sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Olfar recebe certificados por uso de energia limpa

A fabricante de biodiesel Olfar recebeu certificados que comprovam que a empresa utiliza energia proveniente de fontes limpas e renováveis nas atividades de seu parque fabril.
Os certificados foram emitidos pela consultoria Ludfor.
Além disso, os documentos atestam que a energia elétrica que movimenta a empresa é proveniente de fontes incentivadas pelo governo federal, com o objetivo de obter uma matriz energética ambientalmente sustentável.
Segundo o levantamento da consultoria, isso permitiu que a empresa obtivesse resultados importantes na redução de gases de efeito estufa:
- Reduziu as emissões do ano passado em pouco menos de 4.430 toneladas de CO2 equivalente (tCO2e);
- Totalizou pouco mais de 7.820 tCO2e desde que começou as ações em fevereiro de 2012;
Os dados dos cálculos seguem as metodologias internacionais do GHG Protocol Corporate Standart da The Greenhouse Gas Protocol Initiative e do Intergovernamental Panel on Climate Change (IPCC). (biodieselbr)

Mundo pode ter 100% de energia limpa até 2050

Mundo pode ter 100% de energia renovável até 2050, diz Greenpeace
Investimento adicional médio ao ano seria de US$ 1,03 trilhões ante uma economia de US$ 1,07 trilhões ao ano por deixar de usar combustíveis fósseis.
Um estudo lançado em 21/09/15 pelo Greenpeace aponta que o mundo precisaria de um investimento adicional médio de US$ 1,03 trilhão ao ano até 2050 para conseguir reverter a matriz energética do uso de combustíveis fósseis para a geração de energia 100% renovável. Esse valor, argumentou a entidade, seria totalmente coberto pela economia pelo não uso dessas fontes fósseis na atividade e somaria US$ 1,07 trilhão no mesmo período.
Segundo o estudo do Greenpeace, intitulado [R]evolução Energética 2015: Como atingir 100% de energias renováveis para todos até 2050, nos primeiros anos o uso dos combustíveis fósseis ainda seria mais elevado que a economia proporcionada. Contudo, a estimativa é de que entre 2025 e 2030 a conta inverteria, ou seja, todo o gasto com os investimentos adicionais seriam cobertos pela economia gerada com o não uso dos combustíveis fósseis em usinas térmicas.
As fontes eólica e solar são as que mais apresentam perspectivas, pois amadureceram e são economicamente competitivas ante o carvão. Na avaliação do coordenador geral do relatório, que contou com a participação da unidade brasileira da entidade, é muito provável que essas fontes ultrapassem a indústria do carvão ao longo da próxima década no que diz respeito a empregos e fornecimento de energia.
E o Greenpeace utilizou como exemplo o caso brasileiro. O documento indica que até 2020 a geração de empregos da indústria petrolífera local, que conta com cerca de 4,1 milhões de pessoas, segundo a Agência Internacional de Energia, seria ultrapassada pela criação de postos de trabalho na indústria solar com 6,7 milhões de pessoas e pela eólica com 4,22 milhões. Além disso, o número de vagas somente no segmento de painéis solares em 2030 poderá chegar 9,7 milhões de pessoas, cerca de 10 vezes mais o que existe hoje. No caso da eólica nesse horizonte de tempo o número de pessoas envolvidas na cadeia seria de 7,8 milhões de pessoas.
Outro dado destacado pela entidade é que em apenas 15 anos a participação das energias renováveis no mundo poderia triplicar, saindo de 21% para 64%, isso em termos globais. E a consequência seria a redução das emissões de gases de efeito estufa, de 30 gigatoneladas por ano para 20 gigatoneladas anuais até 2030.
Esse é o segundo relatório sobre o tema apresentado somente nesta semana. Esses estudos chegam em um momento crítico para o setor ambiental uma vez que em menos de três meses ocorrerá a Conferência do Clima (COP 21) em Paris. Essa oportunidade é vista pela entidade como o momento de os líderes mundiais tomarem medidas para combater as mudanças climáticas, acelerando a transformação do setor energético mundial para longe dos combustíveis fósseis e ruma à totalidade da geração de energia elétrica por meio de fontes renováveis até meados deste século.
Para a entidade, o estudo é uma prova de que é possível ter essa geração limpa, desde que haja vontade política para a mudança. E essa vontade passa obrigatoriamente pelo combate ao lobby da indústria dos combustíveis fósseis. (canalenergia)

Incentivo escasso para energia limpa

Por que ainda se investe pouco no setor de energia renovável no Brasil?
Há pouco tempo a Google criou um incrível sistema que calcula o potencial que os telhados das residências e prédios dos mais diversos têm para captar energia solar. Chamado Google Sunroof, o software simula os painéis que seriam instalados por meio das imagens que já capta pelo serviço “Earth”.
Chama grande atenção a iniciativa da empresa privada, pois nem mesmo os governos engendram tal esforço para fazer com que seus contribuintes utilizem fontes renováveis de energia, seja para consumo próprio ou microgeração.
Segundo estimativas de iniciativas internacionais como a REN21, o Brasil é líder em investimento em energia renovável, ocupando a 8ª posição na lista de países, ficando atrás de China (1º), EUA (2º), entre outros.
Entretanto, deve-se entender o porquê: o Brasil investe muito em combustíveis considerados renováveis, como o Etanol, e não mede esforços para o aumento de seu consumo, utilizando-se de incentivos fiscais e afins, mas o que acaba deixando de lado tantas outras possibilidades de geração de energia renovável.
A maioria das legislações estaduais só faz menção à energia eólica e ainda condiciona isenções à legislação federal zerar alíquotas ou isentar. Quando há algum investimento em outro tipo de energia, o contribuinte tem que costurar acordos com órgãos dos Governos.
Há projetos em tramitação que estenderão as isenções federais às partes dos Painéis Fotovoltaicos, mas isso não garante que o investimento a ser feito pelo consumidor – seja doméstico ou industrial – será diminuído. Ou seja, na prática faltam incentivos da parte do Governo, excluindo-se indústrias já estabelecidas.
Os estados vanguardistas, como Minas Gerais, até editaram legislação tributária (D.46.296/13) contemplando os contribuintes que produzam energia renovável como atividade principal, acessória ou até mesmo residencial, injetando-a na rede nacional. Seguiram o exemplo, recentemente, São Paulo, Pernambuco e Goiás por meio da Resolução 16/2015 da Confaz, que “autoriza conceder isenções”, todos na tônica da resolução 482/2012 da Aneel, contudo, a aplicação prática desses incentivos é pífia.
Nota-se que deveria haver, por exemplo, incentivo à indústria que instalasse meios de captação de energia renovável em suas dependências, como a eólica ou a solar, empregando-a na própria produção, com benefícios fiscais proporcionais à quantidade utilizada.
Indo além, poderia haver incentivos para quem instalasse meios de aproveitamento de outras fontes naturais, como água da chuva ou reutilizável, que também beiram à inexistência.
E não se deve limitar às indústrias. Por que não incentivar os cidadãos a implantar e utilizar energias renováveis com benefícios efetivamente aplicáveis? Por que não desonerar totalmente todos os tipos de aparelhos de captação visando difundir a prática? Os atuais ínfimos descontos não atraem o consumidor doméstico, que continua utilizando a Rede Nacional.
O que se observa é o receio dos Governos Federal e Estaduais em abdicar de suas receitas, em meio a grande burocracia e politicagem de grandes investidores, o que restringe a difusão da prática de aproveitamento de recursos naturais, que como se observa em tempos de crise hídrica e econômica, nos falta, e muito.
E a conclusão não poderia ser outra: há grande deficiência da Administração em relação à iniciativa e criatividade para implementar políticas que efetivamente ampliarão o uso das renováveis, o que nos deixa na poeira de países como Alemanha, Estados Unidos e Austrália, onde os subsídios são indiscutivelmente maiores.
Entretanto, esse panorama começou a mudar, impulsionado pelos projetos de Lei para abarcar os componentes de painéis solares, um grande investimento de uma multinacional chinesa na área dos painéis, e com recente inauguração de fábrica exclusiva no interior de São Paulo, que sozinhos não são suficientes, mas podem começar uma tendência extremamente importante no setor das renováveis. (ecodebate)

