Apesar da desaceleração no
volume de vendas observado como consequência imediata da pandemia, no primeiro
semestre de 2020 foram conectados, segundo a Greener, o montante superior a 900
MW de sistemas fotovoltaicos, o que representa 30,6% do total conectado ao
longo de todos os anos em geração distribuída.
Assim como em grande parte
dos setores, a pandemia do Covid-19 trouxe reflexos ao mercado de geração
distribuída, reduzindo a demanda por sistemas fotovoltaicos – este efeito foi
sentido com maior intensidade nas empresas integradoras que iniciaram suas
atividades mais recentemente, explicou a consultoria em nota à imprensa.
Em 2019 houve a entrada de
4,3 GW de módulos fotovoltaicos no país e, somente no 1º semestre de 2020,
foram importados 2,5 GW.
Vale ainda ressaltar os
efeitos das flutuações abruptas do câmbio, que afetam o setor a medida grande
parte dos equipamentos utilizados são importados, impactando o custo dos
sistemas. Entretanto, o estudo da Greener apontou que os custos foram
marginalmente repassados ao cliente final, em muitos casos os preços ficaram
estáveis. Ao que tudo indica, as cadeias de distribuição e de integração estão
absorvendo os custos, ajustando suas margens para se manterem competitivos.
Telecom, bancos, farmácias,
supermercados são exemplos de consumidores do setor de serviços e varejo
atendidos pelas grandes usinas de GD remota. Este modelo de negócio apresentou
importante evolução apesar das turbulências no período.
Mais de 915 MW de projetos
solares para locação estão em operação ou em fase de construção e um pipeline
superior a 1,5GW em desenvolvimento dos quais ao menos 600MW já possuem
contratos firmados com consumidores.
“O mercado de GD remota para locação está movimentando mais de R$ 3 bilhões e outros R$ 5 bilhões deverão ser investidos”, disse Marcio Takata, diretor da Greener.
O perfil sócio econômico e faixa etária do cliente final que opta pela GD também vêm mudando, identificou a consultoria. Os sistemas fotovoltaicos estão sendo acessados por um público cada vez mais jovem. 55% dos titulares de sistemas instalados em 2020 possui menos de 50 anos. Algo relevante se levarmos em conta que, em 2017, 56% desses titulares tinha mais de 60 anos. Além disso, o número de titulares com menos de 30 anos vem crescendo de forma expressiva.
Ainda que minoritária, a
participação das classes sociais “menos favorecidas” na aquisição de sistemas
fotovoltaicos vem se ampliando, ganhando relevância.
Um fator importante para
viabilizar estes movimentos é o desenvolvimento da cadeia que se reflete em
melhores condições de acesso à tecnologia. As pessoas físicas vêm pensando cada
vez mais em investimentos de longo prazo.
Segundo Takata, “os players
do setor precisam considerar esses fenômenos do ponto de vista do marketing e
do comercial para acessar esse perfil mais jovem que vai, cada vez mais ter
interesse na geração distribuída. As oportunidades estarão cada vez mais
pulverizadas nas diferentes classes sociais”.
Outro dado muito importante
do estudo diz respeito às mudanças verificadas nos perfis tecnológicos dos
módulos fotovoltaicos. Em 2019, os módulos fotovoltaicos importados tinham,
predominantemente, células policristalinas “standard” e, no segundo trimestre
daquele mesmo ano, os módulos com células de tecnologia PERC (monocristalinas
ou policristalinas) comprados eram inferiores a 30%. Agora, 54% do total de
módulos possui células PERC.
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