O Windfloat Atlantic conta
com três turbinas com potência de 8,4 megawatts (MW) cada, as maiores do mundo
já instaladas em plataformas flutuantes.
"Juntas [as turbinas],
têm uma capacidade total de 25 MW, o suficiente para fornecer energia a 60 mil
pessoas durante um ano. O local em que o parque foi instalado foi escolhido
tendo em conta os bons recursos eólicos do mar alto naquela região, diz à
Sputnik Brasil uma fonte oficial da EDP Renováveis", empresa que lidera o
projeto.
A instalação do parque começou
em outubro do ano passado. As turbinas ficam em cima de torres semissubmersas,
que têm distância de 50 metros uma da outra, e estão em águas com
aproximadamente 100 metros de profundidade.
A energia gerada é conduzida
das turbinas até uma base em terra, na costa de Viana do Castelo, através de um
cabo submerso.
"A tecnologia Windfloat permite a instalação de plataformas flutuantes em águas profundas, anteriormente inacessíveis para produção de energia eólica, e também porque tira partido dos abundantes recursos eólicos aí existentes, tornando-se assim mais competitiva. Esta tecnologia permite ainda poupar quase 1,1 milhões de toneladas de CO2 [dióxido de carbono], tornando-se por isso mais amiga do ambiente", diz a EDP Renováveis.
Etapas da construção e instalação das turbinas do parque eólico flutuante português Windfloat Atlantic.
Construção e instalação das turbinas do parque eólico flutuante Português Windfloat Atlantic.
Zarpou a última plataforma do primeiro parque eólico flutuante semissubmersível do mundo.
A plataforma irá viajar de
Ferrol até a sua localização definitiva, a 20 km da costa de Portugal.
Avanço no setor
Os parques eólicos offshore,
como são chamadas as instalações flutuantes, são uma tendência em crescimento.
De acordo com o último relatório da associação WindEurope, a Europa bateu um
recorde em 2019 na implantação desse tipo de tecnologia. Foram instaladas 502
novas turbinas, em 10 centrais em alto mar, somando 3,6 gigawatts (GW) de
potência.
Projetos no Reino Unido,
Alemanha, Dinamarca, Bélgica e Portugal foram os responsáveis pelo incremento
da rede.
A associação também alerta
para a necessidade de mais investimentos no setor. "A Comissão Europeia
diz que a Europa precisa de 230 a 450 GW de energia eólica offshore até 2050
para descarbonizar o sistema de energia e cumprir o Green Deal. Isso exige que
a Europa construa 7 GW de novos parques offshore por ano até 2030 e aumente
para 18 GW por ano até 2050. Mas o nível atual de novas instalações e
investimentos está muito longe disso", lê-se no comunicado de divulgação
do relatório.
O Green Deal, ou Pacto Ecológico Europeu, apresentado em dezembro de 2019, prevê diversas ações para minimizar alterações climáticas. No início de 2020, a Associação de Energias Renováveis de Portugal avaliou a existência de um grande "desafio" no cumprimento das políticas nacionais. "Este panorama coloca o país com uma maior responsabilidade em alcançar os objetivos estipulados no Plano Nacional de Energia e Clima 2030", lê-se no comunicado da entidade.
Parque eólico offshore em Portugal iniciou as operações em 27/07/2020.
De acordo com a EDP
Renováveis, a tecnologia do parque eólico flutuante português poderá ser
replicada em outros países.
"Para áreas marítimas
perto da costa, mas com águas profundas, a tecnologia utilizada no Windfloat
Atlantic é absolutamente inovadora e disruptiva. Por ter um custo competitivo,
o nosso objetivo é replicar o projeto em outros locais com as mesmas características
geográficas de Viana do Castelo, como Espanha, França, Japão, entre
outros", diz a empresa. (sputniknews)
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