Obama lança ambicioso plano de energia limpa

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou em 03/08/15 o Plano de Energia Limpa, o mais ambicioso do país até hoje para enfrentar as mudanças climáticas.
O pacote inclui o corte de 32% na emissão de carbono por usinas termelétricas até 2030 em comparação com os níveis de 2005.
Além disso, o plano incentiva o uso de fontes de energia renovável como a solar e a eólica em substituição a combustíveis fósseis. As usinas deverão aumentar de 22% para 28% a parcela de fonte de energia limpa empregada. Cada Estado terá metas específicas.
É a primeira vez que os Estados Unidos limitam a quantidade de carbono emitida por usinas, disse Obama.
No anúncio do plano, Obama disse que a questão climática é um desafio mais importante que a crise econômica pós-2008 e as guerras no Iraque e no Afeganistão.
"Por definição, não lido com problemas fáceis porque alguém já os terá resolvido", discursou na Casa Branca.
Ele rebateu as críticas ao plano dizendo que não se trata de "um jogo de futebol político".
"A ideia não é nova nem radical. O que é novo é que Washington está começando a seguir a visão do resto do país", afirmou Obama depois de se referir a iniciativas de companhias e Estados na questão.
O democrata afirmou que a argumentação segundo a qual o plano inibirá negócios e prejudicará populações mais vulneráveis são velhas.
“Toda vez que os EUA fazem progresso, fazem a despeito dessas críticas”.
Legado e oposição
Esse é mais um ato entendido como parte do esforço de Obama por seu legado, e deverá pautar a campanha presidencial de 2016.
O democrata enfrenta a oposição do Partido Republicano, que atiça líderes estaduais e a iniciativa privada para inviabilizar o pacote de medidas.
A oposição articula uma ação coletiva contra as metas impostas pelo governo federal que incluiria 25 unidades federativas, segundo o jornal "the New York Times". O partido orienta governadores a não acatarem as normas.
Os republicanos contarão com o apoio da indústria tradicional, que perderá espaço e poderá ser taxada pela emissão de poluentes.
Se sobreviver aos processos judiciais, o plano poderá causar o fechamento de centenas de usinas movidas a carvão e a suspensão da construção de novas unidades.
A Casa Branca também prevê incentivos aos Estados que adotarem o mercado de carbono, sistema pela qual indústrias que emitem menos poluentes que o previsto podem vender sua cota a indústrias que emitem acima do permitido.
O governo enumera benefícios do plano como melhoras na saúde da população — evitará a morte prematura e reduzirá a incidência de asma em crianças, diz. Criará empregos e trará uma economia de US$ 85 (R$ 290) para as famílias nos gastos anuais com energia em 2030.
Liderança mundial
O anúncio também é visto como um gesto de Obama pelo protagonismo no debate mundial sobre as mudanças climáticas.
A Casa Branca já havia anunciado metas conjuntas com a China em 2014 e com o Brasil no mês passado. E a questão também será tratada durante a visita do papa Francisco aos Estados Unidos em setembro.
Com o plano, Obama pretende liderar a discussão da COP 21, cúpula sobre o clima que envolve quase 200 países com intermediação das Nações Unidas.
A reunião, no final do ano, na França, deverá resultar no Protocolo de Paris, em substituição ao de Kyoto, na fixação de metas mundiais de combate às mudanças climáticas. Cada país deverá voluntariamente apresentar até lá um pacote de metas. (biodieselbr)

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Londres testa metrô que gera energia para estações

Quando piso no freio do meu carro híbrido, o painel me avisa que estou recarregando a bateria. Talvez em quantidade suficiente para circular alguns minutos no modo elétrico por um estacionamento vazio.
Mas o trem do metrô que se aproxima da plataforma de Holborn, em Londres, tem uma força muito maior do que o meu carro. E, com a tecnologia adequada, frear um deles pode gerar eletricidade suficiente para produzir energia para manter a estação inteira funcionando durante dois dias.
No primeiro experimento desse tipo no mundo, durante cinco semanas, o metrô de Londres instalou um sistema inversor que transforma a energia da freagem em energia elétrica. Para cada dia de teste, o sistema capturou 1 megawatt-hora – o suficiente para abastecer mais de cem residências durante um ano.
Menos calor, usuários felizes
Se for aplicada em toda a rede metroviária de Londres, a tecnologia poderia resultar em uma economia anual de até US$ 9 milhões.
Além disso, a freagem regenerativa não produz calor (como no caso da freagem por fricção tradicional), o que ajudaria a manter os túneis mais frescos e exigindo menos energia para controlar a temperatura – e deixando os usuários mais felizes em não transpirar nos meses mais quentes.
A experiência faz parte de uma iniciativa da companhia que administra o metrô de Londres que leva em conta os custos de energia em cada novo projeto, dando aos engenheiros motivos para procurar alternativas de baixo consumo.
Londres está planejando aumentar sua capacidade de transporte de passageiros no metrô em 30% nos próximos anos – algo que vai precisar de mais iniciativas inovadoras, além de pisar no freio. (energiainteligenteufjf)

Aneel estuda incentivar troca de motores elétricos

Aneel estuda incentivar troca de motores elétricos na indústria brasileira
Proposta analisada em 27/10/15 prevê a concessão de bônus para compra de equipamentos mais eficientes e descarte dos antigos.
A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica avaliou em 27/10/15 a abertura da uma chamada pública para projetos de eficiência energética, intitulada “Incentivo à substituição de motores elétricos: promovendo a eficiência energética no segmento de força motriz”. O objetivo é reduzir o consumo de eletricidade por meio de uma política de concessão de bônus que estimule a substituição de motores antigos por equipamentos modernos e eficientes.
Pesquisas de mercado identificaram que é cada vez mais comum no setor industrial o recondicionamento de motores elétricos. Com uma média de vida útil superior a 15 anos, sabe-se que uma expressiva parte dos motores em utilização no parque industrial brasileiro é de fabricação anterior a dezembro de 2009, informa a agência. “Desta forma, um grande número de equipamentos ainda em atividade não atende aos níveis mínimos de eficiência definidos pelas regulamentações".
Com a idade avançada dos equipamentos, há uma perda natural de eficiência no decorrer do tempo. As pesquisas constataram que diversos estabelecimentos do setor industrial adquirem produtos recondicionados por conta do preço atrativamente mais baixo, ou ainda solicitam o recondicionamento de seus motores antigos com empresas especializadas. Segundo a Aneel, a indústria brasileira consome 43,7% de toda a energia produzida. Os motores em operação usam 68% desse volume. Dessa forma, constata-se que aproximadamente 30% de toda a energia elétrica produzida no país é consumida por motores elétricos.
Diante desse quadro, a Aneel identificou uma oportunidade: incentivar a substituição dos motores visando o uso mais eficiente da energia elétrica por parte do segmento industrial brasileiro. A substituição será financiada por recursos do Programa de Eficiência Energética (PEE). De acordo com a agência reguladora, o PEE representa a maior fonte de recursos disponível para eficiência energética no país, cerca de R$ 450 milhões por ano, além de ter grande capilaridade, pois é executado por 101 distribuidoras de energia elétrica em todo território nacional. A previsão da Aneel é que a chamada de “Incentivo à substituição de motores elétricos" tenha duração de 12 meses até a conclusão dos projetos.
"A publicação da Chamada de Projeto de Eficiência Prioritário 002/2015 vem ao encontro dos objetivos do PEE, pois promove a eficiência energética na indústria nacional, estimulando a demanda por equipamentos energeticamente eficientes", escreve a Superintendência de Pesquisa e Desenvolvimento e Eficiência Energética da Aneel, em nota técnica à qual a Agência CanalEnergia teve acesso. (canalenergia)

