As vendas de carros elétricos
devem crescer no mundo em 2020, apesar dos impactos da pandemia de COVID-19,
aponta relatório da Agência Internacional de Energia (AIE). A estimativa é que
o número de veículos em uso em todo o planeta deve chegar a 10 milhões nesse
ano. A análise aponta que o segmento deve ter um desempenho superior ao do
mercado total de carros de passeio, que deve registrar queda de 25% nas vendas.
A expectativa é de que a
marca de 2,1 milhões de veículos elétricos vendidos em 2019 seja superada e que
o segmento represente 3% do total do setor. As vendas globais de carros
elétricos cresceram pelo menos 30% ao ano na última década, exceto em 2019,
quando o incremento desacelerou para 6%. A IEA ressalta que as segundas ondas
da pandemia e a recuperação econômica mais lenta que o esperado podem levar a
resultados diferentes. “A pandemia de COVID-19 irá afetar o mercado global de
veículos e maneira que os governos irão responder irá influenciar o ritmo de
transição para carros elétricos”, destaca o relatório.
Em relação ao mercado
brasileiro, o executivo aponta crescimento, mas assinala que ainda é um setor
incipiente. “Esse ano, mesmo com a crise, vendemos quase o mesmo que em 2019
inteiro. O carro elétrico já é uma realidade, mas a BMW está no mercado
premium, onde o consumidor demanda a tecnologia mais nova. O setor ainda está
começando no Brasil. Ao longo do tempo, o produto vai reduzir custos e as
montadoras de massa devem entrar com mais força no futuro.”
Krieger entende que a solução
híbrida é bastante adequada ao país. “Não vamos conseguir tantos postos de
carregamento elétrico no curto prazo. O hibrido é uma solução de transição
interessante para a realidade do Brasil. Ele permite carregar de forma elétrica
para o uso no dia a dia e com o combustível líquido para viagens mais longas.”
O presidente do Grupo
Ipiranga, Marcelo Araújo, vê como possível impacto da pandemia, uma tendência
de consumidores se preocuparem mais com a saúde e o meio ambiente. “Acreditamos
que duas tendências de longo prazo vão se manter no Brasil: crescimento de
biocombustíveis e a mobilidade elétrica”, disse, durante o mesmo webinar.
O executivo detalhou que a
visão da Ipiranga é de que o Brasil vai conviver por muito tempo com diferentes
tecnologias na matriz de propulsão automotiva e de fontes de energia. “Teremos
diferentes tipos de veículos, modelos híbridos e puros, convivendo talvez por
algumas décadas. O papel dos combustíveis líquidos é auxiliar essa transição
gradual. Não parece realista acreditar que vai haver uma grande ruptura”.
(portalsolar)
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