Em 2017 as lâmpadas incandescentes não mais poderão ser
comercializadas no Brasil, assim como já ocorreu em 2012 na Europa, e a
tendência é de que sejam substituídas pelas fluorescentes compactas (LFC). Já a
partir de 1º de julho as lâmpadas incandescentes de potência superior a 100 W
não deverão ser encontradas no mercado, de acordo com a portaria
interministerial 1.007/2010, pela própria impossibilidade deste modelo alcançar
os parâmetros de eficiência energética estabelecidos pela portaria.
Para o pesquisador e coordenador do Laboratório de
Equipamentos Elétricos e Ópticos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT),
Mario Leite Pereira Filho, a medida implicará uma grande redução no consumo de
energia elétrica no País. Estima-se que a iluminação seja responsável por 17%
do total da energia total consumida no Brasil, inclusive a doméstica, que
utiliza principalmente lâmpadas incandescentes. Outro fator a ser considerado é
a maior durabilidade das LFC em comparação às incandescentes.
“Dependendo do modelo, a lâmpada fluorescente compacta é
quatro ou cinco vezes mais econômica do que a equivalente incandescente.
Imagine a economia para um prédio que substitui mil lâmpadas de 100 W pela
fluorescente compacta! Sem falar na redução de consumo com ar condicionado, por
exemplo, ao retirar lâmpadas que aquecem mais o ambiente, além da questão da
sustentabilidade, pois há menor descarte de lâmpadas e redução no consumo de
combustível e água utilizados nas hidrelétricas”, afirma o pesquisador.
Entretanto, o pesquisador adverte que as indústrias
fabricantes de lâmpadas fluorescentes compactas precisam investir cada vez mais
em tecnologia e aprimorar os processos de produção, pois o custo final para o
consumidor da LFC é três ou quatro vezes maior em relação ao da incandescente.
“No Brasil são fabricadas as lâmpadas fluorescentes tubulares e as
incandescentes, porém as fluorescentes compactas em geral são produzidas na
China. Para o consumidor final perceber concretamente a economia, as LFCs
precisam ter um custo menor e uma vida útil ainda maior”, adverte.
Outro fator que provoca a resistência do consumidor em
substituir a lâmpada incandescente pela fluorescente compacta é a questão do
conforto e da cor. As LFCs normais apresentam cor branca, daí a denominação de
lâmpadas frias, e não são indicadas para todos os espaços, como uma sala de
estar ou um quarto de dormir, por exemplo.
“A referência ideal de iluminação é o próprio sol, que
fornece calor e a melhor reprodução de cor. As pesquisas têm evoluído no
sentido de melhorar as características das lâmpadas fluorescentes compactas –
já está disponível no mercado uma LFC com a cor mais amarelada, percebida como
mais aconchegante, mas o custo ainda é elevado e há uma redução de cerca de 10%
na luminosidade”, afirma Pereira Filho. Há outras opções de iluminação, como a
lâmpada dicroica que tem a vantagem da cor quente, mas o fluxo de luz é direcionado
e sua eficácia ainda é menor que a das LFC, e cresce o consumo da lâmpada LED –
entretanto, ela tem alto custo e a reprodução de cor é ainda pior do que a LFC.
O Laboratório de Equipamentos Elétricos e Ópticos tem
acompanhado as mudanças do mercado e da legislação, e possui condições para
elaborar todos os tipos de estudos e testes de fluxo luminoso, de eficácia
luminosa, de vida útil do produto e de segurança para o usuário, um aspecto
fundamental para um dispositivo ligado diretamente à rede elétrica. Para
Oswaldo Sanchez Jr, pesquisador do laboratório, as inovações no campo da
iluminação são constantes e ainda haverá muitas novidades no segmento. “A
tendência é que as lâmpadas LED sejam produzidas em maior escala, baixando seus
custos e passando a competir com as fluorescentes compactas. Por sua vez, os
fabricantes das LFC terão que investir em tecnologia para tornar seu produto
cada vez mais vantajoso para o consumidor”, afirma ele (ambienteenergia)
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