4 décadas de crise energética e a falta de planejamento

Quatro décadas de crise energética e a falta de um planejamento eficiente
“No levantamento feito pela Associação Americana de Eficiência Energética, dos 16 países analisados, o Brasil está em penúltimo lugar nesse quesito”, informa o pesquisador.
Apesar de o Brasil ter uma matriz energética diversificada, o planejamento energético no país “é muito setorial”, ou seja, “não existe um planejamento integrado, principalmente entre a oferta e a demanda”, pontua André Toso Furtado na entrevista a seguir, concedida à IHU On-Line por telefone.
Segundo ele, desde os anos 1970 o Brasil vem enfrentando crises energéticas que estão relacionadas às oscilações da economia nacional e internacional, com a redução e elevação do preço do petróleo.
Contudo, frisa, as políticas de subsidiar e de segurar o preço das tarifas, adotadas a partir de 2008, foram “contraproducentes no sentido de frear as transformações que devem ocorrer na matriz energética brasileira. Esse tipo de política também acaba freando a eficiência energética, que é outro elemento importante nessa equação para que seja possível atender a demanda da sociedade”.
Entre as dificuldades para avançar em termos de eficiência energética, Furtado explica que, embora exista a Empresa de Pesquisa Energética, que presta serviços na área de pesquisas para subsidiar o planejamento do setor energético no Brasil, não se realiza de fato “um planejamento, e as decisões mais importantes são tomadas por outras esferas. Por exemplo, a decisão do governo de segurar o preço dos derivados do petróleo, principalmente da gasolina e do diesel, são decisões feitas fora da alçada do planejamento energético, ou seja, são feitas pelo Ministério da Fazenda. Isso também é muito prejudicial”.
Na avaliação do professor do Departamento de Política Científica e Tecnológica do Instituto de Geociências da Unicamp, é preciso “ter um planejamento mais realista do país, tentar entender as nossas limitações e não subsidiar a demanda, porque isso prejudica a oferta de energia. Além disso, é preciso ter consciência dos problemas que o país está enfrentando. Pouco se fala na questão da escassez hídrica, apesar de hoje estar ocorrendo uma escassez hídrica que compromete uma fonte importante de energia, que é a hidroeletricidade. A falta de chuvas também comprometeu o desempenho da cana-de-açúcar e do etanol. Diante desse contexto mais adverso da natureza, precisamos ter políticas que levem em consideração a adaptação, ou seja, precisamos nos adaptar às mudanças climáticas. Teremos que viver em uma sociedade menos perdulária, que desperdiça menos energia, e essencialmente temos de levar os impactos das mudanças climáticas em consideração nos custos da oferta de energia, que não será tão barata no futuro”.
André Tosi Furtado concluiu o doutorado em Ciências Econômicas – Université de Paris I. Atualmente é Professor Titular do Departamento de Política Científica e Tecnológica do Instituto de Geociências da Universidade Estadual de Campinas – Unicamp.
IHU On-Line - Por quais razões afirma que a crise energética no país começou em 1973? Quais os indícios da crise já naquela época?
André Tosi Furtado - O ano de 1973 é importante porque marca o primeiro choque do petróleo – quando houve uma quadruplicação dos preços – e, à época, o Brasil era um grande importador desse produto, ou seja, 80% do petróleo consumido no país era importado. De forma que quando houve essa elevação do preço do petróleo, isso repercutiu diretamente sobre o setor energético e também sobre a economia brasileira. Foi necessário fazer uma série de ajustes para tentar contornar o impacto extremamente negativo dessa crise.
IHU On-Line - Nessa época foi implantado o Proálcool no país. De que modo ele contribuiu para a crise e o que foi feito de 1973 para cá para resolver a crise energética?
André Tosi Furtado - É possível olhar a energia tanto pelo lado da oferta quanto pelo da demanda. Obviamente que o choque de petróleo representou um problema de oferta de energia, mas o Brasil, à época, havia expandido muito seu consumo, se apoiando no transporte rodoviário, principalmente no transporte individual com automóvel. Portanto, o principal derivado do petróleo consumido no Brasil em 1973 era a gasolina. É nesse contexto que temos de entender as políticas que foram iniciadas no momento, com o Programa Nacional do Álcool – Proálcool, que foi uma importante iniciativa justamente para começar a reduzir a dependência por importações de derivados de petróleo, principalmente da gasolina.
Com a implantação do Programa Nacional do Álcool se atacou uma parte do problema, e de 1975 a 1985 se expandiu enormemente a produção de álcool no país. Então, graças a um conjunto de incentivos que foi dado para o setor sucroalcooleiro, houve uma expansão notável de etanol no Brasil, que praticamente foi multiplicada por 20 nesse período de 1975 a 1985. Com isso, foi possível substituir uma parte significativa da gasolina que era consumida no país. Posteriormente houve também uma série de outras iniciativas que foram importantes para contornar essa crise. A principal delas foi o esforço que começou a ser realizado pela Petrobras para aumentar a produção interna de petróleo.
“A legislação brasileira e os programas de eficiência ainda são tímidos e precisam ser mudados”
IHU On-Line - Da década de 1980 para frente, ocorreram novas crises energéticas no país? Como as crises energéticas passaram a ser enfrentadas pelos governos?
André Tosi Furtado - Em 20 a 40 anos, o Brasil teve altos e baixos em relação às crises energéticas. Então, podemos dizer que, por exemplo, de 1973 a 1985 foi feito um imenso esforço de reconversão e substituição do petróleo importado pelo petróleo nacional, de substituição de derivados de petróleo em borra e fundos alternativos, como era o caso do álcool no Brasil. A partir de 1985 começa uma realidade completamente distinta, porque a queda do preço do petróleo no mercado internacional refletiu na política interna brasileira. Assim, a partir de 1985 os preços da gasolina e dos derivados começam a baixar e as alternativas, como, por exemplo, o etanol, começam a perder competitividade no mercado interno. Desse modo, houve uma volta ao consumo do petróleo nos anos 1990 no Brasil, e isso levou a uma segunda crise, que aconteceu, justamente, no fim dos anos 1990, quando, por conta da desvalorização do Real, houve novamente um aumento dos preços dos derivados do petróleo no país.
Naquele momento, foi feita uma política mais realista por parte do governo, que começou a seguir os preços internacionais do petróleo, o que fez com que, novamente, os preços aumentassem internamente e houvesse um esforço de substituir mais uma vez o petróleo por outras fontes, inclusive pelo gás natural, que começou a crescer bastante no Brasil. Então, houve um retorno do etanol a partir dos anos 2000 e uma volta dos investimentos em hidroeletricidade, que começaram a crescer bastante graças ao equacionamento da crise do apagão de 2001, onde havia falta de investimento no setor elétrico.
O desfecho disso é que durante os anos 2000 houve uma volta das energias renováveis, que aumentaram a sua participação na balança energética nacional, mas novamente, com a crise econômica de 2008, o etanol e a hidroeletricidade foram penalizados e começaram a perder espaço na matriz energética brasileira. No mesmo período aconteceu uma nova crise no setor de petróleo, por conta da própria política econômica que segurou os preços dos derivados e fez com que aumentassem muito as importações. Essas importações ficaram mais caras, a Petrobras teve prejuízo e isso despertou novamente uma crise no setor de petróleo. Por conta disso, todas as fontes de energia foram prejudicadas: o etanol sofreu uma crise, a hidroeletricidade passa por momentos terríveis, e o petróleo também está em más condições.
IHU On-Line - Então a crise energética brasileira hoje é mais ampla do que a de 1973? Ou seja, os setores que foram criados para dar conta das crises energéticas anteriores também enfrentam momentos de dificuldade?
André Tosi Furtado - Em 1973 houve uma crise econômica do Brasil, de modo que não é possível separar a energia do resto da sociedade. Novamente hoje o país está vivendo uma crise, que é mais geral, ou seja, uma crise do modelo de desenvolvimento brasileiro, mas que tem muito a ver com a energia. Por exemplo, o que aconteceu nos últimos anos? O transporte rodoviário foi privilegiado novamente, mas como a produção de etanol não conseguiu acompanhar a explosão da demanda de automóveis, foi necessário preencher a demanda com o consumo de gasolina. Entretanto, como a oferta interna de gasolina não aumentou, foi necessário importar gasolina e isso gerou um problema gravíssimo na economia brasileira. O que precisamos pensar para resolver essa questão é que nosso modelo de consumo está equivocado, e que essa crise, no fundo, privilegia certo tipo de consumismo baseado no automóvel. Contudo, a economia brasileira não foi capaz de produzir a energia necessária, fosse ele petróleo ou renovável, tendo até que importar derivados a custos elevados, prejudicando a Petrobras.
“A economia brasileira não foi capaz de produzir a energia necessária, fosse ela petróleo ou renovável”
IHU On-Line - Quais são os grandes desafios do Brasil hoje em relação ao setor energético no sentido de pensar alternativas energéticas, seja para a matriz energética, seja em relação à mobilidade? O etanol, por exemplo, ainda não é economicamente viável. Como resolver esse tipo de situação, ou seja, diversificar a matriz energética e fazer com que as energias renováveis tenham um peso maior na matriz energética?
