A energia hídrica é um dos mais
antigos aproveitamentos energéticos a grande escala e está enquadrada como uma
energia renovável.
A produção de energia hídrica é
principalmente efetuada através centrais
hidroelétricas, que estão associadas a barragens de grande ou média
capacidade, que represam a água dos rios, constituindo um reservatório de água,
interrompendo pontualmente o fluxo de água.
Estas
centrais usam a energia da diferença de nível entre a albufeira (lago
artificial criado por barragem; represa; represa artificial que se utiliza das
águas pluviais para irrigação) e o rio, a jusante da central, que fazem rodar
as turbinas e os respectivos geradores, produzindo eletricidade. Saiba mais
sobre como funciona a produção de energia hídrica.
A energia
Hídrica tem uma crescente utilização em Portugal e cada vez são projetadas e
construídas mais e maiores barragens.
Vantagens e desvantagens da energia hídrica
Efetivamente
esta tecnologia tem enormes vantagens comparativamente a outros géneros
de produção energética,
apesar disso existem também algumas desvantagens no uso da energia hídrica.
Vantagens da energia hídrica
A sua
fiabilidade e a resposta às variações de procura são elevadas;
É uma
energia renovável, isto é, que não se esgota;
Não polui o
ambiente;
Proporciona
desenvolvimento local (estabelecimento de vias fluviais, construção de vias de
comunicação, fomento de atividades de lazer e de turismo, etc).
O seu custo
de produção é baixo;
Permite uma forma de abastecimento local para
regadios, etc.
Exemplo de
uma Barragem – Energia Hídrica
Desvantagens da energia hídrica
Pode
provocar o deslocamento de populações ribeirinhas e o alargamento de terra
(dependendo, claro, do tipo de relevo e da região onde se localiza o
empreendimento);
Provoca a
erosão de solos, os quais consequentemente afetam a vegetação local;
A sua
construção exige a formação de grandes reservatórios de água que acabam por
provocar profundas alterações nos ecossistemas;
Elevados
custos de instalação e de desativação.
As centrais hídricas são consideradas como uma energia renovável?
Grandes
projetos hidroelétricos reduziriam as emissões de carbono, mas é um erro pensar
que eles são “energia renovável”.
As represas hidroelétricas
são a expressão quintessencial (relativo à quinta-essência, ao resultado mais
puro obtido após ter passado por cinco destilações; quinta-essencial) do
controle humano sobre a natureza. Além da energia, criam reservatórios de água
limpa, que, para alguns, constituem tanto um prazer para os olhos como um local
de recreação pacífica.
Elas
prometem controlo de enchentes, são um fornecimento constante de água para
irrigação e, ao longo do tempo, são uma fonte de peixe fresco. Elas são o sonho
de um economista e um engenheiro e, juntamente com as imagens dinâmicas de
guindastes, escavadeiras e grupos de homens com capacetes relacionados à sua
construção, constituem uma oportunidade instantânea de marketing para políticos
ansiosos em demonstrar o seu compromisso com o progresso.
Alguns dizem
que a energia hídrica tem credenciais ecológicas porque usa água, um meio
livre, abundante e intrinsecamente seguro. Tira proveito da gravidade,
transforma a energia da água que atravessa a eletricidade num processo limpo e
livre de carbono. Com a crescente preocupação global com as emissões de
carbono, não é de surpreender que os projetos hídricos criem um certo charme
para os governos que atendam às necessidades energéticas dos seus países.
No entanto,
esta imagem de limpeza tem sido nublada ao longo do tempo, devido a críticas
sobre o impacto dessas estruturas no ambiente e na vida dos moradores
deslocados pela sua construção. Como as grandes barragens foram sujeitas a
escrutínio, a sua popularidade com os governos diminuiu constantemente nas
últimas duas décadas.
Mas esta
tendência está a ser revertida nos últimos tempos. Projetos hídricos maciços
estão em andamento novamente, experimentando um boom na sua construção mundial,
da China ao Brasil.
A energia hídrica é “limpa”?
Parte desta
preocupação tem as suas raízes no sentimento de que o deslocamento de milhares
de pessoas e o corte de grandes áreas, a escavação e o esmagamento de rochas –
em suma, a alteração sistemática de uma paisagem antiga com consequências finais
imprevisíveis – não é precisamente corretos do ponto de vista ambiental ou, de
facto, moral.
A outra
parte dessa preocupação tem a ver com o uso que será dado a essa energia gerada
por projetos hídricos de grande porte.
Para algumas
economias em desenvolvimento, há uma razão para explorar o uso cuidadoso e
criterioso da energia hídrica, a fim de atender às necessidades de energia de
uma determinada região, especialmente quando ela complementa as suas
necessidades de água.
Quando a
produção de energia é gerada por necessidade e atende às necessidades locais, a
ideia de descrever a energia hídrica como “renovável” faz sentido, apesar das
controvérsias que parecem sempre cercar esses tipos de projetos.
Quando a
geração de energia hídrica deixa de ser uma necessidade que responde às
pressões do requisito de energia para se tornar uma mercadoria a ser negociada,
e quando tem um impacto massivo no ecossistema local, é necessário perguntar se
devemos aproveitar as conotações positivas e bem-intencionadas do termo
“renovável”. (portal-energia)
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