O
Fórum Econômico Mundial, em parceria com a Accenture, divulga uma nova análise
em várias regiões, explorando o caminho das concessionárias em meio à pandemia
de Covid-19 em curso e as oportunidades para acelerar o crescimento econômico e
a transição para energia limpa.
Um
Grupo de Ação da Indústria que incluiu mais de 25 empresas de serviços públicos
globais e empresas de tecnologia de energia buscou avaliar de forma holística
os resultados econômicos, ambientais, sociais, bem como desdobramentos técnicos
de potenciais soluções de energia.
A
análise revelou que no Brasil, nos próximos cinco anos, os investimentos da
indústria de energia alternativa – como a solar e a eólica – e o impacto da
digitalização das cidades para um modelo mais inteligente e eficiente podem
gerar mais que 1,2 milhão de novos empregos e reduzir em 28 toneladas a emissão
de CO2.
Na
análise, foram mapeados diversos elementos da cadeia de valor do setor elétrico
no País, como emissão de gás carbônico, pegadas d’água, acesso a eletricidade,
qualidade do ar, resiliência e segurança do setor, qualidade de serviços e
flexibilidade. No entanto, foram aspectos como: impactos no emprego e na
economia, eficiência do setor e produtividade, investimento estrangeiro,
atualização de sistemas e competitividade que se destacaram no cenário
nacional.
Com o mapeamento do setor elétrico brasileiro, foi possível identificar um modelo que pode direcionar a transformação e atualização do País em termos de energia, utilizando sua grande fonte de energia hidrelétrica como alicerce para sustentar a população enquanto investimentos em fontes alternativas de energia ganham força, como a solar e a eólica, bem como o investimento em cidades integradas e inteligentes.
Ampliação do setor elétrico
O
relatório traz, ainda, que a demanda por energia no País deve triplicar até
2050, o que fortalece a necessidade de investimentos no setor. Para isso, o
Brasil deve precisar de ao menos 38 novas linhas de distribuição de energia com
mais de 5 mil quilômetros de extensão, o que significa um investimento de mais
de R﹩ 10
bilhões¹.
¹dados da Empresa de Pesquisa Energética, articulada
com o Ministério de Minas e Energia e o Ministério da Economia.
Impactos
do Covid-19 no setor
Apesar
da necessidade de crescimento e modernização do setor elétrico, o Brasil –
assim como todos os países do mundo – sofreu fortes impactos por conta da
pandemia da Covid-19. Isso, somado aos problemas já existentes no País, pode
dificultar a modernização do setor. Entre os principais pontos, pode-se
destacar:
Pontos
negativos:
• Ao longo do período de pandemia, o foco do País foi
em manter a operação básica funcionando, com cortes massivos em investimentos
vistos como não essenciais.
• A demanda por energia caiu dois dígitos se comparado
ao mês de maio do ano anterior.
• O mercado como um todo sofreu um forte golpe, com redução do volume de operações em torno de 47% no mercado automotivo e 38% no setor de serviços.
• Com isso, o PIB do País tem estimativa de queda de aproximadamente 9%.
Pontos
positivos:
• O Brasil testemunhou um aumento de 53% na geração de
energia solar em abril de 2020.
• Como resultado da Covid-19, foi observado um aumento
no foco em eficiência operacional e planejamento financeiro por parte das
empresas operando no Brasil.
• Durante o período de quarentena, foi possível notar
uma queda abrupta na concentração de gases como NO, NO² e CO na cidade de São
Paulo, com quedas de 77%, 54% e 65%, respectivamente.
Como
se recuperar da crise?
O
estudo aponta, contudo, alternativas para uma recuperação do setor elétrico no
Brasil, baseado em três fatores principais:
• Expansão de energias renováveis não hidrelétricas
Acelerar
a expansão das energias renováveis não hídricas (~ 7 GW eólica e solar) por
meio de várias iniciativas, como fomentar o mercado liberalizado (ACL) com
contratos de compra de energia inovadores (PPAs), desenvolver uma nova solução
estruturada para o Mecanismo de Realocação de Energia (MRE), e substituição de
termo-planta fóssil.
• Digitalização da Transmissão e Distribuição (T&D)
Abordar os problemas de confiabilidade e qualidade de energia por meio de investimentos básicos na rede de distribuição e, em seguida, digitalizar e moderniza a rede elétrica do Brasil por meio de redes inteligentes, medidores inteligentes, internet das coisas (IoT) e recursos de energia distribuída (DER).
• Cidades Inteligentes e Eficientes
Investir
em cidades inteligentes por meio do desenvolvimento de uma rede digital de
energia, possibilitando eficiência energética e novos modelos de negócios de
suporte à geração distribuída, DERs e mobilidade elétrica, além de serviços
públicos como iluminação pública e manejo da vegetação. (ecodebate)
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