André Tosi Furtado - Isso tem a ver com a política de preços. Qual foi a política do governo nos últimos anos, desde 2008? Foi uma política de contenção do aumento do preço da gasolina. Embora se diga que a legislação foi instituída e que o preço da gasolina deveria acompanhar o preço internacional, isso não tem acontecido no Brasil. Existe uma política econômica do governo de segurar o preço da gasolina, e isso, evidentemente, acaba incentivando o petróleo. Mas qual é o resultado dessa política? É que favorece o petróleo em relação a outros derivados. Para avançar em termos de energias renováveis, o Brasil precisaria ter tarifas mais realistas, ou seja, preços mais altos em relação a alguns tipos de energia, para que assim as fontes renováveis pudessem ser viabilizadas; isso vale para as fontes renováveis, para a eletricidade e para qualquer uma. Mas, ao contrário disso, o que foi feito em relação ao petróleo? O governo conteve as tarifas. No setor elétrico houve uma aberração completa, porque as tarifas foram reduzidas em um momento em que se sabia que o regime hídrico no país estava mudando por conta das próprias mudanças do clima. Hoje chove menos no Brasil, em várias regiões, como no Nordeste e no Sudeste, ou seja, está chovendo menos em comparação com décadas atrás. Isso fez com que as tarifas fossem baixadas em um momento em que já era sabido que chovia menos. Então, qual foi a fonte de energia usada para suprir essa falta de eletricidade, com a explosão do consumo elétrico? Foi, justamente, o gás natural, que é bem mais caro. E hoje os consumidores estão pagando a conta do aumento da tarifa. Então, essa política de subsidiar e de segurar tarifas é contraproducente no sentido de frear as transformações que devem ocorrer na matriz energética brasileira. Esse tipo de política também acaba freando a eficiência energética, que é outro elemento importante nessa equação para que seja possível atender a demanda da sociedade.
IHU On-Line - A exploração do pré-sal é vista como positiva e negativa pelos especialistas, tanto no que se refere ao uso do petróleo no atual momento, quanto ao uso dos recursos oriundos do pré-sal no futuro. O Brasil deve ou não investir na exploração do pré-sal?
André Tosi Furtado - Sobre o pré-sal existe muito equívoco. Esse debate está acontecendo desde 2006/2007, quando ele foi descoberto. Já se sabe que, se não fosse o pré-sal, a produção de petróleo no Brasil seria muito mais baixa do que é, porque ela não atende a demanda. Portanto, o pré-sal é uma condição de sobrevivência da Petrobras. Entretanto, se criou uma expectativa, que acho ainda bastante realista, de uma expansão muito grande da oferta, ou seja, criou-se a expectativa de que o Brasil duplicaria sua oferta a partir dessa exploração. Isso ainda não aconteceu e vai demorar a acontecer.
O que se criou foi um ciclo de investimento muito grande, ou seja, a Petrobras praticamente passou de 8 bilhões de dólares de investimentos ao ano para 45 bilhões, isto é, praticamente multiplicou por cinco seus investimentos durante um período curto de tempo, engajou-se em investimentos absolutamente faraônicos e gigantescos e isso foi um erro. Esse é o erro; não o pré-sal. Em termos da estratégia da Petrobras, ela deveria ter tido uma estratégia mais modesta, menos ambiciosa em termos de investimento, de achar que o Brasil se tornaria um grande produtor e exportador de petróleo – isso é irrealista. Esse mega plano de investimentos não resultou em aumento da produção em curto prazo. O que se viu foi um declínio acentuado dos campos maduros; houve uma desconsideração por esses campos, que foram de certa forma abandonados, agravando esse declínio. Por outro lado, a empresa se engajou em um plano absurdamente gigantesco de construir quatro refinarias ao mesmo tempo, que hoje em dia estão todas paradas. É preciso ter consciência disso, porque ainda não está concluída a refinaria do Nordeste, e a do Rio de Janeiro nem se sabe se será finalizada, e as duas outras foram abandonadas. Houve aí certo desatino na política de investimento da Petrobras, a qual foi muito ambiciosa, e levou a empresa a uma situação absolutamente crítica, porque tem um endividamento enorme – porque esses investimentos só puderam ser feitos aumentando o grau de endividamento da empresa -, ou seja, a Petrobras se endividou em dólar, e o preço do petróleo também caiu. Nesse ponto acredito que houve uma governança equivocada.
Hoje podemos dizer que a ambição da Petrobras poderia ter sido mais modesta e, se assim tivesse sido, teríamos chegado longe. Mas isso independe do pré-sal, porque ele é importante, sim, é uma área importante de expansão da produção da Petrobras, porque ela precisa do pré-sal para manter sua produção. Portanto, não se trata de questionar o pré-sal, mas de questionar o plano de investimento excessivamente ambicioso, voltado para muitas áreas ao mesmo tempo, e que acabou comprometendo a saúde financeira de uma empresa de petróleo, que em geral sempre foi bem gerenciada.
“No modelo de consumo não se toca, e esse é um erro”
IHU On-Line - É possível vislumbrar erros e acertos de como está sendo desenvolvido o planejamento energético hoje?
André Tosi Furtado - O planejamento energético no Brasil é muito setorial. Então, o petróleo funciona de um lado, a eletricidade de outro, tem o gás natural que é um elo entre o petróleo e a eletricidade, mas não existe um planejamento integrado, principalmente entre a oferta e a demanda. Por exemplo, no modelo de consumo não se toca, e esse é um erro. Por isso costumo dizer que o Brasil ainda está no modelo fordista, porque continuamos em certo modelo de consumo, o qual entendo como um modelo excludente, desigual. Tudo isso precisa ser pensado quando se fala em planejamento energético e creio que o planejamento energético é incipiente no Brasil.
Criou-se uma empresa de política energética, mas na realidade ela não faz de fato um planejamento no país, e as decisões mais importantes são tomadas por outras esferas. Por exemplo, a decisão do governo de segurar o preço dos derivados do petróleo, principalmente da gasolina e do diesel, conforme comentei antes, são decisões feitas fora da alçada do planejamento energético, ou seja, são feitas pelo Ministério da Fazenda. Isso também é muito prejudicial. Por outo lado, essa tentativa do governo de baixar a tarifa no setor elétrico foi outra iniciativa, em termos de planejamento energético, equivocada.
Precisamos ter um planejamento mais realista do país, tentar entender as nossas limitações e não subsidiar a demanda, porque isso prejudica a oferta de energia. Além disso, é preciso ter consciência dos problemas que o país está enfrentando. Pouco se fala na questão da escassez hídrica, apesar de hoje estar ocorrendo uma escassez hídrica que compromete uma fonte importante de energia, que é a hidroeletricidade. A falta de chuvas também comprometeu o desempenho da cana-de-açúcar e do etanol. Diante desse contexto mais adverso da natureza, precisamos ter políticas que levem em consideração a adaptação, ou seja, precisamos nos adaptar às mudanças climáticas. Teremos que viver em uma sociedade menos perdulária, que desperdiça menos energia, e essencialmente temos de levar os impactos das mudanças climáticas em consideração nos custos da oferta de energia, que não será tão barata assim no futuro.
Nesse sentido, deveríamos priorizar mais a eficiência energética. No entanto, no levantamento feito pela Associação Americana de Eficiência Energética, dos 16 países analisados, o Brasil está em penúltimo lugar nesse quesito. Portanto, o Brasil não considera a eficiência energética e não tem políticas para isso. A legislação brasileira e os programas de eficiência ainda são tímidos, e precisam ser mudados para que possamos caminhar para um modelo energético mais sustentável.
“O Brasil não considera a eficiência energética e não tem políticas para isso”
IHU On-Line - O que seria um modelo de eficiência energética? O que o país tem condições de fazer a partir do que já existe hoje?
André Tosi Furtado – Há vários setores que consomem energia. A indústria, por exemplo, é a grande consumidora de energia, e ela pode fazer investimentos para reduzir o desperdício. Na indústria do etanol há um tremendo desperdício da energia do bagaço da cana-de-açúcar, que é mal aproveitada. Desse modo, é possível melhorar muito a eficiência nos processos industriais trocando as caldeiras, substituindo as máquinas atuais por máquinas com motores mais eficientes e processos mais eficientes na indústria.
O setor de transporte rodoviário é importante e precisa melhorar muito a eficiência energética, porque os automóveis e caminhões são os grandes consumidores de energia. Para os setores comercial e residencial, também grandes consumidores de energia, é possível pensar outro modelo de iluminação, substituir os chuveiros elétricos etc. Há, portanto, nesses setores, enorme espaço para melhorar a eficiência energética.
O que cabe ao Estado? Primeiro ele tem que informar, porque o único mecanismo que existe hoje em termos de informação de consumo de energia é o Selo Procel. Portanto, é necessário ter mais informações em relação à quantidade de equipamentos que consomem menos energia, ou seja, quais equipamentos são mais eficientes. Por outro lado, o governo precisa incentivar a compra de produtos que são mais eficientes e abater os impostos desse tipo de produto, incentivando as empresas a investirem em pesquisas para serem mais eficientes. E é possível tomar medidas mais radicais, como, por exemplo, proibir equipamentos que se sabe claramente que são ineficientes, criar mecanismos para que as pessoas substituam produtos menos eficientes por outros mais eficientes. Ou seja, existe uma gama muito variada de instrumentos e ferramentas que podem ser usados para promover a eficiência. (ecodebate)

