sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Crescimento do mercado de carros elétricos surpreende no Brasil

Especialista diz que a tendência é desse mercado dobrar de tamanho a cada dois anos.
O crescimento consistente do mercado de veículos elétricos tem surpreendido até os mais otimistas. A Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE) prevê encerrar o ano com 19 mil veículos eletrificados (elétricos e híbridos) vendidos no Brasil, o que corresponde a um aumento de 60% em relação a 2019 e de 378% em relação a 2018.

As vendas de 2020 já superam o volume total de vendas em 2019. Segundo a ABVE, de janeiro a outubro foram emplacados no país 15.565 unidades eletrificadas, contra 11.858 de janeiro a dezembro de 2019. Em 2018, o total foi de 3.970 unidades.

“Considerando que 2019 tinha sido, até então, o melhor ano da eletromobilidade no País, com o triplo de vendas de 2018, o resultado mostra um crescimento forte e consistente desse mercado”, destaca a associação.

Outubro também foi o segundo melhor mês da história da mobilidade elétrica no Brasil, com 2.273 unidades comercializadas, só superado por dezembro de 2019 (2.409).

“Esses ótimos resultados confirmam nossa expectativa de que o mercado de eletrificados no Brasil tende a dobrar de tamanho a cada dois anos, ou menos” – disse Thiago Sugahara, vice-presidente de Veículos Leves da ABVE e executivo da Toyota.

Vendas de carros elétricos e híbridos no Brasil cresce 320%.

De 2012 até outubro de 2020, a frota eletrificada em circulação no Brasil chega a 38.089 veículos, devendo passar de 41 mil em dezembro.

Os totais referem-se à soma de automóveis e comerciais leves emplacados pelo Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores, do Ministério da Economia).

Os números incluem veículos híbridos (HEV), híbridos plug-in (PHEV) e 100% elétricos (BEV). Excluem ônibus, caminhões e outros veículos elétricos, como motos e e-bikes.

Incentivos fiscais

A ABVE defende um conjunto de medidas que transmitam confiança aos compradores e segurança às empresas que querem investir na eletromobilidade. Entre essas medidas está equiparar as alíquotas de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) dos veículos eletrificados ao estabelecer as mesmas condições oferecidas aos automóveis convencionais. Os eletrificados pagam entre 12% e 18% de IPI, em média, enquanto um carro flex 1.0 a combustão paga apenas 7%.

“Defendemos igualdade de condições aos veículos eletrificados, que são muito mais eficientes e menos poluentes do que qualquer similar convencional com motor a combustão; é uma questão de justiça tributária” – afirmou o diretor da ABVE Thiago Sugahara.
A ABVE propõe também incentivos a instalação de redes de recarga elétrica nas principais cidades e rodovias e isenção do IPVA cobrado sobre veículos eletrificados (hoje, menos de dez Estados brasileiros têm leis com esse objetivo). (canalenergia)

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