A
Neste acredita que o combustível de aviação sustentável, SAF na sigla em
inglês, atrairá empresas que desejam reduzir as emissões de carbono. A Neste
também espera que o preço mais alto do combustível não seja um obstáculo, já
que as viagens aéreas pós-pandemia são retomadas com maior consciência sobre a
mudança climática.
“As
pessoas vão começar a voar de novo, mas depois querem voar de uma forma mais
sustentável”, disse o CEO Peter Vanacker em entrevista. “Assim como fizemos com
o diesel renovável, estamos criando esse mercado.”
A empresa finlandesa está investindo cerca de US$ 230 milhões para equipar sua refinaria de energias renováveis de Rotterdam para produzir combustível de aviação mais sustentável. Combinado com uma expansão em sua unidade em Singapura, a Neste será capaz de produzir 1,5 milhão de toneladas de SAF por ano até o final de 2023, ante apenas 100.000 toneladas agora. Isso se compara a 300 milhões de toneladas de combustíveis fósseis usados na aviação anualmente antes da pandemia.
A Neste produz biodiesel há mais de uma década em sua usina de Porvoo, com seu primeiro investimento em tecnologia renovável já em 2005. Depois de um período sem dar lucro, o produto ultrapassou os derivados de petróleo tradicionais como impulsionador do lucro da Neste em 2018.
O
combustível de aviação sustentável é feito de resíduos, como óleo de cozinha
usado e gordura animal. Reduz as emissões de carbono em até 80% em comparação
com o querosene comum com base no ciclo de vida. Antes de deixar a refinaria, o
SAF é misturado com combustível fóssil, até um máximo de 50%. A Neste diz que
um carregamento normal contém cerca de 35% a 40% de combustível renovável.
A Neste também busca vender o combustível diretamente para empresas de modo que possam receber os benefícios climáticos quando funcionários fizerem viagens de negócios a bordo de sua operadora terceirizada, e diz que os prêmios pagos pelos consumidores para viajar em um voo “verde” criarão mais incentivos para que companhias aéreas usem o SAF.
“Há um claro reconhecimento de que a indústria da aviação terá de descarbonizar”, disse Vanacker, da Neste. “A discussão está realmente caminhando para usar o produto físico em vez de plantar árvores, porque o consumidor quer o produto físico”. (biodieselbr)
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