Eficiência energética e fontes alternativas aumentam o PIB

Eficiência energética e fontes alternativas alavancam crescimento do PIB, diz Levy
Ministro se reuniu em 22/10/15 com representantes do CEBDS.
A busca pelo aumento da eficiência energética e o desenvolvimento de meios alternativos de geração de energia com baixa produção de poluentes alavancam o crescimento do PIB sem aumentar as emissões de carbono, afirmou o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Ele e a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, se reuniram com representantes do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) em 22/10/15. A discussão integra a fase de preparação para a participação do Brasil na 21ª Conferência do Clima, que ocorrerá em dezembro, em Paris.
“Ter um fórum como o CEBDS é fundamental. O governo e o setor privado estão conversando sobre caminhos que vão dar protagonismo ao Brasil, gerar emprego e tornar inúmeras coisas mais acessíveis, dentro da estratégia de inclusão do país”, disse Levy na entrevista coletiva após o encontro. O ministro destacou que o próprio desenvolvimento de tecnologias para a ampliação do uso de energias renováveis representa um fator multiplicativo benéfico sobre a economia. “Assim, nós fazemos com que a busca pela sustentabilidade e pela mitigação de mudanças climáticas seja um fator de desenvolvimento”, afirmou.
No campo da energia eólica, exemplificou o ministro, o Brasil opera perto da fronteira tecnológica, mas há sempre muito a avançar. A ministra do Meio Ambiente lembrou que a meta que o Brasil levará para Paris é reduzir em 43% a emissão de gases de efeito estufa até 2030, tendo 2005 como ano-base, e destacou a importância do esforço que o país ainda terá de fazer para atingi-la. “Temos que preparar nossos investidores para ter um país competitivo em termos de crescimento econômico levando em consideração a transição para uma economia de baixo carbono”, disse ela.
No encontro, os empresários discutiram com os ministros propostas para ampliar o consumo inteligente de energia, desenvolver a produção de energias renováveis e também reduzir as emissões do transporte de cargas. (canalenergia)

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

10 dicas para economizar energia e diminuir o valor na conta

10 dicas de como economizar energia e diminuir o valor da conta de luz
Em tempos de crise no setor elétrico, algumas simples mudanças de hábito no dia a dia e aparelhos de alta eficiência podem ajudar a economizar bastante no fim do mês.
Em tempos de crise no setor elétrico, conta de luz em alta – média de R$5 por cada 100 quilowatts/hora (kWh) – e escassez de água, algumas simples mudanças de hábito no dia a dia e aparelhos de alta eficiência podem ajudar a economizar bastante no fim do mês.
De acordo com o engenheiro e gerente da Grundfos no Brasil, Marcelo Pustilnic, os aparelhos de alta eficiência, que têm mecanismos de ajustes e controles adaptáveis de acordo com o uso, pode reduzir o consumo de energia e água bem como algumas mudanças de hábitos. “Quanto maior for o rendimento do equipamento, menor é o consumo de energia. Alguns cuidados que parecem simples também podem gerar uma grande economia”, explica.
Dicas:
1. Prefira lâmpadas que economizam mais energia, como as LED – em uma lâmpada incandescente comum, menos de 10% da energia que passa por ela é transformada em luz. Os outros 90% de eletricidade são perdidos na forma de calor, por isso as lâmpadas desse gênero ficam quentes quando ficam acessa por muito tempo. Enquanto uma lâmpada incandescente gasta certa de 60W para produzir uma determinada quantia de lúmen, um conjunto de LED precisa de apenas 20W;
2. Os aparelhos de ar condicionado de alta eficiência podem gerar uma economia de até 50%, pois atingem a temperatura desejada mais rapidamente. Além disso, quando estiver usando, mantenha os filtros limpos, portas e janelas bem fechadas, para evitar a entrada de ar do ambiente externo, isso dificulta a troca térmica do gás com o ar, aumentando a pressão interna no sistema e consequentemente reduzindo a eficiência do aparelho;
3. Escolha uma máquina de lavar de alta eficiência e com capacidade para atender as necessidades da família. Espere acumular roupas para utilizar a máquina de lavar menos vezes. As máquinas para lavar roupas também são uma alternativa econômica para o serviço manual porque limpam mais peças de uma vez, com consumo menor de água e em menos tempo;
4. Aproveite ao máximo a luz do dia deixando cortinas e portas abertas. Em caso de mesas de trabalho e de leitura, coloque-as próximas às janelas. Essa simples mudança nos cômodos pode gerar muita economia de energia no fim do mês;
5. Prefira geladeiras e freezers com eficiência energética, portanto, mais econômicos. Instale o aparelho em local bem ventilado e longe de fogões, aquecedores ou locais onde bate sol, para evitar gasto desnecessário de energia. Não abra a porta sem necessidade ou por tempo prolongado. Evite guardar líquidos em recipientes sem tampa ou forrar as prateleiras da geladeira com vidros ou plásticos, pois isto dificulta a circulação interna do ar frio;
6. Se possível, evite usar aparelhos elétricos durante o horário de pico, de maior consumo de energia (das 18h às 21h);
7. Desligue a função de stand-by dos aparelhos quando não estiver usando. Retire os aparelhos da tomada e desligue as luzes dos cômodos quando não estiverem sendo utilizados;
8. Evite o uso de benjamins. O acúmulo de ligações na mesma tomada pode causar o seu aquecimento e aumentar as perdas elétricas;
9. Para o aquecimento de água dê preferência aos aquecedores solares. Além da economia na conta de luz, você estará ajudando a preservar o meio ambiente;
10. Quando viajar, desligue a chave geral da casa para não gastar energia com coisas desnecessárias. (ecodebate)

Sebrae, Abesco e a cartilha de economia energética para empresários

Sebrae e Abesco lançam cartilha sobre economia de energia para empresários
O setor de serviços e comércio tem se esforçado para acompanhar a onda de economia de energia que tomou conta do país. Para contribuir com esse momento o SEBRAE SP e a ABESCO (Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia) lançaram a cartilha gratuita “Comércio e Serviços: Economize Energia para Lucrar Mais”.
Dividia em sete capítulos, a cartilha explica foi escrita de forma simples e didática apontando as etapas que facilitam a vida do empreendedor desde o início do projeto de sustentabilidade até o financiamento de reformas estruturais na planta da empresa.
Entre os temas contemplados pela publicação estão o uso correto e melhoria do ar condicionado, iluminação correta e aproveitamento da luz natural, troca de equipamentos, adequação de ambientes, conscientização dos funcionários, controle da conta de energia, manutenção do sistema, dentre outras.
O objetivo é aproximar o usuário de energia aos conceitos técnicos de eficiência energética, despertando no empresário em senso que o permita identificar onde há potencial de redução e aumento de competitividade.

