segunda-feira, 8 de junho de 2020

Custos de investimentos e produção de energia solar cairão 80% até 2050

Custos de investimentos e produção de energia solar podem cair 80% até 2050.
Segundo estudo da IRENA, fonte fotovoltaica também proporciona benefício socioeconômico nas regiões contempladas com a promoção de empregos locais.
A energia solar fotovoltaica terá uma importante contribuição na matriz energética global. Um estudo do Internacional Renewable Energy Agency – IRENA (Agência Intencional de Energias Renováveis) mostra uma queda contínua de custos de investimentos e de produção nas próximas décadas. Segundo a agência, entre 2010 e hoje, o custo de investimento por kW instalado solar, média global, caiu 74%. Nesse mesmo caminho, para 2030, poderia se esperar uma queda semelhante e, para 2050, a redução poderia superar 80%.
Segundo Ricardo Gorini, Head do Programa REmap, do Centro de Inovação e Tecnologia (IITC) da IRENA, em muitos mercados a geração solar fotovoltaica é mais competitiva do que qualquer outra geração térmica a combustíveis fósseis.
“A tecnologia de geração de energia solar fotovoltaica é decisiva para viabilizar a transição energética atendendo as prioridades em diferentes mercados. São vários os benefícios sinérgicos que proporciona a geração solar. Seja o objetivo de aumento de competitividade em mercados energéticos – a partir da redução de preços de eletricidade; ou, a redução de pessoas sem acesso à eletricidade – por meio da viabilização do acesso em áreas remotas; ou, ainda, o objetivo de diversificação de investidores – via aumento das opções de atendimento energético para corporações e para o setor residencial”, avalia.
Ele ainda acrescenta que a energia solar proporciona benefício socioeconômico nas regiões contempladas com a promoção de empregos locais e maior valor adicionado às atividades econômicas, sem contar com a parte ambiental, atendendo as necessidades de redução de emissões de CO2.
Estudo prevê que 50% da energia mundial serão de fonte limpa em 2050.
Investimentos na produção de baterias de armazenamento de energia de fonte solar e eólica devem aumentar nos próximos anos, barateando o custo do produto.
Estimativa da IRENA para o ano de 2030 é que a fonte solar represente 2500 GW, e, para o ano de 2050, mais de 8500 GW, respectivamente 13% e 25% da matriz global de geração, sendo hoje 2%.
Na avaliação de Gorini, essa revolução competitiva aumentaria a capacidade instalada solar fotovoltaica nas próximas três décadas em todas as regiões. “Na América Latina, por exemplo, a capacidade instalada aumentaria em quase 100 GW até 2030 e 280 GW até 2050, o que exigiria uma média de instalações anuais de pouco mais de 7 GW até 2030 e cerca de 9 GW de 2031-2050”, analisa.
Ele também destaca que no mercado Asiático, a China será responsável por 65% da capacidade instalada em 2030 e cerca de 70% em 2050. A sua dinâmica continuará influenciando os demais mercados regionais, devido a escala e inovações.
Segundo a IRENA, a Ásia se destaca com mais da metade da produção mundial de energia solar fotovoltaica e investimentos médios anuais de cerca de US$ 113 bilhões por ano no período até 2050, seguidos pela América do Norte com US$ 37 bilhões por ano e Europa com US$ 19 bilhões por ano. Os mercados emergentes em regiões como Oriente Médio e Norte da África precisariam de investimentos anuais de US$ 2 bilhões por ano. Na América Latina estima-se uma média de US$ 7 bilhões por ano até 2050. Um mercado regional de cerca de 200 bilhões de dólares considerando todo o período.
“A tecnologia está disponível agora, pode ser implantada rapidamente em larga escala e é competitiva em termos de custo. No entanto, apesar dos fortes argumentos, os projetos de energia fotovoltaica solar continuam enfrentando sérias restrições que podem potencialmente impedir o crescimento acelerado necessário nas próximas décadas”, disse.
Segundo Gorini, as fontes de energia renovável são afetadas em diferentes graus por problemas resultantes de especificações do projeto, contextos geográficos e níveis de maturidade. “As barreiras existentes em diferentes níveis (tecnológico, econômico, político e regulatório e sócio-político) podem impedir a implantação da capacidade de energia solar fotovoltaica nas próximas três décadas. Dessa maneira, a mitigação dessas barreiras, por meio de várias políticas de suporte e medidas de implementação, é vital para impulsionar futuras instalações”, completa. (portalsolar)

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