Uso
eficiente ajuda a poupar recursos naturais. Portanto, combate ao desperdício
deve mobilizar todos nós.
Assistir
à TV, operar uma máquina industrial, tomar um gole de água geladinha ou um
banho bem quentinho. Qualquer atividade exercida atualmente pela sociedade
moderna só é possível por meio do uso de uma ou de mais formas de energia,
provenientes das diversas fontes disponíveis para a produção desse bem
imprescindível.
No
caso da energia elétrica, além de estar associada às nossas tarefas cotidianas,
ela também é essencial para o funcionamento das indústrias, dos serviços de
saúde, do comércio e para a oferta de atividades de lazer. Diante da tendência
de crescimento das cidades, do maior poder de compra da população e do
acelerado desenvolvimento de novas tecnologias – que acarretam uma demanda cada
vez maior por energia –, o desafio coletivo global é evitar o seu desperdício.
De
maneira geral, a eficiência energética mede a qualidade no uso da energia para
os fins a que ela serve à sociedade. Segundo estudos da Organização
Latino-americana de Energia (Olade), com sede no Equador, quando os cidadãos
são sensibilizados sobre a eficiência no uso de energia, eles podem economizar
até 15% desse insumo, em relação àqueles que não são orientados.
Portanto,
a economia de energia exige não apenas o desenvolvimento de técnicas, produtos
e serviços mais eficientes. Requer, acima de tudo, mudança nos padrões de
comportamento e consumo da sociedade.
Cabe então a todos nós – nos mais diferentes setores e atividades – associar a redução do consumo de energia à maior proteção da natureza e à conservação de recursos naturais escassos e vitais, como a água. E fazer isso, óbvio, sem perder a qualidade de vida e o conforto alcançados tanto aqui no Brasil quanto no mundo afora.
Bases sustentáveis
De
acordo com o Ministério de Minas e Energia (MME), nas próximas décadas, as
fontes renováveis de energia terão participação cada vez maior na matriz
energética global. A crescente preocupação com as questões ambientais e o consenso
mundial sobre a necessidade de promover o desenvolvimento em bases sustentáveis
estão estimulando novas pesquisas e o progresso científico.
O
debate sobre o aumento da segurança no fornecimento de energia – impulsionado
pelos efeitos da redução da dependência de combustíveis fósseis – também
contribui para o interesse mundial por soluções mais sustentáveis, por meio da
geração de energia proveniente de fontes limpas e renováveis.
Nesse
quesito, o Brasil ocupa posição de destaque, em função da significativa
participação das fontes renováveis em sua matriz energética. Nossa principal
fonte de geração de energia elétrica é a hidráulica (água dos rios), que
responde por 71% da capacidade instalada do país. Em seguida, estão as
termelétricas (combustíveis fósseis, biomassa e nuclear) com 28%. O restante é
proveniente de usinas eólicas (força do vento) e de outras fontes, como a
energia solar, cujo uso tem crescido nos últimos anos.
Conheça,
a seguir, algumas formas de energia e dicas de economia.
Fique
ligado e faça a sua parte!
Entenda
melhor
A
energia renovável é obtida de fontes naturais capazes de se regenerar e,
portanto, virtualmente inesgotáveis – como o sol e o vento – ao contrário de
recursos não renováveis, como o petróleo, o carvão e o gás natural, que são
combustíveis fósseis. É considerada alternativa ao modelo energético
tradicional, tanto pela sua disponibilidade garantida quanto pelo seu menor
impacto ambiental.
Cinquenta
e quatro por cento das emissões de gases de efeito estufa são resultado do
desmatamento. A geração de eletricidade, com 1,4%, ocupa a sétima posição como
fonte de emissão de gases de efeito estufa no Brasil.
O
sol é uma fonte inesgotável de energia. E, portanto, uma excelente alternativa
para países tropicais de grandes extensões territoriais, porque dispõem de alta
incidência de radiação solar. Com a tecnologia, a energia do sol pode ser
transformada em outras formas de energia: térmica e elétrica.
A
energia elétrica também pode ser obtida por meio da queima de petróleo, óleo,
álcool, bagaço de cana, lenha, carvão mineral, gás, lixo e outros, nas usinas
termelétricas, que transformam a energia térmica em energia elétrica.