FNE Verde ajuda empresários na redução do consumo de energia

Em Pernambuco, o Programa de Financiamento à Sustentabilidade Ambiental (FNE Verde) está auxiliando empresários na redução do consumo de energia, financiando, por exemplo, a aquisição de painéis fotovoltaicos. Já foram atendidos empresários da cidade de Petrolina (PE) e donos de padarias da Região Metropolitana do Recife (PE).
O FNE Verde é um programa de crédito do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) e foi criado para promover o desenvolvimento de atividades econômicas que propiciem a preservação do meio ambiente. É administrado pelo Ministério da Integração Nacional (MI) juntamente com o Banco do Nordeste e a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).
O secretário de Fundos Regionais e Incentivos Fiscais do Ministério da Integração Nacional, Raphael Rezende Neto, explica que o programa de financiamento do FNE tem seu foco na sustentabilidade e no aumento da competitividade das empresas, priorizando as atividades econômicas ambientalmente corretas. “Como tal, oferece condições e critérios diferenciados, com prazos mais longos e taxas de juros menores”, explica Rezende Neto.
No Recife, os recursos são destinados à compra de painéis fotovoltaicos, utilizados para converter a energia solar em energia elétrica. Os donos de padarias foram estimulados a procurar o FNE Verde pelas entidades de classe. As instituições apoiam os empreendedores na elaboração do cadastro e oferecem consultoria especializada para elaboração do projeto técnico.
“Eles podem financiar em até oito anos a compra de equipamentos, que duram 25 anos”, diz o presidente da Associação dos Panificadores de Pernambuco, José Cosme. “Com a economia na energia elétrica, será possível, com o tempo, reduzir o preço do pão”, prevê o empresário.
Em Petrolina (PE), a prefeitura municipal oferece desconto de 50% no valor do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), por até 20 anos, para os empresários que adotarem a microgeração de energia por painéis fotovoltaicos e por aerogeradores (que convertem energia eólica em energia elétrica).
José Cosme, que também é dono da padaria Pão Pão, instalou placas fotovoltaicas e passou a economizar 60% no valor da conta de energia. O financiamento cobriu 80% dos custos para o pagamento do projeto, instalação e equipamentos. Já o dono do restaurante Bode Assado do Geraldo, José Geraldo Quintino, adotou a mesma medida e agora aguarda a redução do IPTU. “A economia de eletricidade fica entre 12% e 15%”, afirmou.
De acordo com o Banco do Nordeste, o FNE Verde prevê R$ 199,5 milhões em recursos para projetos, equipamentos e instalações que tenham preservação do meio ambiente como meta. (ambienteenergia)


Eficiência energética terá comitê para alcançar metas do PNEF

Segundo gestor do grupo, país está com cinco anos de atraso em relação a outros países em função da paralisia sobre o tema com a primeira gestão do governo atual.
O tema de eficiência energética terá a partir do ano que vem um novo comitê executivo que terá como meta retomar as ações acerca dessa atividade. Nomeado como Comitê Brasileiro de Gestão e Economia de Energia, o grupo será vinculado à ABNT e deverá iniciar as suas atividades de forma oficial apenas no ano de 2016 com ações que passam desde a gestão e economia de energia nas empresas, projetos para desempenhos energético, indicadores de desempenho energético, entre outras.
De acordo com o gestor do comitê, Alberto Fossa, as ações de eficiência energética no Brasil não avançavam em função de uma posição que o país havia tomado quando do início do primeiro governo da presidente Dilma Rousseff. A eficiência energética era um tema que estava supostamente vinculado ao racionamento. “A primeira vez que ouvi o governo falar do tema na gestão passada foi após as eleições por meio do ex-ministro de Minas e Energia, Édison Lobão, que já estava de saída do cargo”, lembra Fossa. Hoje, aparentemente, esse tema parece está superado tanto que o próprio governo apontou uma meta na ONU semana passada ao colocar o índice 10% de economia de energia elétrica até 2030, um volume que está previsto no Plano Nacional de Eficiência Energética (PNEF).
O executivo não arrisca um patamar de economia que pode ser alcançado no país. Mas diz que há potencial de redução em todos os segmentos de consumo. Essas ações, comentou, não estão restritas ao uso de equipamentos mais modernos e eficientes. Ele explica que as medidas de uso mais eficiente do insumo é formado por uma combinação de medidas que une o uso da tecnologia, a gestão do uso da energia e a sua aplicação que juntos levam a um termo pouco aplicado no país que é o desempenho energético.
No país, disse Fossa, há espaço para obter maior eficiência energética mesmo sem a necessidade de investimentos em equipamentos. Isso porque mesmo depois de momentos como o racionamento de energia de 2001 ou o tarifaço deste ano, que levaram a uma redução da demanda por energia ou seu uso mais racional, com o tempo, há um relaxamento e a retomada do desperdício.
“O desempenho energético, para a indústria pode trazer efeitos benéficos em termos de mercado porque há uma tendência natural de se buscar produtos que são produzidos por meio de ações que também se preocupem com o meio ambiente. E com esse desempenho que pode ser atestado através de um programa de etiquetagem, pode se configurar em uma vantagem competitiva”, avaliou.
Ele argumenta que essas medidas são diferentes do que se propôs na década passada com o protocolo de Quioto. Naquela época, conta, as meta e benefícios eram mais teóricos. Com as medidas elaboradas pelo comitê, que faz parte de um grupo internacional na ONU, você pode ter esses indicadores de forma mais concreta por meio de um nível de redução de consumo de energia. Mas, para o programa avançar, o Brasil tem que correr, porque estamos atrás de diversos países. A paralisia vista anteriormente, disse Fossa, colocou o Brasil com pelo menos cinco anos de atraso na questão do uso mais racional de energia. (canalenergia)

