Mundo pode ter 100% de
energia renovável até 2050, diz Greenpeace
Investimento adicional médio
ao ano seria de US$ 1,03 trilhões ante uma economia de US$ 1,07 trilhões ao ano
por deixar de usar combustíveis fósseis.
Um
estudo lançado em 21/09/15 pelo Greenpeace aponta que o mundo precisaria de um
investimento adicional médio de US$ 1,03 trilhão ao ano até 2050 para conseguir
reverter a matriz energética do uso de combustíveis fósseis para a geração de
energia 100% renovável. Esse valor, argumentou a entidade, seria totalmente
coberto pela economia pelo não uso dessas fontes fósseis na atividade e somaria
US$ 1,07 trilhão no mesmo período.
Segundo
o estudo do Greenpeace, intitulado [R]evolução Energética 2015: Como atingir
100% de energias renováveis para todos até 2050, nos primeiros anos o uso dos
combustíveis fósseis ainda seria mais elevado que a economia proporcionada.
Contudo, a estimativa é de que entre 2025 e 2030 a conta inverteria, ou seja,
todo o gasto com os investimentos adicionais seriam cobertos pela economia
gerada com o não uso dos combustíveis fósseis em usinas térmicas.
As
fontes eólica e solar são as que mais apresentam perspectivas, pois
amadureceram e são economicamente competitivas ante o carvão. Na avaliação do
coordenador geral do relatório, que contou com a participação da unidade
brasileira da entidade, é muito provável que essas fontes ultrapassem a
indústria do carvão ao longo da próxima década no que diz respeito a empregos e
fornecimento de energia.
E o
Greenpeace utilizou como exemplo o caso brasileiro. O documento indica que até
2020 a geração de empregos da indústria petrolífera local, que conta com cerca
de 4,1 milhões de pessoas, segundo a Agência Internacional de
Energia, seria ultrapassada pela criação de postos de trabalho na
indústria solar com 6,7 milhões de pessoas e pela eólica com 4,22 milhões. Além
disso, o número de vagas somente no segmento de painéis solares em 2030 poderá
chegar 9,7 milhões de pessoas, cerca de 10 vezes mais o que existe hoje. No
caso da eólica nesse horizonte de tempo o número de pessoas envolvidas na
cadeia seria de 7,8 milhões de pessoas.
Outro
dado destacado pela entidade é que em apenas 15 anos a participação das
energias renováveis no mundo poderia triplicar, saindo de 21% para 64%, isso em
termos globais. E a consequência seria a redução das emissões de gases de
efeito estufa, de 30 gigatoneladas por ano para 20 gigatoneladas anuais até
2030.
Esse
é o segundo relatório sobre o tema apresentado somente nesta semana. Esses
estudos chegam em um momento crítico para o setor ambiental uma vez que em
menos de três meses ocorrerá a Conferência do Clima (COP 21) em Paris. Essa
oportunidade é vista pela entidade como o momento de os líderes mundiais tomarem
medidas para combater as mudanças climáticas, acelerando a transformação do
setor energético mundial para longe dos combustíveis fósseis e ruma à
totalidade da geração de energia elétrica por meio de fontes renováveis até
meados deste século.
Para
a entidade, o estudo é uma prova de que é possível ter essa geração limpa,
desde que haja vontade política para a mudança. E essa vontade passa
obrigatoriamente pelo combate ao lobby da indústria dos combustíveis fósseis. (canalenergia)
Nenhum comentário:
Postar um comentário