Dicas
sustentáveis
Substitua
as lâmpadas incandescentes por fluorescentes, que são mais econômicas.
Apague
as lâmpadas dos ambientes desocupados.
Evite
o sol direto nos ambientes e nos aparelhos de ar-condicionado. Assim, você
gasta menos.
Aproveite
ao máximo a iluminação natural e evite acender lâmpadas durante o dia.
Instale
os aparelhos de ar-condicionado na parte superior dos ambientes.
Limpe
sempre o filtro do ar-condicionado para diminuir o consumo e melhorar a
qualidade do ar que você respira.
Quando
o ar-condicionado estiver ligado, deixe portas e janelas fechadas.
Pinte
paredes e tetos com cores claras. Assim, será preciso menos luz para iluminar
bem os ambientes.
Desligue
os aparelhos assim que os ambientes forem desocupados.
Regule
a temperatura da geladeira de acordo com a quantidade de alimentos armazenada.
Providencie
regularmente a limpeza dela para evitar o acúmulo de gelo.
Organize
os produtos dentro da geladeira de modo a não impedir a circulação do ar. Evite
usar plástico para forrar as prateleiras.
Prefira
geladeiras que consomem menos energia (Selo Procel) e verifique o estado das
borrachas de vedação.
Instale
a geladeira em local ventilado e protegido do sol.
Energia: é
a capacidade de realizar trabalho. Ela é encontrada em formas como vento ou a
água corrente e armazenada em matéria como os combustíveis fósseis - petróleo,
carvão, gás natural, que podem ser queimados para “realizar uma ação”. É mais
bem descrita em termos do que pode fazer: não podemos “ver” a energia, apenas
seus efeitos; não podemos criá-la, apenas usá-la; e o ideal é não
desperdiçá-la, ou seja, usá-la de forma ineficiente.
Fontes
de energia
Sol:
energia solar
Vento:
energia eólica
Rios
e correntes de água doce: energia hidráulica
Mares:
energia maremotriz
Matéria
orgânica: energia da biomassa
Calor
da Terra: energia geotérmica
Energia
sustentável
Alexandre
Uhlig - Mestre e doutor em Energia pela USP e diretor de Assuntos
Socioambientais e Sustentabilidade do Instituto Acende Brasil.
A
matriz energética brasileira é altamente renovável (hidrelétricas), mas
dependente do regime de chuvas. Com planejamento eficiente é possível evitar
eventuais apagões e racionamento?
Toda
matriz energética com forte dependência de recursos naturais – hidráulico,
eólico, solar ou biomassa – por mais bem planejado que seja o sistema de
produção e distribuição, envolve/admite sempre o risco de não suprir toda a
demanda por energia elétrica. Um sistema totalmente livre de riscos custaria
muito caro para a sociedade. Além disso, é preciso considerar que estamos
vivendo uma situação atípica no Brasil. Segundo informações do Operador
Nacional do Sistema Elétrico (ONS), essa é a seca mais severa dos últimos 60
anos.
O
brasileiro está maduro em relação ao consumo consciente de energia elétrica?
De modo geral, respondemos mais rápido ao estímulo econômico. Ou seja, quando “dói” no bolso, a gente reage. No Brasil, como temos recursos naturais abundantes, muitos ainda não se deram conta da importância de usá-los com responsabilidade. Basta acionar o interruptor, e a nossa sala se ilumina; temos energia para alimentar o computador, assistir à TV. A maioria das pessoas não pensa no trabalho que dá fazer a energia chegar às nossas casas, nos impactos causados pela construção de reservatórios, nas famílias que têm de deixar suas terras e nos animais que por ventura morrem.
Há algum material educativo do Acende Brasil que possa ser usado em escolas?
Sim. Produzimos a série “Na Trilha da Energia”. É um documentário dividido em cinco episódios e neles mostramos, em linguagem acessível, o passo a passo desde a geração até a distribuição da energia elétrica no Brasil. Os vídeos estão disponíveis em nosso site, no link “Vídeos e Animações”. (revistaecologico)
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