sábado, 24 de outubro de 2015

Expansão de renováveis continuará no Plano de Expansão 2024

Expansão de fontes renováveis continuará no Plano Decenal de Expansão de Energia 2024
O Ministério de Minas e Energia (MME) colocou em Consulta Pública até o dia 7 de outubro o Plano Decenal de Expansão de Energia com horizonte de 2024 (PDE 2024), elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
Dentre as principais projeções do PDE 2024, o Brasil deve aumentar sua capacidade instalada de geração de energia elétrica em 73 mil MW (megawatts). Cerca de metade desta expansão é baseada em fontes renováveis: eólica, solar, biomassa e PCH.
Além disso, o Brasil passará a ser um importante player nos mercados internacionais de petróleo no horizonte dos próximos 10 anos, com produção de 5 milhões de barris por dia (bpd) e exportações de 2 milhões de bpd em 2024. Não obstante a maior relevância na produção e exportação de petróleo, a matriz energética brasileira deverá atingir 45% de participação de fontes renováveis em 2024, patamar bem superior à média mundial de 13,5% ou dos países da OCDE, de cerca de 9%.
A predominância da expansão de fontes renováveis na matriz energética resultará em emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) de 502 milhões de toneladas de CO²eq (CO² equivalente*) relativas à produção, transformação e uso de energia em 2020, atendendo com folga a meta expressa em termos do valor absoluto das emissões no ano 2020 (intervalo entre 634 e 680 MtCO²eq). Mesmo em 2024, as emissões não atingirão o limite inferior da meta estipulada para o ano de 2020 pela Política Nacional sobre Mudança do Clima. (*inclui outros gases)
Parte importante do resultado de uma matriz energética nacional limpa deve-se à elevada participação das fontes renováveis na capacidade instalada de geração elétrica no Sistema Interligado Nacional (SIN), que deverá se manter em torno de 84% em 2024.
Destaca-se, no horizonte decenal, o expressivo crescimento da participação do parque eólico, que deverá responder por 11,5% da capacidade instalada em 2024 (ou 23,9 mil MW), refletindo a competitividade dessa fonte no horizonte decenal.
Apesar de uma expansão significativa de mais de 27 mil MW de capacidade de geração hidráulica, sua participação relativa cai mais de 10%, para 57% em 2024.
A maior expansão hidrelétrica ocorrerá na Região Norte, devido à entrada em operação de grandes empreendimentos, com destaque para a usina hidrelétrica de Belo Monte (PA).
Outro destaque é a energia solar, para a qual se espera que alcance 7.000 MW ao fim do horizonte decenal (ou cerca de 3% na capacidade instalada total). Nos leilões promovidos ao longo de 2014 foram comercializados 1.048 MWp de potência pico, enquanto em 2015 já foram contratados mais 1.044 MWp.
A indicação de 4.800 MW de expansão do parque gerador termelétrico no último quinquênio do horizonte é feita de modo a atender de forma adequada ao crescimento da carga de energia. Ainda assim, a participação de fontes não renováveis na matriz elétrica mantém-se em 16% ao fim do horizonte decenal. (ambienteenergia)

Renováveis serão 26% da geração mundial de energia em 2020

Renováveis serão responsáveis por 26% da geração mundial de energia em 2020
Energias renováveis serão responsáveis por 26% da produção elétrica mundial em 2020.
As energias renováveis (eólica, solar, hidrelétrica, etc.) representarão 26% da produção de eletricidade no mundo em 2020 contra 22% em 2013, prevê a Agência Internacional de Energia (AIE), num relatório publicado - que também pede políticas mais espontâneas.
De hoje até 2020, 700 gigawatts de novas capacidades verdes serão instaladas - o equivalente a 700 reatores nucleares - e isso representará quase dois terços das novas capacidades acrescentadas ao sistema elétrico mundial nesta data, explica a AIE em seu relatório sobre as energias renováveis.
O desenvolvimento de energias renováveis será particularmente importante nos países emergentes. A China sozinha representará 40% das novas capacidades instaladas.
Em inúmeros países as energias renováveis, especialmente a eólico terrestre e a solar fotovoltaica, viram seus custos de produção diminuir fortemente e tornaram-se competitivas com relação a outros tipos de energia, explicou a AIE.
É especialmente o caso da África do Sul, Brasil, Índia, Oriente Médio ou alguns estados dos Estados Unidos.
A agência prevê que 230 bilhões de dólares serão mobilizados anualmente de hoje até 2020 para desenvolver as energias renováveis. No ano passado, os investimentos passaram para os 270 bilhões de dólares.
A estimativa decorre "da diminuição do ritmo de instalações de novas capacidades mas também da redução dos custos de investimentos para as tecnologias mais dinâmicas", especialmente a solar e eólica terrestre.
A diminuição dos custos destas energias, já observada nos últimos anos, deve continuar.
A AIE mostra-se menos otimista sobre os biocombustíveis, com um crescimento que continuará apesar da redução do preço do petróleo, mas num ritmo estável. Eles representarão 4% da demanda por combustíveis no setor de transporte terrestre em 2020.
O sucesso do desenvolvimento de energias renováveis, e então da luta contra o aquecimento global, precisa "reduzir as incertezas em matéria de regulamentação, que freia uma maior implementação", prevê a AIE.
Caso a energia eólica e a solar fotovoltaica "não tiverem mais de um alto investimento público", sua atratividade "dependerá fortemente dos aspectos regulamentares e do funcionamento do mercado", considerou a agência.
Nos países emergentes, os riscos hoje em dia são "os entraves regulamentares, as restrições de redes e as condições microeconômicas", enquanto nos países desenvolvidos "o desenvolvimento rápido das energias renováveis obriga a fechar as centrais elétricas térmicas, colocando pressão sobre as empresas de energia", detalhou a agência. (abril)

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Brasil, energia renovável, combate ao desmatamento e replantio

COP 21 – Brasil aposta em energia renovável, combate ao desmatamento e replantio para cumprir meta do clima
Aumentar o uso de energia renovável, acabar com o desmatamento ilegal e restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de vegetação em território nacional são algumas das iniciativas que o Brasil pretende adotar para reduzir em 43% as emissões de gases de efeito estufa até 2030, segundo exposição feita pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, em audiência pública promovida em 01/10/15 pela Comissão Mista Permanente de Mudanças Climáticas (CMMC).
A meta de redução de emissões foi anunciada pela presidente Dilma Rousseff durante discurso na Assembleia-Geral das Nações Unidas em Nova York em 27/09. Segundo a ministra, construir sistemas de monitoramento de desmatamento de todos os biomas é outra iniciativa para chegar aos níveis desejados de emissão de CO2. O compromisso inclui a redução de 37% até 2025. Ambas as metas são comparadas aos níveis registrados em 2005.
Durante a audiência, a ministra disse que as metas são ambiciosas e dependem do engajamento não apenas do governo federal, mas também do Congresso, dos estados, dos municípios e da sociedade civil.
— Não é mais uma questão ambiental somente, é uma questão de desenvolvimento – afirmou.
Segundo a ministra, em 1990 a emissão e dióxido de carbono era de 1,4 bilhão de toneladas. Em 2005, passou para 2,1 bilhões de toneladas. O governo pretende reduzir para 1,5 até 2025 e chegar a 1,4 em 2040, o que, a seu ver, demonstra o comprometimento do país com a redução.
— O Brasil, 40 anos depois, terá menos emissão do que em 1990, com crescimento econômico e aumento de população — disse Izabella Teixeira sobre a meta de reduzir em 43% as emissões de gases de efeito estufa até 2030.
O compromisso do Brasil integra a Contribuição Nacionalmente Determinada (iNDC, na sigla em inglês) para o futuro acordo climático que será negociado em dezembro, na 21ª Conferência Sobre Clima da ONU (COP21), em Paris. Todos os países signatários da Convenção de Clima da ONU precisarão apresentar suas próprias metas, que oficializam o comprometimento de cada governo com ações capazes de limitar o aumento da temperatura média global a até 2°C.
Para a ministra, a COP-21 é uma oportunidade de países desenvolvidos e em desenvolvimento oferecerem juntos soluções.
— O Brasil ofereceu as maiores metas de redução. É mais que a União Europeia. Trilhamos um caminho de metas ambiciosas — disse Izabella Teixeira.
— A proposta do Brasil para a COP demonstra um grande campo de oportunidades — afirmou o presidente da CMMC, senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE).
Assim como ele, senadores e deputados elogiaram as metas anunciadas pelo país. Segundo o vice-presidente da comissão, deputado Sarney Filho (PV-MA), a proposta evidencia a liderança brasileira no setor.
Na mesma linha da ministra, o senador Jorge Viana (PT-AC) cobrou engajamento de prefeitos, governadores e de toda a sociedade civil.
— Não é um compromisso qualquer. É um compromisso da nação brasileira, não consigo mesma, mas com a vida no planeta — disse o senador.
Audiência
Entre as metas específicas assumidas pelo país está a de assegurar 45% de fontes renováveis em sua matriz energética. A média global é de apenas 13%. Encontrar meios de financiar o aumento da participação de fontes alternativas de energia é uma das preocupações de deputados e senadores. Por esse motivo, a CMMC aprovou pedido de audiência pública com o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga. (ecodebate)

