Custos
de investimentos e produção de energia solar podem cair 80% até 2050.
Segundo estudo da IRENA,
fonte fotovoltaica também proporciona benefício socioeconômico nas regiões
contempladas com a promoção de empregos locais.
A energia solar fotovoltaica
terá uma importante contribuição na matriz energética global. Um estudo do
Internacional Renewable Energy Agency – IRENA (Agência Intencional de Energias
Renováveis) mostra uma queda contínua de custos de investimentos e de produção
nas próximas décadas. Segundo a agência, entre 2010 e hoje, o custo de
investimento por kW instalado solar, média global, caiu 74%. Nesse mesmo
caminho, para 2030, poderia se esperar uma queda semelhante e, para 2050, a
redução poderia superar 80%.
Segundo Ricardo Gorini, Head
do Programa REmap, do Centro de Inovação e Tecnologia (IITC) da IRENA, em
muitos mercados a geração solar fotovoltaica é mais competitiva do que qualquer
outra geração térmica a combustíveis fósseis.
“A tecnologia de geração de
energia solar fotovoltaica é decisiva para viabilizar a transição energética
atendendo as prioridades em diferentes mercados. São vários os benefícios
sinérgicos que proporciona a geração solar. Seja o objetivo de aumento de
competitividade em mercados energéticos – a partir da redução de preços de
eletricidade; ou, a redução de pessoas sem acesso à eletricidade – por meio da
viabilização do acesso em áreas remotas; ou, ainda, o objetivo de
diversificação de investidores – via aumento das opções de atendimento
energético para corporações e para o setor residencial”, avalia.
Ele
ainda acrescenta que a energia solar proporciona benefício socioeconômico nas
regiões contempladas com a promoção de empregos locais e maior valor adicionado
às atividades econômicas, sem contar com a parte ambiental, atendendo as
necessidades de redução de emissões de CO2.
Estudo prevê que 50% da
energia mundial serão de fonte limpa em 2050.
Investimentos na produção de
baterias de armazenamento de energia de fonte solar e eólica devem aumentar nos
próximos anos, barateando o custo do produto.
Estimativa da IRENA para o
ano de 2030 é que a fonte solar represente 2500 GW, e, para o ano de 2050, mais
de 8500 GW, respectivamente 13% e 25% da matriz global de geração, sendo hoje
2%.
Na avaliação de Gorini, essa
revolução competitiva aumentaria a capacidade instalada solar fotovoltaica nas
próximas três décadas em todas as regiões. “Na América Latina, por exemplo, a
capacidade instalada aumentaria em quase 100 GW até 2030 e 280 GW até 2050, o
que exigiria uma média de instalações anuais de pouco mais de 7 GW até 2030 e
cerca de 9 GW de 2031-2050”, analisa.
Ele também destaca que no
mercado Asiático, a China será responsável por 65% da capacidade instalada em
2030 e cerca de 70% em 2050. A sua dinâmica continuará influenciando os demais
mercados regionais, devido a escala e inovações.
Segundo a IRENA, a Ásia se
destaca com mais da metade da produção mundial de energia solar fotovoltaica e
investimentos médios anuais de cerca de US$ 113 bilhões por ano no período até
2050, seguidos pela América do Norte com US$ 37 bilhões por ano e Europa com
US$ 19 bilhões por ano. Os mercados emergentes em regiões como Oriente Médio e
Norte da África precisariam de investimentos anuais de US$ 2 bilhões por ano.
Na América Latina estima-se uma média de US$ 7 bilhões por ano até 2050. Um
mercado regional de cerca de 200 bilhões de dólares considerando todo o
período.
“A
tecnologia está disponível agora, pode ser implantada rapidamente em larga
escala e é competitiva em termos de custo. No entanto, apesar dos fortes
argumentos, os projetos de energia fotovoltaica solar continuam enfrentando
sérias restrições que podem potencialmente impedir o crescimento acelerado
necessário nas próximas décadas”, disse.
Segundo Gorini, as fontes de
energia renovável são afetadas em diferentes graus por problemas resultantes de
especificações do projeto, contextos geográficos e níveis de maturidade. “As
barreiras existentes em diferentes níveis (tecnológico, econômico, político e
regulatório e sócio-político) podem impedir a implantação da capacidade de energia
solar fotovoltaica nas próximas três décadas. Dessa maneira, a mitigação dessas
barreiras, por meio de várias políticas de suporte e medidas de implementação,
é vital para impulsionar futuras instalações”, completa. (portalsolar)
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