Eficiência energética e
inteligência de dados devem ampliar a viabilidade da geração solar no Brasil.
O copo meio vazio, nessa
equação, é constatar que a geração de energia a partir do Sol ainda é pequena
no Brasil – 1,6% da matriz energética brasileira em 2020, segundo a Associação
Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR). A mesma Alemanha, cuja
incidência de raios solares corresponde a pouco mais da metade da quantidade
registrada no Brasil, já tem 12% de geração solar em sua matriz energética.
Também é possível enxergar o
copo meio cheio nesse cenário, já que a procura crescente por energia renovável
próxima ou no local de consumo e a democratização do custo tornaram a energia
solar distribuída protagonista da expansão da oferta de eletricidade no Brasil.
Apesar do impacto da Covid-19, o setor de geração distribuída já atingiu 3
gigawatts (GW) em 2020, de acordo com dados da Agência Nacional de Energia
Elétrica (ANEEL), e a expectativa é que o setor cresça entre 5 e 10 vezes na
próxima década.
Diante desse potencial, a
Siemens tem adequado seu portfólio para atender o setor em suas demandas por
equipamentos e serviços relacionados à energia solar, uma das principais
aliadas na busca por fontes sustentáveis, com baixa emissão de carbono. Como
parte da estratégia, a empresa está trazendo para o mercado brasileiro os
produtos da marca alemã Kaco, com 5co linhas de inversores de energia, que vão
de 15 kW a 165 kW. Entre os diferenciais dos inversores da Kaco está a
resistência, mesmo em condições adversas.
“Produtos da Kaco são mais
eficientes que a média do mercado e contam com tecnologia de ponta, oferecendo
redução de custos e agregando valor aos projetos de geração própria de
energia”, afirma o gerente de negócios do portfólio de Future Grids da Siemens,
Ricardo Nakamura. Entre os diferenciais dos inversores da Kaco, em especial nas
linhas de maior potência, está a fabricação com semicondutores de carbeto de
silício, favorecendo a utilização em ambientes severos, com alta exposição ao
Sol e grandes variações climáticas.
Um mercado em expansão como o
de energia solar pode se beneficiar muito de novos modelos de negócios, que
ofereçam não necessariamente equipamentos, mas fundamentalmente economia de
energia. Em linha com essa perspectiva, a Siemens fez recentemente outra
ampliação de portfólio, adquirindo participação na Brasol Participações e
Empreendimentos S.A, uma empresa de energia solar comercial e industrial. O
investimento feito pela área de Private Equity da Siemens Financial Services
está entre os maiores de capital estrangeiro no setor de energia solar
distribuída no Brasil.
A palavra-chave no modelo de
negócio proposto pela Brasol é serviço. Ao unir esforços com a Brasol, a
Siemens passa a disponibilizar oportunidades de economia aos clientes,
oferecendo energia solar como serviço. Por meio do modelo de negócio inovador,
a Brasol fica responsável pelo desenvolvimento, instalação e operação do
sistema, fornecendo um desconto garantido na conta de eletricidade para
clientes industriais e comerciais.
Isso significa que o cliente
não precisa investir em equipamentos ou sistemas específicos para geração
solar. É a Brasol que entra com esses ativos, possibilitando o fornecimento da
energia no longo prazo e com redução garantida de custos para o cliente. “É uma
quebra de paradigma se comparado com o modelo tradicional de aluguel de
equipamentos. Ao garantir a economia, a Brasol assume os riscos da operação.
Não é a simples substituição do balanço do cliente pelo balanço da Brasol”,
comenta David Taff, diretor de investimentos no Brasil da Siemens Financial
Services.
A atuação da Brasol não se
restringe à implantação e à operação do sistema que garante energia para o
cliente. Em uma etapa anterior à implementação, a empresa opera como uma
consultoria para entender o perfil de consumo do cliente. Nessa análise, além
de dimensionar a necessidade de energia, também são detectadas as oportunidades
de redução de consumo, por exemplo com adoção de medidas de eficiência
energética, o que já se traduz como economia.
Um dos diferenciais do novo modelo de negócios proposto pela Brasol é a incorporação de sensores na usina para agregar valor adicional à operação. Será cada vez mais por meio da captura e do processamento de dados que as empresas serão capazes de conhecer, analisar, dimensionar e transformar suas operações, tornando-as mais eficientes e lucrativas. “À medida que dispõe de dados, detalhando o perfil de consumo de energia, o sistema estimula curvas de aprendizado sobre diversas variáveis da operação, aumentando a transparência e facilitando as tomadas de decisão”, complementa Taff. Esses dados podem, inclusive, trafegar pelo MindSphere, o sistema operacional em nuvem para Internet das Coisas (IoT) da Siemens.
“Descentralização da geração elétrica é uma tendência global, o que também aumenta a complexidade do sistema. O futuro do setor será cada vez mais focado na inteligência de dados para reduzir custos e mitigar riscos”, complementa o executivo. “Enxergamos potencial para identificar eficiências e gerar novas economias para os clientes na enorme quantidade de dados gerados”, conclui Taff. (canalenergia)
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