Vantagens e desvantagens das energias renováveis

O tema das energias renováveis é deveras abrangente, não só pela quantidade de novas energias alternativas, mas também devido às grandes aplicações e modos de utilização existentes.
Sendo as energias renováveis consideradas uma nova tecnologia a discussão em torno deste assunto é polémico, com este artigo tentamos expor algumas das desvantagens e vantagens na utilização destas novas energias alternativas.
Não se deve considerar e debater as vantagens e desvantagens das energias renováveis como um todo, mas sim conhecer as ramificações de cada tipo de energia renovável, assim como as suas particularidades.
Diz-se que uma fonte de energia é renovável quando não é possível estabelecer um fim temporal para a sua utilização. É o caso do calor emitido pelo sol, da existência do vento, das marés ou dos cursos de água.
As energias renováveis são virtualmente inesgotáveis, mas limitadas em termos da quantidade de energia que é possível extrair em cada momento.
As energias renováveis caracterizam-se pela capacidade que têm de se regenerar e, como tal, serem virtualmente inesgotáveis e ainda por respeitarem o ambiente.
Ambas as propriedades constituem a sua principal diferença face às energias tradicionais.
Vantagens e Desvantagens das Energias Renováveis
Constituem energias renováveis, por exemplo, a solar, a eólica, as ondas e a hidráulica. Todas elas, para além da sua presença ilimitada sobre a Terra e da sua inocuidade face ao meio ambiente, têm uma origem comum: o sol.
Para além destas, são ainda renováveis a biomassa, energia geotérmica e a das marés, que não dependem diretamente do sol.
O sol é o responsável direto pela energia solar (fotovoltaica e térmica), mas está também na origem da energia eólica, ao provocar as diferenças de pressão que dão origem ao vento e à energia das ondas.
O sol contribui também para o desenvolvimento da matéria orgânica de origem biológica (biomassa) e é o principal agente dos ciclos da água.
Estas podem ser classificadas em primárias e em secundárias.
As Fontes Primárias: – são aquelas que ocorrem na natureza, e que nessa forma são utilizadas pelo homem – Ex: Sol; água (mar e rios); vento; petróleo; gás natural; urânio; etc.
As Fontes Secundárias: – são obtidas a partir de outras, após transformação – Ex: eletricidade; gasolina; gasóleo; etc.
Vantagens das Energias Renováveis
- Podem ser consideradas inesgotáveis à escala humana comparando aos combustíveis fósseis;
- O seu impacto ambiental é menor do que o provocado pelas fontes de energia com origem nos combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás), uma vez que não produzem dióxido de carbono ou outros gases com “efeito de estufa”;
- Oferecem menos riscos do que a energia nuclear;
- Permitem a criação de novos postos de emprego (investimentos em zonas desfavorecidas);
- Permitem reduzir as emissões de CO2, melhor a qualidade de Vida (um Ar mais limpo);
- Reduzem a dependência energética da nossa sociedade face aos combustíveis fósseis;
- Conferem autonomia energética a um país, uma vez que a sua utilização não depende da importação de combustíveis fósseis;
- Conduzem à investigação em novas tecnologias que permitam melhor eficiência energética.
Desvantagens das Energias Renováveis
- Custos elevados de investimento e infraestruturas apropriadas;
- Impactos visuais negativos no meio ambiente;
- Energia da Biomassa – o método de combustão da biomassa não é limpo;
- Energia Hidrelétrica – causa erosão de solos que pode ter impacto na vegetação do local;
- Energia Solar – os custos iniciais muito elevados;
- Energia das Ondas – depende muito da localização e é bastante dispendiosa;
- Energia Eólica – o custo inicial das turbinas é muito elevado. Existência muito barulho produzido. (portal-energia)

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Nova lei promoverá mais atratividade à solar fotovoltaica

Nova lei deverá promover mais atratividade à solar fotovoltaica
Segmento terá a redução de tributação na geração de sistemas de pequeno porte e na aquisição de equipamentos para novas fábricas que chegarem ao país.
O segmento solar conseguiu uma vitória que deverá estimular os investimentos no país, tanto para a geração centralizada quanto a distribuída. Em uma só lei, a 13.169/2015 foram aprovadas medidas de redução de tributos federais que foram classificadas como positivas para o segmento. A primeira dessas medidas torna oficial a cobrança do PIS e COFINS apenas sobre o líquido de energia consumida em unidades com micro e mini geração distribuída. A outra é a prorrogação do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores e Displays (PADIS).
Na prática, essa segunda medida reduz uma série de tributos sobre máquinas e equipamentos responsáveis pela fabricação de componentes do setor. Entre esses tributos estão o imposto de importação, PIS, COFINS, IPI e IRPJ. Como contrapartida, as empresas que se beneficiarem desse programa devem investir em programas de P&D.
Na avaliação do diretor executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, Rodrigo Sauaia, esses dois pontos são extremamente importantes para o desenvolvimento de projetos de geração centralizada e distribuída no país. Na primeira parte da medida, o impacto da tributação é de 8% e esse será o ganho de competitividade que os sistemas de micro e mini geração terão com a lei. “Essa medida traz segurança jurídica de que incidirá apenas a alíquota sobre o montante líquido consumido de energia, a parcela compensada com geração própria não será tributada”, comemorou ele.
A segunda parte é mais estratégica, pois proporciona a redução de custos de investimentos em novas fábricas no país. O artigo 12º dessa lei, explicou Sauaia, representa um avanço estratégico pois prorroga a adesão de projetos ao Padis até 2020, o que alinha essa política industrial ao plano de nacionalização dos componentes para a geração solar fotovoltaica do BNDES.
“Essas iniciativas trazem maior segurança para investimentos em fábricas e na cadeia produtiva do setor aqui no Brasil. Consequentemente, tem potencial para atrair mais investimentos para a fonte em projetos tanto de pequeno quanto de grandes portes porque os clientes, que são os empreendedores, terão equipamentos a preços mais atrativos”, avaliou o executivo da ABSolar.
Esses impostos que trata o Padis representam de 40% a 60% do custo do equipamento, dependendo das alíquotas. A possibilidade de adesão ao programa reduz o impacto à metade, fato que na avaliação de Sauaia, representa um ganho direto de competitividade. Contudo, ressalta que ainda há muito a se fazer pois existe ainda outros itens do chamado custo Brasil que influenciam no valor final dos projetos.
Agora, conta Sauaia, o próximo passo a ser dado é de incluir novos itens no chamado Anexo do Padis, que é a lista de partes elegíveis ao programa, que não está atualizada com as necessidades do setor de geração fotovoltaica. No cálculo do diretor da entidade, apenas 20% dos insumos estão enquadrados no programa federal. Mas a ABSolar já enviou o que ainda falta para que esse anexo possa englobar a cadeia, como o vidro que é utilizado no módulo, o encapsulante, reagentes químicos para fazer as células e a máquina para alinhar as células no módulo, entre outros.
Essas indicações foram feitas por meio de um grupo de trabalho montado com a finalidade de contribuir para o aprimoramento dessa lista. Agora, contou Sauaia, a entidade aguarda pela publicação de uma portaria do Ministério de Desenvolvimento da Indústria e Comercio Exterior (MDIC) e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) para que os componentes sejam incluídos nesse anexo, e assim, os equipamentos brasileiros possam competir com os importados, citando o exemplo chinês, que possui um alto nível de automação da produção.
Sauaia disse que há a necessidade de fazer acontecer a indústria nacional para o segmento de forma rápida uma vez que já temos 2 GWp de capacidade contratada em leilões passados. Outro ponto é a necessidade de se ter novos leilões para a fonte e dar a sinalização para o mercado de que há demanda suficiente para se investir no Brasil.
Ainda sobre a nova legislação, Sauaia lamentou o fato de o governo federal ter vetado o artigo 9º que isentava de PIS e Cofins os componentes dos sistemas. Esse, disse ele, foi um sinal ruim para o mercado e o setor, que perde a chance de ser mais competitivo. Se aprovada a medida, o segmento de geração solar fotovoltaica seguiria o que já existe para a cadeia eólica. Sem esse incentivo, haveria uma desvantagem de 10% para esse tipo de projeto. (blue-sol)