A
medida pode beneficiar 4 mil estabelecimentos, entre hospitais públicos e
instituições privadas sem fins lucrativos. A regra será aplicada apenas a
organizações que tem a Certificação das Entidades Beneficentes de Assistência
Social (Cebas), prevista em lei e concedida pelos ministérios ligados das áreas
de Saúde, Educação e Assistência Social a pessoas jurídicas de direito privado
enquadradas na classificação. Essas organizações precisam ter pelo menos 60%
dos casos de internação e do atendimento ambulatorial voltados a pacientes do
Sistema Único de Saúde.
A
mudança em relação ao uso dos recursos a fundo perdido é uma das alterações
aprovadas pela Aneel nos Procedimentos do Programa de Eficiência Energética,
estabelecidos na Resolução Normativa n° 830, de 2018. Na revisão da norma, a
agência também vetou o acesso a recursos do programa de consumidores livres
conectados diretamente à rede básica do Sistema Interligado.
Regra
beneficiava grandes indústrias com capacidade de execução de projetos por conta
própria, que não contribuem para o encargo de eficiência energética, não trazem
em seus projetos de eficientização benefícios aos demais consumidores
conectados à rede de distribuição.
Distorção
“Nossa
proposta é alocar esses recursos para instituições que, de fato, tem fins
lucrativos e tragam algum benefício para a sociedade, uma vez que é comum que
instituições privadas que tenham ações meramente pontuais se identifiquem como
filantrópicas. É o caso de concessão de bolsas em escolas de elite e de
clubes”, destacou o diretor Sandoval Feitosa.
Com
a mudança da regra, a Aneel aprovou a abertura de consulta pública para
discutir a elaboração da Chamada do Projeto de Eficiência Energética
Prioritário nº 3/2020. As contribuições serão recebidas até 5 de outubro por
meio eletrônico.
Para
o diretor relator, o público alvo do projeto “tem total conexão com o momento
atual, em que a pandemia de Covid-19 tem sobrecarregado hospitais e
impossibilitado a realização adequada de ações de manutenção, fazendo com que
instalações e equipamentos elétricos sejam submetidos a situações de estresse,
que reduzem sua vida útil e implicam em maior consumo de energia.” Feitosa
lembrou que algumas dessas instituições devem estar enfrentando dificuldades
com o aumento com o aumento das despesas nas faturas de energia elétrica e
precisarão, no pós-pandemia, de suporte para manter a prestação adequada do
serviço.
O
projeto prevê a realização do diagnóstico energético dos edifícios, com a
avaliação do estado de conservação de instalações internas para eventuais alterações
nas estruturas elétricas, troca de aparelhos de ar-condicionado, uso de
lâmpadas LED e até mesmo instalação de usina fotovoltaica.
Desde
2008 as distribuidoras somam 186 projetos de eficiência energética em hospitais, com um total de mais de R$ 170
milhões em investimentos, economia em
torno de 68 GWh/ano e redução de demanda na ponta em aproximadamente 18 MW. O
investimento médio nessas instalações é da ordem de R$ 900 mil.
Outras
alterações
Na alteração das regras do programa de eficiência, a agência retirou a obrigatoriedade de realização de chamada pública anual por distribuidoras de pequeno porte (mercado inferior a 1.000 GWh/ano) para a contratação de projetos de eficiência. A exigência permanece para as empresas maiores, exceto no caso da contratação do projeto voltado para os hospitais, que está dentro da chamada prioritária da Aneel.
Hospital Regional de MS.
Hospitais
recebem R$ 2,3 milhões em melhorias de eficiência energética
Economia
será 1.300,48 MWh/ano, suficiente para abastecer por 10 dias uma cidade do
tamanho de Chapadão do Sul.
Também foram feitas alterações para incluir a possibilidade de locação de equipamentos de medição e verificação e de sistemas de gestão para o PEE; além da possibilidade da aplicação de Contratos de Desempenho em projetos de Iluminação Pública. (canalenergia)
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