Médio. Avaliando os preços das entregas de junho, por exemplo, os preços do biodiesel estão 5,1% mais baratos, enquanto os do diesel A subiram 12,8%, conforme gráfico anexo.

A ABIOVE reforça ainda que essa postura especulativa das distribuidoras favorece a importação de diesel, um combustível poluente e que gera empregos e renda no exterior, enquanto o Brasil passa a sua mais grave crise econômica. (noticiasagricolas)