sábado, 22 de agosto de 2020

Vendas de carros elétricos devem crescer no mundo em 2020

Vendas de carros elétricos devem crescer no mundo em 2020, apesar de efeitos da pandemia.
Estimativa da Agência Internacional de Energia (AIE) aponta que o número desses automóveis em uso no planeta deve chegar a 10 milhões nesse ano

As vendas de carros elétricos devem crescer no mundo em 2020, apesar dos impactos da pandemia de COVID-19, aponta relatório da Agência Internacional de Energia (AIE). A estimativa é que o número de veículos em uso em todo o planeta deve chegar a 10 milhões nesse ano. A análise aponta que o segmento deve ter um desempenho superior ao do mercado total de carros de passeio, que deve registrar queda de 25% nas vendas.

A expectativa é de que a marca de 2,1 milhões de veículos elétricos vendidos em 2019 seja superada e que o segmento represente 3% do total do setor. As vendas globais de carros elétricos cresceram pelo menos 30% ao ano na última década, exceto em 2019, quando o incremento desacelerou para 6%. A IEA ressalta que as segundas ondas da pandemia e a recuperação econômica mais lenta que o esperado podem levar a resultados diferentes. “A pandemia de COVID-19 irá afetar o mercado global de veículos e maneira que os governos irão responder irá influenciar o ritmo de transição para carros elétricos”, destaca o relatório.

O CEO da BMW Brasil, Aksel Krieger, afirma que houve uma aceleração nas vendas de veículos elétricos da empresa, mesmo em meio ao cenário atípico. “Tivemos um crescimento de 13% nas vendas de carros elétricos e eletrificados no mundo. Temos uma série de projetos nesse segmento e não interrompemos os investimentos durante a crise. É muito importante para o futuro da marca apostar em inovação e seguir na luta pela redução de emissões”, declarou durante webinar promovido pela Fundação Getúlio Vargas.
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Em relação ao mercado brasileiro, o executivo aponta crescimento, mas assinala que ainda é um setor incipiente. “Esse ano, mesmo com a crise, vendemos quase o mesmo que em 2019 inteiro. O carro elétrico já é uma realidade, mas a BMW está no mercado premium, onde o consumidor demanda a tecnologia mais nova. O setor ainda está começando no Brasil. Ao longo do tempo, o produto vai reduzir custos e as montadoras de massa devem entrar com mais força no futuro.”

Krieger entende que a solução híbrida é bastante adequada ao país. “Não vamos conseguir tantos postos de carregamento elétrico no curto prazo. O hibrido é uma solução de transição interessante para a realidade do Brasil. Ele permite carregar de forma elétrica para o uso no dia a dia e com o combustível líquido para viagens mais longas.”

O presidente do Grupo Ipiranga, Marcelo Araújo, vê como possível impacto da pandemia, uma tendência de consumidores se preocuparem mais com a saúde e o meio ambiente. “Acreditamos que duas tendências de longo prazo vão se manter no Brasil: crescimento de biocombustíveis e a mobilidade elétrica”, disse, durante o mesmo webinar.

“A pandemia não deve afetar de forma significativa a curva de transição energética para veículos elétricos no mundo. No Brasil, enxergamos essa curva um pouco mais alongada, principalmente pela relevância dos biocombustíveis. Mas é uma tendência inexorável, já começou a acontecer”, assinalou.
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O executivo detalhou que a visão da Ipiranga é de que o Brasil vai conviver por muito tempo com diferentes tecnologias na matriz de propulsão automotiva e de fontes de energia. “Teremos diferentes tipos de veículos, modelos híbridos e puros, convivendo talvez por algumas décadas. O papel dos combustíveis líquidos é auxiliar essa transição gradual. Não parece realista acreditar que vai haver uma grande ruptura”. (portalsolar)

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